sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Nossos sonhos serão verdade

"Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
Que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre."

Carlos Drummond de Andrade

 
É o que quero dizer desde o início: o Ano Novo cochila e espera desde sempre, dentro de cada um e somos nós que temos que fazer o novo acontecer. Usando os mesmos caminhos nunca chegaremos a lugares diferentes, precisamos estar conscientes do nosso poder diante do destino. Como a professora do pré, Deus nos dá uma folha em branco e vários lápis coloridos. O desenho é livre. O que vai desenhar e de que cor, você que escolhe. A vida tem a cor que a gente pinta e não devemos responsabilizar ninguém pelo desbotado da nossa - ou pela nossa folha sem desenho.
 
Desejo que, em 2011, vocês vivam tanto e tão intensamente que precisem pedir mais folhas em branco a Deus, de tanto desenho que vai ter. Desejo que cada manhã tenha o gostinho da surpresa no dia do aniversário e que à noite os anjos protejam seu sono. Que haja paz, sim. Amor em abundância, risadas, dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender.
 
Deixemos de lado o egoísmo, por favor!, as reclamações vazias, a preguiça, a maldade, o rancor, a raiva, a solidão.
 
Esse ano, desejo que cada um de você se aproxime mais do seu eu-lírico, da sua alma, converse mais com o seu coração e o leve mais a sério. Desejo que cada novo passo indique vários obstáculos vencidos e uma porção de felicidade. Que cada sorriso seja como um raio de sol, que contagia e liberta.
 
Sejamos calmos, paciêntes e compreensivos, mas saibamos que às vezes é preciso perder as estribeiras. Tenhamos uma vida simples, mas não deixemos de nos aventurar. Sejamos humildes, mas tenhamos objetivos ambiciosos. Que possamos todos nos orgulhar de nós mesmos e dos que nos cercam.
 
Que nossos sonhos rascunhados virem projetos e, em seguida, realizações.
 
Que tenhamos coragem de arriscar, de dizer, de sentir, de tentar, de começar, de jogar fora, de ligar, de reler, de visitar, de viver.
 
Que tenhamos a audácia de lutar contra o que achamos errado e por aquilo que achamos certo. Que admitamos nossos erros e, quando errarmos, que tenhamos a humildade de recomeçar.
 
Vamos caprichar, que 2011 depende de nós pra ser feliz.
  

Beijos, meus queridos. Um brince á nós e que possamos ficar mais um ano juntos!

Jaqueline.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Querer o que quiser

As pessoas costumam querer muita coisa. Tudo bem: você pode querer o que quiser, é um direito seu. Mas Deus deve estar de saco cheio de tanta gente pedindo tanta coisa o tempo todo, cobrando, esperando, exigindo, até. Nos esquecemos que se pedimos paciência, devemos nos esforçar verdadeiramente para sermos pacientes. Se pedimos paz, devemos respirar paz o dia todo e nos desdobrar para que pequenas guerras não se criem em casa ou no ambiente de trabalho porque deixamos alguém nos tirar do sério.

Se pedimos justiça, devemos nós sermos justos. A mudança acontece quando nós nos propomos sermos melhores. Assim como tudo vai por água abaixo quando nós desistimos.

É cômodo pedir e esperar que aconteça, mas nada prático. Como ficar procurando trevos de quatro folhas, quando você sabe que só vai encontrar de três, e culpar todas as tragédias por aquela folhinha faltando – ao invés de ir lá e resolver o problema. Não faz sentido e nem ajuda em coisa alguma. Como olhar pra TV e não ir lá aumentar o volume, só reclamar dos ouvidos que não funcionam direito.

Precisamos ser a mudança que queremos ver. Precisamos esquecer o mundo e começar a limpeza por nossas próprias gavetas, começar a buscar bichos papões embaixo de nossas próprias camas. Não adianta se lamentar, é preciso ir à luta. Pode orar o quanto quiser que Deus não vai te fazer emagrecer enquanto você comer biscoitos de madrugada! Então, você deve parar de choramingar na frente do espelho e literalmente correr atrás do prejuízo. Assim, funciona. Sentar e esperar que do céu caia um milagre, não.

Tudo na vida é assim. O Ano Novo, a virada, o anúncio da esperança, da nova chance, nos deixa mais firmes, mais guerreiros. Cresce a vontade de amar, de enriquecer, de conquistar, de viver. No entanto, essa euforia toda se acaba muito rapidamente, então não devemos nos basear somente nela, mas sim em um desejo verdadeiro de inovação.

Quando falo de Deus, e não gosto de falar nele... Quando penso em Deus, e gosto de pensar nele... Bom, acredito na teoria do Deus que constrói o mundo e as pessoas e as estações do ano e os animais e tudo o que há, que dá-lhes o sopro da vida e põe as mãos às costas, pra observá-los, sem interferir em nada. Não acredito em milagres vindos de Deus, só naqueles que nós mesmos fazemos acontecer. Se é por inspiração divina ou não, não me importa. Gosto de pensar Nele assim, me sinto bem e não creio que Ele se importe.

Acho que cada um de nós tem uma missão aqui. Acho que cada um deve dar o seu melhor e viver ao máximo sim, sem prejudicar ninguém e sem reclamar muito das pedras no caminho - alguém, com certeza, tem uma maior que a sua.
 
Eu peço muito à Deus. Mas me sinto mal. Sempre peço desculpas e tento ser humilde nos meus pedidos, que normalmente são bençãos e luz ou saúde à alguém que eu sei que esteja precisando. A mim, quando peço, peço paciência para aceitar as coisas e coragem para continuar na luta. Só que sou irredutível: assim como a AMVV não pode esperar que a Prefeitura nos dê tudo de mão beijada, acho que não podemos esperar tudo de Deus. Nós devemos ser instrumentos dos seus milagres. Devemos fazer a nossa parte e deixar que Ele faça a Dele, se quiser.
 
Beijos, meus queridos, Jaqueline.
 
Alguém está ansioso pelo ano que vem ou sou só eu?

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Oportunidade



Espero que o seu 2010 tenha sido gostoso como raspar a panela de brigadeiro, que mesmo depois que acabou deixa saudade e um gostinho de quero mais. Espero que os azedos e ardidos da vida tenham lhe ensinado a ser mais humano, mais sincero, mais adulto. Espero que os tombos tenham lhe ensinado que ralar as mãos e os joelhos dói, mas que é possível secar as lágrimas, levantar e continuar a caminhada.

Espero que os sorrisos não sejam esquecidos e que não acabem. Que cada coisa boa seja guardada numa caixinha e lembrada de vez em quando. Que cada pessoa que passou por você tenha lhe mostrado pelo menos um pouquinho o quanto é bom estar vivo e aproveitar a vida ao máximo.

Espero que a vida lhe tenha sido gentil. Que o ano tenha passado suave, sem solavancos ou tremores. Mas que se você tremeu e capengou, que tenha resistido e criado forças. Se houveram tristezas, que elas tenham passado, como passam os dias e as estações. Se houveram decepções, que elas tenham sido superadas. Se houveram erros, que você tenha tido oportunidade de consertá-los ou perdoá-los e esquecê-los.

Se houve medo, que você tenha tido um travesseiro fofo ou um colo quente. Se você chorou, que suas lágrimas tenham encontrado abrigo e um lenço pra secá-las. Se houveram risadas, que elas tenham tido companhia. Se você sonhou, um pouquinho que seja, espero que tenha conseguido concretizar.

Se houveram paixões, que tenham sido intensas e sinceras. Se houve amor, que tenha sido o tempo todo. Se houveram brigas, que tenha havido também um pouco de humildade pra pedir desculpas. Se houve flerte, que tenha sido divertido. Se houve festa, que você tenha dançado como nunca!

Se houve prazer, que tenha sido aproveitado. Se houve dor, que você tenha se fortalecido. Se houve inveja, que ela tenha sido apagada. Se houve amigos, que eles tenham sido asfixiados em abraços mais que apertados.

Que od dias tenham sido calmos e as noites agitadas.

Que você tenha aproveitado ao máximo... Se não, não se preocupe. Você terá uma outra oportunidade.

E que venha 2011!

Beeijos, Jaqueline.

Ciclista por 10km

Bom dia pra você que acordou preguiçosa e com frio, mas que lembrou que tinha uma bicicleta. Sim, sete e quinze fui andar de bicicleta. Céu azul, ventinho gelado no rosto, sol de verão brilhando forte, sem carros ou caminhões - ok, encontrei alguns, mas nada que me atrapalhasse - pessoas caminhando e ciclistas (!!!) pra incentivar. Fiquei com vontade de ir mais longe, mas minha garganta secou. Pedalei o equivalente a uns dez quilômetros.

Ah, estava com vontade sim. Faz tempo. Mas a preguiça se mantinha. Hoje, quando olhei praquele céu azul perfeito, não pude resistir, simplesmente. E foi uma delícia. Amanhã eu vou de novo, se o dia estiver lindo assim. Fui com o MP3. Ouvi Leoni, Djavan, Lulu Santos. Não deu tempo de chegar nos puts puts. Nunca encontrarei companhia pra andar de bike às sete da madrugada, em plenas férias, mas seria legal. Dificilmente consigo companhia pra essas coisas loucas, então vou me conformar com a solidão. As músicas me deixaram tão feliz, tão bem humorada! (Preciso dizer que o efeito está passando - nada é perfeito, mel béin!) Se alguém se interessar, é só deixar uma mensagenzinha pra mim. Tenho uma bicicleta disponível. HAHA ´

É brinks.

Beeijos, Jaqueline.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Simple life

Bom dia, pessoas. Desculpem pelo post de ontem, não se assutem. Hoje acordei quinze minutos mais cedo ainda e depois de uns reggaezinhos, horóscopos, uns tweets e blogs: estou bem. Aliás, mui bem. Estranho, né?

Claro, estou com sono. Mas esse final de semana teve Natal, sabe como é. Ganhei alguns poucos presentes e alguns - menos ainda - cartões. Mas não importa, porque esses foram das pessoas mais especiais.

Muita comida, doce, família. Gente que não é da família mas que você considera. Umas risadas de tirar o fôlego, alguns momentos de silêncio absurdo. É. Natal é assim. As pessoas se abraçam, conversam, riem, comem, fazem comentários bobos e infelizes, bebem, veem Branca de Neve na TV, comem mais e bebem mais. Família é assim. Fuça o guarda-roupas da tia, prova a saia dela como vestido tomara que caia. Faz a mãe por vestido de festa e desfilar pra todo mundo. Faz a irmã dançar e a mãe descobre o piercing. Dela. Falam de casamentos, do bebê que está por vir, contam piadas bobas, tiram fotos.

É divertido. Podia ter sido melhor? Com certeza. Acho que faltou boa vontade de alguns integrantes da família, que não se esforçaram muito em aparecer. Mas...

Foi bom.

Afinal, são as coisinhas pequenas, simples, que fazem a MAIOR diferença na nossa vida. São os olhares, os abraços, os beijinhos; as cartas, as mensagens, telefonemas; são as pessoas, seus sorrisos; são os cartões de Natal.

Beeijos, Jaqueline - e que venha a próxima década!

domingo, 26 de dezembro de 2010

Transtorno Obsessivo Compulsivo

“Às vezes acho que não sou o melhor pra você,
Mas às vezes acho que poderíamos ser
O melhor pra nós dois.”

*

Sempre sou prepotente quando piloto o fogão. Não quero nada menos do que um prato delicioso, pra não dizer perfeito. Quero elogios, flores, perfumes, delícias. Quero que todos vejam e sintam de longe o quão gostoso aquilo é.

*

Foi então que eu acordei hipocondríaca, preguiçosa. Tive sonhos sem sentido outra vez – um diferente dos que vem me ver diariamente. Não lembro mais o que sonhei, mas acordei de novo com dor no braço por ter dormido com ele embaixo do travesseiro – como sempre.

E lá estava eu no fim do dia, maquiada, com os olhos pintados de preto e as bochechas rosadas, sentada na varanda observando a chuva fininha cair, ouvindo músicas desconhecidas na rádio e pensando bobagens aleatórias. Estava impaciente e ao mesmo tempo muito quieta, como só consigo nos dias mais cinzas. Via ao longe as pessoas andando e os carros subindo ou descendo o morro - e atrás de tudo isso nuvens densas e esfumaçadas, que deixavam meu domingo um mar cinza silencioso.

Não era nada demais. Às vezes acordo descontente (e isso é tão natural quanto sentir sede, fome ou saudade). Às vezes acordo com preguiça até de abrir os olhos pra ver que horas são e nesses dias meu transtorno obsessivo compulsivo de organização, limpeza e catalogação ataca.

Hoje foi a vez dos livros, caixinhas e papeis. Esvaziei aquelas duas prateleiras e limpei, livrando-me de toda a poeira, pra depois voltar cada livro em fila indiana, com o título virado para frente, organizados do maior para o menor. Olhei antes dentro de cada um pra ver que segredos guardavam e encontrei marca-páginas que há muito havia perdido.

Não entendo porque isso acontece. Imagino que as tarefas distraiam minha cabeça das bobagens que insistem em aparecer. Acredito que sim. Se for isso, funciona. Ma sé natural, uma vontade que me dá sinceramente, nada de propósito.

Como isso acontece sempre, sei que o grau da minha insatisfação é proporcional ao grau da minha organização. Não gosto de ser superorganizada, pois sempre me vem à cabeça a ideia de ser infeliz, como nas novelas das nove em que a mãe recém-divorciada perde tempo alinhando quadros que já estão no lugar certo e mudando as flores de lugar, por não ter mais com quem estar ou o que fazer. Você não tem um namorado, por isso seu guarda-roupas é arrumado por cores, em degradê. Você não sai muito de casa, né? Por isso seus sapatos são tão limpos? Você não sofre, não chora e não ama, não vive, não corre e não transpira (e muito provavelmente não faz sexo), por isso perde minutos preciosos de sol lustrando as louças e encerando o chão.
Claro que não é assim, mas é essa a sensação. Parece que a vida está acontecendo lá fora e você está perdendo algo muito importante e divertido. Então, sei que estou realmente triste quando organizo tanto as coisas que chego na gaveta de pijamas. Ai sim, a situação é grave. Hoje, foram só os livros, caixinhas e papeis. Nada pelo que se preocupar. Duas prateleiras, somente. Depois disso, da limpeza, me senti melhor. É como se isso pusesse também em ordem minha cabeça e meu coração, ambos sempre tão inquietos quanto cavalos selvagens.

Ai, não gosto de escrever coisas assim. O blog é meu, o diário é meu. Mas quando sei que alguém vai ler, poxa, estremeço. Não estou em pré-depressão, caramba. São essas nuvens cinzas, entende. E aquele celular que não se mexe nem pra tirar a mãe da forca. Além disso, o Natal já passou e é época de se ficar introspectiva, de se pensar. Só prefiro fazer isso em dias de sol.

*

Agora, nesse segundo em que vos escrevo (21h28 do dia vinte e seis do décimo segundo mês do ano de dois mil e dez) estou feliz. Animada até. E com probleminha: estou com vontade de fazer esteira – sinal claro e indiscutível de que eu perdi mais um pino. Estou com carência de endorfina. Precisando mais que urgentemente obrigar meus poros a se abrirem com o suor, minha pele a se bronzear com o sol e meus cabelos voarem pra trás com o vento.

Quero janeiro.

*

Acho que estou precisando requentar a comida de ontem.

*

Quero um vestido branco lindo e sexy pra usar dia trinta e um. Vou pro inferno?

Beeijos, Jaqueline.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Natal todo ano

Penso que temos Natal todo ano porque nos esquecemos durante o ano de juntar a família em volta da mesma mesa. De se arrumar toda e ficar linda só por ser uma noite especial. De sorrir e abraçar e desejar felicidade e paz.  Nós nos esquecemos de presentear as pessoas, sentar na sala pra saber de suas vidas, escrever cartões desejando maravilhas, ligar com uma ou outra palavra de carinho. Ajoelhar e pedir bençãos à Deus.

Temos Natal todo ano pra renovarmos nossa fé perdida e desgastada, fragilizada pelas dores da nossa caminhada. Pra lembrarmos da família, que é nossa base, nosso alicerce, por mais desentendimentos que apareçam. Para lembrarmos que os amigos podem estar longe e podem ter sido amigos por pouco tempo, mas que serão sempre amigos e que por isso merecem nossa lembrança, atenção e, quem sabe, uns telefonemas de vez em quando, que afinal não tiram pedaço de ninguém.

Temos Natal todo ano pra deixarmos de lado por uma semana ou duas toda aquela neura com a dieta, com o dinheiro, com a escola, com o emprego e focarmos em coisas necessariamente mais importantes: amor, sinceridade, oração, prazer, abraços, sorrisos, luz, palavras.

Temos Natal pra reaprendermos a orar, a dizer 'eu te amo'. E derramar, até, uma lágrima de saudade ou alegria. Aprendemos que podemos surpreender as pessoas, de vez em quando, com um beijo, presente, sussurro. Principalmente sussurros.

O Natal prova que as coisas boas existem, apesar de todo perrengue.

Então, mesmo que Papai Noel não exista, que tenhamos todos um FELIZ NATAL!! Iluminado, completo, maravilhosamente delicinha. Doce, aguado, romântico, divertido. Muita paz, muita saúde, muita família, muita coisa boa!

E que comemoremos mais cem Natais juntos!

Muita benção e muito amor!

Beeijos, Jaqueline.

Que tamanho que é gorda?

Quase dois anos atrás publiquei Tamanho 42 não é gorda e andei vendo que ele teve mais acessos do que muitos textos que considero melhores. Só hoje, no entanto, notei que haviam comentários na postagem. Seis, na verdade. Curiosa, fui lê-los, e só então pude perceber a diferença que eu fiz e a que deixei de fazer para as leitoras, que agradeceram pelo texto mas ficaram esperando uma resposta que não chegou.

Provavelmente Karine, Verônica e, principalmente, Rayanna nunca mais lerão meu blog nem saberão que, hoje, eu vim responder seus comentários, que seguem:

karine disse... (4 de maio de 2009 22:18)
Oie!!! tipo nem te conheço mas achei seu blog por acaso e adorei o que escreveu, eu sou gorda e assumo, mas nem por isso me olho no espelho com medo ou chorando pq estou feia ou bunita,me acho muito linda e sei que meu corpo nao diz nada sobre a pessoa que sou por dentro e diga-se de passagem a maioria das meninas gordas sao linda é dificil achar uma que seja feia e sinceramente eu sei que ainda "vamos" vencer este preconceito pois nem tudo gira em torno de um corpo perfeito e sim de uma mente brilhante....

Verônica disse... (8 de junho de 2009 22:05)
Oi Jaqueline.... Me chamo Verônica Sanches e tenho vontade de me tornat também modelo de gordinha,tenho 22 anos e sempre fui gordinha por mais que eu tente não emagreço então resolvi deixar rola e tentar ser feliz assim mesmo...você poderia me dizer como faço para mandar fotos ou para ter uma oportunidade para eu ser mais feliz com meu corpo...Um abraço e fico no aguardo da sua resposta ...Obigada e se cuida e fique com Deus...Beijinhos....

rayanna disse... (2 de setembro de 2009 12:14)
Ola Jaqueline.. Meu nome e Rayanna tenho 22 anos 1,65 to pesando quase 80 eu acho pq ja não peso ja faz um tempo ,pra não fica mais chatiada mais do que ja ando....meu peso era 53 ate fica desempregada ate ai fui só engordado...arrumei um emprego,emagrecir 3quilos...foi mandada embora dizendo eles que eu era muito seria,me casei eu estava trabalhado ainda ate la não tinha engordado mais,foi ai que me mandarão embora tinhas as qualificação pra eles mais não servia pq era muito seria.Mais Jaqueline o que me nunca me faltou educação com os clientes é eles nunca virão isso..Ola pra vc ver,muitos clientes me ligarão procurando eu pq estava fazendo muita falta.Mais faze o que, estou parada ja tem 5 meses sabe quanto ja engordei 10 quilos...Meu esposo fala que sou linda mais,,sabe quando todo mundo fica te falando nossa como vc ta gorda,vc fica super pra baixo que vc sabe que vc engordou mais...Tive no meu antigo trabalho esses dias minhas ex patroa me viu e falou nossa vc engordo mais ainda o que vc anda fazendo..Eu realmente ja não sei o que fazer Jaque...Minha alta estima esta super baixa....Queria ser igual vc....Meu marido faz de tudo pra mim não fica pesando que eu estou gorda...Gostaria de me sentir linda me olha no espelho e dizer sou bonita gordinha..Meu cunhado só faz brincadeira comingo tudo sobre gordura....Ja ta chato isso sabe, realmente Jaque ja não sei o que fazer...Beijo muito obrigado por me ouvir.

À elas e a quem mais interessar, confesso: nem sempre ponho em prática meus próprios conselhos. Eu mesma, como contei no texto, vivo em guerra com a balança. Se passo vontade de comer alguma coisa, fico brava comigo. Se não passo, me arrependo. É difícil, meninas. E nem posso dizer, sob pena de apanhar até ficar roxinha, que seja gorda. Não sou. Mas somos condicionadas, por nossos pais, amigos, irmãos, namorados, pelas revistas de moda, pelas proorções das confecções, pelas celebridades... Pela sociedade como um todo a estarmos insatisteitas. A nos criticarmos dia e noite.

À Karine: muito obrigada, fico imensamente feliz por ter gostado desse meu cantinho. O Amnésia é um pedaço de mim e posso dizer que me sinto mais bonita quando o elogiam. Continue se achando linda mesmo, porque você deve ser a pessoa mais apaixonada por si! Só tome cuidado pra que o 'gordinha bonita' não se transforme em 'gorda doente'. A saúde deve estar acima de tudo. Tenho uma irmã nutricionista e vários conhecidos que, apesar dos vinte e poucos anos, têm problemas de pressão, colesterol, diabetes... É preciso tomar cuidado, pra poder continuar a ser uma gordinha feliz.

À Verônica: tem gente que não emagrece por causa da genética, outros porque fazem algo errado: ou dieta ou exercícios. Se você quer emagrecer, pelo motivo que for, há saída. Indico com todo o carinho da face da terra a I Rede Fitness Feminina Sou Mulher e Amo Musculação (SMAM Fitness). Ela está no Ning, no Twitter, no Orkut. Lá, você vai encontrar mulheres que já foram gordas sim, mas que decidiram mudar e hoje são saradas, saudáveis e muito felizes. Além disso, têm profissionais que dão dicas, te acompanham e incentivam. Se está feliz com o seu corpo, recomento o mesmo que para a Karine: cuidado eterno com a saúde. E procure agências de modelo, dessas pele e osso mesmo, que eles com certeza te encaminham.

À Rayanna: dicas anteriores: cuide da saúde, acima de tudo, e procure a Rede SMAM. Você não está feliz com seu corpo, ok. Mas não pode deixar as pessoas te botarem pra baixo. Se quer emagrecer, você consegue! Vai ter que se esforçar: melhorar a alimentação, fazer atividade física, dormir bem, beber muita água. Parar de ler Boa Forma e todas essas revistas que só fazem com que nós, mortais, nos sintamos maiores e de menor valor. Ignore toda a sua família. Se quer saber, eu que nem sou gorda sofro esse tipo de coisa. Qualquer biscoito que se come a mais é motivo pra comentários infelizes. E o pior: eu adoro biscoitos, bolos, panetones, frios... PÃO! Só que também amo dançar. Amo minha capoeira, amo a musculação. Você tem que encontrar uma atividade que lhe dê prazer: não importa se é corrida, bike, caminhada, dança do ventre, ballet clássico, futebol ou o que for. Importante gastar calorias e comer saudavelmente (greve de fome não funciona!). E toda vez que algum bobo tiver a audácia de dizer que você está gorda, olhe bem pra ele, nos olhos, e dê uma risadinha sarcástica e diga: você não perde por esperar! E vá embora! Haha Você deve ser sua melhor amiga e conselheira. Arrume um emprego que tenha a ver com você, se é que já não arrumou, e se não der certo, paciência. Não é porque uma linha da sua história não deu certo que você tem que apagar/bagunçar todo o resto!

Se quer minha dica mesmo, mesmo, Rayanaa, é essa: vá numa nutricionista e matricule-se numa academia. E aí, corra atrás do prejuízo. Um dia, você ouvirá todos olhando pra você e dizendo "meniiiina, nem te reconheci, você está tããão maaagraaa!". E quando isso acontecer, vem aqui e me conta ;)

Tenho contatos com nutricionistas, sites interessantes e blá blá blá. Quem quiser é só pedir.

Beijos de chocolate (light!), Jaqueline.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Blasé

"Não era amor, era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, era sacanagem. Não era amor, eram dois travesseiros. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. Não era amor, era melhor."
(Martha Medeiros, Divã, página 76)


Quase chorei nessa parte do livro, por esse parágrafo e por todos os capítulos que o antecederam. Acontece que não choro lendo, só vendo ou ouvindo. Enfim. Estou na página 118.

Ok. Vinte e dois, né? Tem certeza? Mas já? Poxa. Ok. Tá. O Natal ta chegando né. Cê viu só como o tempo passou rápido, eu nem vi passar! Ontem mesmo era antigamente. Poxa. É. Aham. Ah sim, faz parte. Nossa, nem preparei nada. Não sei. Não comprei não. Vish, piorou. Não escrevi não. Só alguns. Uns daqueles que aquelas ONGs mandam pra gente esperando que a gente pague, sabe? Mas a gente nunca paga. Só que o cartão tá ali já, né. Então a gente escreve. Alguns eu acabo entregando. Não costumo receber muitos. A gente manda um recadinho colorido no Orkut e pronto! É, boba, dá pra mandar pra todo mundo de uma vez só. Tão mais fácil que achar amigos de verdade para os quais telefonar sem ficar aquele silêncio que grita 'por que você me ligou, criatura?'. Claro, dá na mesma, ninguém liga não. Escrever cartões, hoje em dia, é tão vintage. Tão blasé. Tão século passado... E não queremos ser piegas, certo? 


Beeijos, todos incolores de criatividade, Jaqueline.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Meu próprio divã

"Se ser feliz para sempre é aceitar com resignação caótica o pão nosso de cada dia e sentir-se imune a todas as tentações, então é desse paraíso que quero fugir. Não estou disposta a inventar dilemas que nçao existem, mas quero reencontrar aqueles que existem e que foram abafados por esta minha vida correta."
(Divã - Martha Medeiros)

Ganhei o livro Divã, a primeira novela da cronista Martha Medeiros, que estava morrendo de vontade de ler, hoje, do meu namorado. E hoje, assim que foi possível, comecei a ler. Estou na página quarenta e dois e pretendo ler pelo menos o dobro até a noite. Fato é que Martha faz com que eu me sinta meio que lendo meu blog. Fácil de ler, parece que foi escrito por mim mesma, que aquelas palavras já me eram conhecidas de algum lugar, como se tivesse sonhado com elas ou planejado pô-las no papel.

A questão, onde quero chegar, é a surpresa: o texto Cozinhar é meio como amar foi escrito por um acaso, num momento não muito inspirado, e no entando várias pessoas se disseram traduzidas naquelas palavras.

Como leitora, sei que não há nada mais gostoso que se encontrar em palavras que não foram escritas por você. Dá aquela vontadezinha de por seu nome embaixo e fingir que foram. A gente se sente compreendido, fazendo parte de um cosmo, de um mundo. E não um patinho feio, um peixe fora d'água. É uma sensação reconfortante, tanto que eu a considero vital pra quem escreve: ser espelho de quem lê.

O problema é que isso não dá pra forçar, porque quem escreve não sabe o que quer o leitor, não sabe o que se passa em sua cabeça, em seu coração, o que ele precisa ou quer ouvir. Então, é uma coisa que acontece por acaso. Você sente algo sinceramente e escreve. Escreve porque acredita naquilo piamente. E alguém lê e entende e se sente como que desvendado.

Fiquei mais que feliz quando disseram que consegui isso com esse texto. Eliel o indicou em seu blog sobre culinária, Eline viu-se no texto porque ama cozinhar, Renato disse que eu devia escrever assim mais vezes, que meu texto o traduziu.

Não pensem que estou orgulhosa ou prepotente. Eu o sou várias vezes, mas não com o Amnésia, porque é algo que faço com o coração e a alma, independente de quem isso alcance.

Se querem saber um segredo, apesar de jornalista, sempre quis ser escritora. Escritora de ficção, dessas que todo mundo já leu alguma coisa, tendo gostado ou não. Dessas que a gente lê e se pergunta da onde foi que ela tirou tudo aquilo. Dessas que a gente cita por aí.

Quando começarem a me citar saberei que sou alguém. E terei meu próprio divã.

Beeijos, Jaqueline.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

E por falar em Natal...



Outro dia, quando fui fazer exame no Jacaré, e vinha voltando de ônibus pra casa, vi uma casa daquelas bem simples, bem pobrezinhas mesmo, com terra batida e criança de pé no chão, toda magrinha. No quintal tinha uma árvore de Natal.

Muito provavelmente, não havia panetone na mesa, nem presente pras crianças. Mas a árvore estava lá, no quintal. Era feita, não de galhos quase reais verde-escuro, mas de garrafa pet. O fiozinho passava do fundo pro bico da garrafa e prendia todas umas as outras. algumas verdes, umas brancas. Sem muita ordem, sem muita classe ou glamour. Mas estava lá e era mais bonita que muita luzinha piscando por aí.

O que eu vi ali, além de toda a pobreza, a carência, a diferença social... Além de toda vontade, todo sonho, toda criança que pede, mas pra quem Papai Noel não dá nada... Além de governantes que não veem... Eu vi ali o tal do Espírito de Natal, que as pessoas insistem dizer que foi assassinado pelo capitalismo e pelo comércio.

Eu vi ali o próprio Natal. E vendo-o ali, pude crer nele um pouco mais.

Beeijos, Jaqueline. 

Cozinhar é meio como amar

Não estou inspirada. Então, se não quer ler masi um texto sem graça e super sem criatividade, vai dar uma volta, porque é o que tem pra hoje. Não estou de mau humor, definitivamente. Mas não absolutamente iluminada.

Eis, senhoras e senhores, a semana do Natal, a data tão esperada.

De sábado (eu vou lembrar pra sempre do Espina dançando comigo e a Norma haha) pra domingo (em que a loja abriu) dormi quase quatro horas, num sofá de dois lugares. Foi péssimo, acordei com dor nas costas e chateada. Não descansei nada, estava ligeiramente bêbada (é brinks) quando levantei e fui trabalhar. Felizmente, não precisei atender ninguém. Lá pelas dez e meia, escapei da loja pra providenciar um almoço decente com cara, gosto e porcentagem de gordura digna de um domingo.

Cozinhar é meio como amar. Acima de tudo, é necessário saber que nenhum desses verbos se aprende facilmente, nem são adquiridos ao nascer: é necessário que se viva e que se estude e que se tente muito, pra aí sim, conseguir um ou outro resultado mediano.

Pra mim, cozinhar é meio como amar. É preciso prender os cabelos e lavar bem as mãos - encher-se de coragem, vontade e um bocadinho de desejo, de água na boca. É preciso pensar, refletir, escolher. A seleção é importante: dependendo dos ingredientes disponíveis, a receita, o sabor, a delícia, o doce ou o amargo, será diferente.

Depois, faz-se necessário livrar-se das impurezas, dos defeitos das frutas e legumes e verduras. É preciso picar, afiar bem a faca e arrancar tudo fora. O ciúme, o rancor, o desrespeito, o individualismo, a maldade. Nessa operação, no entanto, é preciso cuidado. Muitas vezes, acabamos, ao tentar, arrancando parte de nós mesmos - dedos ou corações às vezes saem machucados.

É preciso criatividade e jogo de cintura: pra um bom amor ou um bom almoço. Transformar o macarrão que sobrou de ontem, umas batatas, salada e carne num almoço delicioso como o feito por uma avó, é algo surpreendente, como transformar um amor que sobrou de ontem e já perdeu um pouco o sabor e a temperatura, em algo prezeiroso, de fazer salivar e querer repetir. É difícil, mas dá pra fazer.

Eu gosto de cozinhar porque, acima de tudo, gosto de ficar sozinha com meus botões - essas vontades incontroláveis de atividades domésticas, como cozinhar, limpar, arrumar,... são próprias de dias pouco iluminados - mas também porque gosto, simplesmente, de agradar as pessoas.

Assei umas batatas grandes, cortadas ao meio, cobertas por margarina. Elas douraram e ganharam um sabor suave. Coloquei-as todas bonitinhas num prato de cerâmica e ralei queijo por cima, depois reguei com um pouco de azeite de oliva extravirgem e, pra finalizar, sal, orégano e azeitonas.

A carne, fraldinha ou qualquer coisa assim, temperada com (muito) sal grosso, foi assada no forno, embrulhada com papel alumínio, durante umas duas horas e meia e estava derretendo. Mérito do meu pai.

A salada foi delicadamente preparada com aquela faca afiada, cenouras e tomates cortados em rodelinhas, bem fininhas. Alface.

Macarrão de ontem, nunca deve ser esquentado no microondas, fica a dica. Fica com gosto de papel, horrível. Esquente numa panela, no fogão, mexendo sem parar, pra não grudar. Frite calabresa e misture. Coloque azeitonas picadas pra dar uma graça. Quando estiver no recipiente que será posto à mesa, rale bastante queijo sobre o macarrão e deixe que ele derreta, apaixonadamente.

Procure fazer tudo sozinho e em silêncio, talvez na companhia de um rádio e alguns passos de dança.

Se morasse sozinha e minha mãe não fosse ver, cozinharia bebendo aquela garrafa de vinho e, ontem, teria almoçado sozinha.

Beeijos, Jaqueline.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Why not, man?

"Publicar um texto é um jeito educado de dizer 'me empresta seu peito porque a dor não tá cabendo só no meu'." (@tati_bernardi)



Ausência de trabalho (ócio feliz) somada a um editor e texto faz com que me sinta obrigada a torcer meu cérebro até virá-lo no avesso e pra ver se saem dele boas (ou más, vai do gosto) ideias. O fato é que podia mui bem voltar pros meus textos de fim/começo de ano. Queria eu encontrar o verso puro e simples que mostrasse meus planos e anseios pras próximas duas semanas.

Quatorze dias, afinal, são suficientes pra criar dois mundos (se você for Deus) e uns 3 mil tweets, se você for bem abaixo do padrão. Fato é que muita coisa ainda pode acontecer. Alguém programou a vida pra ser assistida de maneira acelerada, como se quisesse passar logo todas as cenas mas não conseguisse pular os capitulos inteiros. Tudo corre, passa tão depressa que não temos tempo (eu acho) pra pensar no que estamos vivendo, nem de planejar, nem de aproveitar completamente (vide o filme Click).

Poxa, ontem mesmo era janeiro. Ontem mesmo era carnaval! E cá estamos nós em pleno dezessete de dezembro, contando os dias pro ano que vem... É faz parte.

Isso me faz pensar que devemos fazer mais coisas, aproveitar mais, viver mais. Deixar de lado a preguiça, a má vontade, o mau humor. E sair mais, ver mais, ouvir mais, sentir mais. Amar mais. Abraçar mais, beijar mais. Ir mais vezes ver o por do sol. Dançar mais, correr mais. E por que não gastar mais, beber mais, falar mais besteira, flertar mais, realizar mais desejos? Comprar mais presentes, trabalhar mais, estudar mais?

Por que não brincar mais, ser mais criança, mais adulto, mais divertido, mais simpático, mais esforçado, mais humano, mais sorridente? Por que não ser mais ativo, mais saudável, mais interessante? Ou então descansar mais, dormir mais, cochilar mais depois do almoço, se espreguiçar mais e com mais vontade? Por que não começar mais projetos, terminar mais histórias, comprar mais livros, ir à mais museus? 

Por que não insistir mais, perseverar mais, crer mais? Por que não ser mais educado, mais gentil, mais culto, mais misterioso, mais aberto, mais sincero, mais sonhador? Por que não ser mais você mesmo?

Por que não aproveitar mais os detalhes, analisar mais os olhares, sentir com mais intensidade o toque das mãos e inalar mais profundamente os perfumes? Por que não viver mais apaixonadamente, loucamente, absurdamente, felizmente, calmamente... surpreendentemente?

Por que não dar mais atenção, mais carinho, mais liberdade? Por que não curtir mais, ouvir mais músicas, falar mais, comer mais? 

Por que não expressar mais vontades, matar mais curiosidades, libertar mais asas, soltar mais feras, cair em mais gandaias, entrar em mais festas? Fazer novos amigos, ver mais aqueles antigos, conversar mais com a sua mãe?

O que te impede?

Por que não? Por que não chorar mais, doer mais, cair mais, ralar mais vezes os joelhos tentando aprender mais? Por que não desistir mais vezes dos mesmos erros, dos mesmos ciumes, das mesmas invejas? Por que não parar mais vezes pra pensar, pra ajudar, pra rezar?

Por quê?

Beiijos, Jaqueline.

Relíquias da Morte


Algumas considerações se fazem necessárias:

É óbvio, porém importante citar, que quanto menor a história, maior a riqueza dos detalhes que podem ser inseridos num determinado período de tempo. E isso faz com que eu chegue a conclusão super inteligente de que todos os filmes que fossem adaptados de livros deveriam ter a decência de serem divididos em duas partes para garantir fidelidade e precisão - mesmo que isso significasse gastar o dobro de dinheiro.

A verdade é que quem gosta de Harry Potter de verdade, aprendeu isso com os livros. Os leu e devorou, como certas pessoas que eu conheço (cof, cof), mil vezes e imaginou detalhadamente cada cena lida. Assim sendo, quando vê seu livro preferido, o último de sua série preferida, ser adaptado tão perfeitamente, delicadamente a ponto de ter quase a mesma trilha sonora que você imaginou... É algo inexplicavelmente gratificante, o tipo de coisa que faz valer cada centavo pago na entrada do cinema e cada segundo de espera desde que saiu da sala depois de ver O Enigma do Príncipe.

A princípio, o filme é tenso, monótono até. Mas faz parte, porque é o que a história conta. Os atores principais, responsáveis por Harry, Rony e Hermione, provaram pra mim serem bons atores e não só crianças sortudas. Pela primeira vez, vi sentimentos reais nos seus olhares, lágrimas. Vi mesmo o medo nas suas expressões e vi o ciúme no olhar do Rony, assim como saudade escrita em letras garrafais na testa da Hermione.

Todos os outros atores merecem o mesmo elogio, mas não há como evitar que esses três ganhem mais destaque e atenção do espectador. As caras de dor e choro de Harry foram simplesmente perfeitas. E a velha (Matilda? Mafalda? kkk) historiadora (que na verdade era Nagini, a cobra) é enrrugada exatamenre como imaginei. Mas achei a Umbridge mais magra, baixa e sem graça - e menos cor de rosa.

A história toda foi potencialmente enquiquecida com coisas que, se não me falha a memória (rs), não tinham no livro, como a parte em que Harry dança com a Hermione, depois que Rony vai embora. Achei que colocaram muito pirlimpimpim e eles pareciam um casal (mas é o que, infelizmente, parecem a maioria dos amigos de verdade) mas foi uma cena fofa, descontraída e paralela à tudo.

Achei a Gina promíscua demais. Ela não é assim na história. É espertinha sim, mas não aparece em momento algum sem sutiã na cozinha pedindo pro seu paquerinha fechar o vestido. Totalmente desnecessário.

Melhor parte de todas, no entanto, foi a ilustração do conto dos três irmãos, lido pela Hermione. Muito Disney, mágico, sei lá! Adorei, só isso.

Definitivamente, o melhor da série sim, mas por ser o que mais se aproxima da história real. JK deve estar orgulhosa, finalmente (depois de tantas decepções com O Cálice de Fogo, A Ordem da Fênix e O Enigma do Príncipe, merecíamos todos um grand finale).

Estou satisfeitíssima e ansiosa pela parte dois. Que venha julho!

Beeijos, Jaqueline.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Very Important Person


Abri o editor de textos pensando em escrever sobre as mil coisas que quero, que desejo, mas encontro-me num segundo de paz inimaginavelmente humilde em que o máximo que eu consigo desejar é que tudo continue caminhando como ora está - ou no muito que de certo um cinema ou um show essa semana.

A verdade é que quero muitas coisas simples, então pareço exigente. E de novo vou parecer hipócrita se disser que o que quero é a companhia não o evento. Vai parecer mentira. Mas a vida está boa quando vemos que por mais que queiramos algo - seja um objeto, um lugar, um evento - o que importa realmente é quem nos está acompanhando, nossas metas, nossos sonhos. 

Pra mim, o que realmente importa é quem está comigo. Independente se estamos na balada mais top do momento ou sentados no chão da sala contando piadas ou vendo TV. É isso que as pessoas costumam não entender sobre mim.

Sim, quero ir pra Fortaleza, mas o que importa é quem vai junto jogar capoeira cheia de axé comigo. Quero ir pra faculdade, mas se todos os meus amigos trancarem, vai ser uma tortura. Quero sair de final de semana, mas pra ir sozinha prefiro ficar sentada com você na frente do Beco ouvindo pagode.

A diferença está nas pessoas. O que quer que aconteça, se só houver gente que você detesta ao redor, desculpe, vai ser um porre. Por isso amigos, família, namorados e afins são tão essenciais: porque são os eternos responsáveis pelos nossos momentos mais inesquecíveis. A cada momento que você se lembra em que você estava sozinho, aposto que há uma duzia com outra(s) pessoa(s). 

Pelo menos é o que eu quero fazer acontecer: fazer diferença na vida/momento de alguém, independente de onde, quando, o que ou porquê.

Beeijos, Jaqueline.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Uma delícia silenciosa

Aqui estou na difícil missão de levar à você
Uma mensagem que possa ser
Como uma luz ou um mantra
Nós não somos mais crianças.

(Uma Criança Com Seu Olhar - Charlie Brown Jr.)

Não tem ninguém aqui pra conversar comigo agora, além do Amnésia - que, como vocês podem imaginar, é algo como falar sozinha ou com os próprios botões: uma delícia silenciosa. E não digo isso sobre o que já está publicado, pois sei que o que escrevo é lido por gente que eu nem imagino (e então há um diálogo, uma conversa), mas sim do momento de sentar e escrever: é ligeiramente monótono, monossilábico, monólogo.
 
Li em algum lugar que uma palavra que não gera uma ação não serve para nada. Ou qualquer coisa assim. A gente só escreve porque quer fazer diferença pra alguém, de alguma forma. Sem provocar um pensamento, uma atitude, mudança ou revolta, nossas palavras não valem nada. Saber que há quem venha aqui e leia o que escrevo, então, é uma pequena prova de que tudo isso faz sentido.
 
Estou triste porque não vou ganhar um cachorro. Thor continua sem família e eu sem bichinho de estimação. Acho injusto, visto que meus dois queridos irmãos tiveram. E ficar falando que eu só vou poder fazer as coisas quando eu tiver a minha própria casa é um super incentivo para eu ter pressa. Fica a dica.
 
Falta dez dias para o Natal. Já comprei o presente que precisava, entreguei uma das cartas que devia. Já providenciaram meus cartões? Meus presentes, meus abraços e telefonemas? Acho bom. Agora preciso terminar as cartas e comprar uma caixa pra por o presente.
 
Amanhã tenho que ir ao médico (detesto) e simplesmente não acredito que eu vou trabalhar no domingo! É completamente imoral e desrespeitoso fazer uma coisa dessas. Até Deus dorme até mais tarde uma vez por semana! Ninguém merece viu! Pelo menos não tem inglês sábado de madrugada!
 
Beeijos, meus queridos, e continuem visitando esse blog, que só isso me basta pra continuar escrevendo!
 
Jaqueline.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Thor

O twitter, meu eterno companheiro de trabalho, sempre presente, me deu uma notícia: um ituano está doando um cachorro mestiço de labrador, preto, de quatro meses, macho. Com as pontas das patinhas brancas, o focinho curto e aquela cara de cachorro que caiu do caminhão, não teve jeito: me apaixonei. Eu preciso ter aquele cachorro. Mas nunca deixariam. Aliás, correção: meu pai nunca deixará.

- Pai, posso ter um cachorro? / - Quando você casar e tiver sua casa, pode.

*

Falei com o Gui. Queria ter um cachorro, tão doando e blá blá blá.

- Me dá de presente? / - Dou. / - Com quem falo? / - @scopelrodrigo. / - Twito pra ele? / - Acho que sim. / - Tá. / - Gui, você é doido. / - Quer ou não quer o cachorro? / - Quero, mas até aí nada né. / - Então tá. / - Pera, deixa eu falar com a minha mãe primeiro. Vou xavecar ela, aí te falo. / - Tá, xaveca ela lá.

Minha mãe topou na hora, disse que me ajuda a dar banho e a leva pra passear quando eu não puder ir. Meu irmão, idem. Começamos a fazer planos pros passeios, pros banhos. E se chover? A gente compra uma casinha. Mas a ração deve ser cara, tem que levar no veterinário... Ah, ano que vem eu vou estar trabalhando, mãe! Será que o pai deixa? HAHA Nunca. Ele vai ficar muito bravo. Ah, a gente pede, né. Que custa? Pede lá.

- Não vou almoçar hoje não? / - Paaaaai! Se você me deixar ter um cachorro eu te deixo almoçar AGORA! / - Hahaha, engraçadinha ¬¬ / =(

*

Já comecei involuntariamente a pensar em nomes, em situações, no que fazer quando ele latir sem parar de medo dos fogos de artifício. Não vou ganhar uma fortuna. Mas ter um labrador (ainda que meio) sempre foi um dos meus pequenos sonhos de infância. E minha irmã teve um cachorro por que eu não posso?

*

Já estou ficando triste por não ter um cachorro. Não é de hoje que quero ter um bichinho. E sei que ano que vem vou ter tempo e dinheiro pra cuidar de um. Já me imagino trocando a academia por passeios com ele. Sempre quis um macho. Sempre quis um cachorro de porte médio ou grande e cor escura. Sempre quis olhinhos cor de mel olhando pra mim e abanando o rabinho.

Mesmo e apesar de ter que limpar as cacas e dar banho e aguentar o latido e ter que ouvir que meu cachorro é um inferno, que late demais, que suja demais, mordeu meu chinelo, rasgou meu jornal, não sossega. Ia amar.

Meu pai, por outro lado, mataria a mim e ao cão.

*

Querido Papai Noel,

Desculpe o incômodo. Cancele toda aquela carta que lhe enviei há uns dias. Agora quero algo infinitamente mais simples. Quero um cachorro. Segue a foto do mesmo para que não haja dúvidas. Ah, o nome dele é Thor! ;)



Obrigada, de novo.

Jaqueline.

Dentro dela toca música

O texto abaixo foi escrito ontem, durante a chuva, com os fones de ouvido isolando meu cérebro do falatório familiar. Estava ouvindo Beirut, uma banda muito peculiar, que recomendo pra quem gosta do que é diferente. Eles misturam mil sons numa só música e me fazem pensar em coisas coloridas, mato e cheiro de chuva.


O texto foi composto da seguinte maneira: ouvindo as músicas (ouvi quase o cd inteiro) e escrevendo. Simplesmente. Sem correções, sem pensar demais. Só escrevendo as imagens que me apareciam.

Particularmente, gostei do resultado e achei um exercício fácil e divertido. Imaginar coisas sem se importar com o resultado, com os leitores ou consigo mesma. Só escrever.


Se puderem, ouçam Beirut ao ler, ou antes, pra saberem do que eu falo. Espero que gostem.


Cai chuva lá fora e dentro dela toca música. Os bandolins e violinos e tambores e pandeiros e vozes e o som d’água caindo nela se misturam numa dança mágica. Cada um num passo diferente, crescendo e rodopiando como nas histórias que lhe contavam nos seus tempos de escola. Os pés descalços batem no chão, contando as batidas do seu corpo.

Tan tan tan ta ra ram e tum tum tum tum tan tan tan, papapa papapa tam tum tum tum...

As cores começam a perseguir as flores e as tomam. As mãos ora agarram as bordas do vestido ora ficam livres pra bailar, leves, dum lado ao outro, acima da cabeça e a frente do rosto. Valsando na terra, fazendo erguer a poeira, na ponta dos pés. Cigana joga o cabelo ao vento, movendo-se com seu assovio.

Tum tum taratata! Tum tum tararatata! Tum tum ta! Tum tum ta! Tum tum ta!

Como um coração, cigana bate palma. Pulsa o sangue, vem mais gente ver dançar. O cheiro da música traz as fadas pra roda. E gira, gira, o sol caindo. Não para. Pés no chão, cigana gira, gira mas não cai.

Música não para, mas muda de cor como os retalhos do lenço que a cigana deixara ao chão, como o coração dos que a viam se mexer por trás das árvores, enamorados e destuídos. Salta, brinca com quem ninguém mais vê.

Tata nana nana. Pararam. Panana rararam. Rararam. Tararatata. Pa rara raram. Tum tata tum. Tum tata tum. Plim pa na ra, plim plim tum tum tatum.

O vestido molhado começa a pesar. Os cabelos compridos escorrem no rosto e nas costas. Cigana ergue os braços aos céus, celebrando a chuva. Bendizendo-a e rodopiando como criança em dia de festa. Sorri, pois sabe que seu sorriso é o que lhe resta. Sorri, sorri e dança. Como se fosse morrer dali a pouco.

Cigana marota, bonita. Quem a vê dançar não e não sabe que sofre, a julga feliz. Cigana, cigana se engana. Pensa que é triste, mas não sabe que é moça e que a tristeza vai embora como sabe o velho feliz. Cigana, cigana, emana a beleza do povo, que não sabe o diz. Dança! Com os sinos do mundo a tocar só pra ela, cigana criança, corre de si.

Ingênua, cigana, dança. E liberta, ela e o mundo, dos males, da dor. Cigana, me encanta, e dança, dança, não para, criança: continua a sonhar! Que todos os sonhos são feitos de dança, cor e magia, perfume de flor e canção de ninar.

Dança, criança e não para, que o mundo é só teu. O palco de terra e a luz da lua que nasceu. Corre, aproveita, o momento que a vida te deu. Dança, gira, toma posse do que já é seu, cigana, se engana: quando pensa que o amor já morreu.
 
Beeijos, Jaqueline.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Desabei

Só não pude conter aquelas lágrimas insistentes. E quando minha sogra leu meus pensamentos e disse que eu bem que poderia estar lá, desabei. Morrendo de vergonha, mas não dava pra controlar. O espetáculo foi maravilhoso, o TEMEC é simplesmente lindo. Parece exagero vir aqui e ficar falando o quanto eu chorei, parece hipócrita. Mas quem me conhece sabe que não perco tempo com essas coisas. Eu nunca choro em público, mas dessa vez, como era plateia e não palco, tudo bem.

O triste é escrever sobre uma realidade que não é sua, sobre um momento que não lhe pertenceu. Estava lá, nos camarins, arrumando meia calça mágica e levando bailarina de quatro anos fazer xixi, subindo e descando aquelas malditas e oscilantes escadas em espiral. E sim, estava lá quando em círculo as bailarinas fizeram sua oração e receberam a última instrução da professora e gritaram e riram. Mas estava do lado de fora do círculo e não lá, de mãos dadas e pé direito à frente.

É uma das provas de que o mundo continua girando, mesmo sem nós.

No entanto, não gosto de pensar assim. Sábado, quando conversava com a Norma, descobri que eu não sou a única que tem dias e salários curtos demais pra realizar tudo o que tem vontade.

Há uma muito pequena e vacilante chance de abrir um turma de ballet de sábado ano que vem. Se houver qualquer possibilidade de fazer aula de ballet, sim, eu irei. E serei magra, linda, disciplinada, delicada e exigente comigo mesma. E não faltarei numa só aula, nem terei preguiça e nem farei reclamações sobre o calor, a dor muscular ou o que quer que seja.

Amém.

De qualquer forma, me ensinaram que não há nada de errado em se sonhar e que eu posso querer o que eu quiser.

E eu quero muitas coisas. Há em mim uma sede de infinito...! Meu mundo não é como os demais, eu quero demais, exijo demais. Sonho demais, é. Mas já me conformei que 'o que tiver que ser, será' e Deus deve ter planos pra mim e minhas sapatilhas, ou não deixaria eu me sentir desse jeito.

Agora, é esperar pelo que virá.

Beeijos, Jaqueline.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Uma dica sobre o futuro

"Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo.
Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta."

Se pudesse dar uma só dica sobre o futuro, seria essa: use filtro solar.





Mude. Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.

Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa. Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.

Tome outros ônibus. Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os teus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira pra passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.

Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma do outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de TV, compre outros jornais... leia outros livros. Viva outros romances.

Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade.

Durma mais tarde. Durma mais cedo. Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua. Corrija a postura. Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.

Tente o novo todo dia: o novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida.

Tente.

Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações. Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria. Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa. Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... Tome banho em novos horários.

Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares. Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes. Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escrevas outras poesias.

Jogue fora os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores. Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.

Mude.

Lembre-se que a vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um novo emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano. Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo. E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino.

Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas. Mas não é isso o que importa. O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.

Só o que está morto não muda!




Texto by Edson Marques, já postado nesse blog, que quero levar no ano de 2011 como regra: parar de ser tão certiha, tão sistemática. Parar com minhas manias de sentar sempre no mesmo lugar, cortar o cabelo do mesmo jeito, engolir as mesmas palavras. Parar de ignorar os mesmos cantores, os mesmos livros, os mesmos estereótipos.

Corrigir minha postura, com certeza, será o primeiro passo. Mudar a preguiça, o comodismo. Mudar a revolta, a gagueira. Mudar, com urgência, a potência das lentes. Mudar de emprego, sair do vermelho, mudar meu jeito de tratar as pessoas e os negócios. 

Mudar meu jeito bobo de escrever só autobiograficamente. Mudar minha má vontade de escrever notas jornaísticas. Mudar minha resigniação, mudar meu medo, mudar minha hipocondria, mudar meu jeito de falar da vida alheia.

Mudar - mas só o que não devia estar como está. O que está bom, e há muita coisa que está, vai contiuar exatamente assim, hoho sz

Beeijos, Jaqueline.

PS: "Muito embora quem quase morra esteja vivo, quem quase vive já morreu!" ;) #fikdik