segunda-feira, 20 de junho de 2011

Revolução: do it!

para o Amnésia, em 17 de junho de 2010, pós audiência pública para discussão do orçamento do município de Cabreúva para o ano de 2012.

Tá cansada, senta
Se acredita, tenta
Se tá frio, esquenta
Se tá fora, entra
Se pediu, aguenta
Prezados senhores,

Venho através deste apresentar a vossas senhorias meu profundo e incurável desagrado em relação a dois pensamentos: o de que nada do que fizermos fará diferença positiva na nossa realidade e o de que nada há para ser feito.

Se sujou, cai fora
Se dá pé, namora
Tá doendo, chora
Tá caindo, escora
Não tá bom, melhora
Explico: o pessimismo conformado que nada muda, nada transforma, nada questiona, nada crê e nada tenta, para mim, só tem uma explicação: a de que o grau de satisfação com as circunstâncias está em algum lugar acima de cinco, numa escala de zero a dez. É satistatório. Está tudo bem.

Segundo: os estagnados, que sequer respirariam se não fossem biologicamente obrigados, não tem, de forma alguma, sob nenhum prisma, o direito de reclamarem. Esse direito cabe àqueles que trabalham para que algo aconteça, que reclamam, planejam, agem e transformam.
Se aperta, grite
Se tá chato, agite
Se não tem, credite
Se foi falta, apite
Se não é, imite

Posto isso, quero deixar clara duas verdades, observem bem, que me seduzem e me orientam. Verdade número um: nós, seres humanos, seres racionais e tecnicamente dotados de inteligência, somos os responsáveis pela construção do meio em que vivemos. Se a qualidade desse meio é ou não adequada, a culpa ou o mérito é nosso, que o construímos certo ou errado. Verdade número dois: a esperança é última que morre e, quando ela morrer, será fato consumado a morte de todos nós.
Se é do mato, amanse
Trabalhou, descanse
Se tem festa, dance
Se tá longe, alcance
Use sua chance
Somos os verdadeiros donos do poder. Se somos nós quem votamos, somos nós quem damos nosso poder a alguém, que contratamos um ou outro para nos representar. Dessa mesma forma, poderíamos nós demití-los ao fim do contrato. E isso é um fato. Se não estivermos satisfeitos com nosso vereador, nosso prefeito, nosso secretário, nossa domédtica, nossa professora de inglês, nosso motorista: vamos demitir. Por um mais interessado e competente no lugar. Ou vai dizer que você não mandaria às favas sua empregada se ela dormisse e/ou usasse seu telefone o dia todo ao invés de fazer a faxina??
Se tá puto, quebre
Ta feliz, requebre
Se venceu, celebre
Se tá velho, alquebre
Corra atrás da lebre

Acredito que, do mesmo modo que podemos ensinar crianças a não jogarem papéis no chão e a não desperdiçarem água, podemos ensiná-las valores como ética, honra, respeito, justiça, honestidade. Com três anos meu irmão aprendeu o que era solidariedade. Repetia pra todo mundo. Mas ele não aprendeu sozinho: a família precisou ensinar. E é assim que funciona. Bons valores devem ser transmitidos.

Se perdeu, procure
Se é seu, segure
Se tá mal, se cure
Se é verdade, jure
Quer saber, apure

Cada um de nós, aprendi na igreja, tem uma missão. Gosto de pensar de a missão de todo mundo é partir e deixar para os que ficam um mundo um bocadinho melhor. Nem que seja só com a sua ausência.

Se sobrou, congele
Se não vai, cancele
Se é inocente, apele
Escravo, se rebele
Nunca se atropele

E, acima de tudo, nunca desistir, nunca se submeter. Nunca abaixar a cabeça perante uma injustiça, nunca calar perante o mal. O mal acontece graças ao silêncio dos bons! Não devemos permitir que nossa história seja escrita toda torta sem a nossa permissão. Não podemos conscentir que acabem com o nosso país nem nos fingir de cegos . Não podemos nos afastar de nossas responsabilidades, dos nossos deveres, das nossas obrigações.

Se escreveu, remeta
Engrossou, se meta
E quer dever, prometa
Prá moldar, derreta
Não se submeta!
Devemos nos livrar da praga antes que ela mate toda a plantação. Temos que cultivar o bem, os bons principios, a moral. Eu acredito que é possível construirmos, juntos, um bairro melhor, uma cidade melhor. Não sonho em mudar o mundo, mas em transformar o meu mundo! O meu cantinho, a minha rua, a do lado e a outra e a outra e a outra...

E, devagarzinho, um passinho de cada vez, podemos ir longe.

Beeijos, Jaqueline.

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