quarta-feira, 27 de outubro de 2010

OSPB e EMC

Por Jaqueline Defendi Rosa, do blog SinergiaK. - Dedicado ao querido Renato Violardi, sem o qual (pra variar) não teria saído do primeiro parágrafo, ao Prof. Pedro, sempre tão atencioso, e ao Izak, vulgo cretno, que em ajudou a raciocinar, quando eu queria tudo de mão beijada do Google.

Provavelmente será publicado em O Arauto, jornal da faculdade.



Em 1962, pouco antes do regime militar, colégios brasileiros sofreram alterações em suas grades curriculares e os estudantes que cursavam a 4ª série do ginásio, que hoje corresponderia ao 9º ano (8ª série), passaram a ter aulas de Organização Política e Social do Brasil (OSPB). A disciplina, proposta pelo Conselho Federal de Educação (CFE) e idealizada pelo educador Anísio Teixeira, visava superar uma falha na educação, que não atentava aos valores cívicos nem preparava os jovens para exercerem suas obrigações como cidadãos, e suprir as exigências da Lei de Diretrizes e Bases para a Educação (LDB), de 1961, segundo a qual os alunos deveriam ter, além das disciplinas convencionais, as obrigatórias complementares (OSPB, línguas estrangeiras, desenho) e as optativas (música, artes industriais, técnicas comerciais, técnicas agrícolas).

Depois, já durante a ditadura, foi instituída a disciplina Educação Moral e Cívica (EMC). A matéria, obrigatória a partir de 1969 em todos os sistemas de ensino do país para alunos da 2ª série do ginásio (6ª série ou 7º ano atuais), visava doutrinar ideologicamente as crianças de acordo com os interesses dos ditadores, que disfarçavam essa intenção utilizando o mesmo discurso de OSPB a respeito da necessidade de se fortalecer a unidade nacional e o sentimento patriótico. “Era uma forma dos governos militares doutrinarem e ensinarem história política, mais ou menos como os governos nazista e fascista faziam na Alemanha de Hitler e na Itália de Mussolini, sem esquecer a Espanha de Franco...”, conta Renato Violardi, 40, administrador de empresas e vice-presidente do diretório do PSB em Cabreúva.

O ensino do exercício cívico e patriótico dos militares não se limitava às salas de aula: todos os artifícios eram válidos para influenciar os brasileiros, jovens ou não. Na imprensa escrita e falada, por exemplo, eram disseminadas propagandas que enalteciam a potência industrial do Brasil e alertavam a população quanto ao seu dever de contribuir com o desenvolvimento da nação – a Rede Globo, por exemplo, exibia nas manhãs de domingo o programa do ex-militar Amaral Neto, que mostrava as belezas do Brasil, como o rio Amazonas, exalando patriotismo. Essa contribuição abrangia desde participar de desfiles e cumprir as determinações do governo até denunciar pessoas envolvidas em atividades questionáveis e respeitar as autoridades militares. Nas escolas, era obrigatório o hasteamento da bandeira do Brasil às segundas-feiras e seu arriamento às sextas-feiras, no pátio, onde o hino era entoado. Hastear a bandeira era considerado uma honra e só os melhores alunos tinham esse privilégio.

No entanto, apesar da doutrina ditatorial imposta através de OSPB e EMC, as aulas contribuíram com a conscientização e politização dos brasileiros, despertando neles o interesse em participar da vida pública. “Tive essas aulas e, acredite, ajudou muitas pessoas a se politizarem. Para o bem ou para o mal, mas ajudou”, conta Renato.

O Brasil, depois de tanto lutar pelo fim da ditadura e pela redemocratização, sofre de um mal estranhamente contraditório: o desinteresse político. Em relação a 2006 houve uma queda de 7% entre os eleitores de 16 e 17 anos, que não são constitucionalmente obrigados a votar. Muitos não querem tirar seus títulos de eleitor e afirmam não gostar de política. Talvez a solução para esse problema, que faz com que maus políticos sejam eleitos, seja adaptar o estudo das ciências políticas da grade de 1969 para os dias atuais e retirar dessas aulas a parcialidade.

“Acredito que o estudo político, tenha o nome que tiver, deveria fazer parte do aprendizado do que é ser cidadão. Quando não se investe em conhecimento e educação, criamos uma ditadura que domina a informação e a formação intelectual. Sem conhecimento e formação de opiniões, cerceamos a formação da dúvida, que é o grande trunfo da democracia.”, explica Renato. “No entanto, dependendo de quem está no poder, o ensino será sempre diferente. O governo atual, por exemplo, satanizaria a política anterior e evidenciaria a política atual. O ensino político exige seriedade, mas quem está no poder sempre se beneficiaria”, lamenta.

O Senador Acir Gurgacz (PDT-RO) defendeu no Plenário, em meados de 2010, a volta de OSPB às grades curriculares: “eles estão mais preparados para atuar dentro de nossa sociedade organizada e mais aptos a interceder na coletividade com uma postura mais crítica e consciente”, disse, referindo-se aos alunos do Colégio Diocesano Seridoense, localizado no Rio Grande do Norte, que ainda têm aulas de OSPB e EMC.

Felipe Neto, jovem famoso por seus vídeos satíricos e críticos, opina em uma das suas filmagens, sobre políticos, da série Não Faz Sentido: “Se você tivesse matérias na escola que incentivassem a realmente pesquisar sobre o assunto, talvez tivessem muitos jovens por aí defendendo valores, fazendo revoltas”. Ele diz, inclusive, que os cidadãos só se tornaram completamente alheios à política porque, durante anos, foram condicionados a isso.

“Somente a educação muda o Brasil”, sentencia Felipe. “Então larga o Ipod por quinze minutos do seu dia e vai estudar um pouco, vai buscar saber o que é a Constituição Brasileira, o que é democracia... E quem sabe se a gente criar uma conscientização de revolta geral a gente talvez consiga mudar isso daqui a uma ou duas gerações”, recomenda enfaticamente, cobrindo seus espectadores de palavrões.

É claro que, para essas aulas voltarem às grades curriculares, seria absolutamente necessário reformulá-las, reformatá-las, de maneira que não se prendessem às ideologias dos que estiverem no poder e, no entanto, educassem, pois sua verdadeira missão, no nosso regime democrático, deverá ser a formação de cidadãos que olham o mundo pensando nele - pois educação é o caminho rumo ao destino digno que os brasileiros obviamente merecem.
 
 
Beeijos, Jaqueline.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Happiness is... [3]

Felicidade é ganhar uma blusa linda e roxa e usá-la na mesma noite. É ver amigos que não via há tempos - e de quem tinha saudades. Felicidade é ouvir música boa a noite inteira. Felicidade é receber uma porção de SMS desejando felicidade.

Felicidade é não reconhecer as pessoas e depois morrer de rir quando descobre. É chegar às cinco em casa e desobrir que sua mãe não escutou o barulho do portão. Felicidade é ganhar um Sex On The Beach e adorar a combinação de laranja, groselha - e vodka.

Felicidade é adorar a noite do seu aniversário.

Parabéns pra mim, então. HAHA

Beeijos, Jacky.

sábado, 23 de outubro de 2010

Happiness is... [2]

Felicidade é achar que vai desmaiar por falta de carboidrato. Pensar que nunca mais vai sentir o frescor do oxigênio entrando nos seus pulmões. Felicidade é sentir que aquela bolha no seu pé vai doer o fim de semana inteirinho - e ter a certeza que nem por Cristo você deveria por salto alto naquela noite.

Felicidade é sentir veias pulsarem e o coração tentar sair, não pela boca, mas pelo peito que ele tenta rasgar com seus golpes intermináveis e ritmados. Tumtum... Tumtum... Tumtum... Felicidade é ouvir as palmas o som do berimbau. É jogar com doze pessoas sem intervalos e achar que suas pernas simplesmente não vão te obedecer e, ao invés de gingar e chutar vão na verdade sentar até a dor passar - e descobrir que estava errada.

Felicidade é correr em círculos pra esperar o coração desacelerar - e ele não dar a mínima pra você!

Felicidade é estar na capoeira há mais de dois anos e, pela primeira vez, calhar de comemorar meu aniversário com muita dor muscular e muita exigência aos pulmões. É saber que é disso que eu gosto, de verdade e que é ali que eu quero estar no ano que vem.

Felicidade é ter silêncio na hora do discurso e poder dizer ofegante o quanto aquelas pessoas são importantes pra mim e contribuíram com a minha permanência na capoeira. É poder, por um segundo de humildade, contar o quanto elas me ajudam, incentivam, inspiram - e agradecer.


Beeijos, Jaqueline.

Happiness is...

Felicidade é encontrar uma mesa de sinuca livre na véspera do seu aniversário, é ver que sua amiga comprou aquela porção de batatas fritas que você estava louca pra comer  há semanas, sem se dar ao trabalho de vangloriar-se pelo feito, assim, só pra fazer você feliz. Felicidade é ajudar seu amigo-azarado-que-nunca-ganhou-uma-partida-de-sinuca a vencer, fazendo umas cagadas e acertando as bolas erradas. É ficar com dor no braço de tanto jogar e com sede de tando rir.

Felicidade é ver que a sua mesa é a mais lotada do bar - e que todos que estão lá são realmente importantes pra você, nada de volume ou quantidade, só qualidade. Felicidade é um bocado de gente sorindo pra você.

Felicidade, se desse pra definir, o faria dizendo que felicidade é passar vergonha ao lado de pessoas queridas... Tipo quando, no meio do buteco lotado, elas decidem cantar Parabéns Pra Você escandalosamente, quase gritando.

Felicidade é não desejar muita coisa além do que se tem.

É saber que, aconteça o que acontecer, você pode contar com aqueles amigos e alguns outros pro resto da sua vida, pro que der e vier - eles sempre vão estar lá.

Felicidade é fazer dezoito e todos lhe dizerem 'ok, faça vinte e um, agora!'. HAHAHA

Obrigado amigos, pela noite maravilhosa ontem!

Amo vocês!

Beeijos, Jaqueline.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A ordem é ser feliz

'A ordem é ser feliz
Por toda a eternidade
Feito prisão perpétua...'
(Leoni)




Não, não estou exatamente ansiosa pra fazer dezoito anos - estou ansiosa pelo meu aniversário (o que é completamente diferente).

Eu gosto de aniversários. Aconteça o que acontecer, estamos felizes, as pessoas são inevitavelmente amigáveis, inclusive pais e parentes, e pra qualquer coisa que você não queira fazer pode falar 'mas hoje é meu aniversário'. Há comidas, bebidas, presentes talvez... Mas há pessoas!

Ahh, as pessoas... Sim, as que te mandam SMS, ligam, deixam scrap ou depoimento e as que vão até você só pra poderem te dar um abraço. É com certeza o dia em que vejo mais pessoas das quais gosto, aquelas que eu (ou o destino) escolhi pra serem parte da minha vida. Então, é um dia especial - não por mim, mas por eles.

Nesse aniversário, como é tradição, vou ganhar de quem já vive me presenteando o meu bolo prestígio maravilhosamente doce e calórico - ai, adoro (como dito em posts anteriores, queridos amnesiados, eu simplesmente amo tudo que tem sabor prestígio - bolo, trufa, pão de mel!). E vou jogar sinuca e beber caipirinha de vinho - e quem sabe comer batata frita - na sexta, com os meus amados amigos da faculdade e as minhas duas mais antigas amigas.

O resto, ainda não sei, HAHA.

Seja lá o que for, faltam só dois dias.

Beeijos, Jaqueline.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Om Namah Shivaya

"Eu honro a divindade que existe em mim."


Há tempos, passo por uma fase, não exatamente preguiçosa - embora seja essa a palavra que eu venho usando para descrever-me - mas desinteressada. Matei reuniões importantes, pulei questões nas provas e fiquei sem ler um livro inteiro sequer  por semanas (e, acreditem, não foi falta de opção nem de necessidade). Comecei vários, por sinal. Livros importantes ou raros, mas nenhum deles conseguiu atraír-me por mais de trinta ou cinquenta páginas.

Sábado, minha sogra me entregou um livro que ela havia prometido conseguir que me emprestassem: Comer Rezar Amar, de Elisabeth Gilbert. O livro, sim, ficou famoso. 'Mais de 4 milhões de exemplares vendidos', diz na capa. Virou filme com ninguém menos que Julia Roberts. Comecei a lê-lo ontem, enquanto esperava minha carona no ponto de ônibus em frente à PM. Sol, calor, música e esse livro.

'Seja também a heroína de sua própria história', está escrito. Não costumo gostar de livros de auto-ajuda, desculpe. Me parecem forçados, como quando dizemos que a pessoa não está gorda, só grande ou fofa. Eufemismos e hipérboles sistematicamente organizadas para que você acredite que tudo depende só de você. No entanto, gosto de auto-ajuda e acredito nela. Os livros é que são estupidamente surreais.

Estou lendo mais devagar do que o costume - até pelo tempo sem praticar. Depois que minha carona chegou, li um pouco no carro, até que as conversas me dispersaram e fizeram desistir. À tarde, almoço, umas páginas a mais, soneca, filme, missa... Estou na página cinquenta e cinco e tenho uma séria e sincera observação para fazer em relação ao best-seller de Liz:

É, sem dúvida, o responsável pela minha vontade de ler ter voltado. É sincero, simples e me faz sentir bem por ver que estou longe de ser a única que tem 'problemas' com Deus (ou com as religiões - espiritualidade não tem nada a ver com religião, sério), vontade de viajar e aprender italiano (sim, italiano está, desde sempre, na minha lista poliglota: inglês, espanhol, francês e italiano - e eu vou aprender todas, assim como vou mudar o mundo, ta). Estou simplesmente amando!


"Eu queria explorar a arte do prazer na Itália, a arte da devoção na Índia e, na Indonésia, a arte de equilibrar as duas coisas. Foi somente mais tarde, depois de admitir esse sonho, que percebi a feliz coincidência de que todos esses países começam com a letra I, que significa "eu" em inglês. Isso me pareceu um sinal bastante auspicioso para uma viagem de autodescoberta." 


Gosto da ideia de 'autodescoberta'. É como descobrir o que você quer fazer e fazer, só pra se agradar. Acho digno que as pessoas percam minutos egoístas pensando só em si, porque só assim terão os alicerces necessários para pensar nos outros. Imagino que é preciso ser/estar feliz para fazer/deixar feliz, por exemplo.

Estou gostando do livro. Gosto de livros que tem termos/frases em outras línguas (como A Menina Que Roubava Livros) e suas respectivas traduções. É o tipo de coisa que engrancece. A única coisa que Sherlock Holmes me ensinou em umas 15 páginas lidas foi que rache quer dizer vingança em alemão. Ou qualquer coisa assim. E isso foi na sexta série. A gente nunca esquece coisas em outras línguas - espero, porque meu curso de inglês custa bem caro. 

(Acabrei de lembrar que tenho umas cinco lições de inglês atrasadas. Oh, que merda!)

Quando terminar de ler, conto o que achei.

A ideia de que meu aniversário está chegando me anima potencialmente. Espero que seja um dia calmo e feliz, perto de pessoas especiais pra mim e com coisas que me fazem bem. E que, no domingo, minha comemoração continue. Posso começar a pedir meus presentes?


São Pedro, querido, de você eu quero o SOL, rs.
Beeijos, Jaqueline.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Repulsa ao sexo e Dois Pesos, por Maria Rita Kehl

segue, talvez, o texto mais corajoso que eu já li:


Entre os três candidatos à presidência mais bem colocados nas pesquisas, não sabemos a verdadeira posição de Dilma e de Serra. Declaram-se contrários para não mexer num vespeiro que pode lhes custar votos. Marina, evangélica, talvez diga a verdade. Sua posição é tão conservadora nesse aspecto quanto em relação às pesquisas com transgênicos ou células–tronco.

Mas o debate sobre a descriminalização do aborto não pode ser pautado pela corrida eleitoral. Algumas considerações desinteressadas são necessárias, ainda que dolorosas. A começar pelo óbvio: não se trata de ser a favor do aborto. Ninguém é. O aborto é sempre a última saída para uma gravidez indesejada. Não é política de controle de natalidade. Não é curtição de adolescentes irresponsáveis, embora algumas vezes possa resultar disso. É uma escolha dramática para a mulher que engravida e se vê sem condições, psíquicas ou materiais, de assumir a maternidade. Se nenhuma mulher passa impune por uma decisão dessas, a culpa e a dor que ela sente com certeza são agravadas pela criminalização do procedimento. O tom acusador dos que se opõem à legalização impede que a sociedade brasileira crie alternativas éticas para que os casais possam ponderar melhor antes, e conviver depois, da decisão de interromper uma gestação indesejada ou impossível de ser levada a termo.

Além da perda à qual mulher nenhuma é indiferente, além do luto inevitável, as jovens grávidas que pensam em abortar são levadas a arcar com a pesada acusação de assassinato. O drama da gravidez indesejada é agravado pela ilegalidade, a maldade dos moralistas e a incompreensão geral. Ora, as razões que as levam a cogitar, ou praticar, um aborto, raramente são levianas. São situações de abandono por parte de um namorado, marido ou amante, que às vezes desaparecem sem nem saber que a moça engravidou. Situações de pobreza e falta de perspectivas para constituir uma família ou aumentar ainda mais a prole já numerosa. O debate envolve políticas de saúde pública para as classes pobres. Da classe média para cima, as moças pagam caro para abortar em clínicas particulares, sem que seu drama seja discutido pelo padre e o juiz nas páginas dos jornais.

O ponto, então, não é ser a favor do aborto. É ser contra sua criminalização. Por pressões da CCNBB, o Ministro Paulo Vannucci precisou excluir o direito ao aborto do recente Plano Nacional de Direitos Humanos. Mas mesmo entre católicos não há pleno consenso. O corajoso grupo das “Católicas pelo direito de decidir” reflete e discute a sério as questões éticas que o aborto envolve.

O argumento da Igreja é a defesa intransigente da vida humana. Pois bem: ninguém nega que o feto, desde a concepção, seja uma forma de vida. Mas a partir de quantos meses passa a ser considerado uma vida humana? Se não existe um critério científico decisivo, sugiro que examinemos as práticas correntes nas sociedades modernas. Afinal, o conceito de humano mudou muitas vezes ao longo da história. Data de 1537 a bula papal que declarava que os índios do Novo Continente eram humanos, não bestas; o debate, que versava sobre o direito a escravizar-se índios e negros, estendeu-se até o século XVII.

A modernidade ampliou enormemente os direitos da vida humana, ao declarar que todos devem ter as mesmas chances e os mesmos direitos de pertencer à comunidade desigual, mas universal, dos homens. No entanto, as práticas que confirmam o direito a ser reconhecido como humano nunca incluíram o feto. Sua humanidade não tem sido contemplada por nenhum dos rituais simbólicos que identificam a vida biológica à espécie. Vejamos: os fetos perdidos por abortos espontâneos não são batizados. A Igreja não exige isto. Também não são enterrados. Sua curta existência não é imortalizada numa sepultura – modo como quase todas as culturas humanas atestam a passagem de seus semelhantes pelo reino desse mundo. Os fetos não são incluídos em nenhum dos rituais, religiosos ou leigos, que registram a existência de mais uma vida humana entre os vivos.

A ambigüidade da Igreja que se diz defensora da vida se revela na condenação ao uso da camisinha mesmo diante do risco de contágio pelo HIV, que ainda mata milhões de pessoas no mundo. A África, último continente de maioria católica, paupérrimo (et pour cause…), tem 60% de sua população infectada pelo HIV. O que diz o Papa? Que não façam sexo. A favor da vida e contra o sexo – pena de morte para os pecadores contaminados.

Ou talvez esta não seja uma condenação ao sexo: só à recente liberdade sexual das mulheres. Enquanto a dupla moral favoreceu a libertinagem dos bons cavalheiros cristãos, tudo bem. Mas a liberdade sexual das mulheres, pior, das mães – este é o ponto! – é inadmissível. Em mais de um debate público escutei o argumento de conservadores linha-dura, de que a mulher que faz sexo sem planejar filhos tem que agüentar as conseqüências. Eis a face cruel da criminalização do aborto: trata-se de fazer, do filho, o castigo da mãe pecadora. Cai a máscara que escondia a repulsa ao sexo: não se está brigando em defesa da vida, ou da criança (que, em caso de fetos com malformações graves, não chegarão viver poucas semanas). A obrigação de levar a termo a gravidez indesejada não é mais que um modo de castigar a mulher que desnaturalizou o sexo, ao separar seu prazer sexual da missão de procriar.
 

Quando decidimos discordar de algo ou de alguma situação, devemos ter em mente que riscos existem e que enfrentaremos inimigos muitíssimo mais fortes do que nós. A oposição é normalmente caracterizada pela minoria, até que ela ganhe força, torne-se maioria e derrube a situação para tomar seu lugar (isso, igualzinho acontece com as prefeituras das cidadezinhas do interior).
 
Maria Rita Kehl (psicanalista, conferencista, ensaísta e poeta) enfrentou sérios inimigos com seus textos, em especial o apresentado aqui, no qual contraria e ataca a Igreja Católia e sua figura principal, o Papa, os conservadores e os homens no geral.
 
É um texto mais do que corajoso: é arriscado - e talvez um dos responsáveis por sua demição do jornal O Estado de São Paulo, além de 'Dois Pesos' no qual elogia o Bolsa Família - e louco como pular de um precipício. Por quê? Porque hoje o jornalismo foi condenado à submissão, como foram as mulheres umas décadas atrás. É condenado a calar-se ou gritar de acordo com as vontades dos que pagam o salário dos jornalistas ou, pior, dos que anunciam no veículo no qual você trabalha e, consequentemente, o impede de falir.
 
Porque o jornalismo independente, pensador, crítico, opinativo, de carne e osso morreu.
 
Maria Rita não ataca simplesmente uma religião dominante e, sim, dogmática e preconceituosa, mas toda uma sociedade que, há séculos, corrompeu-se de diversas formas e que, até hoje, nao conseguiu curar-se de todas suas chagas - o machismo e o pensamento patriarcal entre elas. Mulheres ainda não tem os mesmos direitos que os homens, mas talvez o que mais as oprima seja o moralismo. Moral que, afinal, nada mais é que um milhão de conceitos pré fabricados por pessoas que se dizem mais sábias.
 
Mulheres castigadas por esse tal moralismo que, muitas vezes, deixam seus sonhos de lado - como estudo, trabalho, viagens - por verem suas famílias, amigas e - principalmente - maridos escandalizados com sua falta de atenção à casa, ao seu homem e às suas crias. Mulheres que quando alegam não terem intenções de procriarem são apedrejadas com críticas mil sobre o quão frios e desumanos são seus corações. 'É a natureza', dizem. 'Nnenhuma mulher é completa sem ser mãe'. Mentira.
 
Essas tais verdades incontestáveis acarretam numa das mais intermináveis discussões baseadas no moral e na ética dos últimos tempos: o aborto.
 
Como bem disse Maria Rita, ninguém - ninguém, gente, ninguém! - é a favor do aborto. Mas acontece que o aborto é feito, ele existe e, como diz a Dilma (sim, eu concordo com ela) entre prender e atender, é preferível que se atenda as mulheres e que seja feito de uma maneira que não fira a vida daquela mulher. Fato 1: o aborto, muito mais do que uma questão ética, é uma questão de saúde pública. Fato 2: acontece, mesmo sendo crime. Fato 3: nenhuma decisão constitucional deveria ser baseada na religiosidade, visto que vivemos um país legalmente laico.

E eu sou completamente a favor dos tratamentos e pesquisas com células-tronco.
 
(Leiam "Dois Pesos", por favor, é interessante e importante pro resto desse post.)
 
Em "Dois Pesos", Maria Rita, foi - se é que é possível - ainda mais desvairada. Irritou os que depositam seu rico dinheirinho. E eu sou completamente contra sua demissão. Por quê? Porque, meus queridos, a partir do momentinho em que seu José Serra, apoiado abertamente pelo Estadão, falou em suas propagandas políticas e debates que vai aumentar o Bolsa Família e que é a favor dele, não há nada de errado em se elogiar o programa. E nem acho que ela o elogiou. Só esclareceu o óbvio: "Será que o leitor paulistano tem ideia de quanto é preciso ser pobre, para sair dessa faixa por uma diferença de R$ 200?". Não, ningém sabe.
 
Fato 4: visto que ela é uma articulista - autora de artigos - e a opinião expressada neles não é necessariamente a opinião do jornal, a demissão - sob essas condições - é inválida. Fato 5: acho que o jornal foi totalmente desmoralizado. Deu a entender que distorce fatos em favor do candidato tucano, visto que declararam seu apoio à ele e, logo em seguida, demitiram uma funcionária por supostamente flertar com a situação.
 
"Fui demitida pelo jornal O Estado de S. Paulo pelo que consideraram um "delito" de opinião (...) Como é que um jornal que anuncia estar sob censura pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?"
(Maria Rita Kehl, em entrevista ao Terra Magazine)
 
  
Certas coisas me revoltam.
 
Por um sonho jornalismo corajoso e independente, Jaqueline.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Esse ano eu vou


9º Festival de Cultura Afrodescendente
Centro Cultural Água de Beber

Cursos, aulões, rodas e troca de cordas...! Amo!

Estarei lá, com certeza.



Quem aí vai me ver trocar de cordaa?! 8D

Beeijos, Jaqueline.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Família, família


Domingo, numa visita à minha tia avó, encontrei essa foto. Os homens são meu avô paterno, Roque Rosa, meu bisavô (pai do meu avô) João Batista Rosa e Benedito Rosa (irmão do meu avô). As mulheres são minha tataravó Júlia Costa (esquerda) e minha bisavó Escolástica Rosa.

Júlia Costa 
teve quatro filhos
Rita - Catarina - Roque - Escolástica
Roque não teve filhos, então o sobrenome Costa não possui, na linhagem de Júlia, herdeiros. Catarina casou-se, mas seus filhos levaram o sobrenome do marido. Rita casou-se com Benedito Rodrigues Duarte e Escolástica com João Batista Rosa.

Rita Costa e Benedito Rodrigues Duarte
tiveram quatro filhos
Roque - Tereza - Nair - Inês

Escolástica Costa e João Batista Rosa
também 
Brás - Maria - Benedito - Roque
Brás e Benedito morreram sem filhos e Maria virou freira. 

Roque Rosa casou-se com Antônia e
Roque Rodrigues Duarte casou-se com Izaíde

Roque Rosa e Antônia
tiveram seis filhos
Maria Inês - Lúcia - Roque Luiz - Terezinha - José Carlos - Rita Cecília

Roque Rodrigues Duarte e Izaíde
tiveram sete
Estela - Carlos - Edson - Maurício - Izaías - Celso - Célia

José Carlos Rosa casou-se com Hilda e
Celso Rodrigues Duarte casou-se com Shirley

José Carlos Rosa e Hilda
tiveram três filhos
Thaís - Jaqueline - Leandro

Celso Rodrigues Duarte e Shirley
tiveram dois
Celso - Ingrid


E por mais cafoninha que isso seja, não podia faltar aqui minha/nossa árvore genealógica. xP

Sempre gostei de árvores genealógicas, mas custo a entender certas ligações, formadas por gente que sequer sonhei conhecer. Assim, desenhando, traçando as ligações e anotando os nomes (e vendo a foto) tudo fica mais claro e simples. A próxima tarefa é desvendar a linhagem Corazza. Depois, parto para o lado dos Defendi.

Beeijos, Jaqueline.

Limão, cenoura e Bis

Dia das crianças não podia ter sido melhor comemorado: uma mistura de limão, cenoura... e Bis! HAHA Sem falar nas panquecas voadoras e da presença dos ilustres Luiz Francisco e Eline, meus amores, bons e velhos amigos. Uma pitada de saudade e carboidrato à beça: panquecas, arroz, uma salada pra disfarçar, musse de limão (com Bis) e bolo de cenoura com cobertura de chocolare (e Bis). Sem falar no Bod Dylan, é claro! E no fato da Eline ficar planejando estratégias para roubar o "meu" cachorro.

Acordei cedo, tomei café, fiz o bolo de cenoura. Quando eles vieram, fomos pra cozinha lá de fora, sujar o máximo de colheres e guardanapos que fosse possível (e olha que fomos mui eficientes nisso, hein).

No fim, todos botaram a mão na masa (não tão literalmente assim) e fizemos uma maravilhosa travessa de panquecas com molho de tomate e queijo. O arroz foi complementado com um coração de quadradinhos de cenoura. HAHA

Depois comi musse de limão até não mais. E mal tive olhos pro bolo que fiz com tanto apreço, mas me desfiaram elogios - a cobertura é responsabilidade de D. Hilda, com todos os créditos!



E foi um programinha de índio pra lá de divertido: cozinhar e comer. Com direito à sessão de fotos depois - e olha que pro Luiz tirar fotos é preciso uma boa dúzia de milagres!

Um dia agradibilíssimo. Precisamos nos encontrar mais vezes.

Beeijos, Jaqueline.


Ai, quanto jornalista chato


Na noite de quinta feira, sete de outubro, aliados do eleito Geraldo Alckmin e do candidato à presidência José Serra, do PSDB, reuniram-se no Hotel Holiday Inn Parque Anhembi para ouvi-los discursar seus agradecimentos e propostas, rumo ao segundo turno. O encontro, promovido pelo partido dos Democratas (DEM) contou com prefeitos, ex-prefeitos, deputados e coligados de toda a região paulista, que foram mostrar sua colaboração ao candidato tucano.

As cerca de setecentas pessoas presentes se mostravam ansiosas para verem ao vivo os seus candidatos, em quem depositam confiança e esperança e apesar dos 50 minutos de atraso e da dificuldade para se estacionar os carros, nenhum deles parecia irritado.

“Quem é Serra, ai? Quem foi Geraldo e é Geraldo?”, começa o mestre de cerimônia, animando os presentes.

Líder do DEM na assembleia, Estevão Galvão, cumprimentou o ilustre prefeito Gilberto Kassab e as autoridades, como os prefeitos: “esta é uma reunião que vai mostrar o tanto que nós e o Brasil estamos empolgados e entusiasmados e vamos ganhar a eleição no segundo turno SIM! A gente percebe, Kassab, com clareza que já está criando por aí o negocio de ‘Serramania’, é Serra pra lá, Serra pra cá e eu estava dizendo pra alguns amigos que quando o Aloysio estava lá embaixo nas pesquisas eu dizia que o Aloysio ia ser o senador mais votado e muita gente dizia ‘Estevam, você está louco’ e eu dizia que não estava, ‘vai ganhar’ e ganhou. E hoje eu digo, o Serra vai ser o próximo presidente da República. E agora eu vou dizer o por quê: porque o Serra é o melhor! Melhor história, melhor biografia,... é o homem que por onde passou deixou rastro e a marca do trabalho e da competência e muito mais do que isso, o Serra tem compromisso com a lealdade com a gratidão e, muito mais do que isso, tem o compromisso com a verdade e com a vida, o Serra tem compromisso com a vida, com a VIDA. É agradecido, é leal com os amigos, o Serra não mente, é um homem de uma cara só. É sim, sim; não, não. Porque eu digo que o Serra tem compromisso com a vida, porque só quem nos dá a vida pode nos tirar a vida... E quem nos dá vida?? - e os presentes responderam em coro ‘Deus’. “O Serra é um homem que tem compromisso com a vida, porque só Deus pode tirar a vida de alguém. Por isso que ele vai ser o Presidente do Brasil!”, completou, sob aplausos.

“O Serra é nosso novo presidente”, afirma Gilberto Kassab, com convicção, antecipando os resultados. (...)

*

Além do encontro político de importância nacional, fiquei maravilhada com o movimento dos jornalistas, com seus microfones, câmeras, celulares e anotações. Nenhum deles parecia excepcionalmente empolgado com aquela pauta - chuvinha, vento, um blá blá blá da oposição. Nenhum era muito educado também.

Estava sentada na terceira fileira e, acreditem, não conseguia enxergar nadinha, de tanto fã e jornalista que tinha ne frente do 'palanque'. Enquanto o Alckmin e o Serra não chegavam, tudo bem. Não tinha nada que eu quisesse lá em cima. Apostei, em casa, que tiraria fotos com os dois. Será? Difícil de acreditar porque normalmente tenho uma blaster vergonha de pedir pra tirar foto (né, Renato?) - quase perdi uma oportunidade única de fotografar com Fernando Mitre. Mesmo assim, apostei. Vamo que vamo. Chega Geraldo, discursa, todo mundo quer cumprimentar, tirar foto... Quando o Serra chegou, não aguentei. Enfiei o notebook na bolsa e larguei lá com uma senhora. Olhei: entre mim e ele alguns machos - eleitores e jornalistas - e um, em especial, fotojornalista, com dois metros de altura e meio metro de costas. Ô querido, o que você acha de ajoelhar, pra eu poder ver também?! ¬¬

Moço, dá licença. Passei. Oi, moço, pode me dar licença? Queria tentar tirar uma foto... - E eles foram deixando, é claro. Não se recusa uma licença pedida tão educadamente por uma moça tão charmosa né HAHAHA orra, brinks! E isso é um fato. Cheguei lá na frente, entre dois fotojornalistas com suas câmeras robóticas enormes e fiquei. Tirei várias. Estava, agora, há um metro e meio de distãncia do talvez futuro Presidente do Brasil. E o fofo fala que tá indo embora, porque tem um outro compromisso e blá blá blá. Epa! Como assim? Tá loco? E minha foto? Olhei (jornalistas devem fazer isso, sabe) a porta, do lado direito do palanque, por onde o candidato havia entrado: provavelmente sairia por lá, então. Do monte que me cercava, dois jornalistas se espremeram entre o público para chegar até a porta. Eu, mui esperta, aproveitei o caminho aberto por eles e fui junto. Eles prostaram-se de frente para a porta, idealizando uma foto do seu José saindo. Eu, ao contrário, fiquei paradinha na porta, por onde ele passaria e, ao vê-lo, pedi: "Serra, posso tirar uma foto?" - ele chegou perto, disse que sim, me abraçou e flash, tirei a foto com um dos homens mais importantes no cenário político atual. Uma única oportunidade, que não deveria ter sido perdida de forma alguma.

Fiquei tão feliz com minha estúpida audácia que nada mais me importava. Fiz pose com o Alckmin (um poço de educação, paciência, boa vontade, atenção. Precisei tirar umas cinco fotos, porque a câmera não estava funcionando ou sei lá o que, e ele esperou pacientemente do meu lado, apesar dos muitos que esperavam por uma oportunidade como a minha), com o Guilherme Campos, Aloysio Nunes (o mais difícil de todos, o mais disputado), Kiko e Leandro do KLB (eu era apaixonada por eles e uma amiga, que ainda é, quase me matou HAHA) - os irmãos foram, tal qual Alckmin, muitíssimo educados e prestativos (acho que só eu fui tirar foto com eles! HAHA) e eles que bateram as fotos (se a Gi sabe disso, vai querer comprar a câmera, com certeza!) |essas fotos interam minha coleção: Mitre, Neto e Márcio Campos|.

Me senti muito gente, obrigada. HAHA. Como diz meu pai, orgulhoso, estava no 'centro do poder'. (Acho que meu pai ficou mais feliz/eufórico do que eu, sério!)

Apostem, valeu a pena.

Beeijos, Jaqueline.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Infinito é o que você pode fazer

'Não pense no seu ritmo. Ou na garoa que cai. Ou no fato de ser 5 da manhã. Ou para onde está indo. Ou como você vai chegar lá. Esqueça se você está em forma, ou como seu pé impacta o chão, ou todas aquelas palavras técnicas que fazem a corrida parecer complicada.'
(Propaganda do Nike Lunarglide+ 2)


Sempre tive vontade de ler a revista Rolling Stone, mas nunca calhou. Hoje, folheando a edição de agosto (com a Mariana Ximenes, linda, magra e endiabrada, na capa) tive a oportunidade. Se querem saber, é uma bela revista, com formato e fotos diferenciados - e que de quebra dá espaço para o sonho de todo jornalista: opinar.

É uma delícia. A gente lê e se sente sentado lá no café com o repórter e a atriz, sentimos o cheiro do café quente, a textura do bolo de laranja... Muito real.

(To sem criatividade hoje - bocejo.)

Beeijos, poeple!

Jaqueline.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Será? HAHA

Será só imaginação?
Será que nada vai acontecer?
Será que é tudo isso em vão?
Será que vamos conseguir vencer?
(Será, Legião Urbana)
 
Cinco belos dias outubrinos. Obrigada, Deus.
 
Minha reportagem está indo de vento em popa e eu estou feliz. É nessas horas que eu me sinto no caminho certo, apesar de todos os pesares, me sinto na profissão dos sonhos e blá blá blá. Consegui um contato (não contatado ainda - deixe sua mensagem após o sinal) pra uma bela entrevista. Torçam por mim. É uma ex professora de OSPB e, se eu tiver sorte, de EMC também. Sei que estou empolgada e me sentindo a jornalista. No entanto, não estou com pressa de terminar, não. Sei que jornalistas correm contra o tempo, mas quero fazer bem feita. E a primeira reportagem da nossa vida pode, sim, demorar um bocado a mais pra ser finalizada.
 
 
Sem tempo pra mais nada, que a van chega já já,
 
Beeijos, Jaqueline. 

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Por enquanto

Um, dois, três - outubro, como já disse, começou com o pé direito. Na sexta fomo mesmo ao quiosque perto da faculdade, comemorar o fim da semana de provas oficiais do terceiro bimestre. Ufa. Depois das duas piores provas, merecíamos espairecer. Matei a vontade de caipirinha de vinho, inclusive. Amigos tudo de bom e cervejas sempre resultam em altas risadas (nesse meio tempo, infelizmente, uma estudante de Direito de lá, passava mal e morria, antes do atendimento médico lhe ser prestado - ô vida cretina, né?).

Dia dois, um dia normal. Já conformada em ficar em casa, de pijama, 'sozinha', vendo filme ou a ridícula Tv aberta brasileira, foi um dia normal. Inglês de manhãzinha, com direito a uma senhora chuva, assim que desci do ônibus. Saindo da Wizard, comprinhas básicas. Adquiri um celular novo - visto que o meu morreu de vez, na sexta (um minuto de silêncio pelo mais mal tratado telefone portátil do mundo; ou pelo menos o que mais vezes foi ao chão). Um pouco de loja, um SMS dizendo que sairia sábado à noite sim. Coisas assim, que nos pegam de surpresa, com as quais já estávamos conformados em não ter, são magicamente gostosas. E inexplicavelmente sinceras. Como presente de Natal, sabe? Quando abrimos a caixa e nos deparamos com algo que realmente queríamos.

Meu domingo, tranquilo. Acordei um pouco tarde, tomei um gostoso café da manhã com a minha irmã mais velha amada, durante o qual aproveitamos para atualizarmo-nos dos nossos sábados, como fazem boas irmãs ou amigas. Um papo despretencioso e divertido. Arrumamos a cozinha, o quarto, trocamos de roupa e fomos votar. E por mais que pareça uma hipérbole de propaganda do TSE, eu me senti muito gente indo votar, muito adulta, cidadã. Senti que agia de acordo com meus princípios e blá blá blá. Amei. Depois, churrasco em família. Tio Dico e Tia Miriam, Tia Tuta e Pedrão, Tia Tere, pai, mãe, irmã, irmão e namorado. Foi uma tarde gostosa. Adorei mais que nunca a presença de todo mundo, os chocolates, a música, o pate papo todo, meu pai confraternizando com o Celso, sendo todo simpático e educado.

Um daqueles finais de semana de que não poderia reclamar de nada. Não passei raiva nenhum minuto. Não tive vontade de xingar ninguém - nem minha mãe. Foi tudo tão harmonico, tão ritmado...

E hoje, o quarto dia do mês... Por enquanto está seguindo a linha dos três dias anteriores. Acordei junto com minha irmã-gorda que eu amo demais, tomei café e fui pra academia. Treinei direitinho, apesar de ter deixado o treino de deltoides para amanhã - não deu tempo porque treino de pernas demora.  Loja. Aproveitei o tempo livre (haha) para pesquisar mais sobre Organização Política e Social do Brasil (OSPB) e Educação Moral e Cívica (EMC), temas da minha primeira grande matéria - rumo a O Arauto.

Ando ouvindo Leoni, Barão Vermelho, Paralamas, Legião, Cazuza, Caetano, Bon Jovi, Frejat e Cássia Eller. Acho que estou bem munida. HAHA O Leoni é um fofo. Várias músicas que eu não suportava nas versões do Kid Abelha são apaixonantes na voz dele. Tipo Fixação e Como Eu Quero.

Boa semana pra todos vocês, que tudo continue bem, tal qual está.

Beeijos, Jaqueline. 

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Outubro

Outubro promete.

Começando bem, já que é sexta feira (último dia de provas, dia de buteco com os amigos perfeitos e de matar a vontade de caipirinha de vinho). Amanhã, o de sempre: inglês, capoeira, quem sabe um espetáculo da NósMesmos... Domingo, as eleições tão esperadas (2º turno! 2º turno!) e um dia gostoso e chuvoso com a família e o namorado.

Semana que vem tem lição do erro - dias perfeitos pra se matar aulas, visto que não tem aula nenhuma!

Dia dez vou pra Sampa visitar minha tia vó que é freira - vulgo Tia Freira (não tenho certeza do nome dela HAHA Maria, acho. Vou investigar ;D).  Logo, vou ter que fugir de mais uma reunião da AMVV, abandonada por mim há duas reuniões, eu acho.

Dia doze é feriado. Cai na terça e emenda com a segunda. Amo!

Depois... bom, depois é só esperar o dia vinte e três.

Nota: acabei de descobrir que acabaram os ingressos pra peça da NósMesmos. Droga!

Sem mais, por enquanto,
Beeijos, Jaqueline.