quinta-feira, 31 de março de 2011

Felicidade sem medida

Ser feliz é sentir o sabor da água, a brisa no rosto, o cheiro da terra molhada. É extrair das pequenas coisas grandes emoções. É encontrar todos os dias motivos para sorrir, mesmo se não existirem grandes fatos. É rir de suas próprias tolices. É não desistir de quem se ama, mesmo se houver decepções. É ter amigos para repartir as lágrimas e dividir as alegrias. É ser um amigo do dia e um amante do sono. É agradecer a Deus pelo espetáculo da vida...
(Augusto Cury)


Sabe quando você não acredita no que seus olhos vem, de tão bom que é? Como avistar o amado e sorrir com os olhos, antes que a boca o faça - isso acontece porque a gente, por um segundo, não acredita que aquele momento chegou e acha que é bom demais pra ser verdade... É assim que estou me sentindo.
 
Estou tentando controlar minhas expectativas, pensando que talvez seja um sonho, que talvez nada de certo, que eu não posso criar tantas expectativas... Mas é só pra não dar de cara no chão, frustrada novamente. Contenho minha euforia, tento esperar as coisas acontecerem para, então, pensar nelas... Mas é quase que impossível tirar da cabeça que depois de tanto chorar no espetáculo do fim do ano, entre minha mãe e minha sogra, vou poder voltar para as aulas de ballet e talvez, quem sabe, calçar as tão sonhadas e desconfortáveis sapatilhas de ponta.
 
Desculpem se pareço boba, mas é, como se diz por aí, meu sonho de infância. E, estou feliz demais! E envergonhada demais. Recebi ontem um belo cala a boca de Deus. Eu reclamando, pedindo, pedindo... E ele ajeitando as coisas pra mim. Desculpa e obrigada, de verdade! *-*
 
Só resta saber onde vou trabalhar e quando começo. Amanhã descubro. Depois, já é sábado. *-* E domingo tem Ivete!
 
Beeijos, Jaqueline.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Errata

Acabo de receber a ligação da Prefeitura para comparecer no Recursos Humanos sexta feira, às 10h, para assinar a papelada pra assumir minha vaga de inspetora de alunos. *-* Ou seja: vou passar um mês sem grana alguma. HAHAHAHA Mas depois terei um salário! HAHA

E acabei de falar com a Vanessa, as aulas de ballet mudaram: das 17h às 18h.

Se tudo der certo, e vai dar certo, vou ter os dois. *-*

Tudo vale a pena quando a alma não é pequena!

Ainda não consegui pronunciar palavra.
OBRIGAADA, DEUS!

Beeijos, Jaqueline.

Últimos amantes

Porque em você vivo e respiro
e nada mais me importa na vida.
Jaime Ferrán


Os Últimos Amantes - Teribeli
Foto: Jaqueline D. Rosa

Pois é, esse samba é pra você, ó meu amor.

Não tenho muito lá sobre o que escrever. Pra variar, ando desanimada com a faculdade, completamente sem esperanças de conseguir um emprego e sonhando com as duas pombas voando. Voltei a delirar com as possibilidades de retornar para o ballet a tempo de ganhar condicionamento e a maravilhosa e utópica sapatilha de ponta. Isso me entristece um pouco, pois algo me diz insistentemente que não vão ligar muito pra essa minha paixão, necessidade, sonho. Quase nunca ligam. A ponto de me darem mais duas horas semanais de folga? Jamais.

Estou sentindo o cheiro daquele colete de couro, que delícia! O tempo está esfriando e abril está quase aí. Não sei me explicar. Ando mesmo apaixonada - acho que nunca me senti tão feliz (mas aquela felicidade que se ri baixinho, sabe) e tão correspondida. É como quando pedimos um presente pro Papai Noel e ele traz o que nós pedimos, da nossa cor preferida e ainda manda pilhas extras - é mais do que eu ousaria sonhar.

O problema é que, fora o quesito coração, ando meio descontente. Com a faculdade, com a obrigatoriedade dos exercícios físicos, com o fracasso do desemprego, com os horários, com a rotina, com a censura, a eterna obediência, com os sonhos não sanados, com as doenças e dores.

Se pudesse hoje, fechar os olhos e reorganizar minha vida, no entando, não faria mudanças gritantes - mesmo se pudesse. Um bimestre mais produtivo, animado, exigente, criativo. Uma convocação da Prefeitura, pra começar a trabalhar em abril. Aulas de ballet clássico às terças e quintas. Inglês de sexta-feira. Capoeira aos sábados. Um inverninho gostoso pra ficar abraçadinha tomando vinho tinto perto da lareira. Pronto. É o que eu preciso. O resto eu tenho.

Mas apesar dos pesares, de toda a angústia com a faculdade e o emprego, o que eu queria mesmo mesmo era voltar a dançar. Não é mais uma vontade, é uma necessidade, um desejo desenfreado, incontrolável, desses que dão vontade de chorar. Me pego toda hora fazendo posições de pés e braços, saltitando e dando piruetas e isso só faz com que eu me sinta ainda mais retardada. Quando penso no ballet me sinto como uma criança de cinco anos que quer ser 'gente grande'. Como é que faz? Não faz, né.

Bom, de qualquer forma, a esperança é a última que morre e eu não vou desistir de dançar. Não antes dos trinta. Então...

Beeijos, Jaqueline.

terça-feira, 29 de março de 2011

Singular

Cultura é tudo aquilo de que a gente se lembra após ter esquecido o que leu. Revela-se no modo de falar, de sentar-se, de comer, de ler um texto, de olhar o mundo. É uma atitude que se aperfeiçoa no contato com a arte. Cultura não é aquilo que entra pelos olhos, é o que modifica seu olhar.

(retirado da revista Lola)

Desde que nascemos, uma avalanche de informações e detalhes nos atinge. Vemos, sentimos e vivemos coisas que, sutilmente, formam a pessoa que somos. A isso chamamos cultura: o modo com que falamos, agimos e até pensamos, nosso caráter, nosso senso de certo e errado, nosso medo, nossa fé, nossa postura diante das situações mais diversas, o modo com que controlamos nosso corpo, o tom da nossa voz, a direção do nosso olhar... Todas as informações a nosso respeito que vão além da constituição física - cor, formato, grau de envelhecimento, sexo - é cultural. O fato de comermos é instinto - necessidade básica de qualquer ser vivo - mas quando passamos a comer utilizando garfos e facas passa a ser uma ação de caráter cultural.

Pode-se dizer, inclusive, que nossa cultura depende do local onde vivemos, da sociedade que nos cerca. E depende mesmo. Mas não exclusivamente, ou seríamos todos iguais numa determinada cidade ou região, visto que vivemos as mesmas coisas, vemos os mesmo lugares, seguimos as mesmas regras. O que, então, faz com que os seres humanos se diferenciem tanto culturalmente? A que nos expomos que nos transforma de maneira única, fazendo com que nos sintamos tão isoladamente ímpares que precisemos buscar com tanta intensidade um lugar para chamar de nosso? O que nos divide em tribos?

Se somos expostos aos mesmo estímulos, por que reagimos de modos tão divergentes? Por que alguns se indignam tanto enquanto outros não levantam sequer a sombrancelha? Por que uns continuam jogando lixo no chão, enquanto outros se estiram em frente a árvores para que elas não sejam derrubadas? O que será que transforma nossas opiniões? Nossas condições genéticas? Nossa família? Seria simplista demais afirmar que temos opiniões moldadas por nossos entes, como dizer que filho de político vira político e filho de bandido vira bandido. Simplista, generalizante e, como tudo com essas características, errôneo.

Será que são os livros que lemos? As músicas que ouvimos, os filmes que vemos, as aulas a que assistimos ou os bares pelos quais as trocamos? Será que é a TV? A tal da internet? Os amigos que fazemos? O modo com que nos apaixonamos? A religião que seguimos?

Será que são os conselhos que ouvimos ou são as pedras do meio do caminho que superamos? Será que se trata daquilo que aprendemos sozinhos? Das descobertas por acaso? Dos sonhos únicos que temos?

Tal qual nossa combinação genética, composta por vários tijolinhos de cores diferentes, com informações diferentes, que se unes e se cruzam e mutam - de maneira tão singular - e nos formam, nossas milhões de vivências, experiências, anseios, temores e paixões, tão minúsculas quanto milésimos de milésimos de segundos - tanto que nem nos damos conta - sinergicamente nos fazem nascer, como Deuses, sem iguais.

sábado, 26 de março de 2011

Grande Chico

De idade são setenta e dois. De casado, quarenta e quatro. De luta pelo Tietê, não lembra, 'faz um tempão'. A força, a serenidade e a lucidez, misturadas com uma bela quantia de bom humor, fazem de Seu Francisco Mosquini, o Seu Chico, um professor perfeito.

Tive a oportunidade de conhecê-lo na III Jornada pelo Tietê e conversamos por volta de dez minutos. Posso dizer que ficamos amigos. Já me chamava de Jaque. Acabou me convidando para um passeio ecológico na sua cidade natal, Salto. Na hora, bateu aquela indecisão, aquela preguiça, mas todo mundo sabe que não se nega nada a crianças e idosos.

Então lá fui eu. Feriado em Cabréuva. Sete e meia: o despertador toca. Soneca. Sete e trinta e cinco: banho, café da manhã, carona. Fomos pra Salto e, incrível, chegamos no horário. Faz um ano que viajo todas as semanas para essa cidade. O que conheço dela? O CEUNSP e a igreja que o defronta - aliás, conheço de vista, pois seu interior nunca desvendei.

E eis que estávamos nós, sozinhos com as árvores, as formigas, as larvas gordas e o Rio Tietê - que nos fez companhia o dia todo. Nossa primeira parada foi o Parque do Lago. Alguns operários podavam a grama e esse era o único barulho do lugar, que nos fins de semana recebe visitantes, que correm, caminham, comem e admiram o lugar.

Nos deparamos com árvores floridas, com o lago um tanto desoxigenado, cheio de plantas, alguns cogumelos, muitas formigas e umas larvas-lagartas de origem desconhecida que empesteavam uma pobre árvore. Vimos mudas e umas já velhinhas se decompondo. Vimos pássaros e borboletas. Ao contornar o lago, é possível caminhar ladeada por ele e pelo rio, ambos silenciosos. O Tietê não tem cheiro nessa região, só lixo - que pode ser visto em lugares tão altos que nos admiramos de pensar que, numa enchente, é lá que o rio atinge.

De lá, fomos ao Parque Rocha Mountonée. Um lugar que, antes de mais nada, me remeteu imediatamente à minha infância, a um dia sossegado que passei naquele mesmo lugar com a minha família. Fizemos uma trilha incrível. Borboletas, pedras e, não deu pra escapar, alguns mosquitos. Chegamos as margens do Rio Tietê. A cena de desdobra em duas: de um lado, o parque, que bem ou mal está limpo, e do outro o rio, que corre arrastando garrafas PET, pedaços de isopor, tênis, bolinhas de ping pong, esgoto e resíduos industriais - como aquele mar negro que não para de jorrar da fábrica de papel.

Nós, que vemos os dois, ficamos como crianças imaginando coisas que não conhecemos, crendo que um dia poderemos ver o rio correr translúcido, forte e carregar em seu seio, abençoado por Gaia, vida nova.

No Parque de Lavras, onde há também o Museu de Lavras, a imagem de Nossa Senhora do Mont Serrat (que é maior que o Cristo redentor... quer dizer, você já viu ela em pé?) e a antiga Usina de Lavras, diz o poeta que 'tinha um pedra no meio do caminho'. Lá, os matacões, pedras gigantescas provavelmente arrastadas e lapidadas por ações avassaladoras como avalanches de gelo, competam a paisagem. O rio, como em toda a região, faz esforço pra passar, em meio a tanto lixo reciclável, que seria muito melhor aproveitado (aliás, seria aproveitado) se não estivesse ali.

É um misto de dor e beleza. Ao mesmo tempo que é bonito é triste, é cinza, é sujo. Queria ver a fábrica de papel jogar tanta água preta no rio se alguma lei fechasse suas portas e a obrigasse a tratar seus resíduos. Queria ver você jogar uma garrafinha de água no chão se depois a água que chegasse até a sua casa fosse toda contaminada. Se da torneira saíssem pedacinhos de isopor.

E me perguntam porque eu economizo papel. Porque, queridos, quanto maior o consumo maior a produção. E quanto maior a produção, maior o lixo.

O mais incrível e chocante é, com certeza, ver, não a destruição, mas a força com que a natureza tenta revidar. Ver que o rio, por mais degradado, por mais poluído, resiste. Os peixes estão lá. A mata está lá. A terra, os bichos. E vocês me perguntarão se não é bobagem essa guerra toda por um rio que, bem ou mal, está vivo. E direi a vocês que não questionamos se ele ainda respira. Nossa preocupação é por quanto tempo ele vai aguentar...
 
Beeijos, Jaqueline.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Indigente!

E eis que um certo doutor teve a má sorte de falar para mim, justo para mim, que somos nós, brasileiros e brasileiras pagantes de impostos que exigem o retorno do mesmo em serviços, somos os responsáveis pelo Brasil estar às favas, já que exigimos saúde de qualidade essencialmente paga pelo governo. Me disse, ainda, que o Sistema Único de Saúde, nosso não tão bom, mas velho SUS, é feito "para indigentes." INDIGENTES, MEU DEUS DO CÉU!  Pra "gente que não pode pagar nada, porque minha consulta, por exemplo, é baratinha". JESUS! Será possível que ele não tenha tido a proeza de escolher outro alguém pra enxer com esse tipo imperdoável de asneiras?? Ele é contra um SUS de qualidade porque é o médico que ganha uma fortuna e meia por cada consulta de cinco minutos não o povo coitado que paga!

Sim, estou revoltadíssima. E com toda razão, porque esse é o tipo de pessoa que só pensa em si, acha que o mundo tem que girar em volta dele e não aceita ser contrariado.

Sim, porque eu o contrariei - com a máxima educação, diga-se de passagem, mas no fundo morrendo de vontade de esganar o velho. O governo É SIM obrigado a oferecer saúde de qualidade pelo SUS e só não faz isso porque é uma completa balbúrdia administrativa. Se a verba for bem administrada é possível sim oferecer serviços de qualidade.

Ai Senhor, por que eu? Por que comigo? Qualquer outra pessoa ia ouvir calada e sair de lá como se nada houvesse acontecido, mas POR QUE TIVE QUE SER EU?

Logo eu, tão inconformada, tão irritadiça, tão teimosa. Faço questão de utilizar os serviços públicos! Estão todos, afinal, pagos. E vou continuar usando tudo o que for meu de direito.

Beeijos, Jaqueline.

terça-feira, 22 de março de 2011

Por que né

Cheguei a uma conclusão absolutamente pertinente agora que entramos oficialmente no outono: roupas masculinas são produzidas única e especialmente para serem eficientes (confortáveis, quentes no inverno, frescas no verão, simples e bonitas) e as femininas, ai meu Deus, precisam estar na moda, emagrecer, alongar, ser parecida com a da protagonista da novela das nove e, acima de tudo, seduzir. Ou seja, é uma completa contradição, uma negação absurda daquilo que nós, mulheres de verdade, buscamos no nosso guardarroupas.

Passar calor é chato, mas tremer de frio é in-su-por-tá-vel! Odeio sentir frio. E sinto muito frio. Todo mundo de meia manga e a Jaque lá, de moletom. Ou seja: preciso de blusas muito mais quentes, muito mais confortáveis e eficientes. Mas é claro que, como qualquer pessoa hipnotizada pelos conceitos de beleza e magreza deste século, não gosto de me sentir gorda. Fato é que para não parecerem gordas, as mulheres gordas - maioria - precisam de tecidos leves e elásticos e é isso que as indústrias, que pensam obviamente só nas vendas, fazem. Não importa se aquelas mulheres vão passar frio na faculdade ou no trabalho, no cinema ou no aniversário da prima. Importa que aquelas roupas não vão deixá-las maiores.

Até aí tudo bem né: fabrica faz o que as mulheres desejam comprar. O pecado é a sociedade impor que essas mulheres passem frio por uma magreza não alcançada com a pouca roupa.

Acho mais digno aproveitar a tecnologia disponível e produzir mercadorias que unam o tal bom com o querido agradável. Que sejam bonitas, fashion, mas que cumpram sua função básica: esquentem.

Perguntei a um vendedor de roupas, representante de uma fábrica, se faziam moletons três cabos (que é, basicamente o moletom normal vezes dois) femininos. O que ele me disse, senhoras e senhores? Que não. Que o moletom mais reforçado e quente e delicinha só fazem em modelos masculinos. Que nós, mulherzinhas, temos que usar o comum, aquele, pelo qual o vento entra e gela nossos bracinhos.

Bom, pelo menos os sapatos são perfeitos.

Beeijos, Jaqueline.

PS: acabo de ganhar uma jaqueta linda linda linda linda linda do meu namorado lindo lindo lindo lindo! *-*

Rindo das impossibilidades

Reproduzo aqui, como prova de que essa sou eu e isso é o que sinto, pois se trata da maior verdade, a postagem de 02 de setembro de 2010, deste mesmo blog. É o sentimento que me toma: o de que devemos ter coragem de tentar, mesmo que no fim dê tudo errado. Como diz meu professor preferido: o 'não' está garantido. Tentando, temos a possibilidade também do 'sim'.


"O descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou de uma nação."
(Oscar Wilde)

"...Política não se faz com ódio, pois não é função hepática. É filha da consciência, irmã do caráter, hóspede do coração. Eventualmente, pode até ser açoitada pela mesma cólera com que Jesus Cristo, o político da Paz e da Justiça, expulsou os vendilhões do Templo. Nunca com a raiva dos invejosos, maledicentes, frustrados ou ressentidos. Sejamos fiéis ao evangelho de Santo Agostinho: ódio ao pecado, amor ao pecador. Quem não se interessa pela política, não se interessa pela vida..."
(Ulisses Guimarães)

"Você contrataria um pedreiro que apregoa aos sete ventos não entender nada de construção? Mandaria seus filhos para a aula de um professor que confessa não ter o que ensinar? Subiria num avião cujo piloto foi visto dizendo que não tem a mínima ideia de como o aparelho funciona? A resposta é óbvia: não, não e não. Mas, em se tratando de política, as coisas nem sempre são lógicas assim. Existe a crença arraigada de que os políticos profissionais (aqueles mais experientes e que conhecem a fundo os meandros do Congresso) são venais, mentirosos e trapaceiros. Logo, alguém que não é político deve ser melhor do que os outros."
(Renato Violardi)

Quem não arrisca, não petisca. Nem todos que tentam conseguem, mas todos que conseguiram, um dia tentaram. Ás vezes, é preciso arriscar, fechar os olhos e deixar o corpo cair. Ás vezes, é preciso correr sem olhar pra atravessar a rua, sem cautela, medo, nexo, racionalidade.

Ás vezes precisamos fazer apenas o que queremos fazer, sem calcular muito os prós e os contras, o custo e o benefício., se vai ou não dar certo - o que importa afinal, se os cálculos só adiam o que vamos acabar fazendo de qualquer maneira?

Precisamos acreditar mais em nós e no destino e no que Deus nos reservou. Muitas vezes somos obrigados a admitir que não somos donos de nós, que nascemos pra algo maior e mais poderoso do que pensávamos e que é preciso dar a cara à tapa. Algumas vezes erramos, mas é necessário não deixar de tentar.

Por mais difíceis que as coisas tenham sido, e por mais próxima que a realidade pareça daquele passado assustador, precisamos confiar nas bençãos que nos lançam e ignorar os fantasmas de ontem. É preciso olhar em frente e rir dos desafios que a vida nos impuser. Cada obstáculo tem o tamanho que achamos - é sério. Por mais difícil que pareça, precisamos conhecer a nossa força e confiar na nossa habilidade.

Conhecimento se adquire. Caleja-se as mãos com o trabalho. Mas de nada isso resolve se não encontramos dentro de nós a coragem de arriscar.

É preciso fechar os olhos e deixar a mente livre. É preciso ouvir o coração acelerar com a adrenalina, com a ansiedade. E ter fé. Acima de toda dificuldade. Talvez em Deus, talvez em si. Aconselho os dois. E todo problema será esmagável como uma formiga e insignificante como um grão de mostarda.

A fé ri das impossibilidades!

Quando não sei o que fazer, finjo que decisões devem ser tomadar com paciência e reflexão. Mas na verdade acredito piamente no impulso cego de quem ouve o coração e faz as coisas mais por paixão e crença do que por racionalidade - aquela coisa boba de pressentimentos e sexto sentido... Acredito que nossas melhores ideias saem do peito e não da cabeça. E tenho seguido meu coração, ultimamente, e em momento algum me arrependi.

Beeijos, Jaqueline. 

sexta-feira, 18 de março de 2011

Deixa eu dizer


Quando nos dispomos a cumprir um objetivo ou a atingir uma meta, temos obrigação de nos esforçarmos ao máximo, pois, caso contrário, estaríamos frustrando nossa própria expectativa. No entanto, há de se convir que não é fácil manter-se nos trilhos. As vezes, a vontade que temos é sentar e esperar a vida passar, imóveis como pedras. Normalmente chamo isso de preguiça, mas, na verdade, é também cansaço, fadiga, medo, revolta, pessimismo, sensação de estar fazendo tudo errado. 

Precisamos nos esforçar mais, fazer mais e trabalhar mais e lutar mais - porque se o que eu fizer for moleza, eu serei igual a todo mundo...

Por mais difícil que seja consciliar desejos e obrigações e por mais tenso que seja fechar os olhos para as coisas que não podemos ter ou fazer... Temos que ter consciência de que a vida não é como colinho de mamãe, que para vencer é necessário lutar, tentar. Que todo o trabalho será recompensado, no fim, mas nada vem de graça e temos que fazer por merecer.

Se você quer chegar onde a maioria não chega, você deve obrigatoriamente fazer o que a maioria não faz, porque não se chega a lugares novos seguindo os mesmos caminhos. É preciso inovar, ser mais do que os outros, se destacar.

Não quero ser jornalistazinha de Voz do Jacaré, quero ser correspondente de um grande jornal. Pra isso, vou continuar dormindo poucar horas por noite nos próximos dez anos, talvez, aumentando cada vez mais o grau do meu astigmatismo, aproveitando menos o que eu quero fazer pra mais vezes cumprir o que eu preciso.

Vou continuar sentindo dores nas pernas e nas costas - lutando contra dor por uma musculatura mais firme e desenvolvida - e aquelas pontadas insuportáveis nos pulsos - tentando evoluir meus movimentos de chão, minha queda de rim e meus floreios. O sono, o cansaço, a dor nos olhos - tudo isso vai me fazer companhia pra sempre, pois é um preço (barato) que tenho que pagar para ter tempo de fazer tudo o que quero e devo.

Sei que dói, cansa, dá vontade de jogar tudo por alto - faculdade, treino, associação, livros, planos de mudar o mundo, a política - e viver minha vidinha pacata e medíocre de brasileira conformada, que vai trabalhar pra sempre nos negócios da família. Mas, apesar de toda a tortura psicológica, de todos os obstáculos, de todas as pedras no meio do caminho... sei que vai valer a pena. Sei que, quando os resultados vierem, tudo vai se tornar infinitamente pequeno.

Daqui a cinco anos, toda a parte ruim não importará.  E ficará só o sonho realizado.

Tenho que ser forte, guerreira, não desistir jamais. Tenho que achar motivos pra continuar, dentro ou fora de mim. A faculdade, o SinergiaK, a AMVV, a capoeira e a musculação, o Incorrespondências, o Cabreúva Mais Feliz (breve), ... Tudo isso faz parte de quem eu sou e, principalmente, de quem quero ser.

E não posso abandonar meu projeto de mim.

Beeijos, Jaqueline. 

PS: super recomendo o filme Até o Limite da Honra, com a Demi Moore (foto). Maravilhosa lição de vida para os mortais que, como eu, sentem vontade de abandonar a luta o tempo todo.

terça-feira, 15 de março de 2011

#JornadaPeloTietê

No próximo sábado, dia 19, acontecerá uma manifestação dos núcleos vivos e da popolação, engajados pela conservação do Rio Tiête, já castigado pela poluição do rio e recentemente ameaçado pela construção de barragens de geração de energia.

Não deixe de participar! O grupo sairá do portal da Estrada Parque (Vale Verde - Cabreúva) às 9h. Todos deverão ir de camiseta azul ou branca - não esqeuçam o protetor solar e a garrafinha de água.

Não deixe de manifestar seu amor pelo meio ambiente, nem de protestar contra o desleixo com que ele tem sido tratado.



Beeijos, Jaqueline.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Porto seguro



Você me tem em suas mãos
e me lê como a um livro.
Sabe o que eu ignoro
e me diz as coisas que não me digo.
Aprendo acerca de mim em você
mais que em mim mesmo.

JAIME SABINES




Me dá náuseas ver o quão pouco tenho me dedicado ao blog. Ele me faz companhia há quase três anos, não posso deixá-lo, assim, de repente. Não posso parar de alimentar, nem acomodar meu cérebro a rotina sem cor, nem acostumar a calar as menores ideias que me aparecem de vez em quando.

Tenho lido pouco, mas lido o que queria. Alguns poemas, coisas água-com-açúcar, alguns blogs cor de rosa, Martha Medeiros, eu mesma. Me tenho relido - e detestado cada vez mais. Talvez por isso o blog esteja com menos de dez atualizações. Incorrespondências está tão parado quanto o Amnésia - ou mais.

Prossigo frustrada com a ausência de emprego, de dinheiro, de novidade.

O ano, afinal, começa hoje. Já que brasileiro que é brasileiro emenda a terça de carnaval com a quarta, a quinta e a sexta - além da segunda, claro.

Dessa forma, vou começar a trabalhar nos meus projetos e a estudar mais e a me esforçar mais pra conseguir o que eu quero.

A Associação morreu - e ninguém me convidou pro enterro.

Meus pais deram de brigar, de novo. Meu melhor amigo resolveu demonstrar seu desafeto pela pessoa que eu mais tenho amado no último ano.

Nunca mais dancei.


Mas apesar de toda frescura, de todo o inverno fora de época, de todo o desabor, de todo o frio na barriga e todas as borboletas no estômago, de todos os palavrões e todas as maldades de todos os corações... apesar do rancor alheio e da falta de vontade de cuidar do próprio coração. Apesar de toda a preguiça, de todo o fado, de toda a demora, de toda a ansiedade, de toda a insônia... Ainda assim há o amor e os amigos e as ideias e os projetos e o Sol. E há a Lua e as estrelas e as crianças menores que os lanches do McDonnalds. E há o açúcar e os desafios e a vontade e a cara e a coragem e a saudade e a paixão e as conversas de madrugada, os sms, os fins de semana e os feriados prolongados. Há a saúde, a alegria, os abraços, as mãos enlaçadas, a mãe contente por nada, um livro de bolso com o valor de um diamante, os cães que lambem suas mãos, mesmo quando você os abandona o dia todo. Há a memória, a música, o vento no rosto, o pulsar do coração.

Há a vida. Cheia de pedras no caminho, de coisas chatas e irritantes, frustrações e tristezas, há sempre um par de olhos que nos tira dessa confusão toda e nos transporta prum universo paralelo onde nos esquecemos dos problemas. Há sempre duas mãos que te afagam o rosto e espantam as lágrimas. Há sempre - e eu sei porque eu tenho - um certo alguém que vira nosso porto seguro, que cuida da gente, simplesmente.

Beeijos, Jaqueline.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Sinônimo de saudade

Talvez isso faça de mim uma boba. Talvez, uma saudosista. Mas com certeza prova minha Amnésia: guardo lembranças em fotos e textos. Guardo porque tenho medo de esquecer coisas que não quero. Os detalhes se perdem, fogem, se esvaem. E há sempre poucos memoriados que sabem contar com fidelidade alguma história. Eu não costumo contar muitas histórias pros outros, mas gosto de pensar em algumas durante noites insones e tardes chuvosas.

Gosto de fotografias - e já disse aqui - porque acho que elas não capturam só a imagem, a cor, a forma, a luz. Elas prendem nelas o som, o cheiro, a densidade, o sentimento, a força, o brilho dos olhos - que não é cor nem luz, mas um elemento mágico e inexplicável que surge algumas vezes em alguns olhos - a aura, o espírito.

Há quem diga que saudade é o que fica daquilo que não ficou. Foto, então, é sinônimo de saudade. É a solidez do sentimento mais presente. É o que fica do momento que foi embora. E não tem nada mais gostoso que ver, guardar, mostrar e tirar fotos. Apesar das caras feias, das olheiras, espinhas, gorduras abdominais, cabelos despenteados e roupas feias, gosto de fotos. Principalmente com outras pessoas, que são as eternas responsáveis pelos momentos que merecem ser lembrados.

Essa aí foi tirada na terça de carnaval e gostei demais dela. Pra mim, significa muita coisa. Não é só um dia de carnaval, não é só uma fantasia, não é só um cara. É muito mais, muito maior, mas se contasse, vocês não acreditariam, haha.

Basta dizer que eu sobrevivi! 

Beeijos, Jaqueline.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Quarta de cinzas

Segunda, foi melhor. Estava meio mau humorada, à tarde, e precisei dormir depois do meu belíssimo jantar (miojo talharim sabor carne) pra dar uma descansada. Acordei como nova gritando 'cadê carnaval'. A banda era aquela que eu tanto queria ouvir, as músicas eram as melhores - a caipirinha estava doce demais. Dancei bastante, ao lado de pessoas que eu amo. A raiva ficou pro fim da noite, quando comecei a sentir frio - a fome até passou. Mas dormi e tudo ficou bem. Aliás, dormi mal. Mas mesmo assim, dormi.

Tava assim segunda, ó:

Terça, que mais tava com cara de domingo, fiquei morrendo de dó do namorado com rinite atacada. Churrasco à tarde, com direito a muitas risadas e ao Miguel de bom humor. Arrumamos a fantasia emo colorida, fui pra casa, comi meu miojo, tomei banhinho, me arrumei, maquiei. Subimos pra praça, vimos o desfile, vimos o show de camarote. Mas a energia acabou cedo e, no meu caso, o fim da pilha veio companhado de uma baita dor de estomago, que atribuí à quantidade absurda de açúcar que colocaram naquele projeto de caipirinha de vinho, que nem limão tinha. Demorei horas pra dormir, por causa da dor, me revirei na cama a noite inteira. Mas quando dormi, dormi mesmo.

Tava assim terça, ó:


Beeijos, Jaqueline - agora com muito sono e preguiça e contando os dias para a Sexta-feira Santa.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Domingo de carnaval

As vezes a gente acredita. A gente vai, se esforça, engole sapos, enfrenta problemas, salta obstáculos, caí, rala os joelhos, sangra, mas levanta e continua, porque acredita. As vezes somos taxados de idiotas, otários, submissos, sem opinião, sendo que, na verdade, somos nós os decididos, os perseverantes, os apaixonados, os que tem motivos pra não desistir jamais.

As vezes, a gente cala, a gente consente, a gente suspira, a gente chora escondido. De vez em quando a gente rouba e finge que não escutou aquela besteira, finge que não viu aquela careta, que não quer falar aquele palavrão, que não precisa muito socar alguma coisa.

As vezes a gente agüenta. Suporta. Supera. Entende. Reza. Passa raiva sozinho. As vezes, a gente tem vontade de sair correndo, mas fica. Espera. Ama. Acredita.

Mas as vezes, quando fazemos todas essas coisas, porque acreditamos em algo com força e sinceridade, a gente sente que está sendo tudo em vão. Sente que não vai resistir, que foi baleado e vai acabar despencando. A gente teme não ter mais forças pra segurar todas as pontas, pra costurar todos os buracos, pra apagar todos os erros, pra retocar todas as imperfeições e pra continuar insistindo naquilo em que se acredita.

As vezes, achamos que não há correspondência. Achamos que estamos sozinhos, remando contra a maré, contra o vento, contra os deuses, contra você mesmo. As vezes a gente se pergunta se aquilo vale mesmo todo aquele esforço, toda aquela guerra contra tudo e contra todos.

As vezes a gente duvida, pragueja. Mas mesmo assim, apesar de todas as borboletas no estômago, toda a ânsia de acertar e todo medo de estar errado o tempo todo, a gente continua acreditando, tentando, querendo que dê certo.

Porque a gente acredita. Ama. Quer. Sonha. E por isso a gente suporta, agüenta. Supera. Chora. Crê.


 
Ontem eu quase infartei duas vezes, de verdade, cuidei de bêbados, de amigo machucado, amarrei sutiã de irmão postiço, ouvi desabafos, discuti relacionamentos alheios, dei conselhos, ouvi críticas, enfrentei fila no banheiro, fiz o cara lavar pra gente usar (afinal, eu tinha pago), machuquei o dedo (sangrou, doeu), ajudei um casal a fazer as pazes, discuti horóscopo e combinações astrológicas, fiquei vigiando marmanjos, correndo atrás da irmã mais velha e vendo minhas amigas santinhas bêbadas (sendo que eu tava sóbria). Tomei chuva, saí fantasiada sozinha, andei a pé pra caramba (dor na perna horrorosa hoje). Roubaram meu Trident, passei fome e frio, fingi a noite inteira que tava me divertindo sendo que tudo o que eu queria era sumir daquele lugar. Fiquei preocupada com primos que não são meus, bêbados e de paradeiro desconhecido. Fui xavecada por homens não interessantes, enquanto o único príncipe que me encanta estava dormindo tranquilamente em seu castelo. A hora que cheguei em casa, capotei. Suja, molhada, cansada, chateada, triste e preocupada. Dormi quatro horas e fui trabalhar. E mesmo assim, esqueci a Lei de Murphy - aquela sobre tudo poder piorar e blá blá blá.

Mesmo assim, foram só outros vinte e cinco por cento do meu carnaval. HAHA e há de vir mais dois dias pra fazerem companhia para as coisinhas boas que aconteceram sábado e ontem, como rever e pessoas das quais eu gosto demais, tomar as tais caipirinhas de vinho (com pouco gelo e muito vinho, ta, moço) que eu estava querendo há dias, ouvir músicas que me fazem dançar e umas besteiras que me fazem rir. E digo pra vocês: na quarta de cinza estarei viva - ainda mais viva.

Tava assim ontem, ó:


Beeijos, Jaqueline - meio revolts, mas feliz.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Lady

Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...
(Elis Regina)

Ontem me surpreendi com a palestrante de sessenta e sete anos que usava salto tão alto como os meus e muito mais acessórios nas mãos e orelhas - sem falar do cabelo ruivíssimo liss scorris! Nem com doze tinha a ousadia dessa mulher de misturar tantas informações! Mas, até mesmo por isso, ela surpreendeu e encantou. Sem falar na trilha sonora, composta por Lady Marmalade, Man I Feel Like a Woman e Como Nossos Pais. Era pra chorar, de tanta emoção e risada. Definitivamente as duas primeiras músicas são o retrato da ousadia feminina, sua sensualidade, glamour e vontade de curtir a vida ao máximo, de quebrar as regras, de revolucionar.

Sei que na geração passada fui homem. O problema foi que reencarnei com as ideias que tinha na minha vida passada, só que quando notei que, dessa vez, era mulher, notei também que meus conceitos haviam mudado de gênero: nascia ali uma pseudo-feminista.

De qualquer forma, valeu a pena ter ido.

Mas não quero ser assim daqui 50 anos, não. HAHAHA
 
Beeijos, Jaqueline.

terça-feira, 1 de março de 2011

Março

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
pau, pedra, fim, caminho
resto, toco, pouco, sozinho
caco, vidro, vida, sol, noite, morte, laço, anzol

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.

Que a aguaceira de março venha lavar a preguiça, a monotonia, o stress, a ansiedade. Que limpe a visão, desembace o espírito, lubrifique a mente. Que traga a fertilidade do solo e da imaginação. 

Que cada dia haja um novo motivo pra escrever - uma nova curiosidade, um novo motivo pra se ser feliz. Que encontremos nas pessoas novos sorrisos e que possamos compartilhar com elas ainda mais delícias.

É o que eu espero.

Beeijos, Jaqueline.