quarta-feira, 30 de junho de 2010

Parece que o tempo mente

"Eu quero levar uma vida moderninha
Deixar minha menininha sair sozinha
Não ser machista, não bancar o possessivo
Ser mais seguro e não ser tão impulsivo
Mas eu me mordo de ciúme
Mas eu me mordo de ciúme".
(Ciúme - Ultraje a Rigor)

Bodybuilding é para quem quer e não para quem pode, porque depende de disciplina, determinação e tantos outros valores que são inatos ou aprendidos na infância; coisas que o dinheiro não compra e o discurso vazio não convence.
Não é só um esporte, é uma maneira de viver: buscando sempre o máximo da fadiga no treinamento (coisa que se orienta, mas não se ensina) e a alimentação mais regrada (coisa que se programa, mas não se pode forçar)...
É esforço: na elaboração e planejamento, na execução do movimento, da série e da rotina...
Não é dieta pronta de 1200 kcal, é fisiologia, anatomia, biofísica e bioquímica aplicada individualmente. Não é ciclo, não é pré-verão, pré-rave, enfim, não é a data, é o indivíduo e sua vontade de ser em vez de simplesmente parecer: é o "ser assim" em detrimento do "estar assim".
É construção do corpo através de disciplina e o que cultuamos não é o corpo, é o esforço, senão simplesmente elogiaríamos ao invés de perguntarmos tanto: "mas como ele fez para ficar assim?"
(filosofia bodybuilding)

I'm just waiting for the summertime. Just. Só isso já me deixaria ainda mais feliz. Estou ouvindo Jack Johnson - bons tempos - e esse lindo cantor me lembra muito dos dias de verão madrugados para caminhadas de 7km. Hoje o ar está com gosto de Halls preto e poderia passar a manhã inteira sentada ao Sol, numa boa. Lá, a temperatura está quase ideial. Isso e uma boa companhia, não preciso de mais nada. Coisas novas me animam. Coisas velhas renovadas me animam. Parece que o tempo voa.
Não parecem dois meses e logo logo serão dois anos; de bolhas nos pés e dor nos pulsos e joelhos. Outras coisas - engraçado - parecem fazer parte da minha vida há anos e não faz sequer quatro semanas - mas fará.
Sou uma pessoa musical, às vezes, meus pés sabem ouvir a melodia e dançar conforme a música, como manda o figurino, e espero conseguir tirar duma só corda vários sons.
Blá! Não estou poética hoje. Meu computador está num prédio gelado, no qual não bate Sol. Onde o Sol está? Do outro lado da rua, naquele terreno cheio de mato e lixo e cheiros estranhos. E estava lá o tempo todo, ao Sol e quando sai, ouvi o ronco caracteristico daquela moto que passou pelas minhas costas sem me ver. 
Eu ri.
E aqui está muito frio. Vou voltar lá, já já.

Beeijos, Jaqueline.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Hardcore

Não que sirva exatamente de consolo, mas meu abdome dói quando eu respiro muito profundamente, alongo os braços ou a coluna. Meus deltoides estão carentes de massagem, respondendo tardiamente às repetições com oito quilos. Minha cintura afinou alguns centímetros - juro que não fiz nada para justificar essa simpatia. Tenho passado longe da balança e perto demais da cozinha, acreditem. Meus tríceps não doem mais. Nem meu posterior, já que não fiz stiff hoje. Vou bater na próxima pessoa que me mandar lavar louça ou falar qualquer besteira sobre homens de cabelo comprido. Quero que meu blog mude de template sozinho e que as pessoas consigam comentar nele. Quero carona pra Marte. Quero curtir meu final de semana sossegada. Quero que apareça um notebook na minha mesa e umas mesadas na minha carteira. Quero tempo. Preciso e quero digitar aquele livro e criar textos pra ele, mas não quero fazer isso de domingo a tarde, entende. Quero que meu abdome pare de doer. Quero que meus músculos anabolizem. Não quero catabolizá-los.

Sério.

Quero tempo e música boa. Quero assunto pra noite inteira. Quero que você volte a me olhar nos olhos e não quero que afaste suas mãos de mim, nem que elogie outras garotas. Quero que meu bíceps femoral cresça. Quero que meu humor melhore. Quero que você me proiba de fazer planos e não estrague tudo sendo banal demais. Quero estudar e ser melhor que na última vez.

Quero parar de pensar naquela pergunta sobre ter amigos eternos, como os seus, que você me fez. Quero não sentir dor no coração de pensar nas coisas bobas que me separaram das pessoas que eu amo - nem sempre eu sinto, mas você me fez lembrar.

Quero que você me deculpe pela imperfeição. Quero definir meu gastrocnêmio.

(...)

Ok. Foda-se o mundo. Tenho meu melhor amigo de volta.
E nada vai me abalar.

"Mas acontece que eu sei que você tem muita força de vontade.
E que nada pode te abalar".

"Mas é verdade garota.
Posso te contar um segredo?
Aprendi a ter determinação com você.
Todos os dias quando acordo, eu lembro daquela tua frase:
"A dor é só a fraqueza saindo do corpo".
Eu fico inspirado para ir na academia. UAUHAHU'".
 
Beeijos, Jaqueline.

sábado, 26 de junho de 2010

~

"Your hair is dancing in the wind
Your eyes are burning off my skin
And I'm so happy when I see
That you are smiling back at me...
You're my angel in the night"
(Angel In The Night - Basshunter)
 
Feliz sábado pra vocês!
Muito carboidrato simples pra todo mundo!
 
Beijos, Jaqueline.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Otimismo e contas pra pagar

"Fico muito puta quando sugerem que eu sou uma gorda
insana por comida, incontrolável e insciável".

Otimismo: pensar que a primavera está três dias mais próxima de chegar,
esquecendo que ainda faltam noventa.

Meu professor de capoeira disse que minha competitividade e vontade de melhorar, assim como a autocrítica severa, são ótimos auxiliares no meu treino, mas me pediu pra relaxar que estou muito bem pra minha graduação. Que legal. Pra mim está ruim. Estou estagnada, parada no mesmo ponto em que abandonei a corda branca. Como posso querer, e merecer, a corda amarela, desse jeito?

*

A festa julina da Associação vai sair, eu sei que vai. E vai ser ótima, ou mudo de nome (Pandora Helena?). Mas é realmente muito trabalho pra uma pessoa só, muita coisa em que sequer pensamos ainda, e falta apenas um mês pra festa. Merda. Até em banheiros químicos preciso pensar, pra ninguém ir fazer essas coisas na grama em frente a minha casa. 

Que bom.

Preciso de uns quinze voluntários pra trabalhar na festa.
Alguém se habilita?

*

Vou comprar um notebook.
E uma câmera digital.

Jaqueline.

P.S.: apesar de stressada, estou feliz sim. Estou de férias, namorando um cara tudo de bom, de bem com os meus amigos, criando, vendo meus projetos tomarem corpo e força, treinando direitinho. Tive resposta de vários protocolos, ando dormindo mais que oito horas diárias e pegando mais de cem no leg press. Só estou cansada. Quero que sexta feira chegue logo. 

terça-feira, 22 de junho de 2010

One day

Um dia eu tive um sonho, e neste sonho o meu esforço era reconhecido e minha determinação não era confundida com insanidade. Meus objetivos eram respeitados e minha disciplina era admirada por todos. Um dia eu tive um sonho e nele meus inimigos não podiam mais me atingir, nem com palavras, nem pensamentos, nem atitudes.


Não gosto de ser desafiada (uns alguéns que me andaram desafiando a beber vodka sabem disso: sou competitiva). Mesmo assim, sei que não vale muito a pena tentar justificar-se ou provar suas qualidades (não que beber vodka seja necessariamente uma qualidade, rs). Só gosto de vencer meus próprios limites (e se isso me fizer ver algumas caras de espanto de 'não é que ela fez mesmo?', melhor ainda.

Não estou inspirada. O tempo é curto e eu, prolixa.
Amanhã escrevo.

Beeijos, Jaqueline.

P.S.: esse post nada tem a ver com a ingestão de bebidas de alto teor etílico.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Não vou repetir, ócio não é pra mim.

Já disse e não vou repetir, ócio não é pra mim.

"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."
(L. F. Veríssimo)


Sou uma daquelas pessoas que acreditam em correr atrás e realizar, ao invés de sentar e esperar a vida acontecer - acredite: normalmente nada acontece com você sentado, esperando. Acredito em trabalho pesado, em dedicação e esforço, em força e determinação. Sou daquelas que acreditam que nada vêm de graça, nada acontece por acaso, e Papai Noel não existe.

Milagres não existem.

Sou daquelas que pedem pra Deus dar uma forcinha, sim, mas que não ficam paradas esperando que ele faça todo o serviço e que fazem mil coisas ao mesmo tempo, mas que sempre tentam fazer o melhor, mesmo que saia uma merda, no fim.

Sou uma daquelas pessoas que dão murros em pontas de facas e cabeçadas nas paredes, mas que vão em frente, provam que estavam certas, que podiam, que deviam,... e fazem o que tinham que fazer.

Sou uma daquelas pessoas teimosas. Que insistem em provar que podem fazer algo pra ajudar, que podem se esforçar, conseguir, fazer a diferença.

Sou daquelas que querem fazer a diferença, que não querem passar pelo mundo, viver e morrer, sem nunca serem notadas. Que quer, posteriormente, ser lembrada como alguém que fez valer a pena cada projeto, ideia, sentimento, laço ou fita em que se envolveu.

Também sou uma daquelas pessoas que não têm mais medo de serem chamadas de loucas por dispensarem lazer ou descanso em prol de algo que nem era mesmo problema delas.

Sou uma daquelas pessoas que adoram problemas. E, ainda mais, gostam de provar que eles são pequenos e fracos, menos inteligentes e audaciosos. Sou uma daquelas pessoas que acham que podem encontrar soluções para todos os problemas, mesmo que para isso tenham que dormir tarde e acordar cedo, escrever e planejar, quebrar a cabeça, se preocupar.

Sou daquelas pessoas que não se importam de correr atrás: dos direitos, dos prejuízos, dos lucros, do sucesso, porque sou daquelas pessoas que saberm que cada vitória depende somente da nossa vontade de conseguir - sou daquelas que sabem que é a última repetição que te diferencia de todos os frangos que "treinam" com você.

E se querem saber, sou daquelas pessoas que sabem olhar o outro. E sou daquelas pessoas que conseguem ser feliz, mesmo com muita coisa pra fazer.

Já disse e não vou repetir, ócio não é pra mim.

Beeijos, Jaqueline.

P.S.: e sou uma daquelas pessoas que vão fazer das tripas coração, mas que vão conseguir um terreno pra construção da sede da AMVV.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Saramago

"Fisicamente, habitamos um espaço, mas,
sentimentalmente, somos habitados por uma memória".

"Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar
um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro".

"Dirão, em som, as coisas que, calados,no silêncio dos olhos confessamos"?

"Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo".

"Se tens um coração de ferro, bom proveito. 
O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia".


Não vou fingir que gostava dele. Ok, gostava. Mas seu jeito de escrever sempre me foi muito cansativo e confuso, sem pontuações, espaços, travessões, aspas, apenas vírgulas. Vírgulas, vírgulas, vírgulas...! Mesmo assim, sei que era um grande autor, desses que o universo não conseguirá substituir. Não posso dizer 'vá com Deus' pois nele Saramago descria.

Mesmo assim, é uma grande alma que se foi.

Beijos, Jaqueline.

Jornalistica mente

Foi com muito prazer que ontem eu fiquei, curtindo um raro momento de ócio, em casa. E, não tendo nada melhor para fazer, fui assistir jornal. Primeiro o da Record, depois - com aquela minha mania estúpida de precisar saber o que está passando em todos os canais, antes de escolher algum - vi o da Band, do SBT e, por fim, da Globo. Como eles passam mais ou menos no mesmo horário, obviamente, vi apenas trechos deles - os mesmos trechos, por sinal. Vi, nos quatro canais a mesma matéria da Copa do Mundo, com enfoque no jogador Robinho, que deu uma entrevista coletiva com outros jogadores. 

Qual a graça de ver a mesma 'notícia' em quatro canais diferentes, Jaque?

Bom, se você faz Direito, Medicina, Nutrição ou qualquer outra coisa: nenhuma. Graça nenhuma. Você seria, no muito, um desocupado sem tv por assinatura nem namorada.

No caso de você ser um aluno de Comunicação e Artes a coisa mudaria um pouco.

Mas se seu curso for Comunicação Social e sua habilitação for em Jornalismo, haha você me entenderia.

O contexto era o mesmo; o mesmo jogador, a mesma cidade, o mesmo fato, a mesma copa. O que muda? A abordagem, os ângulos, o modo com que o repórter aproxima o teleespectador do acontecido, como ele humaniza ou mumifica a figura do jogador que, no caso, era a notícia.

Se querem saber, numa escala crescente, classificaria : Record, SBT, Band e, por fim, Globo.

Quem me conhece sabe que sou rígida ao máximo com a Rede Globo, que a critinho ferrenhamente. No entando, há de se convir que ela é sim, muito boa no quesito reportagens. E não pude deixar de sorrir - e rir - do modo com que ela humanizou o Robinho com as imagens dele, primeiro sério, sorrindo e, depois, todo brasileiro, animadíssimo, feliz; bagunçando e comemorando.

Foi criativo, um lead diferente. Nariz-de-cera, sim, mas contagiante. O tipo de coisa que me deu uma vontade enorme de assistir aquilo ao invés de passear pelos outros canais.

Jornalisticamente falando, se tivesse que escolher, naquele momento, uma emissora para trabalhar, seria a Globo, pois foi quem me provou que o jornalista pode - SIM - se aproximar da notícia, sentar ali do lado dela, no mesmo banco, bater um papo, conhecer, gostar ou não, escolher, e repassar suas conclusões.

Entendam de uma vez por todas, imprensa, leitores, professores, população, governo e estudantes de jornalismo, inclusive: jornalista não é narrador, é formador de opinião.

Beeijos, Jaqueline.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Livros são como filhos

35 dias sem crises de falta de inspiração.
Seria um recorde?

Ok, estou totalmente sem inspiração, perdoem-me.

*

Comecei a digitar Incorrespondências, lenta, lentamente. Letra por letra, vou fazê-lo tomar corpo e alma e se formar; tenho um mês e meio, até fim de julho, pra concluí-lo e levar na Ottoni. Dá tempo. Nada que em um dia ou dois eu não faça, se houver tempo e vontade (se tivesse computador em casa, já teria feito ¬¬). Decidi, por assim dizer, colocar alguns dos meus textos no meio ( J A C K Y  S U A  P R E T E N S I O S A ,  O R G U L H O S A ,  E G O Í S T A,  I N V E J O S A,  C A R E N T E  E  B O B O N A ! ) porque não temos crônicas suficientes. No caderno, parecem enormes, mas na hora de digitar não dão mais que uma página cada uma, são curtinhas, não ocupam muito espaço, e não podemos fazer um livro com trinta páginas, né. Já que vamos fazer, que façamos um lindo e enorme.

( Pra quem não sabe, Incorrespondências é um livro de crônicas e cartas de amor de autoria de Doraney Vianna e Jaqueline Defendi Rosa, que está sendo produzido por mim, que será patrocinado por alguéns muito bem intencionados e publicados pela editora Ottoni, de Itu. E lido por vocês, é claro! )

Vendo a coisa toda fluir, tomar forma. É meio como ver nascer o feijãozinho que plantávamos no algodão. Uma felicidade absurda, a criança correndo com o feijãozinho nas mãos, mostrando pra todo mundo que tinha crescido um tantinho ou dois. 

E livros são como filhos, rs.

Beeijos, Jaqueline. 

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Estranhezas

"Às vezes tenho a impressão de que escrevo por simples curiosidade intensa. É que, ao escrever, eu me dou as mais inesperadas surpresas. É na hora de escrever que muitas vezes fico consciente de coisas, das quais, sendo inconsciente, eu antes não sabia que sabia.”
(Clarice Lispector)
 
"Ela dormiu no calor dos meus braços e eu acordei sem saber se era um sonho. Algum tempo atrás, pensei em te dizer que eu nunca caí nas suas armadilhas de amor..."
(Capital Inicial, 'À Sua Maneira')
 
Estranho abraçar alguém e não saber qual dos dois corações era o que batia acelerado; estranho não entender quando foi que as minhas pernas pararam de obedecer meu cérebro, que as mandava levantar e ir embora. Estranho estar mais quente em braços que em blusas que antes eram mais que suficientes.
 
Estranho implicarem com a nossa felicidade.
 
Schopenhauer dizia que somos eternos insaciados. Nunca nos livraremos da angústia do querer. Quereremos, sempre, algo a mais e mesmo que alcancemos isso, passaremos a querer outra coisa e voltaremos à angústia.
 
As vezes concordo com Schopenhauer. Mas não hoje.
 
Que seria da nossa vida se nossos objetivos não mudassem conforme fossem sendo alcançados? Que seria de nós sem um bocado de teimosia, persistência, (o quereres e estares sempre a fim, do que em mim é de mim tão desigual; faz-me querer-te bem, querer-te mal, bem a ti mal ao quereres assim, infinitamente pessoal)  a d r e n a l i n a , riscos, dissabores, descontentamentos, gente remando contra a maré, que é você, tentando te impedir, prejudicar, subjugar, mudar?
 
Enfim. É estranho precisar justificar-se, eu não gosto.
 
Não podemos nos preocupar mais com a opinião alheia do que a nossa. E, fato!, em breve tudo é esquecido. Bons amnesiados, eles. No fim, tudo é deixado para trás. 
 
Adoro amnésia.
 
Beeijos, Jaqueline.

terça-feira, 15 de junho de 2010

#WorldCup

@marcelotas Primeira Copa com a torcida brasileira no Twitter. Quem vai ser o torcedor símbolo dessa "arquibancada"? #taspergunta

@bomdiaporque "Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor". As pessoas passam anos reclamando e na Copa vem com essa?

@millorfernandes A imprensa esportiva talvez seja a parte mais vulnerável da imprensa.

@andreroedel A #PRK usa o uniforme de jogo tbm no treino, por falta de material esportivo. Se não ganharem na habilidade, vai ser no cecê mesmo! #WorldCup

@suplementa Vamos Brasil!!!! Você já se inscreveu para concorrer uma camiseta oficial da seleção??? http://ow.ly/1Q3eV

@itucombr #itu Jogo da seleção combina com cerveja? E com uma caixa de Devassa Bem Loura? Participe do sorteio do @itucombr!!! http://migre.me/P69j

@ecodorg Bom dia #BRA! Hoje é dia de jogo!


Fato: essa é, como bem disse Marcelo Tas, a primeira Copa do Mundo com torcida twitteira. O Twitter permite, não somente acompanhar os jogos lance a lance, ao vivo, mesmo sem estar em sites esportivos, mas também a expressão de cada indivíduo (acredite, alguém sempre vai comentar os lances e resultados, de uma maneira muitíssimo mais divertida que o Galvão | #CALAABOCAGALVÃO).

Não só: é impossível, quer goste ou não de futebol, não sentir nada ao assistir/acompanhar um jogo da seleção. Nós sofremos, sim. Passamos nervoso, raiva, ficamos eufóricos, felizes, comemoramos, gritamos,... E cada xingo ao juiz, cada lance adorado, cada gol... Nós falamos com os amigos que estão por perto, vibramos e sentimos necessidade de expressar nossos sentimentos, de tornar público nossos comentários.

E eis o Twitter.

O maior registro de pensamentos do mundo cibernético.

É magnífico e ao mesmo tempo ridículo e assustador esse compartilhamento de ideias, pois são das mais brilhantes às mais toscas.

Mas na #WorldCup, funciona.

@jaquerosaroxa VAI #BRA \o/

Beeijos, Jaqueline.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O D E I O :

O D E I O prefeituras. O D E I O protocolos e O D E I O gente que não respeita os cidadãos. O D E I O quem não respeita a seriedade dum grupo, O D E I O quem subestima a força e capacidade de mudança de um povo unido, e ainda mais quando esse povo unido é a Associação que eu secretario.

O D E I O quando me dão motivos incontestáveis para odiar alguma coisa.

O D E I O quando eu tento fazer as coisas certinhas, como manda o figurino, e estragam minhas ideias, pisam nos meus sonhos e, ainda por cima, prejudicam um monte de gente que estava contando com aquela ajuda. O D E I O quando, além de não ajudar em nada (o que é, na verdade, obrigação deles), atrapalham quem tenta fazer algo de bom. 

O D E I O quando atrasam. Detesto esperar. Minha mãe me fez esperar nove meses pra nascer e já fiquei stressada, nasci sob Escorpião e aí ferrou, ferrou tudo. Porque agora sou um bicho exigente, chato, stressado e muito, muito teimoso. O D E I O quando me obrigam a ser teimosa. A bater o pé e fazer bico e lutar pelo que é meu por direito. Não devíamos ter que lutar pelos nossos direitos. Eles são nossos afinal, já deviam mandá-los no pacote. O mundo seria bem mais fácil sem os protocolos e ofícios, acreditem.

Isso me stressa, sim, na hora. Mas depois, deprime. Porque sei que tem cerca de três mil pessoas contando com a minha capacidade, paciência, organização e jogo de cintura. A Festa Julhina da AMVV tem que ser perfeita, porque é o mínimo que os moradores do Vale Verde merecem, de perfeição. Quero que tudo dê certo e ajudaria se as secretarias não demorassem o triplo do prazo pra responder meus protocolos.

O D E I O, então, quando o governo subestima e ignora seu povo, esquecendo-se completamente de que fomos nós quem votamos neles, confiando nas suas promessas e projetos. O D E I O quando me fazem perder um ou dois miligramas da fé que eu boto no mundo e O D E I O mais ainda quando atrapalham meus planos de mudá-lo.

Odeie o pecado, não o pecador, Jaque. Ok.

O D E I O a lerdeza, o descaso, a ignorância, a má vontade, as desculpas esfarrapadas, a cara de quem não sabe de nada, a ausência de quem é pago pra trabalhar, inclusive depois do almoço, mesmo em época de Copa do Mundo; o dito pelo não dito, as meias palavras, as esquivas, as dúvidas, os braços atados, o peso da responsabilidade,...

Não odeio as prefeituras, não. Nem as secretarias.

O que eu O D E I O mesmo é a incompetência.

Mas no fim, tudo dará certo, ou não me chamo Jaqueline. ;)

Beeijos.

Janelas

“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.”
(Amyr Klink)

Ou, conhecimento empírico.

*

Quando viajo, sento sempre na janela. Detesto o corredor. Corredores são somente passagem, gente que levanta, anda e torna a sentar. O legal dos carros, ônibus e afins é a janela. A janela, o outro lado, as coisas passando correndo na diração contrária - quando era pequena achava que as árvores corriam de verdade, rs - as coisas escritas nas placas, as setas, os carros, as vitrines das lojas, a gente esquisita pelas calçadas.

Quando viajo, sento sempre na janela. Pra poder olhar, entende. Não resisto a tentação de imaginar coisas sobre as pessoas que eu vejo, tentar adivinhar porque escolheram essa e não aquela camiseta, inventar histórias sobre imagens vistas por segundos.

Aquela loja ali, ali ó, tem uma vendedora triste. Ela está triste porque perdeu um livro. E o livro que ela perdeu tinha sido presente da sua vó. E aquele vestido ali, na vitrine. A moça provou ele, mas ficou grande. E a coitadinha, magra magra, se achando gorda em frente o espelho, pecado. Depois acabo rindo daquele cachorro feio, imaginando o dono dele, esquisito e de óculos, lutando pra por aquela roupa feia no coitadinho, que deve estar todo incomodado, xingando o dono à beça.

Ah sim... quando viajo sento na janela e escuto música. Janela pra poder olhar e a música pra embalar minha imaginação não tão fértil assim. E é engraçado quando, meses depois, ouvimos aquela música e lembramos, não do destino, mas da viagem, do trajeto, da janela.

Adoro janelas.
Na escola, sempre sentei na janela. Na van, idem.

Janelas são fascinantes.

*

"(...) O príncipe encantado pode não perceber que você cortou três centímetros do cabelo e nem lembrar o aniversário de namoro, mas ele segura tua mão olhando pra tela do cinema. E não é apenas pelo fato de segurar as mãos, é o jeito de segurar, que dá a impressão que se o mundo caísse ali, só eu me salvaria. (...) Devo comemorar por ter alguém que não me dê flores e nem me leve pra jantar, mas que me escuta, me aconselha, e que me faz acordar todos com uma felicidade matinal pra lá de irritante, ainda que eu odeie pessoas felizes de manhã. O príncipe encantado é aquele que te abraça quando você estava mesmo pensando em pedir pra que ele fizesse isso. O príncipe encantado joga bola com os amigos, gosta de beber com os amigos e tem dias que acorda de mau humor e não quer conversar com ninguém, nem com você. O príncipe encantado é aquele que está do seu lado... Ele tem rinite, canta errado, baba quando dorme, gosta de filmes de guerra, comete erros, tenta consertar e erra de novo... E ele não vem de cavalo branco como você imaginava... Ele vem de pára-quedas e cai na sua vida quando você menos espera."
(Príncipe encantado existe!, por Vanessa Pinho do maravilhoso blog Mulherices, que vocês deveriam visitar qualquer hora dessas.. ;))

Fim de semana foi mui.to bom.
;)

Beeijos, Jaqueline.

sábado, 12 de junho de 2010

Detalhes

Dia dos namorados, finalmente com um namorado, rs.

"É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei pra você fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade." (Clarice Lispector)

Não quero falar do amor. Nem, muito menos, das coisas todas que eu penso ou sinto por aquele a quem hoje chamo de meu. É tudo muito maior. Ser feliz ou encontrar alguém me faz pensar no destino. O que aconteceria se, naquele dia, chovesse e a festa fosse cancelada, se o celular ficasse fora de área ou eu mesma tivesse tirado um cochilo? Talvez não nos encontrássemos. Talvez não tivéssemos nos falado, rido, combinado, saído...

A vida é muito engraçada por isso: um milímetro que se muda, pra direita ou esquerda, no caminho que se segue, te leva a um destino quilômetros distante do que seria sem o desviozinho milimétrico. O que torna nossa vivência absurdamente perigosa, pois não costumamos reparar em detalhes e são eles que fazem as maiores diferenças. É aquele SMS de madrugada, entende. Aquela fita de cetim na caixa grande, que guarda uma coisa pequena, mas valiosa. São os comentários, os pequenos planos subentendidos, a urgência. Os segredinhos, as piadas internas, nossos encontros por acaso.


E nada que eu escrever aqui vai mostrar, realmente, o quão feliz eu estou.
Feliz dia dos namorados, querido.

Beeijos, Jaqueline.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Brilha, brilha estrelinha

"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu, porém, terás estrelas como ninguém... Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!" (Antoine de Saint-Exupèry)

Quando era pequena, eu contava estrelas. E achava que se fizesse um pedido pra primeira estrela que visse naquela noite, e essa seria minha estrela da sorte, ele se realizaria rapidinho, rapidinho. No entanto, hoje não faço mais isso nem acredito que pedindo coisas pro céu elas se tornem reais. Mesmo assim, acho bárbaro quando vejo crianças que têm um bocado a mais de fé que muito adulto por aí.

Eu já tive mais fé que muito adulto por aí. Já, já sim.

Aliás, ainda hoje tenho fé, mas não mais em estrelas.

Tenho fé em gente.

Isso sim, funciona.

Beeijos, Jaqueline.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Como tudo deve ser

Já notaram que a tal hipocondria... desapareceu?

"Um belo sonho veio então despertar minha vontade, tudo vale a pena pra te reencontrar. Me livrei de tudo aquilo e consegui mudar tudo que foi feito em troca de uma amizade mas, felicidade é poder estar com quem você gosta em algum lugar, (...)
Foi quando te encontrei, ouvindo um som e olhando o mar. Foi quando te encontrei, ouvindo o som do mar rolar (...)
Eu não preciso de promessas e acho que você também. Eu não tento ser perfeito e acho que você também. Dias e noites, pensando no que fiz, (...) , vamos viver nossos sonhos, temos tão pouco tempo.
Foi quando te encontrei, ouvindo o som e olhando o mar. Foi quando te encontrei, ouvindo o som do mar rolar..."
(Como Tudo Deve Ser, Charlie Brown Jr.)

Disseram que ando misteriosa em meus textos e fico a perguntar se seria possível ser mais óbvia.

Os últimos dias me tem sido como a semana de aniversário, repletos de expectativas, quereres e presentes. Posso dizer que estou vivendo os melhores pedaços de dias que  humildemente poderia desejar de junho.

Imagino que assim seja a tal paz interior, de que tando falam por aí. Sei lá. Não sei. Boto a cabeça no travesseiro e tenho bons pensamentos, e eles me trazem um sono bom, não pesadelos ou insônia, como havia sido uns tempos atrás. As músicas que tenho ouvido têm um que de felicidade e brisa de manhã verão, cheiro de grama cortada e chocolate, têm sim.

As coisas que como têm tido um sabor mais apurado, mais doce, mas menos guloso. As coisas que leio têm feito mais sentido pra mim, as que escrevo, pois, nem se fale - é incrível como me exponho nos meus textos, cada grama de mim em cada letra, em cada frase. Minhas tarefas não parecem assim tão árduas, os fins de semana não tão distantes, e tudo parece ter encontrado aquela lógica pela qual perguntava incansávelmente, sem ver.

E nem uma semana de provas oficiais parece tirar o gosto de férias dos meus lábios.

Tenho três trabalhos pra finalizar e mais cinco provas; quem se importa, afinal? Tirei 4,75 na Agência Experimental de Comunicação e Artes, que vale cinco em todas as minhas matérias - e, acreditem, a média é cinco! Preciso me preocupar só com Cultura, para qual preciso média 6, ou seja, 1.25 na soma de prova e trabalho. Devo rir?

Vou fazer minha rematrícula.

E uma festa julhina de arrasar quarteirão, bairro, cidade, prefeitura e quem mais se meter a besta.

Vou aproveitar cada segundo de felicidade, paz, amor, tesão, inspiração, querência, saudade, força, vontade,... e (tal como Osho me instruiu ano passado, quando tanto precisei dele) não vou perder nenhuma oportunidade de viver!

"Sempre que houver alternativas tenha cuidado. Não opte pelo conveniente, pelo confortavel, pelo respeitável, pelo socialmente aceitável, pelo honroso. Opte pelo que faz o seu coração vibrar. Opte pelo que gostaria de fazer, apesar de todas as consequência!"
(Osho)

Beeijos, Jaqueline, com o coração vibrando.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Sorte lançada

Meus biscoitos da sorte:

06.06.10 - tentar e errar, mas não desistir de tentar.
07.06.10 - a estrada para o verdadeiro amor sempre tem obstáculos.
08.06.10 - faça o que é certo e não tema ninguém.
 
Depois desses biscoitos da sorte, de todos os horóscopos, conspirações, mantras e frases encorajadoras, das pessoas que eu mais achava que me criticariam: falei. Prontofalei. E sério, me senti a pessoa maaaais corajosa do mundo haha.
Alea jacta est. A sorte está lançada. É uma frase que eu gosto, mas tinha me esquecido.
E esse é um daqueles posts 'só pra constar', um daqueles que conto nos dedos quem realmente vai entender. Mas tudo bem. Há uma única pessoa que deve entender esse post, e isso me basta.


Obrigado por não ter mudado de ideia.

Beeijos, Jaqueline.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sim!

“Ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para esculpir serenidade. Usar a dor para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência”. 
(Augusto Cury)

Quando queremos chegar a lugares diferentes, simplesmente não podemos percorrer o mesmo caminho. Nunca obteremos novos resultados se insistirmos nos mesmos cálculos. Nunca teremos novas ideias se pensarmos sempre a mesma coisa. Nem nunca seremos melhores se não corrigirmos nossos antigos erros, nem se não tivermos a - novidade - coragem de enfrentar nossos medos e incertezas. Nunca ganharemos nada se não tivermos a ousadia de arriscar.
 
Cometer erros é normal (repetí-los, não), sentir medo é normal. Eu tenho medo e já lhe disse. 
Mas sei que cometi meus enganos da última vez, e que depende de mim, agora, que isso comece diferente.  
 
Bote um bocado de fé em mim, peço-lhe.
E antes de amanhã terei riscado esse erro da minha lista.
 
"Dizer "sim" para o que o destino nos oferece significa acreditar que a gente merece algo parecido com crescer, iluminar-se, expandir-se, renovar-se, encontrar-se, e ser feliz.
Isto é: vencer a culpa, sair da sombra e expor-se a todos os riscos complicados, para finalmente assumir a vida.
Fazer suas escolhas, assinar embaixo, pagar os preços... e não se lamentar demais. Porque programamos o próprio destino a cada vez que, num tímido murmúrio ou num grande grito, a gente diz para si mesmo: "Sim!"
(Lya Luft)

sábado, 5 de junho de 2010

Presente de Natal

É como um presente de Natal, entende. Uma daquelas coisas, daqueles presentes, que você sempre quis, mas que lá no fundo achava que nunca iria ganhar. Então continuava querendo, mas sem muito daquela luz verde; Papai Noel talvez não tivesse entendido direito, ou quem sabe acabou no estoque... Ano que vem eu ganho, quem sabe... 

Acontece que quando, na manhã de Natal, você corre pr'árvore enfeitada, como se tivesse cinco ou seis, e pega aquela caixa grande remetida à você, e nem abre rápido, como normalmente faria, não quer abrir pois sabe - acredita - que a magia vai acabar quando descobrir aquele par de meias feioso que sua mãe comprou. Mas você abre mesmo assim, é assim todo Natal. Presentes servem para serem abertos, afinal. E lá, no fundo daquela caixa mágica há o que você pediu, desejou, esperou e mereceu, e mais. A felicidade é tanta que o peito dói, de tão forte que o coração bate nele, e você nem respira, seu diafragma se retorce exigindo oxigênio pros pulmões vazios, seu cérebro trabalha a mil. Não há mais nada a fazer senão se encher daquela sensação de água fria tomando o corpo, refrescante, revigorante; aquela felicidade estranhamente forte que faz suas mãos tremerem contra os contornos do presente, seus lábios travarem num largo sorriso, daqueles de engolir as orelhas, seus olhos num mar de brilho, como estrelas que forrariam o céu daquela noite, não fossem as nuvens e a chuva incessante.


E foram as melhores horas mal dormidas da minha vida. Três horas, é pouco eu sei.
Mas sonhei com as horas que as antecederam.


E domingo estarei lá, pra ter certeza que você não mudou de ideia.

Beeijos, Jaqueline, feliz.



sexta-feira, 4 de junho de 2010

Verde de verdade

"Não há que ser forte. Há que ser flexível."

E de repente, não mais que de repente, aquela estranha luz verde, aquela cuja pilha achei que havia acabado para sempre, acendeu-se. E engraçado, que de fraquinha veio a fortalecer-se e ficou cada vez mais brilhante. E fui obrigada a rir - por que mesmo essas coisas só funcionam quando desistimos de tentar consertá-las? Normalmente é assim, quando deixamos que as coisas aconteçam simplesmente, sem ficar batendo o controle remoto no braço do sofá, elas funcionam. É como aqueles conselhos que sempre dei aos meus amigos, mas que nunca consegui seguir, efetivamente. A gente fala muita coisa que não faz. Ter paciência e fé, por exemplo. A gente manda, mas nunca tem.

E, destemidamente, aquela luzinha verde, irritantemente teimosa, fortalece-se contra a minha vontade. Gosto tanto dela, mas já a vi morrer tantas vezes, que acabo não gostando quando ela se acende.

Ela é linda. Aquele verde forte, meu preferido, nada parecido com limão azedo e nem um pouco próximo do amarelo nem do marrom. É o verde mais verde de todos.

E brilha. 

A tal luzinha, que m'encanda e inebria, entontece... É a dita cuja da esperança que não passa duma criança, que apesar dos pesares insiste em sonhar.

Beeijos, Jaque.

Conceitos prévios

"Ela me encontrou, eu tava por aí num estado emocional tão ruim, me sentindo muito mal, perdido, sozinho, errando de bar em bar; procurando não achar.
Ela demonstrou tanto prazer em estar em minha companhia. Eu experimentei uma sensação que até então não conhecia de se querer bem, de se querer quem se tem.
Ela me faz tão bem ela me faz tão bem, que eu também quero fazer isso por ela. Ela me faz tão bem ela me faz tão bem, que eu também quero fazer isso por ela."
(Ela me faz tão bem - Lulu Santos - adorei a música, muito fofa *--------*
Posso confiar na minha capacidade de interpretação de texto?)

"Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher."
(Lya Luft - Canção das Mulheres)

Nunca tinha lido Lya Luft, mas obviamente já tinha ouvido falar dela. Imaginava-a velha, chata talvez. Sim, sou preconceituosa com escritores, eu sei, mas estou mudando. E quebrando todas as regras, sem querer, comecei a lê-la sem antes ver sinopse ou o resumo sobre a autora, que fica no fim do livro. E me peguei na dúvida sobre sua idade. Não, devia ter no muito quarenta. No máximo! Aí chego numa crônica em que ela cita uma situação de 'uns trinta anos atrás'. Pasma. Ela não tem quarenta. Fui ver na pseudo-biografia: em 1980 tinha 41 anos, quando lançou o primeiro livro. Oras, ela não tem quarenta, definitivamente. Então eu ri. Como é fácil taxar as pessoas simplesmente lendo algumas páginas por elas escritas. É como ver uma foto e tentar imaginar a voz da pessoa. Muitas vezes a gente erra, sério.

O que me faz pensar, assim, de repente, qual a idade que me dão lendo meus textos. Por foto e ao vivo, sei que tenho qualquer coisa entre dezenove e vinte e cinco. Mas só lendo as bobagens que eu escrevo, que será que de mim pensam? Como será que me imaginam? Será que todo mundo que escreve fica pensando essas asneiras, ou só as pessoas que batem a cabeça (eu bati) na parede num feriado qualquer?

Aliás, ontem, num ócio recheado de um bocado de mágoa e raiva, represados e depois, com a desculpa do golpe na cabeça, transformados em lágrimas quentes e salgadas, eu li quase um livro todo de Lya Luft (Pensar é Transgredir) e a fiz entrar na minha lista de autoras preferidas, ao lado de Lispector, Florbela, JK... E dessa mistura me surgiu certa inspiração e umas ou outras ideias bobas, um pouco de determinação e vontade, e uma calma absurdamente bem vinda. Sim, depois veio a tranquilidade. Depois do sono reposto, depois de semanas atrasado, revitalizei-me. Precisava desse momento, imagino. Hoje, revigorada, sinto-me bem. Passou o drama, a mágoa, a dúvida. Hoje, na porta da academia, respirei o ar gelado de déjà vu, que me remeteu a um post antigo, duma manhã de verão, lá pelas 6h. Foi gostoso ver o sol, o céu azul e respirar o ar gelado. Foi quase como tomar um banho de chuva, só que sem a roupa grudada e transparente depois.

Vou contar duas semanas pro fim do semestre: provas e lição do erro. E então, Inconfidências.

Com ajuda do meu super melhor amigo Luiz, morador d' Alfenas, tão velho e filosófico quanto eu, fizemos uma boa apresentação pro livro, que aliás vou enviar a ele, agora mesmo, findada. Ficou muito boa, melhor do que eu conseguiria fazer sozinha nos meus mais remotos devaneios.

Depois, quero, se não for muita pretenção dessa pobre amnesiada aqui, publicar uma coisinha minha, com uns trechos dumas coisas que rabisquei... Enfim, não sei se valeria a pena, mas é um dos meus sonhos, entendem. E nossos sonhos nem sempre fazem sentido ou são compreendidos e aceitos por outros. São só sonhos. E cada um pode sonhar o que quiser, né?

E eu sonho.

Every day.

E é assim que tem que ser.

"Se não conheço os mapas, escolho o imprevisto: qualquer sinal é um bom presságio."
(Lya Luft)

Beeijos, Jaqueline.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Junho, you're welcome

Junho, seis de doze. Seis barra doze. Metade, porque seis doze avos são simplificados a um meio. Logo, junho é metade. Metade já era, passou, foi-se. Quer queira quer não, quer tenha aproveitado, curtido, vivido, sentido, amado ou não. Mas a notícia boa é que ainda há metade por vir. Meio ano, mais seis. Junho é o último mês do primeiro semestre. Bárbaro. Mês de Provas Oficiais, início de férias. Hummm.

Mês de quermesses, sim. De festas juninas, de frio gostoso pra dar uns amassos em alguém tomar chocolate quente, comer pipoca e ver filme embaixo do edredom, no sofá com o namorado. Ah, sim! Junho é o mês dos namorados. Nem ligo. Não vou ganhar presente, mas também não vou ter que comprar nenhum (aff, que argumento péssimo, Jaque!). E depois, a Copa começa na véspera do dia dos namorados, ou seja, seu namorado vai estar assistindo a abertura da Copa, não vai ter tempo pra comprar presente pra você, e dia 12, aposto, vai estar numa roda de amigos, num bar qualquer, bebendo e falando de futebol. Será assim no mês todo, querida, não se desespere. A Copa acaba já, já. (6)

Meta do mês: não desistir de nada.

Nem de estudar, nem de conquistar coisas pra AMVV, nem da nossa festa julhina, nem de me acertar emocionalmente, nem de ler os livros que eu quero, nem de ver os filmes da minha lista, nem de aproveitar minhas férias, nem de treinar direito, nem de publicar Inconfidências... enfim!

"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo..., mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso."

E se eu perder o equilíbrio, alguém me da a mão e não me deixa cair?

Beeijos, Jaqueline.