quarta-feira, 9 de julho de 2008

~~> PARA UMA MENINA COM NOME DE FLOR <~~ Era uma vez um príncipe desencantado - pobre príncipe - vítima de sortilégio malvado, à mais cruel da sinas condenado: o desamor. Sua carruagem de há muito virara abóbora, seus trajos, andrajos; a barba encanecera, o coração empedernira e, se acaso pulsava mais forte, alegrianão lhe sugeria, mas sim pior sorte, um infarte, quiçá a morte... Assim jazia, em sua hipocondria, o desafortunado mortal, quando dele afinal, os Deuses se apiedaram e do Olimpo uma fada à Terra lhe enviaram. Jacky Rosa, pois esse era seu nome, chegou surfando nas ondas eletromagnéticas da internet, carregada por um séquito de estrelas de menor grandeza, que ela aquecia, iluminava, com sua ímpar beleza.Encarnação de Afrodite e Psiquê, Jacky sorriu. Seu sorriso do pranto fez riso, da dor amor. Do inverno, que não era eterno, mas simples quimera, fez primavera. Soprou as nuvens cinzentas, mostrou que por trás delas sempre brilham o sol e as estrelas, basta querer vê-las. E aqueles caminhos obscuros se iluminaram, quando seus olhos escuros brilharam.A fada, por Euterpe inspirada, com maviosa voz cantava e a todos encantava: “Eu sei que vou te amar...”, “Se todos fossem no mundo iguais a você”. O príncipe – ditoso príncipe - ante tal beleza rara, da própria tristeza se olvidara e odes, sonetos, versos declamava àquela fada que já tanto amava. O príncipe desconhecia a origem desse amor, mas diante de tal beleza, não ousou preocupar-se. A fada-menina cometera o pecado de dizer que amava tanto os livros que poderia viver sem flores.Que as letras, tão delicadamente selecionadas e dispostas lado a lado, a encantavam mais que o brilho do sol. Ousou ainda, afirmar que se no mundo houvessem apenas ela, os livros e o brilho do luar, de nada queixaria.Ó, pobre menina! Com nome de flor e negando o amor por elas. Os Deuses irritaram-se e sem piedade condenaram a jovem fada a viver da maneira descrita: em companhia apenas da lua e dos livros. Trancafiada em uma grande sala, repleta de prateleiras de livros, com uma pequena janela por onde entrava a luz do luar.Pequena e solitária, a fada não hesitou a folhea-los e viajar pelos mais belos lugares e conhecer as mais importantes personagens. Encantada, nem dormia, deliciava-se com as leituras.Pensava ser a vida perfeita, mas enganou-se.Com o tempo, a fada-menina foi sentindo que só os livros não bastavam. Sentia saudades do perfume adocidado das flores, do abraço apertado dos amigos e a claridade intensa do brilho solar.Rogou aos Deuses uma trégua. Ao menos uma nova chance de provar que merecia viver entre seus iguais. Mas isso lhe foi negado. A fada chorou por muitas noites, implorando.Atena, a Deusa da Sabedoria, notou a a injustiça e acabou convencendo os outros Deuses a diminuirem o castigo.Concederam á fada o direito de escolher, entre todas as pessoas do mundo, uma que seria seu amigo para a eternidade. Extremamente agradecida a menina observou pessoa por pessoa, mas nenhuma lhe parecia carente de amizade e compreensão.Até que um dia, após muita procura, finalmente a jovem fada encontrou seu amigo. Um principe triste, que precisava aprender a amar. Este vivia em um reino lindo, mas triste. Naquele lugar as pessoas não sorriam, não cantavam, não comemoravam. Mas era pra lá que a fada iria. Como ela não fazia idéia, mas iria. Foi então, que mesmo que pela internet, o Principe voltou a sorrir, a cantar alegrias, a dançar amizades, a preservar os amores...o Principe voltou a viver.

Um comentário:

Luiz Loureiro disse...

poxa! como eh q eu ainda nao tinha chegado ate aqui! parei nos textos mais recentes... legal esse texto jaque, eh seu? inda bem q eu estava sem nada p/ fazer... hehe

e ae? como eh q eh? td certo? pronta p/ retomar seu lugar ao lado da janela?