Sentada numa cadeira velha, de calças largas de pijama – cor de laranja – chinelos de dedo verdes, cabelos despenteados presos num nó. Nas mãos um pote com sorvete tricolor e nos ouvidos fones, que mandavam direto para o cérebro a voz de alguma cantora pop norte americana. É... Não é uma cena que eu gostaria que meu namorado visse, rs.
Bizarro. Por essas e outras que não assisto muito ao Dr. Hollywood. Tenho medo de não gostar de mim, de querer ser outro alguém. Sério, é isso que esse programa faz. Faz as mulheres se sentirem gordas, com os peitos caídos, o nariz grande ou as orelhas tortas. Comigo, tudo isso ao mesmo tempo – e olha que tenho o nariz que a Áurea queria de molde na cirurgia dela.
As vezes, gosto de botar um corpete de renda e seda, brincos de argola e batom, seduzir e encantar. Noutras, não desejo nada mais que meu travesseiro fofo e meu pijama brega. Se possuísse um par, com certeza estaria de pantufas. Não acho que preguiça ou silencio sejam crimes. Não botaria um salto alto hoje nem pra salvar a África – ok, talvez pela África. (Pra terem noção, estou deitada na cama dos meus pais, de lado, apoiando a cabeça numa mão e digitando com a outra – ai, como por acentos dá trabalho!)
Mandei SMS pra cinco pessoas e nenhuma se deu ao trabalho de responder. Silêncio. Só dá Lulu, cantando todo gayzinho pra mim. ‘Me dê a mão, vem ser a minha estrela’. Sim, querido, tó a minha mão. Posso ser estrela de pijamas? Posso ter umas pantufas?
Beeijos, Jaqueline.
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