sexta-feira, 8 de julho de 2016

Oito anos

Eu sei que eu não tenho escrito muito por aqui. 

Houve um tempo em que tudo que era feito ou sentido ou pensado precisava ser escrito. Hoje, sou mais silêncio. Sou menos melancolia.

E por mais que as coisas, vez ou outra, fiquem um show de horrores, eu já não venho aqui mais pra reclamar delas.

Hoje o Amnésia completa oito anos. Oito anos de escritas puramente biográficas. Em 2008, eu estava no colégio. Segundo ano. Tinha quinze anos. Era segura, cheia de amigos, engraçada, colunista, não usava óculos, me chamava de 'mulher'. 

Hoje, aos vinte e três, nesse momento da vida tão decisivo em que morro de vontade de viver minha adolescência não vivida e morro de necessidade de partir logo pra tal vida adulta, não sei mais me definir.

Meu momento agora é de transformação. Dia desses fiquei vários minutos vendo uma lagarta sair do casulo, certa de que a veria ser borboleta e fotografaria suas asas se abrindo pela primeira vez. Infelizmente, o tempo ruge e não fiquei pra ver esse momento. Demorou, demorou, demorou. No outro dia ela estava lá ainda, carregando o casulo, preso à metade dela. Depois, sumiu. Acho que voou. 

Mas a questão é: transformar-se leva tempo, energia, força. Imagino o peso do casulo pr'aquela lagarta presa à parede. Ela andava devagar, arrastando-o consigo a cada passo. Eu via nela o esforço.

Ultimamente, tenho me sentido meio assim. Mas cada passo dado é também uma alegria. Uma pequena chama de luz que se acende dentro de mim. Uma centelha, que brilha e apaga. E depois outra. E no dia seguinte, outra. E em breve pretendo me sentir como a Katy Perry em Fireworks. Explodindo. 

Meu momento é de respirar fundo. De parar e pensar primeiro em mim. De agir conforme as minhas vontades, respeitando meus desejos porque eles fazem parte de quem eu sou de verdade.

A tarefa não é fácil. Mas reza a lenda que aceitar as regras é ainda pior do que escolher o que queremos. 

Tenho me permitido transbordar. E tenho prestado atenção a esses momentos, com um olhar gentil e um sorriso delicado. Tenho chorado de alegria... Nossa, há quanto tempo que eu só chorava de tristeza e decepção...! Que delícia chorar emocionada vendo um vídeo bacana ou assistindo dança... 

Isso, tenho certeza que eu sou. Sou alguém que anda sempre cheia até a borda. Pesada, intensa, prestes a transbordar. E é o que me faz - imagino - ter tantos quereres nessa minha lista imensa... (ou o contrário, vai saber). É o que me faz me excitar com as coisas sendo queridas, planejadas e realizadas...



:)

Feliz aniversário, Amnésia <3 p="">

Um comentário:

Celso Duarte disse...

👏👏👏👏👏👋✌☝💟😊😉