quarta-feira, 26 de agosto de 2020

É menino!


Pronto, filho. Agora já sabemos que você é um menino, como suspeitávamos, e podemos te chamar pelo nome que escolhemos: Davi.Tenho certeza que não faltarão oportunidades pra, quando você crescer, contarmos o porquê desse nome. Primeiro, ele é curto, simples, forte. Um nome tradicional, histórico, até. Depois, porque foi o  primeiro e único nome que eu e seu pai concordamos. Mas, principalmente, porque é uma espécie de homenagem a um amigo muito especial do seu pai.

Um amigo que eu não cheguei a conhecer mas que, pelo que seu pai conta, foi uma pessoa corajosa, serena e cheia de sabedoria pra compartilhar. E foi uma pessoa muito sorridente - daquelas que sorriam sempre. Isso eu não tenho tanta certeza, mas gosto de imaginar assim, pois só o vejo nas fotos com o sorriso bem aberto, daqueles sorrisos que franzem até os olhos. Então, acho que essas quatro características fazem dele merecedor dessa homenagem. Com certeza seu pai vai poder te contar muitas outras...

De uma certa forma, acho que isso representa também a importância que têm os amigos de verdade. Demora até que a gente os encontre e os perceba, filho. Muitos amigos vão e vem com o tempo. Mas alguns estarão sempre conosco, mesmo que não estejam por perto. E isso tem uma força, uma magia...

Agora, que sabemos que você é o Davi - e até temos alguma ideia de como é o seu rosto - a ansiedade em te encontrar cresceu ainda mais. As pessoas já dizem com quem você se parece e seu quarto já começa a tomar forma. E eu estou aqui, ainda em quarentena, escrevendo, sentindo seus chutinhos e tentando imaginar como será quando você nascer.

E já imagino a gente em diversos lugares, vivendo várias aventuras - e você recebendo amor de todos os lados. Você já é muito amado e querido e esperado. E quando você chegar, o que não vai faltar é colo e abraço e beijo e brincadeiras e sorrisos pra você.

Espero que você chegue num mundo mais saudável, mais tranquilo. E que a gente possa ir ao parque, piscina, praia, na casa do vô, na pracinha. E brinque de carrinho e leia histórias e faça cabanas e acaricie gatos e ouça música e cante e converse e sonhe. 

E tomara que seu pai toque cada vez mais violão pra você - porque eu também amo! - e que ligue a moto pra você dar risada do tremelique do motor. E que seu vô deixe você brincar na grama e depois puxar folhas das árvores do pomar. Que seus tios te carreguem nos ombros, que suas avós te encham de beijos nas bochechas e mimos. E que a gente possa ser cada vez mais feliz - mesmo diante das dificuldades e perrengues. 

Mamãe te espera ansiosa, filho! Cresça bem gostosinho aí na barriga. Curte essa água e esse escurinho, que eu te espero numa boa. Quando chegar a hora, pode vir, que eu te carrego. Te nino e te ajudo a entender esse mundo doido, iluminado, barulhento e meio frio, as vezes. 


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