segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Amnesiar

Bom, aí eu olhei pra tela tão conhecida do Facebook, meu companheiro de todos os dias, de todos os trampos, de todos os B.O.'s e não tinha nada que eu quisesse nem ver e nem mostrar. Botei Clarice pra cantar e pensei: "acho que vou amnesiar." Esse verbo esquisito, que quer dizer que vou conversar com as minhas lembranças e escrever... Há quanto tempo, não?

Acho que ano que vem vou ter mais tempo... Quem sabe esse blog, que já me viu crescer e mudar tanto, não volte a ser minha companhia ano que vem. Ainda não parei pra fazer um balanço desse ano, mas pensando agora, assim, de repente, acho que foi um ano bom.

Terminei a faculdade. Isso com certeza foi ótimo. Arrumei um emprego na área. Melhor ainda... Pude estar com amigos e viver momentos incríveis com o meu namorado. Comprei um guarda roupa, finalmente convenci meu pai a arrumar o forro do quarto. Fui pra Blumenau, que cidade linda! Fui pra Minas, meu amor, meu sonho desde a sétima série. Apaixonante...!  Hum... Ah, é tão difícil lembrar de tudo. Impossível, na verdade, dada a amnésia. Mas sei que esse ano teve mais coisas boas que ruins.
Sim, eu me stressei no trabalho. Sim, eu briguei com quem eu amo. Sim, eu quis me matar só pra não ir na faculdade. Mas essas coisas, francamente, fazem parte. O que fica são as coisas boas. Os sorrisos. As amizades... As alegrias, as cervejas (na memória e na cintura né). Que em 2014 possamos aproveitar ainda mais as coisas boas e deixar pra lá as coisas bobas que nos fazem perder a alegria. 

Um beijo.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Da série "por que eu gosto de casamentos?"

Quando digo que gosto de casamentos, as pessoas dizem que é porque eu quero casar. Antes fosse assim tão simples. Não que eu não queira, mas também não sei se quero (hahaha isso é tão eu). O que sei é que adoro casamentos. Eles, na teoria, representam o amor no seu auge, no seu mais puro contexto. Representam o sonho, a esperança de dias felizes, as futuras lembranças das crianças quando pequenas, a visão dos dois velhinhos sentados na varanda, resmungando de mãos dadas.

Gosto de quando toca a música e todos se levantam para ver a noiva entrar. Gosto de olhar o noivo, com aquele sorriso, vendo-a vir até ele. E ainda mais do momento em que ele a toma das mãos do pai, lhe beija a testa com carinho e se aproxima para sussurrar em seu ouvido que ela está linda e que ele a ama. E aí, a noiva olha pra baixo e sorri, como se aquele fosse o primeiro elogio vindo dele, seu amor. O homem com quem vai viver os dias mais felizes da sua vida - sim, e os mais tristes também, a gente sabe, mas qualquer dor é pequena, tendo um abraço quente onde se esconder pra tomar forças.

Meus olhos se encheram de lágrimas quando, ao contrário de todos os casamentos dos quais eu já tinha participado, os noivos fizeram seus votos sem o microfone. Ali, baixinho, olhando nos olhos um do outro. "Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias de nossas vidas." Afinal, eles não tem que prometer isso aos convidados, nem aos pais, nem ao padre, nem a Deus. Mas sim um ao outro.

As músicas, as cores, as surpresas. A valsa do casal... Tive que me segurar para não chorar. Fiquei imaginando como se sentiam. Como nos filmes, quando o mundo some e a gente só enxerga o nosso par. É como eu me sinto quando danço com o meu amor, mas ele não gosta muito de dançar...

Casamentos são a prova de que não há realidade dura, difícil o suficiente para aqueles que acreditam num mundo melhor, em dias melhores. São a expressão da mais poderosa esperança. Do amor mais forte do que tudo. Não tem como não achar lindo. Mas eu - romântica incurável - não posso deixar de comentar aqui, que a coisa mais fofa, mais corajosa, mais linda de todas (e olha que tá difícil de desempatar) foi o noivo cantando pra noiva. Uma homenagem, uma declaração de amor. "Inspiração dos meus sonhos, não quero acordar, quero ficar só contigo... Pra que parar pra refletir se meu reflexo é você? Aprendendo uma só vida, compartilhando prazer. Pensa em mim, que eu to pensando em você e me diz o que eu quero te dizer, vem pra cá, pra ver que juntos estamos e te falar mais uma vez que te amo..."

Felicidades aos noivos e um brinde aos que ainda acreditam no amor.

Jaqueline Rosa.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Bellybeijos

Dançar e ver dançar são coisas que me causam um sentimento inexplicável de felicidade. Eu notei, durante o XIX Deusas que Dançam, que eu não sei olhar o todo simplesmente como plateia. Eu olho a coreografia como se estivesse lá no palco. Como se fosse a iniciante que não sorri de vergonha ou a gordinha que arrasa ou aqueles meninos se divertindo. Que coisa mais linda aquela mão ondulando, esticada a frente da barriga. Aquelas espadas vistas de ponta cabeça do cambré. Que lindos os sorrisos, os olhares, a história. Os dums e os taks. Que gostoso... Olhar aqueles pés em meia ponta. Parece que ouvia, dali da terceira fileira, o coração batendo forte das bailarinas. E sentia como elas o sangue correndo nas veias, pulsando no ritmo da música.

Eu fico tão sorridente e tão feliz olhando o dançar alheio que pareço louca ou idiota.



Fico com aquela cara de boba, sorrindo e batendo o pé no chão, marcando o compasso. Tempo, contra-tempo. Tempo, contra-tempo. Dum tak dum dum tak. Dum tak dum dum tak. 


O que eram aqueles quadris da Selena? O que foi aquela amizade de banheiro com a Lune? Como assim a gente invadiu o camarim da Lulu?

Somos loucas sim. Eu sou. Vai ver ainda to no clima de viver as oportunidades... Aquela coisa de quando a gente fica velha e acha que está perdendo tempo. Eu fiquei tão, mas tão feliz de ver a Lulu, falar com ela, abraçar e fotografar e sorrir e ver dançar... que não fiquei vários minutos sem palavras. Falar era pouco para explicar. Não queria parecer tiete. Fã ensandecida. Nem nada do tipo. Não sabia verbalizar a Lulu. E ainda não sei. Estou aqui falando, falando, falando e não dizendo nada.

Como definir alguém que é tão mágico que parece que nem existe? Pensar que a Lulu dos vídeos e das histórias é de carne e osso... que ela torce o pé, usa aplique, sente dor nas costas, cansa, chora... Imagina!

Também foi muito divertido sair com as meninas da dança. Ju, Thata, Pri e Soraia. Demais! Mas o agradecimento da noite vai pro Zé, sem o qual não teríamos nem saído da rodoviária. hahaha E pra Ju que pediu pro Zé levar a gente. E pra Soraia que quis ir no banheiro no fim do show. E pra mim que perguntei da Lune. E pra Thata que falou com a Lune e pra Lune que levou a gente até a Lulu. 

E pra Lulu e Evania e todas as bellydivas que arrasaram. Que venha 8 de dezembro, que eu to louca pra usar meu aplique. HAHAHAHA

BEIJOS, :*



Jaqueline Rosa.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Exatamente aquilo que a gente é

Em mensagens de aniversário as pessoas costumam nos dizer o que representamos para elas. E fiquei pensando como nos mostramos das mais diferentes formas. Cada um nos vê de uma maneira. Talvez tenham o olhar alterado pelas suas próprias experiencias e personalidade ou a gente é que se molde de acordo com quem esteja com a gente.

Sei que fiquei pensando em quantas sou. Pro Eliel, eu sou a bailarina. A que quer calçar sapatilhas e dançar até morrer. Pra Thaís, sou a caçula bagunceira e folgada, determinada e bellydance. Pra Shirley, sou a nora. Pro Celso, a princesa, a namorada. Pro chefe, sou a foca. No trabalho, sou jornalista. No Vale Verde, a presidente. Na rua, sou fotógrafa. A filha da Hilda. A filha do Carlos. A filha do Rosinha. Pra Vanessa sou a Jaque Rosa que ia virar Roxa se não esticasse a ponta nas aulas de ballet. Pra Sheila, sou a psicopata. Pra Luciana, a bebê.

Acho que pras crianças, ainda sou a tia. Pros alunos mais velhos, vou ser sempre a dona. Pro meu pai, sou a Chiquinha, a Jaquinha, a menininha teimosa que gosta de política. Pro Izak sou amiga. Pra Eline, 'miga'. Pro Renato, madrinha. Pra Flávia, sou afilhada. E tem a outra Flávia, pra quem sou aluna. 

Sou sobrinha, irmã, prima. Sou aquela que não lembra os nomes das pessoas nem dos livros. Sou aquela que lê. Pra Beth, a bibliotecária, sou a que nunca devolve o livro na data. Pro vendedor da Nobel, a moça que olha, olha, cheira os livros e vai embora sem comprar nada. 

Pra Ju, sou uma das bellydivas seduzentes do Shiva, kkkkk  é cada coisa...! Alguns acham que eu sou a salvadora da pátria - menos o dono da caminhonete em que eu bati. Sou tantas,... 

Posso ser a tigresa de unhas negras e íris cor de mel. Posso ser Beatriz - que não sabem se é moça, se é triste, se é o contrário. Só não posso ser a garota de Ipanema, hahaha. Posso ser a musa e a bruxa. A diva e aquela que só fica na coxia observando. Posso ser o amor de alguém. Posso ser aquela que preferiam não conhecer... 

Talvez eu seja daquelas que a gente não esquece. Ou seja um rabisco de lápis ou um papel de banco que borracha e o tempo apagam facilmente. Vai saber né.

"Isso de querer ser 
exatamente aquilo 
que a gente é 
ainda vai 
nos levar além"

Paulo Leminski

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Ano novo

"Já não tenho a mesma idade
Envelheço na cidade 
Nessa vida é jogo rápido
para mim ou pra você
Mais um ano que se passa
Eu não sei o que fazer (...)
Feliz aniversário
Envelheço na cidade"

Quem me conhece sabe. Eu amo fazer aniversário. Não é pelos presentes (talvez pelos cartões e telefonemas - inclusive de gente que a vida levou pra longe), talvez seja pelo bolo prestígio da minha tia ou pelo fim do inferno astral. Não sei. Mas é um dia em que eu me sinto bem. Me sinto feliz por estar viva, por ser quem eu sou. É um dia pra se ter orgulho do ano que passou. Um dia pra relaxar e pensar: passou. Foi difícil, foi tenso, mas passou. Acabou, vamos começar outra história. O aniversário é o nosso Ano Novo. Poxa, não é querer ficar velha antes do tempo, mas pare e pense: vinte e um anos. É muita coisa. São milhares de dias repletos de horas pra gente viver. Vários minutos gastos com coisas ruins: gente, pensa no desperdício! Nos meus aniversários eu sempre acabo refletindo sobre como estou gastando meu tempo de vida. Se o estou aproveitando bem, para algo bom - seja para mim ou para ajudar os outros.  Mas hoje é quarta-feira né. Vamos ver se sobra tempo... rs

terça-feira, 1 de outubro de 2013

De barriga cheia...

"Na vida a coisa mais feia
é gente que vive chorando de barriga cheia..."

Estou sentada na cozinha. Sem óculos. Com os pés na cadeira, com aquela calça horrorosa laranja, olhando pra minha caneca de leite com chocolate vazia e ouvindo Have You Ever Seen The Rain. Hum. E daí, né?  Estou aqui pensando... Como eu reclamo da vida. Como eu desperdiço minha criatividade tendo medo de dar sugestões idiotas ou de não dar certo. Estou aqui pensando como eu sou mesquinha. Sempre tão preocupada em inventar desculpas pros meus erros, torcendo para que as pessoas gostem mais de mim sabendo que foi sem querer. Hunf. Sou só uma garota cheia de espinhas, preguiçosa e gulosa, que não acha tempo pra si. Que não acha espaço nem no guarda roupas. Que se lamenta por não ir a lançamentos de livros em SP. Sou uma pessoa mais rasa do que me mostro. Não sou artista, não sou filosofa, não sou fotografa, nem escritora de verdade, nem dançarina de verdade. Sou um eterno desejo. Um insaciável querer: ser, ter, fazer, provar.

No fim, que importa? Quais cursos você foi, quais palestras você assistiu... Aquelas fotos escondidas na nuvem... Aqueles textos enfiados na caixa embaixo da cama, aquelas fotos fora do porta retrato? Os livros que você comprou e não leu, de que servem? Os que você leu e trancou no guarda roupas? Que diferença fazem estando aí? E aquele sapato amarelo que você comprou pela Internet, sem nem pensar na greve dos Correios? Hum? Talvez quando chegar o salto quadrado já tenha saído de moda...

Queria ser bonita e ter pele boa pra por fotos gatas no facebook. Ter cabelos longos pra me elogiarem na dança. Queria ser alta, ter pés bonitos, um guarda roupas grande,... Aí, um minuto depois, quero mais é viver de tênis e camisetas e que-se-danem-os-saltos-altos e viajar. Ou não. Melhor ler, escrever, publicar... O que?

Nesse segundo, nao ligo a mínima pro TCC, pro trabalho,... estou feliz com as pessoas que tenho. Com as coisas que posso conquistar, com o presente que comprei pra você de Natal. Com a ansiedade gostosa pré-viagem, com a diversão que tem sido dirigir. Com o vento batendo no rosto quando andamos de moto. Com a vontade de comer morango. Me contento em te fazer cócegas. Em esfregar o nariz no seu cabelo enquanto você dorme deitado no meu peito. Me satisfaço com pizzas requentadas, com vinho barato bebido na cama, em copos de requeijão. Me contento com shows da Nova Brasil, ouvidos do rádio em cima do criado mudo. Sorrio com promessas de fins de semana leves. De, quem sabe, um cineminha domingo a tarde. De te fazer ouvir minhas histórias por telefone.

Me contento com meu sono largado com meu travesseiro fofo, contando as horas pro fim de semana. Em salivar vendo foto de comida japonesa. Em surtar com o combo Gabrilli+Lacombe.

 Nós já temos tanto... Já somos tanto... Pra que querer ser a musa do verão? Fazer um show de poderosas? Pra que querer ter razão? Se o que importa é ser o que você ja é: você mesmo. Simples assim. Fácil assim. Com suas qualidades, seus defeitos, suas falhas, suas nobrezas...

"Cada um sabe

a dor e a delícia

de ser o que é"


J.

Memória de papel


“Aquele que não tem memória arranja uma de papel.” 

Gabriel García Marquez


Ah que vontade de largar essa faculdade nos 45 do segundo tempo. Cair, me contundir, entrar num coma por três meses e ops, não deu pra entregar o TCC! Poxa...! #xatiada Se é preguiça? Também. Falta de disciplina, de regras... Falta de motivação. Me sinto perdida, sem tempo livre pra nada. E nos meus poucos minutos livres não quero escrever, não quero ler, não quero fazer reuniões, não quero nem fotografar. E quando começo a pensar na monografia, sinto como se faltasse liga, cimento, açúcar, ou algo que deixe a coisa boa o suficiente.

Inferno astral também não tá ajudando. To forçando o cérebro... Tentando me obrigar a fazer a monografia. Mas tá tão difícil... queria desistir. Não fosse a pressão social que cai sobre os que abandonam qualquer coisa faltando pouco pela linha de chegada, já o teria feito. Aff.

Só queria ir no lançamento do livro da Lacombe sobre a Mara e depois pegar um avião pra Blumenau. Eu devia era terminar o Incorrespondências. Juntar as coisas do Amnésia e fazer livros e sair por aí vendendo. Dançando na calçada, servindo cerveja em butecos, lendo de madrugada, fugindo com a mochila quando enjoasse. Sei lá...

As coisas ainda estão muito difíceis.

Muito lentas.

J.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

After all this time?


Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto... plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!

W. S.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Tá foda

PEDAÇOS DE MIM

Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante


Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.

Martha Medeiros

Como eu cuido de você

Eu só queria que você cuidasse
Um pouco mais de mim
Como eu cuido de você
Cuidar é simplesmente olhar
Prum mundo que você não vê
Pra medir o amor não existe cálculo
1 1 Pode não ser 2
Sentir a sua liberdade
Desejo que não é sonho, é mera ilusão

Se não sabe se afaste de mim
Se ainda cabe me abrace, enfim

Só ligue se tiver vontade
Só venha se quiser me ver
Mentir é pura vaidade
De quem precisa se esconder

Será que eu vejo apenas o que você não vê?
Eu não entendo como você não pode perceber
Que eu não sei mais, eu não sei mais,
Eu não sei mais, eu não sei mais,
Eu não sei mais o que fazer!

O sangue é o rio que irriga a carne
A alma é a margem e o contorno
É luz antiga ao fim da tarde
De uma saudade sem socorro

Se não sabe se afaste de mim
Mas antes que seja tarde nos salve do fim

(Nando)
"Os dois riram. Era um encontro informal. Durante seis anos tinham se amado muito. Não podiam viver um sem o outro. Os amigos diziam: esses dois, se um morrer o outro se suicida. Os amigos não sabiam que havia sempre uma ameaça de malentendido com eles. Eles se amavam, mas não se entendiam. Era como se o amor fosse mais forte porque substituía o entendimento, tinha função acumulada. Ela interpretava o que ele dizia, ele não queria dizer nada." (Veríssimo)

Ai ai...
Beijos, Nando. Beijos, Veríssimo. Contraditórios. 
Jaqueline.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

preguiça...

Aquela musica ouvida e cantarolada mais de um milhão de vezes, que eu tanto tentei escrever e mandar... E que agora me da até raiva. Alias, raiva não: é preguiça. Cansaço de tanto esforço, tanta preocupação, tanta ansiedade antecipada pra... Nada. Porque no fim das contas, que diferença faz? Sempre tem aquele ideal de perfeição inalcansavel, aquela eterna pulga atrás da orelha de que nunca seremos tão bons assim. É um saco né. Que preguiça... nossa, que preguiça. Nao da mais nem animo de discutir. De explicar. É só esperar a novela acabar pra ir jantar. Esperar a hora do remédio pra ir dormir.  Esperar o despertador tocar pra acordar tomar remédio de novo. E por ai vai. E esse desanimo, essa preguiça, não acaba. Igual esse ano. Eterno. Igual agosto que nem sei aindase já acabou.

Jaqueline.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Sisos malditos

Dois dentes a menos. Dois dias a mais em casa. Quatro remédios diferentes. Além das pílulas ingeridas todo dia há três anos. Quarenta e oito horas de descanso, sem faculdade, sem trabalho, mas com muita tabela de análise de conteúdo de tcc pra fazer. Sopa, sorvete, iogurte. E no buraco na boca, aquela pontada de dor pelos seis cheques; uma pontada de ansiedade pelo aparelho e um alívio, por ele - o vazio - existir.

Acabei de escovar os dentes depois da sopa morna que eu almocei. Espero pelo menos dar uma emagrecida, já que estou com dor e sem comer direito. Agora me deu um sono do cão. Somo e uma dorzinha,... Acho que vou cochilar. Meu próximo remédio é as 16h. Dá tempo de descansar... Será que aqueles remédios dão sono? Ahhhrrg...

Tchau.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Um post de desabafo ou autobullying

Who run the world? GIRLS!

Começar o dia com Beyoncé é sempre bom. Mas hoje (e ontem e antes de ontem..) estou encanada. Encanada com meu corpo, com as regras que impus pra mim, com a cobrança de perfeição (que, lembrem-se, vem de nós mesmos e não do mundo) e tudo mais. Continuo incomodada de ter que ser a filha perfeita, a jornalista perfeita, estudar bastante, ser bastante gentil e simpática e sorridente, guardar bastante dinheiro na poupança, lavar a louça do almoço, arrumar a cama, fazer um tcc digno, etc etc etc.

Mas, ao mesmo tempo, estou sentindo muita falta dos alongamentos dolorosos, de enrijecer os músculos puxando ferro. Sinto falta de andar de bicicleta. E estou incomodadíssima com meu cabelo curto, meus sisos empurrando meus dentes da frente, minha pele oleosa, minhas unhas fracas.

Vem cá, como aquelas garotas conseguem estar lindas e maquiadas o tempo todo, sempre de unhas impecáveis e magras? Aff.

O drama do momento (depois de ter carinhosamente pago vários reais pra fazer a sobrancelha) são meus dentes; SISOS MALDITOS QUE NÃO SERVEM PRA BOSTA NENHUMA ALÉM DE DOER, INFLAMAR E F*$%# OS OUTROS DENTES! Hunf. Enfim. Vou amanhã pra Itu resolver essa parada. Fazer a porcaria da radiografia, depois arrancar os quatro bonitinhos. E esse mês ainda, porque em mês de Oktoberfest analgésico vai passar longe desse corpinho. 

Uma fortuna e meia depois, e... meu maior medo da vida... vou ter que colocar aparelho. Sim, o fixo. Sim, aquele que corta a boca e deixa a gente falando estranho. Sim. Nem lembro como a gente chamava as crianças de aparelho na escola. Lembro do fatídico quatro olhos - que eu fui depois desse época maldita de bullying. Sei que, ao fim das contas, sempre que penso nisso caio naquela: de aparelho e óculos? Meu irmão gritou ao fundo "anda carregando livros, bem NERD". Gente. Para. Eu quase sempre to "carregando livros igual nerd". Para o mundo que eu quero descer! E DAÍ??? Malditos estereótipos.

E o pior: por que ligamos pros malditos estereótipos? Quer dizer que não posso ser uma mulher incrível, uma namorada incrível, se usar aparelhos nos dentes e óculos? 

Eu nunca vou ser aquela garota de unhas feitas e cabelos soltos, liso na raiz e cacheado nas pontas, num salto alto glamouroso, aquele tipo que se vestir saco de batatas faz o saco virar última moda. Eu nunca vou ser assim porque não tenho tempo pra isso. Porque estou ocupada rindo, tomando cerveja, andando de moto, vendo sites de compras (sim), dançando, tentando aprender o camelo, escolhendo a próxima viagem.

(E também porque estou no vermelho porque gastei todo meu dinheiro pra arrancar os sisos...)


Sei lá. De novo, volto ao post anterior: nos cobramos de coisas que, no fim das contas, nem queremos ser...

Já pararam pra pensar nisso? É você que não gosta da sua barriga ou você acha que é o seu namorado que não gosta? O cabelo curto te incomoda ou você acredita que vão te achar mais bonita de cabelos compridos? Você quer mesmo fazer administração ou, no fundo, queria fazer teatro, mas largou o sonho pra agradar seus pais...? Hum... pensem nisso, por favor, meus poucos leitores...

Hoje, EU estou incomodada com os meus dentes. E por isso vou passar anos gastando fortunas com eles. Eu estou incomodada com meus cabelos curtos, com minhas pernas flácidas, com minha pele oleosa,... Apesar das pessoas continuarem me elogiando por aí. 

Ano que vem, GRAÇAS A DEUS, já terei terminado a faculdade. Aí sim, vou conseguir malhar, fazer jazz, dança do ventre, ballet, Yoga, musculação ou o que eu quiser. Não vejo a hora... Essa coisa de dançar só de sábado tá me matando. Essa coisa de ser tão crítica e correr tanto está me matando. Preciso diminuir o ritmo. Cozinhar mais, curtir mais o momento. 

Sabe aquele momento em que você fecha os olhos pra sentir um perfume (seja do namorado, de uma flor, de alecrim e tomilho...): então, são de momentos assim, lentos, gostosos, sem pressa, que eu preciso. Todo dia. 

Pelo menos pra eu me sentir melhor de aparelhos.

Aff. Já estou sofrendo com antecedência. Ninguém merece. Tenho pressa até pra isso.

Tchau!

Jaqueline Rosa.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Ahhh...

O tempo passa e, de repente, percebemos que paramos de passar as mãos nos cabelos e nos fazer cafuné para não deixar os fios oleosos. Nos culpamos por cada batata frita saboreada porque sabemos que vamos ficar com a pele feia - mesmo regozijando com cada mordida. Com o tempo, deixamos um compromisso para ir a outro e começamos a nos punir mentalmente por não poder estar em dois lugares ao mesmo tempo. Esquecemos aquelas coisas que gostamos de fazer, mas que "não nos trazem nada de bom" além de um bem estar pelo qual nos sentimos mal, afinal, com certeza tínhamos outras coisas pra fazer. 

Com o passar dos anos, passamos a ler cada vez menos, a comprar roupas que não temos onde usar e sapatos bonitos e desconfortáveis. Enquanto isso, o colo do pé se enrijece a cada passo não dançado. Os ombros estalam, a cabeça dói. A Mini Horta que você tanto queria fazer com seus temperos preferidos vai sempre ficando pra depois. Passear com o cachorro? Salão de Jornalismo? Museus? Ou mesmo não fazer nada o dia todo, estirada embaixo de uma arvore, com a cabeça apoiada nas mãos, parece ser uma ideia absurda.

Cada dia mais, sinto a necessidade de me exercitar - mas sem a pressão de virar panicat no terceiro mês - de dançar, de ler, de não ter nada pra fazer. Me afastar das coisas do mundo e cuidar de mim. Do meu espírito, da minha alma.

Queria poder escolher. Escolher não fazer nada, escolher desligar o telefone, escolher mudar de canal. Queria uma vida mais Cult, mas mais Light. Queria sim poder passear com o cachorro, cuidar da Horta, pisar na grama, cozinhar aos Domingos pras pessoas que eu amo. E de vez em quando, passar o dia inteiro em meditação silenciosa junto de Clarice, Pessoa, Dan, Joanne, Zafón ou outros, sem precisar falar com mais ninguém.

Queria poder escolher quando largar tudo pra ajudar alguém, mesmo se não fosse problema meu. Poder escolher quando sumir do mapa pra ver um amigo distante.

... No fim das contas, a cada dia fazemos mais o que esperam de nós e menos o que esperamos de nos mesmos. Deixamos pra trás nossas vontades mais simples para cumprir horários, metas, prazos, expectativas...

E se você acha que essa cobrança toda vem do mundo? Do vizinho? Do namorado, chefe, das amigas ou da mãe? Muito se engana. A gente se faz de vitima, mas no fim das contas, os culpados somos nós mesmos. Que nos exigimos além do que podemos cumprir. Que nos diminuímos, que podamos nossos sonhos, que tememos o salto sem paraquedas assim como um templo de calmaria e paz.

Maldito os que praguejam o oito e o oitenta e pregam aquele maldito equilíbrio, aquela inalcançável perfeição.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Não precisa

"Mas tem que ser assim / é seu meu coração / não diga "não precisa" ah ah ah ah" 

Sempre tem um cantinho (de coração ou de guarda roupa) onde a gente guarda as nossas coisas especiais. Fotos, livros e lembranças. A caneca do Oktober, esperando ansiosa por outubro, aqueles livros que eu amo tanto, meus sapos de pelúcia (uns até dizem que me amam,...), minha caixinha verde com rosas vermelhas na tampa, na qual ganhei um livro da Lispector quatro anos atrás, minha caixinha de guardar club social (que na verdade guarda um monte de clipões), alguns cds (da época em que as pessoas ainda gravavam cds, porque os celularem serviam apenas para fazer ligações)... E meu sorriso preferido, eternizado na foto que eu tirei e da qual, felizmente, me cortei. São umas bobagens que muitos por aí já teriam jogado fora. Já teriam perdido. Já teriam esquecido. Eu sou daquelas que guardam. No coração, na cabeça, no guarda roupa, naquela caixa embaixo da cama, no blog...

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Foca no trabalho




Eu reativei minha coluna no Itu.com.br com uma matéria que me deixou muito feliz: o projeto de leitura da Shirlene, que eu admiro muito. Num dia de muito stress e chateação, quando achava que muitas coisas por aí não poderiam melhorar, fui cumprir minha pauta, meu combinado e entrevistar a Shirlene. Eu sempre digo que eu posso até ter saído da escola, mas a escola nunca vai sair de mim. A alegria de ver os pequenos sorrindo pra você, querendo conversar, aprender, descobrir... Puts. Quase chorei de tanto rir com aqueles pequechurros que mal sabem falar repetindo a história que contavam pra eles. É, de fato, uma coisa emocionante. Ver a alegria nos olhos deles, a curiosidade, a atenção. E é lindo, inspirador, ver profissionais tão dedicadas, fazendo seu trabalho com amor. Era amor na voz daquela ADI que lia a história. Era fé nas palavras da Shirlene. Uma mistura de mil coisas boas, que a gente deseja todos os dias e que, as vezes, pensa que é difícil de conquistar. A excelência se faz com isso: amor pelo que se faz e dedicação. Sempre, todos os dias. Sem desistir, sem pestanejar, nem duvidar da nossa capacidade. Temos que acreditar mais. Lutar mais pelo que a gente acredita. Foi isso que eu aprendi naquela manhã. E simplesmente, aquilo salvou meu dia. Minha semana, até. Ver a esperança brilhando no coração das pessoas me faz acreditar num mundo melhor. Numa cidade melhor... E depois de tudo isso, só pude me encantar, de novo, com a escolha de ser jornalista. Apesar de tudo, de todas as dificuldades, eu ainda tenho esperança. Eu ainda acredito. Só tenho a agradecer pelas coisas que me vem acontecendo. Boas ou ruins, fáceis ou difíceis, estou aprendendo MUITO.   — se sentindo apaixonada pelo jornalismo.

Beijos, Jaqueline.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Na coxia

Tire sua fala da garganta / E deixa ela passar por sua goela / E transbordar da boca / Deixa solto no ar / Toda essa voz que tá ai dentro deixa ela falar / Você pode dar um berro quem sabe não pinta um eco pra te acompanhar / Cada voz tem um tom / Cada vez tem um som / A orquestra já tocou / E o maestro até se despediu / Todos querem ver você cantar.
Tulipa.

"Ninguém fica pra sempre na coxia." Ninguém é figurante em toda peça, nem sempre o papel de árvore será seu. Alguém que nem sabe o quanto foi especial pra mim, um super amigo, me disse que uns nascem pra ser escada, outros, para ser estrela. A escada serve de base, de apoio, de ajuda pra que a estrele enfrente sua jornada e alcance o céu. Nem por isso, segundo ele, a escada é menos importante que a estrela. Aliás, é até mais. Porque sem a escada, a estrela não alcança seu objetivo de grandeza.
Acho que sou uma escada e tanto.

Beijos.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Se der, ame-me



Você é touro. Eu, escorpião. Você tem a frieza que eu tinha cinco anos atrás. Eu, o calor que recebi. Você teme o futuro e eu desespero. Eu anseio cada momento e você os vive um de cada vez. Você acha que as coisas vão acabar mal, mas eu sei que tudo está bem quando acaba bem e se não está bem é porque não acabou. Eu acredito. Você desconfia. Eu choro as pitangas, os morangos, as melancias. Você não gosta das minhas lágrimas, mas aprendeu a não ter dó delas. Você diz as coisas sem pensar e eu, de tanto refletir, acabo por não dizer. Eu remoo suas palavras como se fossem mantras, negativos, frios, dolorosos que me arrastam para baixo. Você esquece o que disse no minuto seguinte e não entende porque eu fico tão alterada.

Coisas que eu sei
Eu adivinho sem ninguém ter me contado

Eu escrevo, eu choro, eu gaguejo. Eu quero ir embora e quero ficar, ao mesmo tempo. Quando você me diz aquelas coisas que me magoam eu sinto vontade de ser a rude que você teme que eu seja, mas te amo tanto que não consigo. Você me confunde e me assusta. Onde queres revólver, sou coqueiro, onde queres dinheiro, sou paixão, onde queres descanso sou desejo e onde sou só desejo queres não.

Eu tinha medo de me machucar. Você ainda tem. Eu morro de medo de machucar você. Você não me quer longe, mas se mantem distante. Aos poucos, venho engatinhando pra mais perto. Eu ainda penso em mim como alguém que colou os pedacinhos do seu coração. Ainda penso em você como quem me ensinou o que é a entrega de um amor. 

Você troca nossos travesseiros quando estou brava com você porque sabe que eu gosto mais do seu. Você dorme no cantinho da cama porque sabe que eu sou espaçosa e coloca os cobertores do jeito que sabe que não vou passar frio. Você sorri quando acorda (mesmo quando sou eu quem te acorda) e me vê. Você diz que me ama muito. E meu coração vira piruetas...

São coisas que antes eu somente não sabia
Agora eu sei

Não leve a mal se eu fico meio tonta... meio boba, meio eu. Meio insegura, meio nervosa. Não sei não ser eu, não ser assim, mas não é por mal. Eu lembro de você quando escuto músicas felizes, tristes, apaixonadas, animadas. Eu lembro de você quando compro revistas, quando leio coisas na internet. Eu faço cafuné quando você deita no meu colo e fico te olhando dormir. Eu te mando mensagens e te ligo e te escrevo e te marco no Facebook e te dou cartas de amor e te compro presentes porque quero que o mundo inteiro saiba que eu te amo e que sou sua e que você é meu. Eu falo descontroladamente e sem vírgulas pra ver se você entende o quão desesperado é o que eu sinto por você. O quão urgente é essa saudade, esse querer. Eu choro quando acho que você vai embora. Odeio ver você indo.

E de novo estou aqui. Pensando em você, em nós dois. Escrevendo asneiras apaixonadas que livros como "Por que os homens amam as mulheres poderosas" reprovariam. Porque nos meus textos eu me entrego, me derramo. E deixo claro pra quem quiser saber o quão sua eu sou. O poder que você tem sobre mim, minha felicidade e meu humor. O quanto dependo de você. E venho aqui, numa prece urgente e silenciosa, implorar o mesmo. Apaixone-se por mim. Deixe-me amá-lo com tudo que eu posso. Entregue seu coração pra mim... Deixe que, de tanto amor, ele transborde e derrame. 

Derrame. Se der, ame. (Me) Ame!

Porque eu te amo!
Eu te espero, vem...
Diga que você me quer
Porque eu te quero também!

Beijos, Jaqueline.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

don't speak: dance!

Cada dia mais apaixonada pela dança, que me inspira, me liberta e me faz esquecer: a rotina, o real, o problema, o vizinho, a dr, os carros passando na rua, o frio, o não, a dor, o medo, quem eu era e quem eu sou. A dança tem esse poder; nos faz sentir que tudo vai ficar bem. 

"- Sabe do que a gente precisa?
- O que?
- 32 segundos de dança."

Grey's Anatomy


A gente chega na aula tensa, chateada, as vezes até de coração partido ou depois de ter levado um tapa na cara da vida. Aí o som faz o seu trabalho. Eu poderia morrer dançando. O gran finale... 

Sempre achei que o Espaço Shiva fosse meu lugar. Um lugar de calmaria, um lugar de paz. Mas na verdade, quem me faz sentir assim é a dança. Seja o ballet, a dança de salão, o jazz ou a dança do ventre. Não importa, afinal. Pra quem nunca foi boa em dizer coisas, pra quem não consegue dizer um 'eu te amo' pra família, pra quem expressa o que sente escrevendo porque não consegue vocalizar (o que me lembra o exercício do Yoga, o RÁ, em que a gente inspira e expira num grito alto de RÁ, expelindo todas as coisas ruins do nosso corpo e alma - que eu nunca consegui fazer).

(( tem como não sorrir ouvindo um tabla solo??))

É estranho. Uma jornalista, metida a política que não sabe se expressar. Aliás, sei: sobre coisas alheias. Falar de mim é que é difícil. Explicar meus temores, meus sonhos, meus quereres. Aí sim: ferrou. E quando a gente dança, não pode falar nada. Boca fechada ou num sorriso estreito, e os sentimentos são obrigados a sair pelos pés, mãos, braços, pescoço, ombros, dedos, olhos, cabelos, barriga, ventre, joelhos, costas. 

Someone call the doctor Algúem chame o médico
Got a case of a love bi-polar Temos um caso de amor bipolar
Stuck on a roller coaster Estou presa em uma montanha russa
Can't get off this ride E não consigo descer

Só de ouvir música, eu já fico mais feliz e por mais idiota ou preocupante que seja a situação, eu só quero dançar. Acho que o que eu preciso mesmo é ir pra boate, casa noturna, esquina ou palco: e dançar. Como se minha vida dependesse disso.

Porque, no fim das contas, depende mesmo. 

quarta-feira, 31 de julho de 2013

beija-flor

Num momento você está entediado, olhando pro computador, no outro, salvando um filhotinho de beija-flor que bateu na parede e está preso na janela. E você fica ali, meio perdido, meio bobo, falando com o beija-flor como que esperando que ele lhe diga algo de volta. Sua cabeça lateja e você queria estar em outro lugar, num outro planeta. John Mayer sussurra enquanto aquele violão dele, que mais parece trilha sonora de filme romântico na hora que a mocinha vai embora, te faz viajar. Há tanto pra falar, tanto pra fazer... E você ali, falando com o beija-flor.

As vezes, deixamos o tempo correr, como que acreditando que as coisas vão se resolver sozinhas... "Então eu acho que você poderia dizer que eu estive esperando por uma pausa nas nuvens cinzas", ele canta, como quem sente que tudo vai ficar bem. Ele põe um sorriso no rosto pra cantar suas músicas tristes porque sabe que não é o fim do mundo?  

Talvez aquele beija-flor tenha infartado mil vezes nos olhando, ali, tão perto, olhando pra ele. Um beija-flor tão pequeno e indefeso que suas perninhas mal alcançavam a madeira por onde abrimos e fechamos a janela. Deve ter pensado que ia morrer. Que lhe faríamos mal, que o pegaríamos, que teria um triste fim em mãos grandes de humanos... Que nunca mais seria capaz... Que não haveria outro jeito... Nem solução, nem remédio... Eis seu fado...


E apesar de toda a conspiração negativa, de todos os pensamentos absurdos e do medo... Ele voou. Assustando aos que o observavam encantados com sua pequenez e sua liberdade (tão grande para asinhas tão pequenas). Assustando a si, que não acreditava que pudesse, por um segundo, ter a coragem insana... de se jogar.

sábado, 27 de julho de 2013

Um dueto fora do tom

Que vida cretina. Eu aqui com tanta coisa pra contar, pra escrever, desesperada que estava por esse quadro branco que tanto me aflige... ansiosa por preenchê-lo com boas lembranças, lembranças da ultima semana, de dias alegres e distantes... e aí a vida, essa cretina, vem e me dá um belo dum tapa na cara, daqueles tão fortes que me jogaram no chão. 

E o que me resta fazer? Levantar-me, respirar fundo sem sequer esfregar a face avermelhada. Limpar as lágrimas do rosto borrado de maquiagem, como se nada tivesse acontecido, e ser forte, pra estar ali quando de mim precisarem.

domingo, 21 de julho de 2013

Minas

Devo ter algo em torno dos vinte minutos pra compor alguma coisa que faça sentido nesse blog. Finalmente, o tal dia de ir pra Minas e conhecer as tão desejadas cidades históricas chegou. Isso me faz lembrar o Almeida, o De Francisco, a Lucimar, a Aninha... Enfim. Hoje tivemos um dos fatídicos churrascos de família e, umas cervejas depois, estava com uma dor de cabeça dos infernos. Namorado se despediu no fim da tarde, foi embora, e eu deitei, me cobri com um daqueles cobertores gigantes e dormi. A dorzinha ainda lateja nas minhas têmporas. Ansiedade? Cansaço? Não sei não... 

O taxista chegou. Quatro minutos?? Ai ai ai... Desculpem a pressa. Quinta eu volto. Vou tentar mante-los atualizados dos meus passeios.

Um beijo, São Paulo! Um beijo, Cabreúva!

Aquele abraço pra quem fica. Fui.

#PARTIU #MINASGERAIS

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Branco

Eu fico olhando pra esse quadro branco. Tem tanta coisa aqui na minha cabeça... Mas os dedos não se mexem. Não acompanham o ritmo frenético dos meus pensamentos. E tudo continua assim: vazio.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Contato

"Existem 400 bilhões de estrelas só na nossa galáxia, se apenas uma em um milhão tiver planetas, e se apenas uma em um milhão dessas tiver vida, e se apenas uma em um milhão dessas tiver vida inteligente, deve haver literalmente milhões de civilizações no universo."

"Se não houvesse vida fora da Terra, o Universo seria um tremendo desperdício de espaço."

Sou dessas que não sabe direito em que acredita. Se acredito em Deus? Sim, claro. Se acredito na teoria evolucionista de Darwin? Sim, é bem lógica essa linha de raciocínio. Se acho que Adão e Eva discutiram a relação no paraíso? Não, não, aí já é demais...

Mas afinal, por que não posso achar que, apesar de termos evoluído pouco a pouco até sermos os sapiens sapiens, há um Deus lá em cima, olhando a gente brincar de livre arbítrio?

Uma vez, li num dos meus livros de história do ensino fundamental a teoria do Deus relojoeiro. Um cara gordo e barbudo com longas vestes estilo Dumbledore, que com suas mini chavinhas de fenda constrói um belo e dourado relógio. Ele o fez e é seu dono. Quando termina e o mundo-relógio está pronto, ele simplesmente o pendura na parede ou no pulso e o deixa funcionar sozinho. Não há interferência do Criador para que nada aconteça. As vezes, ele dá corda, troca a pilha, conversa com o relógio... Mas nunca vai fazer com que o relógio frite ovos. Relógios marcam as horas.

Da mesma forma, acredito num Deus que sussurre amor e inspiração a nós, as engrenagens de seu relógio, para que tudo funcione bem, mas não num Deus que, de hora pra outra, vá desmontar o relógio e mudar suas funções. Não acredito tanto em milagres operados unica e divinamente por Ele. Nós somos seus milagres. Suas engrenagens que fazem os ponteiros trabalhar. E milagres acontecem quando nós, pecinhas tão miúdas nesse Universo de engrenagenzinhas, sorrimos, ajudamos o próximo, gastamos tempo sendo gentis, abrindo a porta do banco pra velhinha ou esperando o pedestre atravessar a rua. São dessas pequenas atitudes que nascem os milagres.

Pra mim, Deus não está nas igrejas. Deus está naquela nuvem brilhante que eu vejo num dia triste. Eu olho pra luz e penso: "obrigada por me fazer companhia, é bom não estar sozinha com a tristeza". Deus está naquela criança que, sem saber o que está acontecendo, abraça carinhosamente a mãe que chora. Ele está naquelas risadas gostosas, naquele dia difícil em que, no fim, ainda conseguimos pensar positivo. Deus está no amanhecer e no anoitecer. Está naquele pôr do Sol que vejo da minha janela. Está nos bichos e nas plantas e nas cores e nas crianças e nas amizades e nos livros e na leveza, na alegria, na dúvida e até mesmo na introspecção. Acho que Deus nenhum vai exigir de nós nem perfeição nem alegria o tempo todo. Deus deve entender nossas dores, nossas dúvidas, nossas lágrimas. Mesmo que não concorde com elas, ele entende.

O filme Contato, indicação/presente do querido Carlos Santiago, é realmente lindo. As cores, os céus... E a teimosia. Ser firme nos seus propósitos, nas suas convicções, mesmo quando tudo está de ponta cabeça. A gente sabe que remar contra a maré dói mais o braço. Mas pra sermos iguais a todos... Poxa, pra que estar nesse mundo, né?

Eu também acredito que Deus nos dê missões. Não aquelas tipo War, que você passa o jogo todo tentando cumprir. Mas algumas dicas de caminhos, de talentos... Tenho um amigo que é meio como um anjo. Todos que conversam com ele veem ali um alguém em quem se pode confiar. E dez minutos depois, estão compartilhando suas vidas. Ele tem o dom de trazer alegria. Eu queria ter esse dom, mas não tenho. Talvez meu dom, meu talento, seja essa coisa de querer sempre ajudar o próximo e essa capacidade de ver o melhor em cada pessoa. Sei lá... É nessa parte, pelo menos, que eu costumo prestar atenção. Eu confio em todos, num primeiro momento. E que se dane quantas vezes isso já me magoou. Vou continuar confiando. Mais e outra vez.

Isso é um dom? haha Deus deve gostar de gente que se esforça pra encontrar qualidades e motivos pra gostar das pessoas. Né?

Só Deus sabe das nossas conversas, que alguns chamam de orações. E mesmo que minha mãe chore quando eu não vou na missa, Deus sabe que eu gosto muito dele e que o tenho sempre bem perto de mim, como eu faço com os bons amigos.

Então, Deus deve entender que eu sou imperfeita e doidinha. Mas ele sabe também que esse é o meu jeitinho escorpiano de conversar com ele, de estar presente, de demonstrar que eu o quero pertinho de mim. E acho que ele me respeita e ama, desse jeito.

Recomendo o filme a todos, assim como o livro A Cabana.

Beijinhos, bom dia.

Jaqueline Rosa, de óculos vermelho.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Onomatopeias

Tengo que confesar que a veces
no me gusta tu forma de ser
luego te me desapareces
y no entiendo muy bien por qué

No dices nada romántico
cuando llega el atardecer
te pones de un humor extraño
con cada luna llena al mes

Pero a todo lo demás
le gana lo bueno que me das
solo tenerte cerca
siento que vuelvo a empezar

Yo te quiero con limón y sal,
yo te quiero tal y como estás,
no hace falta cambiarte nada.

Limón y Sal, Julieta Venegas.

Sexta-feira. Ontem eu ganhei um livro, Notícias do Planalto. Acho que pessoas que dão livros de presente merecem todo o respeito do mundo. Um livro de setecentas e poucas páginas de "inquietação pura", como está escrito na dedicatória. Acho que pessoas que escrevem dedicatórias nos livros que dão de presente merecem todo o respeito do mundo. rs :) 

Hoje minha irmã comentou algo sobre presentes que ela teria comprado pro namorado e confesso que demorei uns minutos, às seis e meia da matina, pra entender que semana que vem tem a jossa dos dias dos namorados. Não quero mais brincar de dia nenhum. E nunca escondi de ninguém que dia dos namorados, pra mim, é só uma data comercial, seis meses antes do Natal, pra dar dinheiro. Aniversário é que é uma data só sua, só nossa... Como bem disse Julieta (que eu chamo de Rulieta, independentemente de como é a pronúncia correta) Venegas "as vezes eu não gosto muito do seu jeito de ser, você desaparece e eu não entendo bem o por quê / ... / eu te quero com limão e sal / te quero tal e como está"... E blá blá bláááááá....

De fato, cá estou eu com Cazuza refletindo aquela história sobre te odiar por quase um segundo. As vezes é mais que isso, mas é uma boa música. rs

Laia lara, la la laia...

Programação para o sábado será fazer uma porcaria de projeto de pesquisa, de um artigo que eu já escrevi e já entreguei. E depois, dança. Por a alma pra fora em movimento. Exterminar as tensões, regurgitas os sapos engolidos, relaxar, divertir... Fazer piada com as onomatopeias da Flavinha. 

Fé em Deus e pé na tábua. Bora que esse dia vai ser longo!!

Beijos!! Jaqueline Rosa



Yo te quiero si vienes o si vas,
si subes y si bajas y no estás
seguro de lo que sientes