segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Não, me conta!

Odeio estar mal informada. Odeio ser a última a saber das coisas. Odeio chegar a um lugar sem ter pelo menos uma ideia do que vai acontecer, quem eu vou encontrar ou o que vou dizer. Isso porque sou insegura e ansiosa. Talvez por isso tenha escolhido ser jornalista, pra saber das coisas antes de todo mundo e ser aquela quem vai dar a noticia, não quem a vai receber.

Odeio esperar datas, horários, pessoas. Odeio esperar respostas, e-mails, telefonemas, entregas. Odeio não ter minha caneta preferida justo no momento em que quero ou preciso tanto dela. Odeio de uma forma intensa a minha mania de querer ouvir todas as conversas ao mesmo tempo, olhar para todos os lugares, saber de tudo.

Odeio relógios porque, quando os tenho, olho para eles a cada dois minutos exatos - e sem eles enlouqueço! Odeio esperar, então odeio me atrasar. Odeio filas, odeio que me esperem, que percam mais tempo comigo do que deveriam. Odeio médicos, dentistas, reuniões de pais, formaturas, motoristas lentos.

Não é por mal, nasci agitada. Nasci ansiosa, com pressa. Por isso sempre queimo a língua. E tenho que engolir quieta o pão de queijo cru, por não ter ouvido minha mãe quando ela disse que ainda não estava pronto e que eu devia esperar. Não sei esperar. Por isso me dói como cólica renal deixar oportunidades passarem: se aquela for embora, terei que esperar pela próxima.

Essa é minha explicação pra fazer duas mil coisas ao mesmo tempo. Não dá pra esperar. E olha que agora estou controlada – tarja preta, meu bem.

Pausa dramática: vou parar de escrever este porque estou com vontade de tomar sorvete e, simplesmente, não dá pra esperar.

Beeijos, Jaqueline.

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