quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Apagão de energia criativa

Não é fácil se manter produtivo o tempo todo. Também não é fácil correr atrás do prejuízo quando não fazemos o que tem que ser feito na hora que deve ser feito. Mas, as vezes, nosso cérebro simplesmente não faz o que mandamos. Simplesmente não foca no que é importante e nem entende que não é hora de pensar nisso ou naquilo outro. 

O nome disso (no meu caso), normalmente, é ansiedade.

Não sei se é. 

As vezes, temos que salvar o mundo (ou lidar com a burocracia do dia a dia e trabalhar, almoçar, pagar contas, programar coisas, mexer em planilhas, responder emails...) e tudo o que queremos de verdade é ouvir os bordões da Julia Petit (poix muito bein) ou descobrir um super tratamento de cabelo que você possa fazer em casa e salvar o seu mundo, que no momento tá ressecado, caindo e sem graça. Ou então, pular lá pra dezembro, onde eu imagino que eu não vou ter mais problemas com o espelho e, consequentemente, não vou estar com a cara ardendo ou sangrando ou coçando o tempo todo. 

São dias em que eu acho que minha unha do dedo médio é torta. Que penso que eu devia marcar pra fazer as sobrancelhas ou talvez trocar o shampoo. Dias em que eu tento me convencer de que eu me visto muito mal para trabalhar e que devia me cuidar mais e, pelo menos, parar de ter preguiça de buscar água. 

(incrível como nosso humor muda depois de um pão de queijo né?)

Mas voltando: não é fácil focar no necessário quando tem tanta coisa te atormentando. Faz três noites que eu durmo preocupada (ou não durmo) de medo do celular tocar com meu irmão ligando e eu não acordar pra atender. Há dois meses minha vida tem sido saudade e sabonete anti acne. E pomada de mais de sessenta reais. E bactérias boas. E ansiedade. E a busca pelo hidratante perfeito que hidrata mas não meleca que é oil free sem perder o efeito tão logo.

Parece futilidade.

Mas não é. 

A futilidade de pensamento (vamos chamar assim), acredito, é uma maneira do nosso cérebro escapar do que é urgente quando não queremos lidar com aquilo. Quando nossa energia criativa acaba, quando nosso fôlego com as burocracias da vida cessa, quando tudo é dor no abdome de respirar errado e cansaço, nosso cérebro tenta escapar. Tenta nos entreter com coisas diferentes, para que a gente recomponha as energias e restabeleça a rotina.

A boa notícia é que passa. Uma hora, tudo volta ao normal.

E passamos, até, a ver beleza nessa tal rotina maluca. 

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