quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Adiós

Setembro, tal qual todos que o antecederam, se despede. E que vá com Deus, que Outubro é o mês de que gosto mais - e particularmente por esse estou esperando faz tempo!

Um mês positivo, exceto por História da Arte. De resto, não tenho sequer do que reclamar. Thank you, God! E que o próximo seja tão bom quanto esse, ou mais.

Amém.

Beeijos, Jaqueline.

Obrigada?!


Eu não vou votar domingo. Moro nos Estados Unidos e perdi o prazo mais uma vez para transferir o título para o Consulado de Nova York. Nem Serra, nem Dilma, nem Marina terão o meu voto. De qualquer forma, trabalharei no dia da eleição na cobertura dos 21 mil brasileiros do colégio eleitoral desta região americana que maior número de eleitores no mundo fora do Brasil.

Poderei justificar ou, como em outras ocasiões quando não votei, ir à Justiça Eleitoral ao retornar a São Paulo, pagar uma multa de menos de R$ 10 no banco e voltar para retirar um certificado dizendo que estou em dia com minhas obrigações. Isso mesmo, obrigação. Infelizmente, no Brasil, o voto é uma obrigação, não um direito.

Em outros países do mundo, como aqui nos EUA (e também em todo o mundo árabe, grande parte da Europa, Ásia e África), o voto é facultativo. O cidadão vota se quiser. Pode optar por trabalhar, jogar futebol, o que for. Mas não precisa votar se não estiver disposto. É um direito democrático. Em uma eleição, talvez ele não se interesse por nenhum dos candidatos ou não possua motivação suficiente para votar.

Isso faz parte da democracia. Obama venceu a eleição presidencial dos EUA porque parcela elevada da população como os jovens decidiram ir às urnas naquele ano para ver a “sonhada” mudança. Muitos eleitores republicanos, por outro lado, não estavam incentivados o suficiente para ir até um centro de votação depois de oito anos de Bush. Neste ano, na votação para o Congresso, deve ocorrer o inverso. O Tea Party incendiou o lado republicano, enquanto muitos eleitores democratas, decepcionados com o presidente, ficarão em casa.

Como em outros temas, a questão do voto facultativo não entra em discussão no Brasil. Paramos no tempo, assim como na obrigatoriedade do alistamento militar, , união de homossexuais, legalização das drogas e voto distrital – acho inacreditável não elegermos alguém que represente nosso distrito. Temos que votar em um deputado que precisa fazer campanha em todo o Estado. Quem sabe, um dia, não surja um movimento de desobediência civil contra o voto obrigatório. E todos os candidatos são contra ao direito de uma mulher decidir sobre o aborto. O Estado decide por ela, assim como nos obriga a votar e a nos alistarmos no Exército, se formos homem. E, uma mulher que queira servir, está proibida pelo Estado.



Amei.
Beeijos, Jaqueline.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

@ojornalistacom (2)

Esse não é o melhor momento para ser jornalista se:

•Você não gosta de mudar – porque mudança é tudo que a indústria tem a oferecer para você

•Você não tem paixão pelo assunto – porque as pessoas com paixão já estão falando sobre isso na web, e elas são mais interessantes

•Você quer continuar fazendo o mesmo trabalho que fazia há cinco anos – porque aquele trabalho já tornou-se história

•Você não gosta que os leitores comentem – porque eles têm inúmeros métodos de responder ao seu trabalho, permitindo ou não que deixem comentários nos seus artigos

•Você não gosta de linkar – porque os links são a nova economia dos conteúdos

•Você quer definir o que é importante – porque o poder de decisão está novamente nas mãos do público

•Você odeia tecnologia – porque esse é o futuro (de qualquer forma, a imprensa e a máquina de escrever já foram tecnologia um dia)

•Você tem uma visão limitada de quais habilidades você precisa desenvolver – porque as habilidades que você precisa estão em constante evolução

•Você não gosta de concorrentes – porque o seu número de concorrentes está aumentando diariamente

•Você não consegue ouvir mais do que falar – porque se você não consegue fazer isso, você nunca será um completo jornalista

Essa é a tradução do post “This is a Bad Time to be a Journalist If…”, publicado no One Man and His Blog.



Quando cancelaram o curso de Jornalismo na FPM, a frase que eu mais ouvi foi essa, sobre não ser um bom momento pra ser jornalista, que os jornais estavam fechando, que o mercado não pagava bem.

Hoje, estou vendo meus amigos irem embora, trancando a faculdade, sem vislumbrarem futuro digno nessa área. Eu sei que eu vou até o fim. E espero que não esteja fazendo nenhuma besteira. De qualquer forma, concordo com O Jornalista. Sempre será um 'mau momento' pra tudo, se não houver ao menos um pouco de boa vontade.

Né, não?! HAHA

Beeijos, Jaqueline - vamo que vamo, foca!

@ojornalistacom (1)

Já conhecia o blog O Jornalista, mas agora que o segui no twitter, céus, ele ficou infinitamente mais interessante. Com links de textos incríveis, algum humor, downloads de livros e tudo o mais. Estou com umas quinze páginas abertas aqui, pondo tudo pra carregar. Abaixo, o post 'Como xavecar um(a) jornalista'.

"Depois do post de sucesso que minha amiga Ariane Fonseca fez com “40 motivos para se casar com um jornalista (abaixo), resolvi dar uma ajudinha pro pessoal e ensinar, antes de qualquer coisa, como fazer para conquistar a(o) sua(seu) jornalista.

Recentemente, o vídeo do goleiro espanhol Iker Casillas beijando sua namorada, a jornalista espanhola Sara Carbonero, deixou muita gente com água na boca, torcendo para ser a próxima pauta.

As declarações abaixo foram retiradas do Twitter com a hashtag #comocantarumjornalista. Uma série delas pode ser encontrada no post “Como cantar um jornalista”, do blog No Punho da Rede. Vamos às melhores que encontrei:

Te quero com ou sem diploma.

Posso te pautar pra hoje à noite às oito?

Posso ser personagem da sua matéria?

Vamos pular o nariz de cera e ir direto pras 2 perguntas do lead: Quando e onde?
(J: nariz de cera: enrolação, blá blá blá, conversinha, informações desnecessárias. Lead: o que realmente interessa, primeiro parágrafo, normalmente.)

Gostei do seu lead, mas gostaria de avaliar melhor o corpo da matéria.

Quem? Quando? Onde? Como? Por que… não?

Sou um goleiro espanhol, quer ser minha repórter?

(...)

Me mostra sua externa que eu te dou uma exclusiva!

É necessário sempre ouvir as duas versões da história. Quer ouvir a minha lá em casa ao som de uma música romântica?

Pega minha notícia, me joga na primeira página e me chama de manchete!

Vamos tentar uma Pirâmide Invertida?!
(J: no jornalismo - informações mais importantes primeiro, as menos relevantes depois)

Você e eu… fica só no lead ou dá uma reportagem especial?

Quer dar um plantão lá em casa? Tenho uma pauta quente.

Te proponho uma reunião de pauta lá na minha ilha de edição.

Eu vou te apurar todinhaaa(o)!

Agora, para finalizar, uma verdadeira declaração de amor: Estude minha pauta, você é mais que um release… é meu lead, seja meu furo de reportagem!

Logicamente que, utilizando esses xavecos, é bem provável que você não consiga nem uma(um) estagiária(o)! Mas é bom para dar algumas risadas!"



40 motivos pra se casar com um jornalista.
Segue a lista:

1.Jornalista geralmente é criativo, ele vai surpreender você quando menos esperar;

2.São curiosos e antenados, você sempre ficará por dentro de tudo que acontece;

3.Eles não ganham bem, mas isso é bom porque vocês podem aprender a economizar dinheiro;

4.No Natal, Ano Novo, Carnaval… eles provavelmente estarão na redação. Mas, pense pelo lado positivo: antes trabalhando do que vagabundando;

5.E outra! Trabalhando muito, eles não têm tempo de se interessar por outra pessoa;

6.Eles não são bons de matemática, mal sabem somar e subtrair; mas, para que saber isso se são os mestres da escrita?;

7.Acostumados com pautas, são bem organizados e planejam bem as coisas antes de fazê-las;

8.Como é fissurado por fontes, quando você tiver uma ótima ideia, ele não vai dizer aos amigos que foi coisa da cabeça dele. Dará todas as honras para você!;

9.Como vivem numa rotina corrida, não tem muito tempo para opinar nas coisas da casa. O que você fizer, ele vai achar lindo;

10.Tudo é um grande brainstorm (tempestade de ideias). Monotonia não vai entrar na sua casa!;

11.Quando vocês brigarem, ele não vai achar que a opinião dele é a melhor. Tem que ouvir todos os lados de um fato, ele saberá analisar a situação!;

12.Em coberturas de grandes eventos, você poderá entrar de gaiato. Cada final de semana em um lugar diferente: jogos de futebol, avenida de escola de samba, lançamento de livros…;

13.Mantêm revistas e jornais no banheiro. Você nunca ficará olhando para o vácuo enquanto faz suas necessidades fisiológicas. Ganhará conhecimento!;

14.Idolatram pessoas totalmente desconhecidas (o seu Zé, a Dona Maria, o Juquinha…) Todos com ótimas histórias de vida que vocês podem usar no cotidiano também para se tornarem pessoas melhores!;

15.Não vai faltar café na sua casa. Café e jornalista são praticamente sinônimos;

16.Ele pode escrever os votos matrimoniais da sua irmã, criar o conteúdo do site de negócios do seu pai, ensinar sua mãe a tirar fotos das amigas nos eventos do bairro. Ele aprende de tudo um pouco e gosta de compartilhar!;

17.Tudo para o jornalista tem uma explicação. Eles nunca vão se contentar com a primeira versão de um fato. Você sempre terá uma resposta, mesmo que demore;

18.São ótimos investigadores. Se alguém no trabalho passar a perna em você, rapidinho ele descobre quem é!;

19.Como trabalham muito, não tem tempo para beber demais, fumar, se envolver com drogas… Você terá um companheiro saudável!;

20.Tá bom, vai… eles não costumam comer coisas muito saudáveis. Mas se você for legal e fizer comida para ele levar ao trabalho, isso se resolve rapidinho, não é? =);

21.Suas viagens nunca serão monótonas! Se acontecer qualquer movimento estranho, ele vai logo querer saber o que é e infiltrará você junto para desvendar o problema;

22.Amam roupas leves e simples no dia a dia. Você não vai gastar muito dinheiro com isso;

23.Mas também sabem se arrumar bonitinhos para os eventos. Você terá um parceiro que sabe ser simples, mas também sabe arrasar. Tudo vai depender da ocasião;

24.A agenda é o seu melhor amigo. Mas, não fique com ciúmes! Pense pelo lado positivo, nunca vai esquecer nenhuma data importante, porque tudo fica rigorosamente descrito lá;

25.Eles não ficam irritados com “nãos”, afinal, estão acostumados com assessorias de imprensa que não querem divulgar os bafões. Você não terá um companheiro irritado, mas, em compensação ele não vai desistir até conseguir o que quer. Mas só de não se grosso já vale, não é!?;

26.Como são antenados, também sempre ficam sabendo das novidades tecnológicas primeiro. Às vezes, até ganham de presente para testar a ferramenta. Você terá tudo em primeira mão na sua casa;

27.Eles não se importam com calor, chuva, trovões… afinal, precisam estar onde a notícia está! Você poderá ir na praia com 50 graus tranqüila ou aquela viagem dos sonhos pode se tornar um pesadelo no caos de São Paulo que ele não vai blasfemar. Ainda vai dar risada da situação;

28.Acham que podem salvar o mundo com uma matéria. Olha que sensibilidade!;

29.Eles sempre sabem tudo todo o tempo;

30.Gostam de música para acalmar;

31.Leem livros raros, histórias para crianças e semiótica… Seus filhos serão super dotados se depender dele;

32.Sua vida social é infinitamente grande. Você nunca poderá reclamar que não conhece gente nova;

33.Eles estão acostumados com coisas chatas e sabem contorná-las muito bem. O casamento nunca vai virar algo monótono;

34.Eles gostam de camisas com estampas de alguma brincadeira sobre algo atual. Suas amigas vão ficar com inveja do seu companheiro inteligente;

35.Eles sempre têm uma opinião sobre qualquer coisa na face da Terra. Durante uma conversa entre amigos, vocês nunca ficarão apagados;

36.A maioria gosta de virar psicólogo, técnico de futebol e médico às vezes. Você terá um companheiro mil e uma utilidades;

37.Por causa da profissão, são forçados a aprender mais de um idioma. Você vai ouvir “Eu te amo” em, pelo menos, umas três línguas diferentes;

38.A primeira coisa que seu filho vai aprender é que a informação é a alma do negócio. Com dois anos, sua fofurinha vai saber o que é aquecimento global, mercado financeiro e já saberá criticar políticos;

39.Gostam de mudar de cidade, estado e até de país. Você conhecerá muitos lugares!;

40.Assistem documentários e vão a museus o tempo todo, não importa o que seja. Ô cultura!
 
 
Eta site bom!
Em breve, um post sobre os livros que ando roubando e mais coisas legais sobre jornalismo.
 
Beeijos, Jaqueline.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Até então

Esse final de semana me senti um alguém interessante, com novidades pra contar.

Quarta passada tivemos aula no estúdio de fotografia e, posso dizer, me apaixonei perdidamente! Fiquei meio constrangida por não saber manusear com precisão aquela máquina cheia de botões, mas depois que a consegui configurar, com ajuda de uma amiga, me senti a fotógrafa. Delícia! As fotos ficaram estranhas, sim. Algumas, muito engraçadas – principalmente as que foram invadidas pelo cabeludo coordenador da Faculdade de Comunicação e Artes, o professor Cortez. Mas para fotojornalistas de primeira viagem, pode-se dizer que fomos muito bem.

Não queria posar, só fotografar, mas me obrigaram. E a câmera é tão boa que, além das espinhas, dava pra contar os poros do meu nariz. Mesmo assim, foi ótimo. A partir de agora, parece-me, iremos sempre ao estúdio, visto que as aulas teóricas acabaram. Passada essa semana de provas e a que vem de lição do erro, voltamos lá - ai que delííííciiaa! HAHA Amei!

Nós, privilegiados alunos do CEUNSP, podemos pegar qualquer equipamento de fotografia ou filmagem, mesmo que nada tenha a ver com as aulas. Apresenta-se a carteirinha, assina-se uma papelada e usa-se a vontade. Com o cartão de memória, passa-se tudo pro notebook. Ai, às vezes adoro a tecnologia. Estou pretendendo fazer isso qualquer dia, tirar foto coma galera - antes que todos tranquem a facul.

Na quinta, se não me engano, sugeri uma pauta para o professor Courbasier – vulgo Pedrão – pro GT de política. Ele gostou tanto que sugeriu que fosse publicado em O Arauto, jornal da faculdade. Fiquei feliz, sabe. Orgulhosa. Ele disse que minha curisidade, meu 'faro' é o de um verdadeiro jornalista - e senti de novo aquela certeza de estar no caminho certo. Agora, estou trabalhando na reportagem. Preciso fazer umas pesquisas e entrevistas, mas estou confiante. Por ser uma pauta pela qual me interesso sinceramente, imagino que vá dar menos trabalho e dor de cabeça.

Na sexta, fui pra Jundiaí com minha excelentíssima irmã mais velha e cometemos uma pequena loucura clandestina. Fiz um furo numa região não aprovada pelos meus genitores. E no mesmo dia ganhei chocolate e comi sem pensar duas vezes.

À noite, o professor entra na sala. Duas últimas aulas, História do Jornalismo. ‘O que vocês querem fazer hoje?’, ele pergunta. Um aluno – Gui Casita s2 – diz ‘quero ir pro bar’ e o professor, recolhendo suas coisas de cima da mesa , andando rumo à porta, diz ‘vamos!”.

A sala, com uns dez alunos, ria baixinho, encabulada coma proposta, mas ninguém se mexeu. O professor voltou querendo saber se eles não iam. ‘É sério?’, perguntavam. ‘Claro que é, va’mbora!’. E foram mesmo.

Juntaram três ou quatro mesas na praça, perto do quiosque. O professor pagou umas garrafas de cerveja e os alunos racharam o valor de outras. Uma cena no mínimo inusitada, mas foi divertidíssimo. Ninguém estava mesmo a fim de estudar e foi ótimo. Conversamos, bebemos e rimos demais. Nunca dez e meia chegou tão rápido.
 
Sábado foi um ótimo sábado. E nem tomei bronca pro chegar cinco e meia em casa. HAHA
 
Domingo, chuva. Foi gostoso também. Família do namorado, altas risadas. Gosto demais daquela gente, me sinto muito em casa e acho que me divirto mais com eles do que com meus próprios parentes.
 
Hoje, fui pra São Paulo - continuo não gostando de lá. Acho muito barulhento e sujo, mas não da pra negar que é um lugar culturalmente interessante. Mas me dá sono, embrulha o estômago e cansa. Sempre volto de lá com um bocado de preguiça! HAHA
 
 
Hoje também é aniversário do amor da minha vida; que está sempre ao meu lado, o tempo todo. Que me conta os maiores segredos e tem paciência pra ouvir os meus. Que me aconselha nos dias de pé na bunda, que me empresta roupa, dinheiro, sapato e o ombro - pra dormir ou chorar. Ela que me xinga quando eu faça cagada e não quero ir pra academia. Ela que me ouve contar cada história mais idiota do que a outra. Que me acorda de domingo da manhã pra não tomar café sozinha. Que tem sexto sentido tão forte quanto o meu, que é teimosa feito uma mula e branquela e gorda. MINHA GORDIIINHA! Meu amor, minha alma gêmea, minha irmãzinha querida! AMO AMO AMO!
 
MAIS QUE CENTO E TRINTA NO LEG PRESS! HAHAHAHAHA
 
Saiba que vou estar sempre aqui, pra qualquer coisa - desde que você continue me fazendo massagem quando eu tiver dor no trapézio, é claro!
 
Muita paz, amor, saúde, sucesso, hipertrofia, estágio, dinheiro, balada, homens de verdade, sonhos de consumo, umas amigas de carne e osso, felicidade pra sempre! Acho que é só. A irmã perfeita você já tem mesmo! HAHAHAHAH
 
AI, TE AMO, GORDA!
 
Sempre aqui,
Jaque.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Chata

"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado."
William Shakespeare

Eis que na semana passada discutíamos certos casos... E pus-me a pensar se um deles, o jornalismo independente, seria só um sonho - mais um dos devaneios tolos de quem acha que vai conseguir mudar o mundo, sozinha e de uma só vez - ou algo plenamente passível de realização. E mais: se não seria essa minha missão, meu caminho. Porque a estrada se bifurca e esses dois caminhos só se distanciam um do outro; um vem a ser o que chamamos de vida política, ainda que limpa, e o outro o que seria meu sonho jornalístico mais sincero e profundo, a independência.

Quando digo independencia, refiro-me a não ser insosso como o Jornal Nacional, que dá puramente a notícia, sem profundidade alguma, para não correr riscos e a passar longe dos extremismos da Veja e do Estado de São Paulo. Ter opinião, mas sem precisar distorcer os fatos em prol de quem anuncia ou do partido da oposição/situação. Ser verdadeiro e justo - investigativo e sério, independente de qualquer ideologia alheia - compromisso insolúvel com o leitor.

Há quem diga que todas essas coisas que eu desejo não passam de sonhos - impossíveis de se concretizarem. E o pior é que sou obrigada a concordar...


Certas coisas - como essas - me chateiam.
Estou chateada, hoje.

Beeijos, Jaqueline.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Só o começo

Sou uma pessoa definitivamente fácil de se agradar. Prefiro letra à melodia, intenção ao preço do presente. Gosto de coisas consideradas bregas e antiquadas, como pedir licença quando se é obrigado a passar entre duas pessoas que conversam. Gosto de desenhos animados. Gosto de pensar que alguém lê e gosta do que eu escrevo.

Não gosto de religião. Gosto de Deus. Acredito que exista uma grande diferença entre os dois. Sou impaciente, teimosa, raivosa. Esquiva. Falo coisas das quais me arrependo depois. Não falo o que normalmente morro de vontade. Odeio Crepúsculo, livros que caem no vestibular e fígado. Sou apaixonada por saltos altos, mas 90% das vezes escolho um dos meus All Star.

Vou do gênesis ao apocalipse em questão de minutos e vira e mexe me pego pensando besteiras que só me fazem ficar com raiva ou medo. Sofro demais por antecipação!

Gosto de muitas coisas e tenho medo que isso signifique que não gosto de nada, na verdade.

Sou saudosista e absolutamente desprovida de glamour. Gostaria de ficar bonita de blusa branca e sem maquiagem ou de chinelos de dedo, mas não dá, fazer o quê. Não gosto dos meus pés. Nem das minhas orelhas. E às vezes não tenho paciência pra colocar sequer um brinco. Não sou vaidosa e não tenho talento nenhum pro cargo de perua.

Sou ciumenta, pretensiosa, chorona, romântica incurável, completamente preguiçosa e fraca com o álcool. Gosto de coisas de menino: lutas, cavalos e camisetas - só pra contrastar com o ballet clássico e os scarpins. Sou apaixonada por sorvete de prestígio, bolo prestígio, trufa de prestígio e pão de mel de prestígio. Coleciono livros, cartas, recortes de jornal e fotos. Amo fotos.

Sou capaz de falar sem parar por horas - e falo. Mesmo assim, às vezes eu fico tão quieta como se tivesse esquecido como é que faz pro som sair - só olhando e ouvindo. Costumo olhar muito - e isso sempre me presenteia com boas risadas, acreditem.

Confio demais em mim mesma. Sou mais realista que otimista e mais otimista que pessimista. Tenho a mania absurda de falar sozinha, acompanhando meus pensamentos e discutindo comigo mesma - e falo de mim na terceira pessoa. Escuto cerca de quinze vezes por dia a mesma música - pra depois enjoar e não ouvir nunca mais - e, não, não é hipérbole.

Sou dramática. Faço escândalo por qualquer coisa, me afogo tampinha de garrafa, faço tempestade dum copo d'água - e faço todo mundo rir da minha cara.

Sou hiperativa, esquecida, desastrada e meio médium. Não funciono sob pressão. Funciono muito bem com música. Sou movida à educação. Detesto pessoas efusivas - beijos demais, sorrisos demais, palavras demais, cores demais, insuportáveis demais.

Tenho vícios, frescuras. Reconheço as pessoas pelo cheiro. Sou fumante passiva. Organizada, sistemática. Tenho TOC de limpeza e organização quando me stresso. Costumo dar conselhos que eu não seguiria se me fossem dados. Tenho opinião sobre tudo, mas nem sempre falo. Não tenho gosto musical definido. Não gosto de livros de auto-ajuda, porque eles me fazem sentir mal. Só chorei lendo dois livros. E nenhum deles é de JK Rowling.

Piro ouvindo Ana Carolina. E Jack Johnson. E berimbau. E ‘Can’t Stop Lovin’ You’ do Van Halen. Tenho muito frio e sempre me arrependo de não ter levado blusa. Meu pé é absurdamente gelado. Nunca levo guarda chuva. Nunca coloco crédito no celular.

Odeio atrasos, gente que não responde e-mails e dois compromissos marcados pra mesma hora.

Odeio não ter uma boa desculpa pra ter escrito isso, HAHA.

Beeijos, Jaqueline.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Eu e os presidenciáveis

Assisti, na noite de domingo, o debate político entre os principais candidatos à presidência, realizado pela RedeTV e Folha. Os presentes, Dilma, Serra, Marina e Plínio, como sempre, gastaram o precioso tempo em rede nacional (horário nobre!) para satisfazer seus egos e causar intrigas, ao invés de serem espertos e tentarem convencer o povo a votar neles (o que, ao meu ver, é algo incrivelmente estúpido, pois qualquer assessor de imprensa meia boca poderia dizer pra eles que o custo benefício daquele momento pode ser muito positivo se eles usarem a cabeça, ao invés de brigarem feito cães e gatos).

Primeiramente quero deixar claro o seguinte: numa democracia deve haver alternância de poder, como escreveu Marcelo Rubens Paiva numa de suas crônicas ao jornal O Estado de São Paulo, "Serra seria a opção ideal para aqueles que acreditam que, numa democracia, é importante a alternância." Não sou - absolutamente - nem um pouco a favor do PT permanecer doze ou dezesseis anos no poder do meu país, obrigada. Se fosse o PSDB, o PV, PSOL, PP, PMDB ou qualquer outro, entendam, teria a mesma opinião. Não é certo e é o caminho mais rápido para um sistema de governo autoritário, que eu abomino.

No debate: (meu achismos não representam verdades incontestáveis, certo? Não sou a Santa Inquisição, haha) Achei ridículo, primeiro, o fato de pouco terem esclarecido suas propostas. Marina, candidata pelo PV, foi a que me pareceu mais séria e centrada. Respondeu o que lhe perguntaram e não se preocupou muito em difamar nenhum de seus oponentes. (Mas eu achei digno quando ela comentou que pela primeira vez ela era citada pela Dilma como ex-integrante do PT e como 'parte do governo Lula', porque é a mais pura verdade. Bem ou mal, Marina estava lá.)

Gosto da Marina porque ela é séria. Não fraquejou um segundo sequer, desde que se lançou candidata, por ser taxada de conservadora ou quando a criticam de só ter olhos pras arvorezinhas, ou ainda quando sofre preconceitos por causa de sua religião. Gosto disso. Mostra que é uma mulher de fibra. É simples, sensata e concordo plena e absolutamente com ela de que o meio ambiente não é adversário do progresso. Muito pelo contrário, é seu maior vetor, seu mais potente combustível. Se acaba o meio ambiente, os recursos naturais, acaba-se também o desenvolvimento, o progresso, o sonho de ser o país do presente. Isso, parece que muitos ainda não entenderam. O desenvolvimento sustentável é a melhor maneira de garantir o desenvolvimento econômico e social.

Plínio, eu acho, não tem nada a perder (ao contrário, ganha muito) em alfinetar seus adversários, então não economizou forças. A cada resposta da Dilma, principalmente, dava um jeito de mostrar o quão distorcidos eram os fatos e ressaltou várias vezes, sem pudor algum, que ela não estava respondendo as perguntas, mas sim fazendo propaganda (nem sempre realista) do governo Lula, do qual fez parte. “Eu não sei em que País vive a Dilma", disse, quando a candidata petista alegou não haver fracassos no governo Lula (ó!). 

“Não respondeu minha pergunta sobre o aluguel compulsório na Inglaterra. Só expôs o que o governo fez. Topa ou não topa?”, disse Plínio. Serra não perdeu tempo e reafirmou cada palavra contra a Dilma pronunciada pelo candidato do PSOL. Os dois carecas se uniram contra a avó ruiva, buscando desconcentrá-la e mostrar pra nós, caros teleespectadores, que a fofa realmente não consegue falar nada de útil que não tenha sido escrito e impresso por sua Assessoria de Imprensa (ASPONE?) e lhe entregue previamente.

(Caros assessores: é assim TÃO difícil prever as criativas perguntas dos terríveis oponentes da senhora @dilmabr?! Francamente! Dilma, contrate-me, sou ótima assessora de imprensa e bem mais prevenida e imaginativa. #ficaadica! ;D)

Voltando ao senhor de 80 aninhos, só: não há muito o que considerar. Plínio não vai ganhar a eleição, nem que Dilma morra. Mas ele é inteligente, sincero, divertido. Enquanto os outros me faziam chorar, ele me arrancou vários risos.  "Não sou tombudo. Não nasci trombudo. Eu não preciso ser trombudo pra ser presidente do Brasil. Eu sou alegre!" - coisas que a imprensa não publica HAHA

Acho que ele é importante nos debates exatamente por isso: cutuca sem dó nem piedade as feridas dos adversários e ajuda a puxar um pouquinho a máscara deles. De todos. Apesar de que ele, parece-me, demonstra uma quedinha por Serra - apesar de seuss alicerces políticos e propostas de governo serem tão solúveis quanto água e óleo.


Zé Serra - filho de verdureiro, tá, não de empresário. Impossível falar dele sem falar de Dilma. Serra. Sei que professores e servidores públicos no geral não gostam dele, e não vou entrar na questão dele ter sido bom ou não para a educação de SP e blá blá blá (particularmente fui muito feliz na minha escola técnica) - porque a questão ainda não é essa. Gosto dele praticamente pelos mesmos motivos de que gosto da Marina. Ele é sério, objetivo e, como ele mesmo disse, não foge da raia. Respondeu as perguntas que eu queria ouvir e, de quebra, marretou a Dilma o quanto pode.

“Dilma, as pessoas do Brasil sabem que eu não sou nem caluniador nem evasivo. No seu caso, realmente, não dá para dizer. Acho que no caso do evasivo, já está provado. Eu perguntei por que vocês têm essa posição”, disse à oponente, que respondeu: “Acho que as pessoas não podem ser pretensiosas. Lamento profundamente as tentativas do meu adversário de me desqualificar. Não subestime ninguém, candidato. O senhor não é melhor que ninguém”.

Mesmo assim, me pareceu um tanto nervoso, como se não aguentasse mais nem um segundo olhar pra cara daquela mulher sem falar um palavrão daqueles que fariam minha mãe ficar de cabelo em pé.

Dilma. Ela me irrita. É esquiva e não se deu ao trabalho sequer de decorar as coisas que a sua assessoria lhe passou. Feio, muito feio. Acho que iria gostar muito mais dela se não puxasse tanto o saco do Lula e se preocupasse em ser mais independente da imagem dele - mesmo que isso significasse perder, visto que sem o Lula ela não é nada lá grande coisa.

Se ela não fosse petista - porque aí caímos naquela história lá do começo de que não sou a favor do mesmo partido no poder por muito tempo - e não fosse tão inexperiente (sim, ela é) ficaria muitíssimo feliz com sua candidatura e seu destaque nas pesquisas (nas quais eu não confio nem um pouco, visto que elas são realizadas com cerca de 3 MIL pessoas, número insignificante perto dos 135 MILHÕES de eleitores) porque ela é mulher e eu, feminista. Sou daquelas que acreditam que faltam mulheres em cargos importantes e que ainda não chegamos ao tempo de igualdade trabalhista entre os gêneros. Ocupar cargos públicos (desde que não façam muita asneira) é um dos caminhos mais rápidos para a ascensão social feminina. Mas algo me diz que muita asneira será feita. E eu ainda não sei em que país eu vou morar se a Dilma ganhar a eleição.

E talvez ela ganhe. E fique aí por oito anos. Hum. Mas aposto/acredito que ela não ganha - de maneira alguma - no primeiro turno.

E no segundo turno tudo pode acontecer.

Beeijos, Jaqueline.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Amoras!

Pé de amora, as melhores no alto, muro no lugar propício pra subir, colher as amoras gigantes e pretas e descer - ou cair. Uma mentalidade de cinco anos e prudência de seis ou sete; vontade de grávida e atração à acidentes como a mais destrambelhada de todas as pessoas.

Subi no muro e colhi várias amoras; enchi um pote. Os filhos do vizinho me viram no muro e ficaram com vontade de comê-las também. Subi pra pegar mais, visto que as do pote tinham dono (não eu) e quando fui descer, caí. Meu irmão teve a audácia de rir. Ninguém merece. Ralei o braço um pouquinho quase nada e cortei a sola do pé. Dói quando eu ando. Mas de boa. As amoras estavam doces.

Mas minha mãe não me deixou fazer geleia - que, diga-se de passagem, não tem mais acento agudo, por se tratar de um ditongo decrescente, como em ideia.

O final de semana foi ótimo, eu ri absurdos - cueca do Godzilla, definitivamente foi a melhor haha.

Jornalista é movido, quer queira quer não, à pressão. Com tempo de sobra não sai nada. Fazemos tudo de última hora - eu, pelo menos, faço. E tem dado certo, se querem saber. Consegui escrever a matéria sobre o Movimento Voto Nulo, pro blog do grupo de trabalho (GT) de política da AECA. E ele é só pra amanhã - ai que competência! HAHA

Quarta é feriado aqui em Cabreúva, vou pra Jundiaí de manhã, levar minha tia ano médico.

Estou me sentindo bem, feliz. Sol, céu azul. Parece que voltei aos bons tempos - de bom humor e boa vontade. Andei muito preguiçosa e inativa, e isso não é bom. Não é sequer a minha cara. Sou hiperativa. Não sou de hibernar. Mas parece que passou. Voltei. HAHA

Sobre debate, amanhã, visto qeu o Blogger FDP deletou tudo outra vez.
 
Beeijos, Jaqueline.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Pra variar

"Hoje eu senti a magia que tem a poesia pra reinventar
Presenciei que ela pode de um jeito bem simples nos modificar
E destravei as janelas, voltei a voar
Redescobrir em mim mesmo instintos exatos pra me governar
Fiz a mudança dos rumos, prefiro de fato quem saiba dançar

Todas as coisas pequenas da vida serena eu quero encontrar
Gente que ache bonito isto ou aquilo, uma coisa qualquer
Onde estiver este povo, eu vou decidido recomeçar
Peço um silêncio profundo, um minuto pro mundo parar de soar
Nada é mais lindo que a vida e que a raça que habita esse nosso lugar

Unam-se todos aqueles que pensam também em um novo tear
Que tecerá esse linho de gente bonita que gosta da paz
Vamos ouvir os poetas, respostas exatas para transformar
Essa paisagem deserta, onde tudo é mentira, miragens no ar
Dar para nossas crianças apenas frutas que dão no pomar
E pro coração da gente o suficiente direito de amar
Unam-se todo aqueles que pensam também em um novo tear
Que tecerá esse linho de gente bonita que gosta da paz"

Tear - Renato Teixeira


Me decidi. Aliás: decidi-me (porque começar frases com me, te, se, lhe e afins é mui gramaticalmente errado). Mas por se tratar de assuntos delicadíssimo, não postarei lhufas aqui - logo não sei porque escrevo essas asneiras, que não levarão nada a lugar algum. Acho que estou ficando muito tempo no twitter, pois já estou escrevendo com a pretensão de quem fala pra centenas de pessoas alvoroçadas por uma frase mais. Felizmente, ainda não fui contaminada pela necessidade - porque eu aposto que é de propósito - escrever errado. Sério. Um ou outro, vá lá. Trocar 's' por 'z' e 'g' por 'j' - tudo isso é perdoável. Sério. Mas certas coisas, exemplos censurados, fazem meu trapézio doer o triplo. Enfim. (Não, não sou melhor que ninguém porque reviso meus textos ou porque sei a diferença de mal e mau. Mas é inevitável não passar mal com certas coisas. Eu me irrito, oras. Não tenho sangue de barata.)

Meu pai anda me irritando muito. Mais do que o comum, o necessário, o desejado, esperado...  

E voltei a ser uma irresponsável, que não cumpre sequer os próprios planos. Preciso - urgente, caso de vida ou morte - fazer a reportagem pra AECA (domingo! Eu prometo!) e ler (mais) Os Donos do Poder (livro mui bom, e complexo, altamente recomendado por esta que vos escreve).

Desisti do aeróbico e dos abdominais, por enquanto. E Incorrespondências vou digitar quando ganhar meu notebook - logo, eu espero. Tenho uma meia dúzia de cartas, já. (As de Kossovo, por falar nisso. Não esqueça, 'crido!) E preciso criar mais. Não queria ficar só na melancolia de amores perdidos. Muitas coisas boas, nos dias de hoje, ficam sem se dizer. E amor, cartas de amor, não acontecem apenas entre amantes. Amigos, família... Quero mesclar tudo isso. Veremos. Até o Natal, é 2010.

Por falar em Natal, nada de contagens regressivas (ah ta, Cláudia!), porque tá longe ainda. (Blogger apagou o que tinha escrito a partir daqui. Vou tentar reescrever.) Mesmo assim, não ia ligar nenhum pouco se já fosse fim de outubro.

Enfim, estou desinspirada, levemente ansiosa e totalmente preguiçosa. Pra variar.

O Batizado tá chegando. A capoeira tem me feito bem esses tempos. Estou empolgada. Tem roda dia 19 (http://www.cecabcabreuva.blogspot.com/) e eu vou, com certeza. (Será que esse ano alguém vai se dispor a ir me ver trocar de corda, em novembro? Quem sabe. Oremos.)
Boa sexta, queridos e apareçam! Ultimamente tenho me sentido como que falando sozinha...

Beeijos, Jaqueline.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Golpe, ginga e esquiva

"Ontem fiz aula de capoeira (de graça) pra ver se eu gostava. Realmente é muuuito tudo de bom! Mas dói muito a perna!! Sem falar nas bolhas que formam nos pés.... Mas fora isso é muito boom... ^^ Talvez eu comece pra valer, já que parei o Jump. O Fabrício (professor) falou que eu tenho jeito pra coisa... Vai saber, neh?"
(09 de setembbro de 2008)

Hoje é meu aniversário de capoeira. Dois anos. E ó que eu conheço uma galera que não botava fé nem que passasse dos dois ou três primeiros meses e - quem diria - ainda estou aqui

Fico surpresa de não ter desistido - depois de tantos roxos, dores musculares, bolhas nos pés e a infinita ausência de qualquer tipo de incentivo familiar. Pois só eu sei o quanto é fácil pra mim mandar tudo às favas. Esquecer, abandonar, arrumar uma desculpa e ir embora. Pegar meu salto alto e ir sambar em outra gafieira.

Mas ainda estou aqui. E acho que se não desisti até agora, não o farei mais. Se levo jeito pra coisa, como o Palmito (vulgo Fabrício) - ou seria o contrário? - disse na minha primeira aula, ou não, pouco importa. O que conta é que, do ano passado pra cá, melhorei muito. Muito, pouco - tudo muito relativo. Mas o que importa não é o tamanho dos passos, mas a caminhada em si. Importante mesmo é não se deixar abater pelas dificuldades e erros.

Nesses dois anos, nunca ouvi meia frase de apoio da minha família quanto à capoeira. Nunca, nem um "é isso ai", "vai lá sim", "bom treino". Quase chorei uma vez que meu digníssimo genitor se deu ao trabalho de andar 200m com a intenção de me ver jogar - mesmo que tenha chegado quando a roda já tinha acabado e o povo tava todo voltando pra Jundiaí. (Dizem que o que vale é a intenção, né?)

Esse ano, com a faculdade, treinando só aos sábados e puxando ferro durante a semana, a força aumentou, talvez a resistência muscular, mas as horas de sono reduzidas abalaram profundamente minha explosão. Cairam a velocidade, a vontade. Depois das férias, mais acostumada com o ritmo, voltei ao esquema de antes. Acho, sinceramente, ter melhorado no São Bento Grande - pernadas mais rápidas, equilibradas e alongadas.

Aprendi a tocar atabaque. Mal, bem mal, mas toco. HAHA. E agora consigo cantar ao mesmo tempo - mal também, porque Deus não pode dar tudo pra todo mundo, né.

Ganhei dores nos joelhos - agora o esquerdo também dói - no tornozelo, de vez em quando, nos pulsos - sempre. Os ombros fazem toc várias vezes, incansáveis, e a coluna chora depois de três ou quatro pontes. Constatação, não reclamação.

Ser capoeira é vencer os limites do próprio corpo - é ter a alma mais forte e a mente mais controlada que ele. É entender o movimento do companheiro, prever seus golpes, defender-se deles e contra-atacar. E fazer tudo isso de um jeito solto e bonito, que faça tudo parecer uma dança ou brincadeira. Graça, leveza, eficiencia - golpes certeiros e esquivas ágeis; e uns floreios pra enfeitar.

Ser capoeira é ser único - ninguém joga igual a ninguém. Podemos aprender os mesmos golpes e movimentos, treinar na mesma academia com o mesmo professor e ainda sim jogaremos de maneiras distintas. Porque pensamos diferente, sentimos diferente. Temos ações e reações diferentes. Somos uma combinação única de ossos, carne e sangue. O alongamento do nosso corpo, a força, a resistência, o modo com que a mão abre ou fecha durante a ginga e a respiração: cada detalhe nos faz ser singular. Ser capoeira é ser especial - valorizar suas potências e trabalhar as falhas, as dificuldades.

Foi-se o tempo em que uma dorzinha maledita no ombro ou pulsos latejando me faziam sentar, chorar e pedir colo. Fato. O caminho e árduo, longo mas infinitamente satisfatório. Cada roda, cheia de energia boa; cada amigo; cada música; cada movimento... é uma sensação inigualável de que posso ter o que quiser, sou livre, sou capoeira.

Sem falar no som do berimbau - que é quem nos chama e nos dá força pra jogar - que arrepia...

'Não foi só golpe, ginga e esquiva
que essa arte pôde me ensinar:
na capoeira aprendi a insistir,
a cantar, a ter fé, nunca desanimar.'
(Pra me convidar, Jaqueline Rosa -
4º lugar no 1º Campeonato de Música CECAB)

Beeijos, Jaqueline.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Toc

'Tornar um amor real é expulsá-lo de você
pra que ele possa ser de alguém.'
(Nando Reis)

Estou com muita, muita dor no trapézio e quando eu faço a rotação do ombro pra trás (como quando a gente alonga na academia) ele estrala - faz um toc como se saísse do lugar e voltasse rapidinho. O outro, o esquerdo, não dói nadinha, mas faz um toc também, só que mais fraquinho. Quando jogo o pescoço pra trás, como quando fico olhando o céu pra ver se a chuva finalmente chegou, minha coluna estrala - dilíçaa! haha - e acho que isso não é assim tão normal. De resto, joelho esquerdo começou a me incomodar essa semana, na capoeira, e estou estralando os dedos mais do que de costume - de propósito, claro, porque é surpreendentemente relaxante.

Hoje, quando virei a cabeça 90° pra estralar o pescoço minha irmã quase me matou, dizendo que o bendito nervo ótico passa por um buraquinho no crânio e que, nessa torção, pode ficar preso, ser esmagadinho, e fazer eu perder a visão. Que bom, né?

(Pare de estralar o pescoço, galera!)

(Minha mãe tá ouvindo Almir Sater (eu acho) na cozinha, e eu até gosto, mas...  Não era bem a música que eu queria ouvir - conhecer as manhas e as manhãs / o sabor das massas e das maçãs)

Estou com saudade da maldita cestinha de morando com chocolate pecaminoso de ontem - sem falar do milk shake (sábado eu vou tomar um milk shake, sério haha). Ainda sem planos definidos pra amanhã. Queria comprar meu notebook logo. E preciso ler Os Donos do Poder, fazer lição de inglês, escrever duas reportagens - uma pro GT de política e uma pro SWU. E quero mesmo é dormir até tarde, acordar de bom humor e ver meu namorado. Ói que humilde.

Quero organizar minha rotina de novo, entrar no ritmo. Jogar fora papéis velhos, pagar minhas contas, ir na festa a fantasia da Anzu e no Fernando Pessoa.

E QUERO MUITO UM MASSAGISTA PRA ESSA PORRA DE DOR NO TRAPÉZIO PASSAR LOGO! AAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHH!


"Não importa saber se a gente acredita em Deus:
o importante é saber se Deus acredita na gente..."
(Mário Quintana)

Beeijos, Jaqueline.

domingo, 5 de setembro de 2010

Milk Shake

E quando eu fecho os olhos e sinto o vento e me transporto de novo àquela praia - é impossível não ir lá - e posso até sentir o cheiro salgado do mar e da areia - sem falar do arrepio que me percorre a espinha com o gelo d'água tocando meus pés descalços - eu consigo me lembrar da música que eu escutei antes de tirar os sapatos e caminhar trôpega até a beira - era uma das que você cantava pra mim. (Sem comentários! haha)


Viciei na música Foundations do Newton Faulkner. Oh God! Ouçam, é muito fofa. HAHA.

Estou com dor no trapézio e completamente desinspirada. Mas meu fim de semana foi muito bom.

E eu quero (muito!) um milk shake (grande!).

Beeijos, Jaqueline.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Impossível é só questão de opinião

"O descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou de uma nação."
(Oscar Wilde)

"...Política não se faz com ódio, pois não é função hepática. É filha da consciência, irmã do caráter, hóspede do coração. Eventualmente, pode até ser açoitada pela mesma cólera com que Jesus Cristo, o político da Paz e da Justiça, expulsou os vendilhões do Templo. Nunca com a raiva dos invejosos, maledicentes, frustrados ou ressentidos. Sejamos fiéis ao evangelho de Santo Agostinho: ódio ao pecado, amor ao pecador. Quem não se interessa pela política, não se interessa pela vida..."
(Ulisses Guimarães)



"Você contrataria um pedreiro que apregoa aos sete ventos não entender nada de construção? Mandaria seus filhos para a aula de um professor que confessa não ter o que ensinar? Subiria num avião cujo piloto foi visto dizendo que não tem a mínima ideia de como o aparelho funciona?
A resposta é óbvia: não, não e não. Mas, em se tratando de política, as coisas nem sempre são lógicas assim. Existe a crença arraigada de que os políticos profissionais (aqueles mais experientes e que conhecem a fundo os meandros do Congresso) são venais, mentirosos e trapaceiros. Logo, alguém que não é político deve ser melhor do que os outros."
(Renato Violardi)

*

Quem não arrisca, não petisca. Nem todos que tentam conseguem, mas todos que conseguiram, um dia tentaram. Ás vezes, é preciso arriscar, fechar os olhos e deixar o corpo cair. Ás vezes, é preciso correr sem olhar pra atravessar a rua, sem cautela, medo, nexo, racionalidade.

Ás vezes precisamos fazer apenas o que queremos fazer, sem calcular muito os prós e os contras, o custo e o benefício., se vai ou não dar certo - o que importa afinal, se os cálculos só adiam o que vamos acabar fazendo de qualquer maneira?

Precisamos acreditar mais em nós e no destino e no que Deus nos reservou. Muitas vezes somos obrigados a admitir que não somos donos de nós, que nascemos pra algo maior e mais poderoso do que pensávamos e que é preciso dar a cara à tapa. Algumas vezes erramos, mas é necessário não deixar de tentar.

Por mais difíceis que as coisas tenham sido, e por mais próxima que a realidade pareça daquele passado assustador, precisamos confiar nas bençãos que nos lançam e ignorar os fantasmas de ontem. É preciso olhar em frente e rir dos desafios que a vida nos impuser. Cada obstáculo tem o tamanho que achamos - é sério. Por mais difícil que pareça, precisamos conhecer a nossa força e confiar na nossa habilidade.

Conhecimento se adquire. Caleja-se as mãos com o trabalho. Mas de nada isso resolve se não encontramos dentro de nós a coragem de arriscar. 

É preciso fechar os olhos e deixar a mente livre. É preciso ouvir o coração acelerar com a adrenalina, com a ansiedade. E ter fé. Acima de toda dificuldade. Talvez em Deus, talvez em si. Aconselho os dois. E todo problema será esmagável como uma formiga e insignificante como um grão de mostarda.


A fé ri das impossibilidades.

Beijos, Jaqueline.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

September

Primavera
Tudo quer se experimentar
Todas as fronteiras
Querem evaporar

É Setembro
Tudo tenta se superar
E cheia até a beira
A vida quer jorrar

Primavera
Tudo no vermelho e sem luz
Mas se alguém pergunta
Dizemos tudo azul
Na TV alguém da Maré
Uma brasileira
Diz ser feliz e é

(Marina Lima)
 
Eu quero sair
Eu quero falar
Eu quero ensinar
O vizinho a cantar

Eu quero sair
Eu quero falar
Eu quero ensinar
O vizinho a cantar

Nas Manhãs de Setembro
Nas Manhãs de Setembro
 
(Vanusa)
 
Tudo parece fazer barulho demais e não tenho paciência pra escrever sobre política nem nada que remeta ao professor Courbassier. Minha mania de limpeza e organização está atacada hoje. E isso só acontece quando eu estou potencialmente ansiosa. Droga. A merda é que realmente estou potencialmente ansiosa.



Faz dez minutos que minha ansiedade vem diminuindo, logo, já já passa.


(Continuo desinspirada. Hoho. Morra, Jaque, morra.)
Beeijos, Jaqueline.