sexta-feira, 30 de setembro de 2011

E só

É estranho escrever depois de tanto tempo. Aosto que ninguém mais se de ao trabalho de passar por aqui. As coisas vão bem. Ando satisfeita com os dias, apesar do frio matutino conflitar demais com o calor do meio dia. O ballet têm doído. Mas têm me deixado respirar leve o poder do sonho de criança: subir na ponta. Temos um espetáculo pra fazer e já três coreografias prontas. E mais tantas por vir...

Tenho amado loucamente - mas calmamente, silenciosamente. Degustado cada olhar como quando criança chupava aquele sorvete que explodia na boca. Tinha que ser quietinha, sossegada, pra ouvir o barulhinho e sentir a cócega na boca. Tenho amado sem pressa; delicada como quem lida com uma flor.

Tenho escrito pouco e lido poudo e desenhado pouco e sonhado muito. E dançado mais ainda. Quero dançar o tempo todo. Dança de salão, do ventre, ballet, o que for. Faria tudo.

Decidi, como no post anterior, agir seguindo meu coração, minha fé, os meus princípios e minhas verdades. Não me decepcionei nenhuma vez que segui meu coração - e desde que matei aquela prova de física pra ver a palestra de jornalismo tenho me dado conta disso a cada momento. A intuição não falha. Se seguir o mesmo caminho, só vou chegar aonde todos já foram. Quero a diferença, a ousadia, a leveza da verdade, a franqueza da coragem, o sorriso da juventude que não sairá da minha alma.

Quero ter a força dos que sabem aonde querem chegar.

Quero a determinação dos que não estão sozinhos.

Quero um fim de semana maravilhoso, e só.

Beeijos, Jaqueline.

Ouse

"Existem, durante a nossa vida, sempre dois caminhos a seguir: aquele que todo mundo segue, e aquele que a nossa imaginação nos leva a seguir. O primeiro pode ser o mais seguro, o mais confiável, o menos crítico, o que você encontrará mais amigos, mas você será apenas mais um a caminhar. O segundo, com certeza vai ser mais difícil, mais solitário, o que você terá maiores críticas, mas também, o m...ais criativo, o mais original possível. Não importa o que você seja, quem você seja, ou que deseja na vida, a OUSADIA em ser diferente reflete na sua personalidade, no seu caráter, naquilo que você é. E é assim que as pessoas lembrarão de você um dia."

(Ayrton Senna da Silva)



quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O quereres e o estares sempre a fim

Onde queres revólver, sou coqueiro

E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói

Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e é de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és

Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor

Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock'n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus

O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é em mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente impessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há, e do que não há em mim

Amo essa música desde 2006. Sim, eu ouvia Caetano Veloso aos 13.