terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Sobre como eu me sinto amada

Nos ensinam desde pequenos que nada é perfeito. Não existem coisas perfeitas, trabalhos perfeitos, vidas perfeitas, amores perfeitos. Mas de repente, lá está ele, me acordando gentilmente com um beijinho carinhoso, um carinho na cabeça e um bom dia sussurrado - ele sabe que eu não gosto de muito alarde de manhã. Quando abro os olhos, a primeira coisa que vejo é seu sorriso, como se meu acordar lhe trouxesse alguma felicidade surreal. Ele mostra, orgulhoso, a bandeja de café da manhã que preparou pra mim. Eu me sento e ele abre um pouquinho da cortina. Pergunta se quero ouvir alguma música, mas eu digo que não. O silêncio do domingo de manhã enche o quarto, disputando espaço com todo aquele amor. Ele me traz a bandeja, conta o que tem ali e eu começo a comer. Não apenas o pão com manteiga, queijo e peito de peru, mas começo a me alimentar de todo aquele carinho e dedicação. Bebo, não apenas o café doce, quente e forte do jeito que eu gosto, mas cada gota de cuidado, gentileza e romance. Eu beijo suas bochechas e, ainda tomada de sono, balbucio palavras sem sentido e frases sem pé nem cabeça. E ficamos os dois, ele me abraçando e eu comendo, olhando para o céu azul atrás da janela. O silêncio nos aproxima. Como é bom poder ficar em silêncio com alguém e não se sentir desconfortável. Tudo está dito. Tudo claro.

Ele faz tudo por mim. Eu reconheço isso. E o melhor é que em cada ato, cada gesto, está todo o amor que há nessa vida. Ele me ama em cada gesto, em cada toque. Ele me faz tão bem... É difícil explicar. Não é o café da manhã na cama, sabe? Não é pelo lanche de peito de peru ou pelo ato de servir, de mimar. É o carinho implícito. É o sorriso dele. É o jeito que ele me abraça e me conta histórias enquanto eu como. São seus olhinhos pequenos e o jeito que eles me olham. E não é a toa que nas alianças, ao invés de nossos nomes e datas - completamente inesquecíveis - mandei colocar o trecho de 'Tão Bem', do Lulu Santos. Nossa música. Ela me faz tão bem. Ele me faz tão bem! Que eu também quero fazer isso por ele/ela. 

Eu vejo que ele me ama pelo jeito que ele me abraça no cinema enquanto eu choro vendo um filme meloso e triste. Sei que ele me ama porque vê comigo filmes melosos e tristes, mesmo detestando. Sei que ele me ama quando ele deita no meu colo e depois me convida pra dividir o sofá com ele. É amor quando ele dá os melhores travesseiros. E quando se esforça dia a dia pra ser aquele amor perfeito.

Ele me faz cócegas e me faz a mais feliz das garotas. Me faz sentir uma rainha. A mais bonita das mulheres. Com ele eu posso reclamar de sono, fome e frio. Posso pedir aquela mordida do Bis e um golinho do Yakult, posso dormir no filme que ele escolheu, posso ir ve-lo de camiseta e all star.

Ele aprendeu a fazer as mais maravilhosas caipirinhas de morango e vinho do mundo só porque era a minha preferida. Mas ele me carrega no colo porque sabe que eu tenho medo, acho que pra me obrigar a abraçar ele bem forte e esconder o meu rosto na curva do pescoço dele. 

Ele me apoia. Ele me respeita. Ele me ouve quando nem eu mesma quero me ouvir. Ele me olha e me vê. São olhares que invadem tudo o que eu sou. Ele me conhece. Sabe dos meus defeitos. Das minhas loucuras. Da minha psicopatia. Minha TPM. Sabe do meu medo de altura, da aflição que eu tenho com montanhas russas de ponta cabeça. Ele ainda tenta me fazer rir com vídeos idiotas. Ele ainda tenta me convencer a ver Senhor dos Anéis. 

Ele ainda faz com que eu trema de vê-lo chegar e anseie o dia todo por esse momento. Porque ele me pede pra ficar com ele pra sempre, sabe. Ele me marca em fotos de casas e diz que está pensando em algo assim pra nossa casa. Ele dá nome pros nossos filhos, apesar de serem nomes malucos de motos, e sempre me coloca nos seus planos e sonhos.

Ele me manda fotos de bebês. Me manda fotografias inspiradoras. Pede pra eu dançar e sei que ele é sincero (apesar de doido) quando diz que sou a melhor bailarina do mundo. Ele me faz tão bem...

Mesmo mau humorado, chateado, desiludido: não importa o dia, a aura, ele vem e me ama um pouco mais. Quando ele não vem, ele se faz presente. Aprendeu a escrever coisas lindas, apenas pra me amar ainda mais. 

Já são quatro anos e meio, mas em breve serão quarenta e seis. E eu podia ficar todos esses anos aqui, escrevendo sobre como ele é o meu amor mais perfeito. Mas fico aqui, pensando em mil e um jeitos de retribuir todo esse amor. Pensando se sou pra ele tudo o que ele é pra mim. 

Então, só pra vocês saberem. Perfeição existe sim. Só não é do jeito que achávamos. É uma perfeição imperfeita. Com as lições que precisamos aprender. Com as dificuldades que precisamos enfrentar, com o conforto que merecemos, com o amparo que precisamos, com o afeto que nos constrói, com o amor que nos fortalece.

Só posso ser grata à vida por ter me dado alguém que me dispense todo esse amor.

Qualquer dia escrevo (mais) um sobre o quanto eu o amo. Hoje o texto foi mais simples. Foi sobre como eu me sinto amada. 

Meu amor, obrigada por me amar tanto!

E, por favor, não se esqueça nunca que eu também te amo muito!

Jaqueline Rosa.



Nenhum comentário: