segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Om Namah Shivaya

"Eu honro a divindade que existe em mim."


Há tempos, passo por uma fase, não exatamente preguiçosa - embora seja essa a palavra que eu venho usando para descrever-me - mas desinteressada. Matei reuniões importantes, pulei questões nas provas e fiquei sem ler um livro inteiro sequer  por semanas (e, acreditem, não foi falta de opção nem de necessidade). Comecei vários, por sinal. Livros importantes ou raros, mas nenhum deles conseguiu atraír-me por mais de trinta ou cinquenta páginas.

Sábado, minha sogra me entregou um livro que ela havia prometido conseguir que me emprestassem: Comer Rezar Amar, de Elisabeth Gilbert. O livro, sim, ficou famoso. 'Mais de 4 milhões de exemplares vendidos', diz na capa. Virou filme com ninguém menos que Julia Roberts. Comecei a lê-lo ontem, enquanto esperava minha carona no ponto de ônibus em frente à PM. Sol, calor, música e esse livro.

'Seja também a heroína de sua própria história', está escrito. Não costumo gostar de livros de auto-ajuda, desculpe. Me parecem forçados, como quando dizemos que a pessoa não está gorda, só grande ou fofa. Eufemismos e hipérboles sistematicamente organizadas para que você acredite que tudo depende só de você. No entanto, gosto de auto-ajuda e acredito nela. Os livros é que são estupidamente surreais.

Estou lendo mais devagar do que o costume - até pelo tempo sem praticar. Depois que minha carona chegou, li um pouco no carro, até que as conversas me dispersaram e fizeram desistir. À tarde, almoço, umas páginas a mais, soneca, filme, missa... Estou na página cinquenta e cinco e tenho uma séria e sincera observação para fazer em relação ao best-seller de Liz:

É, sem dúvida, o responsável pela minha vontade de ler ter voltado. É sincero, simples e me faz sentir bem por ver que estou longe de ser a única que tem 'problemas' com Deus (ou com as religiões - espiritualidade não tem nada a ver com religião, sério), vontade de viajar e aprender italiano (sim, italiano está, desde sempre, na minha lista poliglota: inglês, espanhol, francês e italiano - e eu vou aprender todas, assim como vou mudar o mundo, ta). Estou simplesmente amando!


"Eu queria explorar a arte do prazer na Itália, a arte da devoção na Índia e, na Indonésia, a arte de equilibrar as duas coisas. Foi somente mais tarde, depois de admitir esse sonho, que percebi a feliz coincidência de que todos esses países começam com a letra I, que significa "eu" em inglês. Isso me pareceu um sinal bastante auspicioso para uma viagem de autodescoberta." 


Gosto da ideia de 'autodescoberta'. É como descobrir o que você quer fazer e fazer, só pra se agradar. Acho digno que as pessoas percam minutos egoístas pensando só em si, porque só assim terão os alicerces necessários para pensar nos outros. Imagino que é preciso ser/estar feliz para fazer/deixar feliz, por exemplo.

Estou gostando do livro. Gosto de livros que tem termos/frases em outras línguas (como A Menina Que Roubava Livros) e suas respectivas traduções. É o tipo de coisa que engrancece. A única coisa que Sherlock Holmes me ensinou em umas 15 páginas lidas foi que rache quer dizer vingança em alemão. Ou qualquer coisa assim. E isso foi na sexta série. A gente nunca esquece coisas em outras línguas - espero, porque meu curso de inglês custa bem caro. 

(Acabrei de lembrar que tenho umas cinco lições de inglês atrasadas. Oh, que merda!)

Quando terminar de ler, conto o que achei.

A ideia de que meu aniversário está chegando me anima potencialmente. Espero que seja um dia calmo e feliz, perto de pessoas especiais pra mim e com coisas que me fazem bem. E que, no domingo, minha comemoração continue. Posso começar a pedir meus presentes?


São Pedro, querido, de você eu quero o SOL, rs.
Beeijos, Jaqueline.

Um comentário:

Gisele Gutierrez disse...

Tbm estou lendo "Comer, rezar, amar". Tbm estou gostando bastante e assim como vc, percebe q nao sou a unica ter grandes problemas... rs

Bjoss
Gi