quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

É só uma teoria

dedicado à queridíssima Audrey Ludmilla, que é praticamente eu, só que mais inteligente;


Sim, vocês estão certos: nós, mulheres, somos paranóicas. Enxergamos, independentemente da nossa miopia, astigmatismo ou hipermetropia, tudo em escala exagerada. Se recebemos um carinho ridiculamente pequeno, de um alguém a quem atribuimos uma grande importância, enxergamos aquela humilde demonstração de afeto como a maior declaração de amor das nossas vidas. Não importa se são mensagens de texto, recadinhos, sorrisos ou clipões. Tudo para nós sera enormemente valorizado como se fosse coberto por ouro (por isso, homens queridos, entendam: não é preciso grandes coisas para agradar qualquer ser deste gênero confuso). Ao contrário a regra também vale: qualquer bobagem insignificante nos é incompreensivelmente dolorosa. Somos banidas do mundo da racionalidade e nos deparamos com uma interminavel tensão, um perfeccionismo torturante que nos culpa por coisas inexistentes e amplia nossos defeitos como microscópios aumentam bactérias. Dessa maneira, celulites, estrias, rugas, espinhas, pés na bunda, discussões de relacionamento, ex namoradas suas e todas essas bobagenzinhas que vocês, homens, nunca vão compreender, nos atormentam e nos punem por nossa infeliz mania de querer agradar vocês o tempo todo.
 
Somos exageradas, choronas e românticas incuráveis. Mulheres que não se comportam assim quando se apaixonam provavelmente não estão apaixonadas de verdade.
 
Fora isso: preferimos roupas bonitas a confortáveis, por mais que discursemos o contrário. Não ligamos se temos só dois pés e um milhão de sapatos. Sempre nos achamos gordas e, pra isso, não é preciso ser gorda, basta ser mulher. TPM, queridos, pasmem, é uma desculpa pra cometermos nossas loucuras e ainda ganhar chocolate sem ouví-los dizer que vamos engordar.
 
Nós, mulheres, choramos: de dor, de alívio, de tristeza, de felicidade, de susto, por medo, carência, querência. Sozinhas ou abraçadas (juramos nunca chorar na frente de um de vocês, mas isso sempre acontece). E, principalmente, choramos de raiva de nós mesmas (principalmente quando deveríamos sentir raiva de vocês e só sentimos saudade).
 
Sim, nós lemos as mensagens que vocês nos mandam cerca de 287 mil vezes. Sem falar nos scraps, twitadas e afins. Tudo o que vocês escrevem e falam fica arquivado na nossa mente de uma maneira tão clara e simples que não há Amnésia que se livre disso. Nós gostamos de cartões de aniversário. Amamos a parte em que vocês escrevem à mão no cartão. Piramos com surpresas (e não importa se são diamantes ou Sonhos de Valsa).
 
Ao contrário do que pensam, senhores, mulheres não gostam de dinheiro. Somos mais inteligentes, estudiosas e dedicadas do que a maioria dos homens. Se quiséssemos dinheiro, seríamos lésbicas. Ou solteiras, porque o inferno do cartão de crédito feminino é o homem. Roupas, sapatos, academia, maquiagem, tratamentos estéticos, acessórios, esmaltes, brincos, calcinhas, pílulas e o diabo a quatro. Tudo pra estarmos lindas pra invejar suas ex namoradas e apaixoná-los. Acreditem: solteiras não gastam nem metade disso. Porque não precisam disso. Encantar todos os homens da festa é muitíssimo mais fácil do que apaixonar o homem das nossas vidas. Mulheres não querem dinheiro, querem se sentir amadas a ponto de explodir.
 
O grande problema feminino talvez seja a pseudodependência. Não morremos sem o homem amado. E sabemos disso claramente. Mas gostamos de precisar de vocês. Queremos precisar de vocês! Inconscientemente acreditamos que se precisarmos de vocês pra sermos felizes, vocês não nos abandonarão. E mulheres não gostam de ser abandonadas...
 
Mas, entendam, tudo isso acontece de maneira tão inconsciente e inevitável que, simplesmente, é assim. Não pensamos e, definitivamente, não escolhemos ser loucas de pedra. Mas é assim que nascemos, oras. E é incontrolável.
 
Nenhuma mulher gosta de sua neurose. Nem, com certeza, se orgulha dela. No entanto, apesar de todas as nossas carências inssolúveis, de nossas necessidades infantis de atenção e carinho, de nossa intensa depressão, do medo, da saudade, das manias ridículas e da supervalorização de qualquer coisa que vocês façam que possamos interpretar como amor... Apesar de tudo isso somos indiscutivelmente interessantes.
 
Sim, somos doidas. Insanas. Psicopatas. Mas se vocês não estiverem dispostos a lidar com nossas pirações, desculpem: namorem homens. É o preço a pagar.
 
Beeijos, Jaqueline.
 
PS: escrevi esse faz tempo, Audrey, lembra que tinha comentado com você? Mas sempre esquecia de publicar. Sorry!! haha

3 comentários:

Unknown disse...

Minha amiga mais linda do mundo e que me entende como ninguém! :)

Jullymara disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jullymara disse...

Oi Jaque, muito bom o texto! gostei do final haahahha

bjus
Jullymara