quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Delicinha

"Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos. Um filme mais ou menos, um livro mais ou menos. Tudo perda de tempo. Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, se acaso, sua adoração ou seu desprezo. O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia. (...) As coisas muito boas e as coisas muito ruins exigem explicação. Coisas mais ou menos estão explicadas por si mesmas." (Martha Medeiros)



Jack me deixa saudosista e com uma preguicinha de fim de férias. E há milênios não lia blog algum com essa delicinha que estou agora, essa vontade e esse sorrisinho de canto - estou lendo trechos de Martha Medeiros, autora de Divã, nesse blog. Fiquei com muita vontade de ler Divã. E de assistir Chicago. E de passar uma ou duas horas na Nobel. 

E nada me tira o pensamento de que falta apenas um mês para o Natal. Aí bate aquela delicinha (não achei outra palavra praquela sensação aconchegante, morna, macia) de que a época mais iluminada do ano está prestes a chegar - pessoas mais sorridentes, famílias um bocadinho mais unidas, presentes, enfeites, saudade. Mas bate também aquele embrulhozinho no estômago de quem sabe que está no fim e podia ter feito mais. 

Mas até aí, normal. Não vou ficar encasquetada, só porque não cumpro os prazos que me dou e perco todas as apostas que faço comigo. Não tenho pretensão alguma de mudar. Entre ganhar e perder, prefiro ser feliz. Se Incorrespondências não saiu ainda é porque não é a hora - e olha que tenho me inspirado muito pra escrever cartas...

Fim de ano, não tem jeito. Fico pensando em tudo que fiz e não fiz e em todas as delicinhas coisas que aconteceram. E só de lembrar o quanto estava preocupada, em 2009, com esse ano, sou obrigada a rir. Nós, bobinhos, temos a mania de sofrer antecipadamente. "Meu Deus, o ENEM foi adiado!", "E se eu não conseguir bolsa?", "Não! Cancelaram o meu curso! E agora?"... E por aí vai.

E no fim, tudo se vira, mexe, muda, transforma e é exatamente como tem que ser =) .

Beeijos, Jaqueline.

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