quinta-feira, 29 de julho de 2010

2 / 2010

História da Arte II
Comunicação e Expressão II
Fotojornalismo I
Reportagem e Entrevista I
Ciências Humanas II
Tecnologia da Comunicação II
História do Jornalismo II
Redação e Edição Jornalística I


Vamo que vamo.
 
Beeijos, Jaqueline.

Quem puder compreender...

Tenho o hábito de, nos meus dias de bom humor, sorrir pras pessoas e, ontem, num supermercado, onde as pessoas tem a mania irritante de quererem passar com os seus carrinhos bem onde estou estacionada, tentei fazê-lo, como um pedido de desculpas, talvez, por estar no meio do caminho. A cada cinco pessoas, quatro sorriam de volta. O que significa? Não, não significa que a que não sorriu é uma mal educada, não. Significa que o mundo devolve o que oferecemos a ele e que as pessoas se comportam de acordo com o modo com que agimos com elas.

Significa, ainda, que somos responsáveis pelo humor das pessoas, antes do nosso. Que se o mundo é um balaio de gente stressada e infeliz, temos parte de culpa. E que podemos, sim, simplificar as coisas e agir com mais paz e boa vontade.

Sempre me disseram para responder com amor aos gritos da minha mãe e, por mais difícil que seja, hoje entendo a diferença que isso faz. Encerra-se, com um sorriso ou palavra calma, o que poderia se tornar uma guerra, se houvesse sido retribuido com farpas.

Isso tudo me faz pensar nas pessoas. E, uma vez que somos todos feitos de minúcias, pequenos detalhes e cores que, juntas, formam quem somos, efetivamente, é absolutamente normal que pessoas com as quais convivemos possuam alguns aspectos para nós repugnantes.

E, se querem saber, são os maus exemplos - as tais características 'não tão certas assim' dos outros que nos ensinam verdadeiramente como sermos melhores. Vejam vocês, por exemplo, aquela filha única que coleciona sapatos e vestidos - que esnoba as pessoas e venera as coisas: eis uma criatura isolada, que tem amigas por poder oferecer à elas carona ou status. Essa, acredite, acha que tendo o último modelo de celular, rosa e com strass, a fará ter amigos. Não tem, acreditem, pois os que a cercam estão lá por interesse, não afeto. E, vendo isso, eu - e acredito que muitos de vocês -  sorri de pena de um alguém que vai morrer sozinho se não aprender que futilidade é o caminho mais requintado para a solidão. Aprendemos, só de olhar, que devemos construir pontes, ligações fortes e sinceras com familiares e amigos. Tanto coisas quanto pessoas envelhecem, mas amizade nunca sai de moda.

Há os preguiçosos, os acomodados e os pessimistas: pessoas que se conformam com a péssima situação, creem que tudo pode - e vai - piorar e que não há nada a ser feito. Se houver, não é problema dele e é melhor evitar a fadiga. Esses nos ensinam que se queremos ou precisamos de algo - se almejamos mudança ou evolução - temos mesmo é que arregaçar as mangas e ir à luta, com fé e coragem, e não desistir jamais, pois nada nessa vida vem de graça e se veio é porque desejamos a coisa errada.

Há os stressados, depressivos, que sugam nossa energia, felicidade e parece que tem como único objetivo deixar-nos tão pra baixo quanto eles. E quando vemos estamos tão down que tudo parece difícil e distante. Aprendemos que por mais difícil que seja uma situação, precisamos respirar fundo e manter acesa dentro de nós a luz da esperança.

Os teimosos, os soberbos, egoístas, mau humorados, críticos, chatos e mal intencionados... Sempre há algo pra se aprender.

A lição está lá, basta vê-la. Quem puder compreender, que compreenda.

Beeijos, Jaqueline.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Thank you, God

As vezes, na vida, passamos por alguns momentos inexplicavelmente errados. Momentos, fases, em que tudo parece colidir, quebrar e nada se encaixa. E, no entanto, há fases em que tudo parece caminhar tão perfeitamente, com tal harmonia e equilíbrio, que até duvidamos. Momentos assim devem ser celebrados e agradecidos, com humildade e benevolência.

Atualmente, depois de mastigar muita cebola, posso dizer que fui abençoada com um desses momentos maravilhosos em que tudo parece estar bem. Se está, é outra história, mas imagino que a vida é o que achamos dela. Se a considerarmos boa, será boa. "Assim é, se lhe parece." Já agradeci muito por essa paz, acreditem.

E de joelhos vou agradecer de novo e de novo, porque ganhei muitas coisas nos últimos tempos e conquistei várias outras e apesar de toda a dor de cabeça, as coisas se acertaram. Coisas que há dois meses eu consideraria impossíveis. Duas pessoas importantes voltaram. Meu melhor amigo, continua o mesmo cretino de sempre. Jornalismo foi a escolha mais sensata que eu tomei aos onze anos e hoje essa escolha reflete fortemente no meu dia a dia e, mais, no meu futuro. A Festa Julina da Associação foi um sucesso, só ouço elogios. Ganhei de mim a dedicação de que tanto precisava, a paciência não veio mas aprendi a respirar mais profundamente. Dos outros, ganhei o carinho que tanto quis, os abraços que me fizeram tanta falta por tanto tempo, a atenção, o interesse. Cada risada que cada amigo arrancou de mim... 

Enfim.

Só quero constar aqui, para quando os dias estiverem ruins, que um dia eles foram bons e que é possível voltarem a ser. Pra não esquecer que sempre há uma saída, que todo problema traz consigo uma solução e que é sempre possível melhorar.
Beeijos, Jaqueline.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Nada

"É tão bom fazer tudo o que quero fazer. Aproveito o melhor da vida. Mantenho a cabeça erguida. Acredito em mim. Estou me divertindo, não vou reclamar. E vou continuar sorrindo se estiver chovendo. Sou grata pela vida e estou feliz pela minha." (Mary J.)

Hoje estou sem palavras.

Beijos, Jaqueline.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Uma valsa e um sonho



O gostinho de culpa, um mix fabuloso de chocolate, amendoim e castanha de caju, embrulhado em papel cor-de-rosa é pecaminosamente saboroso. Medo. Só você mesmo pra me fazer comer chocolate no segundo dia de dieta. Sorte a sua que de resto, está tudo certo - ou teria uma namorada gorda em pouquíssimo tempo, rs.

Então, deixe de ser curioso. Se eu posso sobreviver à curiosidade de quantas calorias tem aquele bombom que eu comi, você pode muito bem superar isso. Não, não vou te contar. Não. Nem insista. Vai chegar, por correio, talvez na semana que vem. Milagres eu não faço, não dá pra ir a pé buscar. Não me obrigue a contar, vai estragar tudo! Surpresa é surpresa e ponto final. Ai, confie em mim, vai ser legal. Você vai gostar. Não, não estou aprontando nada. HAHA Parece minha mãe falando assim. Bobinho, rs ♥.

Estou lendo Direito Municipal Brasileiro e Os Contos dos Irmãos Grimm. Sou um ser humano normal, até que se prove o contrário. Essa semana vai ser punk, sábado é a 1ª FESTA JULINA DO BAIRRO VALE VERDE e estou contando os minutos. Algo - não gosto de dizer que é sexto sentido, mas é - me diz que vai dar tudo certo. Tomara. Torça por mim. Me deseje paz, calma, positividade e coragem. Vou precisar.

Amanhã tem o lançamento oficial da candidatura da Rita Passos. Me convidaram com tanto carinho e boa vontade que eu vou. Quinta tem reunião da AMVV, sobre a festa. Sexta, sim, será uma bela noite. Porque eu também sou filha de Deus e mereço, ta? ;)

Beeijos, Jaqueline.

Convite

1ª FESTA JULINA DO BAIRRO VALE VERDE
REALIZAÇÃO ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DO VALE VERDE


DIA 24 DE JULHO DE 2010
A PARTIR DAS 19h30
EM FRENTA À ESCOLA MARIA NILZA!

PARTICIPEM! PRESTIGIEM!
 
Beeijos, Jaqueline.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Estou drogada

No mundo real, pouco importa o que você quer. O que importa é o que você faz! Porque qualquer um pode querer qualquer coisa, isso não requer nenhum esforço. A diferença é o que você faz pra merecer suas conquistas. Para que algotenha valor, você tem que correr atrás, tem que suar muito pra colocar a sua marca e, na maioria da vezes, isso não é como colinho de mamãe. Nada vêm de graça! Eu acho isso ótimo, afinal quanto mais difícil mais eu quero, quanto mais duro é o jogo mais intenso é o meu preparo. Por isso, cada vitória é com V maiúsculo. E outra coisa: se o que eu fizer for moleza, serei como qualquer um. E isso sim eu não aguento.

Estou drogada. Dá pra sentir isso correndo nas minhas veias, consumindo meu cérebro e alterando minhas funções metabólicas. A cada minuto, uma felicidade estranha me preenche, um certo efeito alucinógeno, não sei. Minha cabeça parou de girar e a fome passou, mas sei que não comi. Estranho porque normalmente tenho fome pra caralho. Meu Deus, estou rindo e falando palavrões! Espero que minha mãe não escute, ela nunca ia entender a piada mesmo. Então, devo estar escrevendo bobagens, mas a droga não me confundiu a cabeça, só o corpo, parece. Agora estou entrando no estágio tranquilidade. Ah, sim, eu sei. Já tomei isso várias vezes, conheço bem os efeitos, não se preocupa não. É uma paz! Tão diferente do cotidiano bom humor, entende. Dura duas horas, no total. Sim, não é demais?! Que droga que te deixa assim por duas horas? É absolutamente confortável. E sei - me lembro remotamente - que deveria estar sentindo dor. Sim, uma dor forte, mas não lembro por quê. Deve ser a droga. Sim, é verdade, ela relaxa, libera as tensões e a dor some. Verdade... O melhor é que, depois das duas horas, depois que o efeito começar a passar... Não vai me deixar triste, nem dolorida. O prazer e o bem estar não são interrompidos. A fome volta, mas controlada. E tem uma coisa mais. Um efeito surpreendente, que compensa todo o vício adquirido: nos deixa estupidamente teimosos, o que simplesmente nos impede de desistir.

 Porque minha droga é diferente da sua. Meu vício é a Endorfina. 

É isso aí.


Beeijos, Jaqueline.

domingo, 18 de julho de 2010

Sabe como é

Minha cabeça está rodando, sério. Não, não sei o que aconteceu com as doses que você me serviu - elas simplesmente sumiram. Meu estômago dói - parece fome, mas não é, porque eu sei muito bem que acabei de comer vários pedaços daquele bolo fofo. Simplesmente não pode ser fome. Pra completar esqueci aquele livro - o que eu falei que ia roubar - na cadeira ou sei lá onde, acho que sua mãe guardou. Minha cabeça está doendo e não gosto de sentir dor perto de você. Faz eu ter a certeza - e não só a suspeita - de que aquela dor está me impedindo de ter/fazer algo muito bom. Sim, estou de óculos, mãe. Sério. Sim, olha eles aqui. Não, não fui dormir tarde ontem. Claro que não né! Ta ok. Estou me corroendo de vontade de contar pra você, mas é que nem eu acredito que consegui e vou esperar ver com meus próprios olhos céticos, antes de iludir você. Mesmo que minha cabeça ainda gire. Não, não estou bêbada. Só com dor de cabeça porque tenho dormigo pouco e usado meus óculos nos momentos errados. Sim, só. Não, foi só uma vez, porque eu esqueci eles na minha tia, então não tinha como usá-los. Sabe como é.

Beeijos, Jaqueline.

sábado, 17 de julho de 2010

Comigo, querido

Quero ver sua cara quando te entregar. Não, ainda não está comigo, querido. Nem vou te contar agora - e acredite no esforço que estou fazendo pra conseguir guardar esse segredo, seja paciente, já que eu não o sou. Surpresas são mesmo uma droga. Ansiedade e dúvida, eu sei. Queria tê-la - a surpresa - aqui, pra entregar-lhe logo e acabar com esse embate de novela mexicana de baixa qualidade. É, às vezes eu surpreendo. Não imaginava que fosse consegui-lo tão rápido, não quero contar vantagem, mas ter amigos é imprescindível quando se precisa de alguma coisa - e eu tenho. Mais duas semanas, no máximo. É o tempo de me entregarem, oras. Não sei se consigo antes. Sossegue! Você nem mesmo sabe o que é e já fica assim, todo ancioso? HAHA Você é demais. Curioso! Mas estou otimista, acho que vai gostar sim.

Vou pagar pra ver.

Beeijos, Jaqueline.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

And nothing else matters

"I know that living with you, baby, was sometimes hard
But I'm willing to give it another try
Nothing compares
Nothing compares to you"
(Sinead O'Connor / Prince)

A chuva está caindo ainda querido. O que você tem feito do seu dia? Eu tenho ficado por aqui, contando as horas. Elas demoram a passar, sabe. Minuto a minuto, entende. Pra que dar tantas voltas no relógio, afinal? Os dias têm sido longos e embolorados. Por que mesmo não posso me demitir desse infeliz cotidiano e passar todas as manhãs - e tardes e noites e auroras e madrugadas e crepúsculos e chuvas infernais - com você? Ah sim, pelo gostinho da saudade - e minhas contas no fim do mês. Triste, né? Vidinha medíocre, rs.

Mas acho que a distância faz a presença muitíssimo mais agradável.

"I never opened myself this way
Life is ours, we live it our way
All these words I don't just say
And nothing else matters

Trust I seek and I find in you
Every day for us something new
Open mind for a different view
And nothing else matters
 
So close no matter how far
Couldn't be much more from the heart
Forever trusting who we are
And nothing else matters"
(Nothing Else Matters - Metallica)

Chuva combina com músicas - e ideias - melosas (não que Metallica seja exatamente algo 'meloso', claro).

Beeijos, Jaqueline.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Cebolas

E eu me recostei na grade, entre a sacada e o infinito, e joguei a cabeça para trás para olhar as estrelas. Havia várias - brilhantes, discretas; distantes - e eu me assustei quando notei que há muito tempo não parava pra conversar com elas. Apesar do desconforto inicial, com os trapézios reclamando, mantive-me quieta ao seu lado, ouvindo aquela música escrita pra você, com certeza. Foi um momento deliciosamente silencioso, com seus cigarros e meus pensamentos.

Parecia que aquele lugar sempre fora meu e que aquelas estrelas brilhavam pra gente.

E é incrível como não precisamos gastar palavras pra preencher o vazio. Não existe vazio. É gostosamente diferente nosso modo de calar futilidades e cada conversa nossa tem se mostrado ainda mais interessante - e há tanto que eu gostaria de lhe falar e ainda não sei como!

Talvez elas, as estrelas, gostem de nós. Sim, eu acho.
Afinal, se eu gosto de nós, por que elas não gostariam, rs?

*

O 'outro' inspira curiosidade, e da curiosidade vem as cambalhotas no estômago e a vontade de traduzir aquele alguém. E pessoas são como cebolas. Cebolas têm camadas. Pessoas têm camadas.

As de fora são as disponíveis vinte e quatro horas por dia, pra quem quiser ver; é a aparência, as roupas, o corte de cabelo, o perfume que você usa, as marcas que você ostenta, as cores que você tem e usa. São aquelas que qualquer um que vê, avalia, percebe.

As camadas do meio já requerem que o observador gaste um pouco mais de tempo, demonstre talvez um pouco mais de interesse no observado e atente para alguns sinais, que são normalmente confundidos com as camadas de cima, mas que não as são. Essas, as intermediárias, são o jeito que você cruza as pernas, o ritmo com que respira, se fecha ou não os olhos pra ouvir aquela música; são o tom de voz e a firmeza do aperto de mão, a profundidade do olhar e a altura da risada. As camadas do meio são o vocabulário, a expressão, as escolhas cotidianas entre doce e salgado, quente e frio. 

As camadas mais profundas - ahh, essas danadas! - são aquelas peculiaridades que nos fazem ser quem somos, que somadas às outras - do meio e de fora - nos tornam ímpares, únicos. As camadas de dentro não são vistas por aqueles que olham, pois dependem, na verdade, do dono as querer divulgar. É necessário uma entrega e confiança diferentes, pois só o possuidor dessas camadas pode escolher se as mostrará ou não. E o observador deve querer vê-las e entendê-las, ou continuarão invisíveis. É indispensável esse mutualismo, pois são - essas camadas - feitas de sutilezas; são as ideias loucas que temos vontade de realizar, os desejos escondidos, são as paixões, os ódios, as dores. É aquilo que as vezes não queremos lembrar, quem dirá contar pra alguém. São os dilemas, as vontades, os amores, os preconceitos. É a opinião. São as palavras sussurradas no ouvido praquela pessoa especial. Aquilo que você só diz pro seu melhor amigo, as confissões, segredos, dúvidas; as camadas profundas são feitas das nossas verdades, dos nossos medos, curiosidades. 

E vai de cada um saber qual delas é mais importante. Mas, acreditem quando digo, quando alguém começa a compartilhar com você suas camadas mais profundas e você se vê desvendando o mistério de alguém, mesmo que aos poucos, mesmo que revelando milímetro a milímetro, a sensação é inexplicável. É um misto de felicidade com orgulho e honra. Ou qualquer coisa assim, que te deixe como que flutuando, sorrindo sozinho no escuro duma magrugada super estrelada.

*

Foi um final de semana delicioso.
E estrelado.

Beeijos, Jaqueline.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Pras pessoas de alma bem pequena

"Tudo vale a pena
Quando a alma não é pequena"
(Fernando Pessoa)

"Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Dê-lhes grandeza e um pouco de coragem
Pra quem não sabe amar"
(Cazuza)

Pessoas de alma pequena,

Nada tenho contra vocês, só a favor. E por lhes gostar, sinto um certo aperto no coração de saber o quanto da vida vocês perdem diariamente, mendigando sentimentos, atitudes, olhares, ideias.

Façam-me um favor: cresçam. Deixem de se contentar com o mínimo, esmigalhado, empoeirado, com o mais ou menos, com o tá bom assim, por hoje é só. Parem de se humilhar nitidamente às conversas, às mentiras, às desculpas aos farrapos. Deixem de levar suas vidas - aliás levem suas vidas; não as deixe ser arrastadas pelo destino. Deixem de concordar. Discordem. Teimem! Briguem! Deixem o sangue correr pelas suas veias de raiva ou euforia, mas sintam-se vivos todos os dias, arrumando sempre um novo motivo. Não quero viver pra sempre, quero viver enquanto estiver vivo - faça disso um mantra e repita-se sempre que esquecer que a vida é uma música sem replay.


E não percam nenhuma oportunidade de viver!

Beeijos, Jaqueline.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O fato é que bebo café

"Um dia a Vitória vai perceber que essas quedas e saltos são mais sobre aprender e menos sobre deixar de errar, que o macete pra não se irritar com pessoas irritantes é imaginar que elas já foram crianças – e muitas não deixaram de ser birrentas e mimadas -, que o mundo vai tentar convencer ela de que necessita de milhões de bugigangas para ser amada ou respeitada, para “fazer parte” ou “estar integrada”, mas que muito antes de qualquer parafernalha ela já sabia, sempre soube, que já é. Pelo menos pelas pessoas que importam. Ela vai entender que essas pessoas que importam não precisam ser muitas, mas que elas precisam ser verdadeiras e que a Vitória precisa ser verdadeira com elas também. Vai entender o quão importante e gostosa é a idéia de cultivar. Cultivar seu tempo, seus pensamentos, seus sentimentos, seus pequenos prazeres e seus profundos e importantes valores. Vai aprender que a vida se dá por uma série de pequenas trocas, de olhares, de carícias, objetos, sentimentos, pensamentos. Que mesmo que tentem – e vão tentar – vender a ela a idéia de que a relação entre o corpo e a mente dela é uma dicotomia, que um só pode funcionar se estiver reinando soberano sobre o outro, nunca vão conseguir apagar o sentimento, aquela certeza profunda que ela tinha desde que engatinhou pela primeira vez, de que só uma harmonia entre eles pode reinar soberana, já que seus sentimentos vão influenciar seus pensamentos, o funcionamento do seu corpo e mesmo sua relação com a divindade e que nenhuma dessas esferas existe em separado e nenhuma delas é saudável em separado. Vão tentar convencer a ela de muitas coisas, certas e erradas, muitas ela terá de vivenciar para aprender, outras não. Mas o mais importante é que ela consiga distinguir as miríades de idéias, grupos, partidos e modismos que servem para separar a humanidade, das poucas e belas coisas que nos fazem solidários. E que ela saiba que a escolha, entre uma e outra, será sempre dela, assim como o mérito e a responsabilidade pela escolha.

Assim, um dia, quando ela já estiver bem vovozinha, com filhos que trarão netos e talvez bisnetos, ela possa ter vivido seus engatinhares, andares, correres e saltares, seus amores, seus estudos, profissões e toda uma corrente gigantesca de méritos maravilhosos. Nessa época, um dia, ela vai fechar os olhos e sentir que está caindo para trás... mas tudo bem, quedas são inevitáveis."
(Blog Café com Conto, de Renato Kress)

Gosto de café, mas não sou mais viciada nele. Antes, só o cheiro me dava arrepios; precisava beber. Era compulsiva, porque achava bonito dizer que bebia café - adultos bebem café, jornalistas bebem café, gente importante bebe café. Hoje, gosto. Aprecio o cheiro. O gosto, só quando o pó é extraforte e tem muito pó na composição, de modo que se jogar um prego dentro da xícara ele boie. O fato é que bebo café.

Tem coisas que eu não gosto e que fazem mal, e que talvez não use ou ingira, não aceite ou aprecie, mas que fazem do cheiro algo naturalmente agradável - como perfume masculino, shampoos de salão de beleza (que são indiscutivelmente melhores que os que a gente usa em casa) e cigarros; é uma mistura da qual gosto, apesar desses itens separados não me atrairem desesperadamente.
E Café com Conto é um bom blog. Gostoso de ler como café quente é bom de se tomar num dia cinza de outono, numa daquelas xícaras grandes de louça que eu sempre quero comprar mas nunca lembro. O que me lembra da neblina mais densa ja vista, às 3h dum domingo qualquer. Café me lembra boas histórias. Mas é o tipo de coisa pra se beber sozinha.
Infelizmente, nunca fiz amigos bebendo café.

Beeijos, Jaqueline.

Mas não estou desistindo

"Não sei se quero descansar por estar realmente cansada ou se quero descansar para desistir."

Não estou desistindo, mas estou sim cansada. Estou cansada de ser julgada por ser de direita ou esquerda quando não faz nem dois meses que eu tirei meu título de eleitor. Estou cansada de ter que explicar que ter um tio-padrinho na situação e um primo na oposição não me obriga a escolher um lado político, nem muito menos que esse lado definiria de qual deles eu gosto mais. Estou cansada de repetir que não me importo que as pessoas pensem diferente de mim, ou falem mal de pessoas que me são próximas - queridas ou não - desde que respeitem que eu penso diferente.

Estou cansada de ter que ensinar adultos a agirem com seriedade, quando eu tenho só dezessete.

Estou cansada de ser cobrada; estou cansada de ter que ser responsável, eficiente e profissional quando não tenho bons exemplos. Estou cansada de mostrar que confiança é uma boneca de porcelana que você ama muito e que quando sua irmã caçula a quebra, ela nunca mais é a mesma, por mais que se cole os caquinhos - e que por isso devemos fazer jus à confiança que depositam em nós e mostrar que somos dignos de possuí-la.

Estou cansada de ter que fazer tudo sozinha, por não poder contar com a ajuda das pessoas. Estou cansada de tentar dividir as tarefas e de ser deixada na mão, mesmo quando eu já estava mesmo esperando que isso fosse acontecer. Estou cansada de rirem das minhas loucuras. Estou cansada, porque minhas loucuras são só as sanidades que ninguém quer cometer, por serem demais complexas ou sérias.

Estou cansada de ser chamada infantil quando na verdade sou adulta desde os treze. Estou cansada de ter que calar meus protestos e indignações, pra não ofender os errados. Estou cansada das mesmas desculpas sempre, das mesmas preguiças e dos mesmos problemas. Estou cansada de lutar por coisas admiráveis e não conseguir ajuda.

Estou cansada da hipocrisia de quem sabe que faz errado e ri, jogando a sujeira pra baixo do tapete. Estou cansada de contar nos dedos as pessoas com a alma - a ficha, a consciência - limpa e de perder as contas com o restante.

Estou cansada do mau humor e infelicidade de quem não se realizou. Estou cansada da inveja das coisas que crescem e progridem - seja lá o que for (se não respeitam nem os meus quadríceps, por que o fariam com minhas revoluções?).

Estou cansada.

Mas não estou desistindo.

"Aceitar-me plenamente? É uma violentação de minha vida. Cada mudança, cada projeto novo causa espanto: meu coração está espantado. É por isso que toda minha palavra tem um coração onde circula sangue."

"As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos. A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam. Para aqueles que buscam e tentam sempre."
 
(frases de Clarice Lispector, minha amada)
 
Beeijos, Jaqueline.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Descrentes e pessimistas

E não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam. A vida é assim e vai ser sempre. Só devemos, pra fazer valer, escolher as coisas (e pessoas) pelas quais realmente valha a pena se importar. No entanto, cabe apenas à nós escolher quem ou o que é importante, e entenda: os outros dificilmente concordarão (o que significa que você vai ser sempre um taxado de idiota pelo mundo, por se importar com coisas que ninguém se importa).

É como agir pela consciência ou pela reputação. Sabe aquele papinho profile-de-orkut-de-garota-com-tendências-Restart que diz que consciência é o que você é de verdade e reputação é o que os outros pensam de você (e eu digo: os outros serão sempre os outros), é quase isso.

Importe-se - lute, deseje, conquiste - com o que você acha que merece esse desgaste físico, emocional, psicossomático, e o diabo a quatro. Não deixe que outras pessoas - entidades, prefeituras, organizações, descrentes, pessimistas, pais e amigos da onça - te façam desistir de seus projetos - sonhos, objetivos.

Sê um teimoso irremediável!

Não um teimoso chato, que vê que vai dar tudo errado e mesmo assim pula do precipício, mas um teimoso do tipo que não desiste nunca, que supera os próprios limites - os emocionais são os piores, acreditem, as vezes a gente só quer sentar e chorar até que tudo desapareça - que apesar de todo o descaso, irritação; que apesar de todos os tropeços, obstáculos, tentativas alheias de derrubá-lo, vai e luta e faz e acontece e cresce e aparece.

"E João não conseguiu o que queria
quando veio pra Brasília com o diabo ter:
ele queria era falar com o presidente
pra ajudar toda essa gente que só faz sofrer...!"

Se querem saber, O D E I O quando tentam me impedir, mesmo que discretamente, de fazer as coisas. Quando tentam boicotar o sonho de centenas de pessoas - sim, centenas.

Me irrita querer fazer algo bom pra todo mundo e ser atrapalhada.

O D E I O ter que provar que eu posso, mesmo sem a sua ajuda.

Mas fazer o que, vamos lá. Foi você quem pediu, depois não diga que eu não avisei!

Beeijos, Jaqueline.

sábado, 3 de julho de 2010

É, né

Não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam.


E tenho dito.

Beeijos, Jaqueline.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

É tirar mil sons duma corda só.

É como correr. Não que eu goste de correr, mas imagino que a sensação pros que gostam seja parecida. É liberdade. Mesmo sem o vento contra o rosto e com muito suor fazendo brilhar a tez pálida, o que nos domina é a liberdade. A mente trabalha a mil por hora; estratégia, visão de jogo, domínio do corpo, força; músculos e entranhas, nervos, sangue, coração. Mente e corpo unidas pela batida do gunga. Liberdade de pessoas que não estão mais aqui e a nossa própria.

Capoeira é liberdade; é a beleza do que é singular. Ninguém joga igual ninguém, disse meu professor quando começei, quase dois anos atrás. Tá, Cláudia, senta lá. Não acreditei. Hoje, vejo que é aí que mora a graça. Golpes, esquivas; aprendemos todos as mesmas coisas, os mesmos movimentos, mas não jogamos igual. É como crianças que aprendem as mesmas palavras mas que falam de maneiras completamente díspares.

Como pessoas que aprendem a ler na mesma escola mas leem coisas diferentes.

Nosso jogo é nossa mensagem. Não é pancadaria - não precisamos disso. Não é defesa pessoal - capoeira estuda não fica pra rua procurando briga. Não é só dança - apesar da música.

É luta, é jogo, é mandinga. É malícia. É testar a atenção do companheiro - não do adversário, mas do camarada, do irmão. É testar seus próprios limites. É evoluir.

Capoeira só faz sentido quando a gente decide evoluir. Aprender, independente das nossas limitações. Adptar movimentos. Criar. Inovar.

Capoeira é cantar, tocar. Ficar com dor na mão de tanto bater palma. É tirar mil sons duma corda só. É minha grande paixão.




Conheça o blog do CECAB Cabreúva : www.cecabcabreuva.blogspot.com !

Beeijos, Jaqueline. 

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Sim, vai passar rápido

"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará".
(O Tempo, de Mário Quintana)


Parece que o tempo mente pra nós. Parece que ele passa mais rápido quando a gente se diverte. Parece que foi ontem que eu publiquei aqui qualquer coisa sobre o mês de junho, que já se foi. Agora, oficialmente, estamos na segunda metade do ano. Rumo ao Natal! Daqui até o Natal é um pulo! Final da Copa do Mundo, eleições presidenciais (ninguém nunca lembra dos coitados dos deputados, governadores e senadores; vai ver é por isso que eles não fazem nada), dia das crianças, meu aniversário, depois Natal.

Sim, vai passar rápido. E talvez você nem veja, de tão rápido.

Bem, estamos em julho. Com éle-agá. Isso. Homenagem ao tal do Júlio César, que era Imperador duma Roma qualquer, há certo tempo atrás. Isso inaugura oficialmente o resto do ano. Sinal que já perdemos - ou vivemos, aí depende - metade. Ja era metade do bolo e agora é aproveitar ao últimos pedaços, migalhas, sabores.

JuLHo nunca foi meu mês preferido, sempre odiei férias escolares, porque isso sempre me fez ficar longe de pessoas que me faziam tão bem, e isso não mudou. A diferença é que, agora, corpo e mente imploram por descanso. E isso lhes foi intensa e imutavelmente negado. Descanso, só no pós treino. Mente ligada no 220. Aproveitemos o tempo antes que ele acabe.

Porém, por mais delicada que seja uma situação, sempre existem dois lados.

O primeiro é aproveitar o tempo para engrandecer a mente; nisso, posso classificar minhas atividades sociais, minhas batalhas com os livros, códigos, artigos, protocolos, textos, blogs, currículos, cartas de apresentação; e aqueles em que - por vontade ou necessidade - engrandecem a mente e o corpo; a mente, com paciência, dedicação, força, vontade, determinação, lucidez, seriedade, concentração, disciplina, bom humor; e o corpo com abdominais, séries e repetições, gingas, esquivas, golpes, contra-golpes, floreios, flexões, alongamentos e afins.

O segundo é, com certeza, o uso do tempo - que não é eterno; e corre - para aquelas coisas que simplesmente, engrandecendo espírito ou não, me fazem feliz. Pura e simplesmente. Não que as citadas acima não me façam, pois do contrário não fariam parte da minha vida - é isso que as pessoas costumam não entender - mas essas são bruscamente mais potentes. São as pessoas. É aquele sorriso, entende. São os momentos que passo junto com pessoas queridas. As risadas intermináveis, as discussões bobas que acabam em zueira, as piadas sem graça, as fofocas maldosas, o silêncio. É aquele abraço despretencioso, de quem simplesmente gosta. Ou aquele forte que mostra que é ali que eu encontro minha felicidade. São as horas de sono proibidas, a companhia clandestina. É fazer o carro pegar no tranco às seis da manhã. É sair da faculdade pra ir pro bar - e não beber. É aquele momento em que faço alguma coisa no seu ouvido só porque se estiver olhando pra você vou ficar muito vermelha. É cada quilômetro percorrido juntos. A pé, de avião, motocicleta. São as músicas que ouvimos juntos. São as cumplicidades.

De um lado, o egoísmo de quem ama a si e se quer melhor, pra fazer o melhor pra ou por alguém.

Do outro, a felicidade da companhia. Do outro, da presença.

O tempo passa. E sou obrigada a aproveitá-lo enquanto o tenho. Quando tiver opções, opte pelo que faz seu coração vibrar. Opte pelo que você gostaria de fazer, apesar de todas as consequências. E não perca nenhuma oportunidade de viver!

- Vai acabar...
- Eu sei.
- E o que fazemos?!
- Aproveitamos!

Beeijos, Jaqueline.