sexta-feira, 30 de maio de 2014

Somewhere, somehow

Girl, put your records on
tell me your favorite song
You go ahead, let your hair down
Sapphire and faded jeans, I hope you get your dreams
Just go ahead, let your hair down
You're gonna find yourself somewhere, somehow

Garota, coloque seu som para tocar
me diga sua canção preferida
Vá em frente, relaxe
Safira e jeans desbotado, espero que alcance seus sonhos
Apenas siga em frente, relaxe
Você se encontrará em algum lugar, de alguma maneira


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Será Bem Vindo Qualquer Sorriso

Então, eu fui sozinha na Virada Cultural. No fundo, sabia que ninguém mais deixaria o conforto da sua casa num domingo como aquele, chuvoso e frio, só para fazer companhia para uma amiga com o coração ainda mais gelado. De fato, eu compreendi e não esperei. 

Mas, pra quem não tem paciência pra si, é muito difícil ficar sozinha e fazer coisas sozinha, por mais que se queira. Mesmo assim, caminhei sob meu guarda-chuva até a rodoviária e entrei no ônibus sozinha. Num daqueles bancos individuais, fui sozinha pensando na vida. Tentei escrever algo que fizesse sentido. Escrevi "fds é foda" pra ver se surgia então alguma empatia pela minha saudade. Como não surgiu, gastei alguns minutos com pensamentos negativos, de raiva e rancor. Sozinha, pensei em coisas tristes e me senti mal. Sozinha, desci do ônibus no meu destino e de novo abri o guarda-chuva. Caminhei sozinha , subindo a rampa e atravessando a catraca. A moça revistou minha bolsa e me deixou entrar. 

Nesse minuto, ouvi o grupo de dança Shangri-la ser apresentado. Pensei "cheguei bem na hora!" e corri pra dentro do salão. Assisti com olhos atentos, arregalados e brilhantes as coreografias. E senti vontade de dançar junto com elas. E acho até que dancei. Bati pés e palmas e sorri e gritei. Gente, vocês não sabem que, quando começa do derbakão, se o público bater palma no ritmo direitinho, que a bailarina dança mais sorridente e bonito? E aquelas moças da dança cigana? Tão felizes... tão sorridentes, tão completas!! Vou ser feliz quando conseguir transmitir aquela alegria, aquela paz, ao dançar...

Depois, logo em seguida, veio a Companhia de Dança de Jundiaí. Je-sus. Depois que acabou eu peguei o meu queixo, que estava caído no chão. Que sutileza! Que leveza, que delicadeza... Que beleza! Gente, dança, pra mim, é assim. Não importa o quão profissional você é ou deixa de ser. Se você dança com o coração, eu sei. E eu gosto. Simples assim. E aquelas moças e moços... eles dançaram com o coração e com a alma, antes de pisar com suas meia-pontas altas no chão.

Eu babei, me emocionei, sorri. Eu gargalhei como há muito não fazia. Alegria pura. Da mais simples e pura.

Depois, veio a Academia Art no Ar com a triste notícia de que os bombeiros não tinham liberado a escalada da arte até o teto. Fiquei decepcionada, no começo. Queria ver a apresentação de tecido acrobático. Mas eles encantaram minha alma de um jeito lindo. Palhaços, mulheres elásticas, sapateado, dança, malabares e sorrisos - dos quais os meus eram sempre os maiores. Ganhei uma rosa do palhaço e que me foi tomada pela palhaça ciumenta. Ao fim, quando fui elogiar a dona da academia, ganhei a rosa de volta, acompanhada por um sorriso dela também.

Depois, um intervalo para o almoço: dois dos maiores e mais recheados pasteis do mundo, devorados com alegria, sentada em um banquinho de plástico, sozinha. Fiquei surpresa com a qualidade. Normalmente em festas, o pessoal vende comida a preços absurdos e não se preocupa muito com a qualidade, devido à falta de opções que obriga os presentes a comer o que tiver. Quando fui devolver a bandeja, devolvi junto um sorriso e um elogio. 

A senhora me sorriu de volta, feliz.

Aí, uma banda de jazz depois, fui finalmente vê-la: Bruna Caram. Com seu sorriso, sua meia calça roxa e seus passos de balé. Seu rosto me lembra o de uma pessoa querida que há muito eu não vejo, mas que me dá um super abraço carinhoso toda vez que me encontra. E suas músicas me fizeram sorrir. O frio me gelava as costas, os pés e o nariz. Mas por dentro, meu coração se aquecia pela primeira vez em muito tempo, se sentindo acolhido por versos simples.

E eu ri e quis dançar e abraçar aquela moça por cantar músicas tão bonitas!

E por mais gelada e solitária que tenha sido a tarde de domingo, ela me ensinou que às vezes, o que precisamos, é fazer amizade com a gente mesmo. Ser nossa melhor companhia. E fazer o que temos vontade, porque as oportunidades passam e não voltam. Nunca haverá outra tarde de domingo como essa. Com essas cores, essas músicas, esses sorrisos. Mas outras virão: melhores ou piores, geladas ou quentes, solitárias ou não. E cada momento deve ser vivido de acordo com o que a vida nos dá. E de cada um, devemos tirar nossas lições. E dar nosso melhor.

Fiquei feliz de estar lá. 

E daqui pra frente, só posso garantir uma coisa com toda a certeza: será bem vindo QUALQUER sorriso! E como diz Bruna Caram: "bem vindo, bem vindo, bem vindo, bem vindo, bem vindo, bem vindo..."

Sem mais

Mocinha ou vilã, tudo depende!

terça-feira, 27 de maio de 2014

Surpresa


Meus oito leitores estão atentos. A dificuldade é exatamente conseguir não depender as pessoas para ser feliz e, assim, ter felicidade, alegria e amor, para si e para o outro. E, claro, garantir sua integridade psicológica cada vez que a pessoa te deixar na porta de casa - seja por três dias ou três meses.

De fato, Meu Maior Fã E Mais Ávido Leitor, quero e preciso me surpreender comigo mesma. Até agora, isso não tem acontecido. Quer dizer, fiquei surpresa ao ver o vídeo do ensaio da nossa coreografia e perceber que eu sou mais magra do que acho. Mas acho que isso não conta muito né.

Também fiquei surpresa de descobrir onde a raiva dói. Dói no peito, se quer saber, como imagino que seja uma facada. Até porque nunca levei uma facada de verdade pra saber. Mas a raiva, quando é intensa, arde e rasga, como uma faca enfiada na carne.

Também fiquei surpresa com o meu sonho dessa noite. E também por estar assim tão saturada. Surpresa, inclusive, por não ter pensado sozinha nessa definição antes. Estou saturada. De quereres, de vontades, de necessidades, de coisas pra fazer. 

Mas é a crise existencial que faz com que a gente se busque e se encontre. 

E aí vou eu.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Veríssimo

"Os dois riram. Era um encontro informal. Durante seis anos tinham se amado muito. Não podiam viver um sem o outro. Os amigos diziam: esses dois, se um morrer o outro se suicida. Os amigos não sabiam que havia sempre uma ameaça de malentendido com eles. Eles se amavam, mas não se entendiam. Era como se o amor fosse mais forte porque substituía o entendimento, tinha função acumulada. Ela interpretava o que ele dizia, ele não queria dizer nada." (Veríssimo)



Aprendendo a sobreviver

"Nem sempre ganhando
Nem sempre perdendo
Mas aprendendo a jogar"


No primeiro dia aprendi que ser sincero requer coragem. No segundo, que a verdade abre portas nos nosso corações - mesmo que só a gente saiba a verdade. No terceiro, que água quente nos faz ficar mais aptos a uma conversa amigável e depois aprendi que dizer adeus dói. No quarto dia, aprendi a sorrir e não contar a cada transeunte o que estava de fato sentindo. No quinto dia, aprendi que ninguém quer a nossa felicidade - o que as pessoas querem é ter mais um assunto para fofocar. No sexto dia, aprendi que angústia é uma coisa que dói no peito e faz faltar o ar. No sétimo dia, aprendi que as pessoas com as quais mais você se preocupava são as que primeiro te substituem. No oitavo dia, aprendi alguma coisa, mas não lembro o que é. No nono dia, que é preciso retomar as amizades. Mas no décimo dia, a lição foi mais profunda e mais dolorida. Como um curativo num machucado grande, que arde, mas depois cura.

Aprendi que minha teoria estava certo. Estamos sozinhos. Como eu mesma escrevi em outro momento: "Precisamos parar de ter medo de encarar os fatos: somos nós e a estrada. Ninguém pra nos dar a mão. Apenas nossos pés cansados e os ombros doloridos. E o horizonte." De fato. Aos poucos estou vendo como eu estava certa. E, nesse caso, gostaria de estar errada. Sempre preferi ser feliz a ter razão. Às favas com a razão! Mas aprendi que, as vezes, a gente acerta. 

Aprendi que estou mesmo sozinha. Mas houve uma lição um pouco mais doce: eu não morri. 

E aqui começa outro texto.

Beijos, Jaqueline.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

fisicamente


Lá estava eu. Ouvindo Moska, Clarice, Ana, Filipe e tantas outras vozes tristes e intensas. E lendo que "sutilezas têm um poder devastador." enquanto a chuva cai e o céu fica ainda mais cinza. 

Já notaram como a angústia faz faltar o ar? Aperta o peito, tira o ritmo e faz seu diafragma esquecer pra que ele serve? Assim como a ansiedade faz arder no estômago a mais profunda gastrite, que esburaca suas entranhas, te fazendo sentir pior ainda. 

Vai ver eu pense com o estômago. Sinta com o fígado. Sonhe com os ossos. Pense com os músculos. 

Sei lá.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Vamos nos permitir

Vamos viver tudo o que há pra viver!

Vamos nos permitir o erro. Nos permitir enfrentar o medo, o novo, aquilo que ninguém mais entende. Vamos nos permitir dizer não quando todos nos esperam concordar pacificamente. Vamos nos permitir a franqueza, a fraqueza, a dor. Mas também permitir a descoberta, a busca, a procura, a vontade.

Não há tempo que volte, amor. Vamos viver tudo o que há pra viver. Vamos nos permitir o descontentamento. Não precisamos estar sempre felizes com o que temos. Vamos nos permitir querer mais. Permitir a ousadia, a rebeldia. A raiva. As lágrimas. Vamos nos permitir a sinceridade, mesmo que ninguém acredite. Vamos nos permitir o sorriso largo, cheio de dentes, numa mesa de bar. Vamos nos permitir escolher. Nem que seja a próxima musica para o DJ. Vamos nos permitir, ao invés de dançar conforme a musica, dançar a musica que quiser.

Vamos nos permitir esquecer as feridas, cheias de mertiolate. Esquecer os jogos que perdemos. Esquecer até mesmo as regras. Os senões. Os 'porquês'. Os 'mas'. Esquecer os erros. Vamos nos permitir o recomeço.

Vamos nos permitir não dever nada pra ninguém. Nos permitir a liberdade. Nos permitir não prometer nada.
Vamos nos permitir deixar pra lá, deixar que digam, que pensem que falem. Nos permitir não dar ouvidos pra ninguém. Vamos nos permitir ouvir nosso coração. 

Vamos nos permitir a amizade. O amor próprio. Nos permitir correr atrás dos nossos sonhos. Vamos nos permitir sonhar, sem ter medo de ser feliz.

Vamos nos permitir a solidão. Permitir que sejamos nossa  melhor companhia. Permitir que cuidemos da gente como cuidamos dos outros.

Vamos nos permitir o atraso, a desculpa, a piada, o mau humor. Desde que seja tudo verdadeiro. Vamos nos permitir o auto conhecimento. Nos permitir dizer o que nunca foi dito. Fazer o que nunca foi feito. Tentar o impossível.

Vamos nos permitir. Dar a volta, pular o muro, mergulhar no escuro. Ir onde quiser, ver o que quiser.  Vamos nos permitir novas histórias novas experiências, novas músicas de trilha sonora. Vamos nos permitir o eterno e o passageiro. O hoje e o amanhã.


Vamos nos permitir o ócio. Nos permitir palavras… E a Amnésia. 

quarta-feira, 14 de maio de 2014

o que você vê em mim, quando fecha os olhos?

Hoje estava pensando, enquanto respondia uma enquete boba, que eu sou uma pessoa brega. Sim, brega. Igual ao que a gente diz dos outros. Meu estilo não é casual. Meu estilo, no caso do inverno, é roupa quente. Meu estilo é conforto, que a gente pode chamar de "o que tiver no guarda roupa". 

Ontem, por exemplo, eu estava de blusa listrada de branco e azul e uma jaqueta com aquela estampa de exército. E um lenço azul com caveiras beges. E uma bolsa preta com caveiras brancas. E óculos vermelhos. E sem maquiagem nenhuma. Ninguém consegue ser chic assim, nem aquelas meninas que ficam bonitas até vestindo saco de batatas. 

Hoje, estou com minhas jeans com rasgo no joelho. 

no facebook todo mundo é bonito
Eu até queria ser uma daquelas sempre lindas, maquiadas, com anéis e brincos e salto alto. Ou ser meio rocker pin up, com corpetes e saias rodadas e topetes e olhar sedutor. Ou entrar as dez no trabalho, pra ter tempo de me arrumar.

Mas hoje,... Hoje me disseram que sou linda porque, "olha as coisas que você fala!" haha e fico pensando que tanto faz de azul não combina com marrom ou se estou de scarpin ou coturno. Se vocês veem minhas espinhas ou não. 

Acho que estou começando a entender. Entender o que é importante. Um bom papo, uma boa cerveja. Uma boa risada. Uma bela poesia. Importa o que sou. E eu não sou o frizz no meu cabelo ou minhas olheiras. Também não sou a barriguinha ou o pé feio. Eu sou mais. Sou maior. 

E hoje, me toquei, que a receita pra ser linda assim é simples: ser mais do que um pote. O importante é ter alma dentro. Vamos ter alma, caráter, ideias... Fazer o que a gente quer. Fazer o que a gente gosta. Ter atitude e ir além.

E só.

Beijos, Jaque.

ps: vou comprar aquele suspensório. E um chapéu.