quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Imagine

"Imagine um lugar bem bonito, bem verde, bem calmo, sons de passarinhos, cachoeira, o dia está lindo...". "Tá, imaginei, só que tô ainda mais ansiosa porque em lugares como esse dificilmente existem farmácias por perto...tem heliponto nessa porra desse lugar caso não dê tempo dá ambulância chegar?". "Tá, então imagina um...um...é...hmmm....deixa eu ver...". Adoro como eu sempre ganho dos terapeutas menos criativos.


 
Tati B.

Fim de ano já é aquela loucura. Há meses não escrevo. Há meses não consigo pensar em nada que não tenha o prexifo "eu tenho" ou "eu preciso".  Pouquíssimas vezes tenho escolhido a opção "eu quero". Isso é chato. Dizem que é assim que a gente vê que tá ficando ranzinza. Quando perde a paixão. O tempo, cada vez mais curto, tem atrapalhado. Mesmo assim, sigo em frente.

Minha alegria de viver tem sido o ballet clássico, onde encontrei toda a paixão e a ansiedade que gosto de sentir nas coisas que faço por simples prazer. Apesar da correria pré-espetáculo (que, ainda sim, é uma delícia) tenho me sentido bem dançando como nunca me senti fazendo coisa alguma.

Das coisas ruins, quero esquecer. Fico chateada com a pressão e a cobrança, as pessoas não entendem que eu não vivo pra fazer coisas pra elas. Tenho, sim, sonhos, objetivos e anseios, mas tenho também o emprego, a faculdade, o ballet, a carta de habilitação, a família, etc etc que me roubam tempo. Não me dedico 100% a nada. Porque isso significaria não me dedicar absolutamente nada a alguma coisa. Prefiro me dividir e ir fazendo devagarinho, até que fique pronto.

E não vou exigir de mim mais do que eu puder dar. Em nenhum dos âmbitos da minha vida. Melhorar sim. Mas pirar por não ser perfeita. Sorry. Tenho mais o que fazer.

Fora isso, fim de ano é uma época em  que, apesar da loucura, gosto de pensar na vida e nas pessoas. É uma época importante pra mim, mesmo que hoje em dia Natal não signifique quase nada pra ninguém.

Espero que todos estejam bem e tenham um restinho de semana iluminado.

Beijos e desculpem o sumiço.

Jaqueline.