domingo, 9 de agosto de 2020

Escolhas

Hoje é domingo, dia dos pais. Fiz um almoço caprichado pro meu, recebi ele na minha casa arrumada e limpinha com uma caneca de cerveja geladinha e um abraço apertado - sim, passamos os últimos 4 meses e meio sem abraços, mas hoje eu burlei as regras e dei um abraço no meu pai. E aí, no final do almoço, quis tirar uma foto com ele e o meu marido. O meu pai e o pai do meu filho.

E aí fiquei pensando... Quando eu estava pra nascer não sabia que família me receberia. A gente normalmente atribui essa escolha a Deus - uma força do universo que deixou tudo preparado para a nossa chegada. E fui muito bem recebida. Tive e continuo tendo todo o amor, carinho e apoio da minha família - pai, mãe, irmãos, tias... Mesmo meus avós, que já se foram, sempre foram queridos e cuidadosos (minhas principais memórias com meus avós maternos são meu avô me recebendo na casa dele com chocolates e minha avó me fazendo roupas na sua velha máquina de costura ou bolos na sua cozinha). 

Hoje, no entanto, é o primeiro dia dos pais que passo com um filho na barriga. Um bebezinho, que ainda está se formando e crescendo e se preparando para estrear nesse mundão de meu Deus. 

E aqui, talvez, eu decepcione um pouco o leitor desavisado. Explico: eu sei que a gente tem, por unanimidade, um certo apreço pelas histórias cheias de conveniências  do destino, acasos inexplicáveis, almas gêmeas que a vida tenta separar mas não consegue e coisa e tal. Mas hoje quero falar sobre escolhas. 

Eu - escorpiana, com ascendente em capricórnio e lua e virgem, ou seja, a rainha do controle - deixei sim o destino fazer sua mágica, mas fiz, principalmente, escolhas. Tomei decisões. E escolhi, com todas as letras, quem haveria de ser o pai dos meus filhos. 

O leitor mais informado pode achar estranho, porque sabe que a gente tem uma história cheia de amor à primeira vista, paixão avassaladora, coincidências e entregas - e dramas - dignos de um filme da Disney. Mas conforme a coisa foi rolando e paixão e drama foi se consolidando em amor, admiração, parceria, companheirismo... Eu fui, dia após dia, escolhendo esse homem para ser o meu companheiro de vida. Meu marido. Meu abrigo. Meu parceiro na criação de crianças incríveis. 

Quando ele me pediu em namoro ele me disse "me sinto feliz por ser VOCÊ". Claro: sempre quis ser mãe, mas na minha cabeça isso vinha depois de uma série de acontecimentos e vinha com uma noção bastante clara das premissas primeiras - daquilo que eu esperava daquele que estaria do meu lado. E é assim que eu me sinto nesse momento: feliz, sim, muito, por estar grávida. Mas feliz, principalmente, por ser de um filho dele. Do meu marido, meu melhor amigo, meu amor. Por estarmos na nossa casa, nosso canto, nosso aconchego. Construindo nossos sonhos - os individuais e os conjuntos, juntos. Por rirmos tanto - e por eu poder chorar no seu ombro também.

Hoje eu tenho exatamente a vida que eu sonhei, desejei e planejei - ao lado da pessoa como eu sempre sonhei. Então, é isso: nesse dia dos pais, um brinde de cerveja zero álcool ao pai que Deus escolheu pra mim e ao pai que eu escolhi pro meu filho!

Um brinde ao destino e às escolhas, que nos trouxeram exatamente até aqui.

Um brinde a esses homens maravilhosos que acrescentam tanto à nossa vida. 


A esses dois - meu pai Carlos e meu marido Guilherme - todo meu amor e toda a minha admiração sempre pra sempre.







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