domingo, 24 de dezembro de 2017

Embora haja tanto desencontro...

Ficar sozinha nos permite algumas reflexões. Dizem que a gente só encontra a (nossa) verdade no silêncio e na solidão. Não sei... Sei que tenho me dado conta, desde quando conheci Greicy Anne, que eu gosto de gente. Sei que de uns tempos pra cá me tornei ranzinza e introspectiva. Sei que mais observo do que puxo assunto. Mas mesmo assim, percebo o quanto estar com pessoas é importante pra mim e pra quem eu sou.

(afinal de contas, eu sou, em essência, uma comunicadora e uma artista e já dizia a canção: "o artista vai onde o povo está")


Gosto de gente. De gente verdadeira, que se conhece, que sabe o que quer, sabe do que gosta e do que não gosta e que procura viver isso. Gosto de gente intensa, que ama, sente, deseja, busca, com sanguenozóio. Gente que não está interessada em passar pela vida, simplesmente, mas que quer vivê-la a cada instante. Gosto de gente doida, que não está preocupada em seguir os padrões, as regras, as verdades impostas... Gosto de gente que questiona. Que pergunta 'por que você está no mundo?' ao invés de 'o que você faz da vida?'

Gosto de gente convicta, que fala com uma serenidade e uma certeza e um olho no olho que tudo o que você pode fazer é ouvir com extrema atenção (mesmo que, de repente, veja que a pessoa está tirando uma onda da sua cara, falando a maior bobagem, mas sem rir). Gosto de gente que olha com firmeza. Que aperta as mãos com  firmeza. Gente direta, gente objetiva, gente decidida. Gente que diz a que veio.

Gosto de gente que observa e que sabe fazer um elogio profundo. Gosto de gente que entende as coisas, as pessoas, os medos, porque tem gente que parece que foi feita de compreensão. Gosto de gente que desnuda a alma sem medo, gente que não joga, não enrola e não se economiza. Gosto de gente que de dá, que se doa, que se mostra. Que não tem vergonha de ser quem se é. 

Gosto de gente sutil. Gente que é tão incrível que só é, não diz. Gosto de gente mais inteligente que eu. Gente mais viajada, mais sábia, mais divertida. Gosto de gente que se mostra grande, porque é. Gente que não se encolhe pra você não se sentir pequeno. 

Gosto de gente que - nesse mundo louco - lê. Gente que filosofa e fala sobre planos pro futuro, viagens pra Saturno e músicos sensacionais. Gosto de gente que não desiste de si, da sua busca, da sua arte. Gente que está disposto: a aprender, a evoluir, a empreender, a enfrentar o desconhecido.

Gosto dessa gente porque essa gente me inspira. 

Essa gente me faz querer ser melhor e, por isso mesmo, me faz melhor. 

Relacionamentos, sejam eles de qualquer natureza, precisam ser leves. Gostosos. Simples. Fazer bem, tornar a vida mais fácil, de uma maneira natural e confortável. Os que não se encaixam nessa descrição são barcos vazios -  nos quais a gente certamente colidirá em determinado momento, mas ao invés de bradar palavras de ódio em vão, devemos apenas refazer nosso caminho e seguir em paz. 

Que em 2018 eu possa me conectar cada vez mais com pessoas inspiradoras. Com pessoas melhores do que eu, que me conectem com o meu propósito de vida, ao invés de tentar me afastar dele. 

Que os encontros - já que a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro na vida - sejam menos superficiais, robóticos, automáticos. Que possamos estar mais presentes, mais conscientes, mais vivos. Mais despertos.

Porque estamos vivos quando estamos em movimento. 

Nenhum comentário: