Tecnicamente estou lendo seis livros. Os Contos dos Irmãos Grimm, Direito Nacional Brasileiro, A Paixão Segundo G. H., Perto do Coração Selvagem, As Armadilhas do Poder e Chatô - O Rei do Brasil. Sou a pessoa mais problemática eclética do mundo. No entanto, preciso mesmo é ler Chatô. Os outros, começados, vou acabando aos poucos, sem pressa. Recomendo todos, são livros muito interessantes.
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Ontem tivemos aula de Redação e Edição Jornalística I. Que good. A aula é interessante, até. Manuais de redação pra todos os lados e regras de padronização. Frases curtas. Use palavras simples. Muitos pontos. Cinfo frases por parágrafo. Aii, passou!
Fico pensando se essas padronizações não detonam com a nossa capacidade e criatividade. Quando aprendemos a fazer lides (primeiro parágrafo de um texto jornalistico, que tem que conter certas informações importantes e - principalmente - convencer o leitor a terminar de ler) e decoramos as perguntinhas o que? quando? onde? porque? quem? como? que deveriam ser respondidas, começamos a escrever lides chatos que pareciam fichas.
Jaqueline D. Rosa, 17 anos, dona do blog Amnésia, divulgou nota criticando a aula de Redação e Edição Jornalística I do professor Pedro Courbassier, ontem, em seu endereço virtual. A jovem pareceu bastante irritada com a técnica utilizada para transmitir informações durante aula e disse ter publicado a nota por não achar justo o silêncio perante tal problema.
Respectivamente, os negritos: quem, o que, quando, onde, como e porque. Great! Eis um lide, by me escrito em meio minuto.
Passa as tais informações básicas. Provavelmente, se eu lesse isso iria querer terminar o texto pra descobrir os detalhes da nota publicada pela estudante e, quem sabe, qual a resposta do professor e sua versão dos fatos.
Mas depois de escrever uns cinco lides assim, quando você acostuma e começa a pegar jeito, nem pensa tanto pra preencher a ficha e responder as quest~eos primordiais, vem o professor e diz: vamos fazer lides mais criativos, gente!
¬¬
(pausa dramática)
COMO ASSIM LIDES DIFERENTES? NÃO ERA PRA FAZER FICHADO? RESPONDENDO AS PERGUNTINHAS? CAR...AMBA!
Sim, é essa a reação dos pobres futuros jornalistas, mas...
Mesma coisa com Redação e Edição... Fico pensando se essa padronização, que, sim, ajuda muito, muitas vezes e permite que um jornal tenha uma linha, um estilo próprio, (aliás, apostos - essas informações entre vírgulas ou travessões - são 'proibidas' no jornalismo, por confundirem nosso bobo leitor ¬¬) não nos faz, na verdade, ser como todos os outros. Sermos meros robôzinhos que copiam coisas. Leem no manual o que pode e o que não pode e não pensam: só obedecem.
Se for isso, vou começar a matar aula, obrigada.
Preciso parar de ler Clarice, se não vou poder urar mil frases numa só e as vírgulas que me ensinaram no colegial.
(O blogger idiota acabou de apagar o meu parágrafo perfeito de conclusão. Perdi o tesão, mas vou continuar, ver se lembro dele #inútil).
É como aprender a acentuar ideia e depois, do nada, inventarem uma reforma que diz que está errado e que seu erro vale 0,5 numa redação.
No colegial nos ensinam a por vírgulas, a unir duas frases, deixar os parágrafos maiores, acrescentar mais informações, produzir textos densos e completos e, quando chega a faculdade, querem que desaprendamos tudo isso para utilizar pontos finais, palavras simplistas e orações na ordem direta.
Tudo bem, eu entendo: temos que aprender os dois, o rebuscado e o simples, o denso e o 'curto e grosso' - porque cada veículo de comunicação faz uso de um deles. Precisamos aprender de tudo um pouco e aprender a desaprender, a nos desapegar dos nossos vícios - eu sei.
E é a parte mais chata - porque não acaba nunca.
E eu adoro apostos!
Beeijos, Jaqueline.
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