segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Colorido e barulhento

"Às vezes me pergunto se sou feito dos meus sonhos
ou se meus sonhos são feitos de mim."
(@DarkWriterBr)


A gente sempre tem suspeitas, mas certezas, só mesmo quando se morre de saudade e, ao chegar lá, não se arrepende - fica e respira fundo, tentando aspirar até mesmo as menores partículas do momento, pra se lembrar depois.

E, de repente, sem querer, eu descobri o quanto eu gosto desse lugar. Gosto dos tijolos, dos jardins, dos posteres, das fotos espalhadas no corredor, das cores das paredes, dos espelhos no banheiro, das músicas que tocam na rádio, do fato de termos uma rádio e eu ter encontrado edições novas do O Arauto na bancada.

Gosto de encostar nos corredores só pra olhar a gente estranha que passa, os cabelos, as roupas, o jeito de falar. Gosto de ouvir a voz despretensiosa dos porfessores que conversam com os alunos sobre férias, filmes, fotografias, revistas, jornais e futebol.

Gosto da ideia de estar inserida num contexto (eu que sempre tive medo de não me misturar e mais ainda de me misturar demais e ser só mais uma) mas de uma maneira que só eu poderia. Estar na faculdade é ótimo porque você pode fazer o que deve ser feito de um modo que tenha a sua marca, sua cara, seu estilo. Tem liberdade e, ao mesmo tempo, tem mestres que te puxam e botam seus pés no chão pra que não saia voando e derreta suas asas de cera ao Sol.

A verdade é que estava com saudade. Do lugar, da cantina gordurosa, dos professores chatos que fazem a gente dormir nas aulas de quinta à noite e estragam o humor de todo mundo nas semanas de provas. Estava com saudade, na verdade, de ter obrigações, de ter com o que me preocupar, de ter horários, problemas pra resolver, metas, objetivos, cobranças. Estava com saudade de tudo o que me faz mal, me faz passar raiva, me faz duvidar, me faz ter medo, me faz chorar, ter dor de estômado, mas que me faz crescer. Que me faz amadurecer, entender, aprender. Me faz ser mais adulta, mais paciênte, determinada, mais discreta, mas ouvinte, mas atenta, mais delicada, mais curiosa. Estava sentindo falta do que as pessoas evitam, e evitando o que todo mundo mais quer. Estou evitando o ócio, que tem aparecido muitas vezes pra me visitar.

Talvez isso faça de mim uma balzaquiana solteirona que nem gatos tem pra cuidar. Talvez isso só mostre que eu gosto mesmo é de ser do contra. Ou talvez que, simplesmente, me acostumei a outros padrões. Me acostumei a não assistir Big Brother por ter que acordar às seis e meia pra ir pra academia - e obedecer o horário do café da manhã do hotel onde estou hospedada, carinhosamente conhecido como 'Casa da Minha Mãe'. Aprendi a cuidar de crianças, ensinar a ler, bolar atividades que as distraiam enquanto suas mães piradas discutem o preço da excursão pro zoológico. Aprendi a acordar cedo de domingo, porque minha mãe me ensinou que temos que aproveitar o Sol da manhã. Aprendi a ser presidente de coisas das quais sou só secretária - ou nem isso. Aprendi que posso ler livros de Direito e contos de fada ao mesmo tempo e não morrer.

Eu excluí o Orkut.

E não fiz Facebook - que, se não me engano, vim sido minimizado a FB no Twitter, que me faz lembrar demais a expressão pra-lá-de-gay BFF (best friend forever).

Assim sendo, concordamos com o fato deu ter probleminhas. E, já que estamos entendido quanto a isso, não vou hesitar em dizer que, sim, estava com saudade da faculdade. De es-tu-dar. De ter reuniões chatas e improdutivas na AECA, de ter que escrever - não acredito que direi isso - notas jornalísticas. Estava com saudade dos amigos, sim. Estava com saudade do Pedrão, da Piotto, do Agnelo, até da Maria Regina, (da Sônia não), dos amigos fotógrafos, da bagunça, do barulho, da overdose de estilos, das combinações mais estranhas e absurdas, das tribos.

E como perfeitamente veio a twittar nosso gordo querido Jô Soares, há alguns minutos atás: felicidade é ter o que fazer. Pessoas morrem, enlouquecem, adoecem, surtam sem ter o que fazer. Desaprendem a arte do raciocínio. Fazem sumir com a criatividade, com a visão de mundo, as expectativas, as esperanças. Pessoas devem sempre fazer coisas, até mesmo pra valorizarem os momentos em que nada fazem. Não haveria som se não houvesse o silêncio. E não estaria praguejando o ócio se não soubesse o quão mais feliz sou na ativa.

Com isso, concluo que serei uma daquelas velhinhas que não se aposentam nunca, que têm medo de morrerem dormindo, de não estarem presentes no próximo eclipse, que nos feriados cozinham e limpam a casa e costuram coisas - só pra não darem o gostinho pra televisão de vê-las sentadas ali, sem planos.

Com certeza, chegará o momento em que rezarei pelos feriados prolongados e pelas férias de julho. Mas esse é o fardo dos mamíferos racionais, que falam, vivem em sociedade, tem celulares com televisão e usam salto alto - principalmente os que usam salto alto: se contradizer o tempo todo mas, no fundo, não abrir mão dos seus princípios e amores.

E eu amo a FCA - É, aquele bloco lá... O colorido e barulhento, sabe?

Beeijos, Jaqueline - jornalista, de novo e ainda!

Meu sol

"A vida é boa e simples, não vale a pena complicar. Não vale a pena brigar por bobagens e perder um minuto sequer da paixão e da delícia. Não vale a pena discutir problemas ou angústias sob o efeito da raiva ou ciúme. Não vale a pena perder a cor do dia dormindo, nem o delírio da noite vendo televisão. Não vale a pena perder tempo em frente ao espelho se não olharmos pra dentro dos olhos das pessoas. Não vale a pena rezar se não botarmos em prática a bondade divina. Não vale nada a tentativa vã, as palavras da boca pra fora."
Jaqueline Defendi Rosa
 
Foi, com certeza, uma bela e propícia citação, querido, da qual eu jamais me lembraria, rs. Não vale mesmo a pena desperdiçar olhares, distanciar carícias nem afogar em lágrimas de raiva a saudade e fico feliz que tenhamos concordado com isso.

Basta dizer que está tudo bem e que apesar de estar há três dias sem orkut, continuo respirando sem a ajuda de aparelhos e produzindo meu próprio sangue. Aliás, estou um quilo e meio mais magra.

Porque simplesmente não tem pra onde correr quando o único lugar onde você deve estar é justamente pra onde se quer ir. É só abrir os braços e se jogar, abrir os olhos e ver que nada fez sentido naquelas horas, mas que agora faz, como se você estivesse de óculos novos.

E, por pior que seja ver o céu cinza que anuncia a tempestade, é sempre bom ver o sol surgir por essas nuvens, quando o vento as carrega.

Beeijos, Jaqueline - mais magra, mais livre, mais feliz.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Desorkutada

FELIZ ANIVERSÁRIO, MÃE! TE AMO MUITO!

*

A quem interessar: não tenho mais orkut nem água no corpo pra chorar. Mas estou bebendo bastante água, pra não desidratar. Se querem saber, não aguento mais o orkut já tem tempo, essa foi só a gota d'água. Todos foram contra a exclusão mas só de ver aquele tom azul calcinha a gastrite que ganhei essa semana se contorcia com fúria e eu simplesmente não aguentava mais sentir dor de estômago. E tê-lo me tentava a procurar meios de me sentir ainda mais triste. Não fará falta, de qualquer forma. Não há naquele universo uma só pessoa que se importe comigo de verdade que não tenha meu endereço ou telefone, então não tenho com o que me preocupar. As fotos estão carinhosamente salvas no computador e aquelas, as mais importantes, impressas e coladas na minha agenda, ao alcance dos meus olhos o tempo todo...

Não se incomodem se ficar um tempo sumida, nem sempre tenho tido inspiração. E pra completar ainda estou sem óculos - talvez vá hoje à ótica encomendar as lentes - e a dor de cabeça está num grau tão alto quanto o do meu astigmatismo. Estou cansada, física e psicológicamente. Estou magoada e com medo - ao menos admito meu medo, sem medo.

E, antes que eu escreva alguma bobagem, fico por aqui.

Jaqueline.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Puta

mágoa
(latim vulgar *macella, diminutivo de macula, mancha, nódoa)
s. f.1. Efeito de magoar.
2. Mancha ou nódoa resultante de contusão.
3. Fig. Tristeza; desgosto; dor de alma; amargura.
4. Pêsame; condolência.

puta
(origem controversa)
s. f.1. Cal. Mulher que se prostitui. = meretriz, prostituta, rameira
2. Cal. Deprec. Mulher que tem relações sexuais com muitos homens.


Agora estou escolhendo os próximos homens que eu vou seduzir, cumprindo minha condição incontestável de puta que o caráter e a reputação que eu achava que tinha não mais conseguem esconder. 

Jaqueline.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Amnésias e Alzheimers

Inauguro, agora a sessão Amnésias e Alzhemers, popularmente conhecida como "textos de quem gosta da Jaque e do Amnésia" com o texto da queridíssima Eline, ex-blogueira, amiga desde sempre e futura economista.

Se alguém se interessar, dou essa oportunidade. As vezes, é bom ter com quem falar. Me escrevam, sobre o que quiseresm, e mandem os textos pra a nova sessão. Vou ficar feliz em publicá-los.

Beeijos e não deixem de conferir 'Presságio', da loira magrela que eu mais amo.

Jaqueline.

Incorrespondências

"Até que me caiu a ficha de que ele era pior do que cocaína. Pior porque morenos bonitos e cheirosos são bem mais interessantes do que um pozinho branco que corrói o nariz. E melhor porque no dia seguinte o efeito 'mulher maravilha acha que sabe voar' continuava."
Tati Bernardi

Pelas minhas contas, agora Incorrespondências tem quatorze cartas/crônicas, fora o texto de apresentação. Digitei vários da Doraney Vianna e criei uma, chamada 'De Overdose' (o que torna muito lógica a citação da Tati Bernardi acima). Fiquei com muita vontade de publicar aqui, mas decidi que é melhor não. Ou todos vocês conhecerão o livro antes mesmo de ser publicado. Vou aproveitar o ócio das tardes na loja e tentar digitar mais alguns. Doraney deve ter mais umas dez e eu preciso escrever mais - mas minhas cartas são feitas só de inspiração, pois transpiração não sabe escrever, então é um pouco mais complexo o meu processo criativo do que vencer a preguiça de digitar.

Confesso que estava prestes a mandar minha alma pro inferno, fugindo da promessa que fiz de publicar as cartas de amor da Dorinha. Mas ela disse não ter pressa e me deixou com o caderno e ontem, inspirada pelas mil frases da Tati Bernardi lidas, acabei tomando coragem de agir. É sempre difícil lidar com os sonhos das outras pessoas. Por um momento, tive vergonha de imaginar quem lerá minhas cartas de amor - algumas tão verdade quanto pão com tomate outras fictícias quanto vampiros que brilham - e do juízo que farão de mim.

Fiquei orgulhosa de mim, no entanto, pois consegui escrever uma carta totalmente fictícia, ontem. Os sentimentos são verdadeiros, mas a situação puramente fantasiosa, pois não aconteceu comigo. Isso é ficção. E meu sonho como escritora é escrever ficção e não autobiografia. 


Um dia, sei que terei o prazer de ecrever uma dedicatória no Incorrespondências e dá-lo de presente a alguém. E tenho esperança de que quem o ler sentirá o poder das palavras, o poder que pode ter o que quer que se sinta.

Beeijos, Jaqueline.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Concreta como gelatina

Descobri que não sei escrever sobre coisas inteligentes, como o aniversário de São Paulo ou instituições que ajudam criancinhas com câncer. Sou tão concreta quanto gelatina e não dá mesmo pra esperar consistência de quem não sabe se salva a receita pondo mais ovos ou mais farinha.

De fato, o dia está lindo, quente e ensolaradíssimo. Às dez da matina já era impossícel andar sob o astro rei sem perder parte do potencial hídrico ingerido pela manhã. Meu sangue ficou mais denso, de tanta água que saiu: ficaram só os glóbulos, morrendo de sede.

Ando tão pertubada com esse excesso de tédio absurdo e insuportável que não tenho tido inspiração pra nada. Quero agito, quero movimento! Quero novos livros, novos desafios, meus velhos amigos. Não falo isso com a tristeza e melancolia dos insatisfeitos, mas com a ânsia de quem não aguenta mais monotonia.

Nunca minhas férias foram tão proveitosas quanto essas. Mas acho que podemos continuar aproveitando a vida dos fins de semana quando tivermos trabalho, inglês e faculdade pra ocupar a cabeça durante a longa semana.
Considerações: tenho, por enquanto, 0,75 de hipermetropia e 1,75 de astigmatismo. Vou na Ivete + Fernando e Sorocaba, dia 3/4 em Jundiaí com meu namorado hoho. Aulas voltam dia 31 de janeito. Hotel/Jornal/Prefeitura ainda não entraram em contato sobre meu emprego. Inglês começa dia 1 de fevereiro: terça e quinta das 16h30 ás 17h30. Continuo pobre, desempregada, cega e acima do peso. Mas perdi 1% de gordura e uns 5 cm de barriga. BEIJOPRAVOCÊS!

Recomendo esse texto da Tati Bernardi: Planetinha Macho. Muito engraçado e verdadeiro: mulheres, vocês falam, falam, falam, mas no fundo queriam mesmo ser homens! HAHA
Beeijos, gente! Jaque.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Transmimento

"Apenas transmito o que sinto." (Clarice Lispector)

Queria escrever ficção. Mas estou tão agarrada à realidade que não consigo. Apenas transmito o que sinto, o que penso, o que vivo. Isso faz cair a qualidade dos meus textos? Ser sincera e real? Gosto de pensar que não. Outro dia chorei lendo uma carta, de tão verdadeira que era. As boas ficções, os livros bons de verdade, são aqueles tão verossímeis que acreditamos piamente se tratar de autobiografia, de realidade. E por isso queria saber por vida nas minhas ficções, de modo que acreditassem mesmo se tratar da verdade.

Você é uma criação de Deus, mas a felicidade é uma criação sua. (Swami Rama)


Estou sofrendo uma pequena pressão do meu genitor pra arrumar um emprego e livrá-lo logo de determinados gastos. Mesmo que sua intenção ao falar não tenha sido essa. Porque não foi. Mas mesmo assim foi assim que essa verdade me atingiu: como pressão, cobrança. E, agora, estou ainda mais ansiosa e agarrada ao celular, esperando aquele bendito hotel ligar pra mim.

Todos caminhos trilham pra gente se ver.
Todas as trilhas caminham pra gente se achar, viu. (Maria Gadú)
Me ofereceram, lá pelas 4h da manhã do meu domingo passado, um estágio em Assessoria de Imprensa e fico me pensando onde eu estava com a cabeça quando eu fui falar que precisava mesmo é de um emprego. Agora, vou mandar um email me retificando. Quem sabe eles não pensam que eu estava bêbada e me dão o estágio? Ou talvez o hotel me ligue e eu não precise estagiar.

Ó meu amor não fique triste
Saudade existe pra quem sabe ter!

Beeijos, Jaqueline.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Aquela felicidade

Foto by Gilda Pontes

Existe aquela felicidade de conseguir um emprego novo, passar num concurso ou ser promovida: é quente, instantaneamente contagiante, eufórica e gritante. É urgente que se compartihe, dá vontade de gritar de alegria bem alto pra dividir com todo o mundo o bem que se está sentindo.

E existe aquela felicidade do bilhete encontrado embaixo da porta, do segredo compartilhado, do olhar de canto, do beijo roubado. Aquela, de quem ama gostoso, ama deliciosamente. Aquela felicidade de quem é atendido por Deus. É aquela felicidade que não se grita aos quatro ventos, com medinho de que se desfaça. Aquela felicidade que, às vezes, tem nome, sobrenome, cor de olhos, mãos macias, abraços quentes e número de telefone.

Essa felicidade é aquela que te abraça quietinha e te faz dormir sossegada. Aquele silêncio dentro do peito, a cabeça tranquila. É aquela felicidade que traz paz.

Essa felicidade a gente sente sozinho, é só nossa e ninguém mais entende. Ninguém mais sente igual, ninguém sabe como é. Por mais que a gente explique. Por mais que a gente queira dividir tem felicidade que é só nossa, que faz tudo parecer de ouro e todos os nossos sorrisos serem de orelha a orelha. Como quando a gente quer falar alguma coisa, mas perdeu a voz. Tudo tem que ficar dentro de nós. Isso que a faz ser tão importante: o fato de ser particular, individual, inexplicável.

Essa felicidade, às vezes, é quietinha. Não precisa de palavras, só olhares. Só sorrisos. Só precisa olhar o céu e contar as estrelas. Só precisa fechar os olhos e dizer baixinho o nome dela, da felicidade.

Beijos, mais que feliz, Jaqueline.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Pera, tô sem óculos

E de novo estou aqui sem saber por quê. De novo, tem mil coisas na minha cabeça, mas nenhuma que faça sentido compartilhar ou que seja novidade. Minha cabeça tá explodindo de dor de cabeça. Doendo mesmo. Principalmente os olhos, ao redor, por dentro,... óculos malditos! Preciso de novos, mais fortes! Não aguento mais sentir dor nos olhos, é horrível. Já sinto dor em muitos outros lugares - joelhos, tornozelos, pulsos, costas e, as vezes, cotovelos (seria falta óleo nas dobradiças?) - e dispenso essa. Vou ligar lá hoje marcando uma consulta.

Quero óculos pra usar o tempo todo, sem ter que me preocupar se estou olhando o horizonte, os olhos de alguém ou a TV.

Há dez minutos estava com frio, de moletom. Agora, estou morrendo de calor, já que acabou água no céu e parou de chover. Pra completar, estou com soluço. Odeio soluço!

O fim de semana? Foi bom, obrigada! Sexta, sábado e  domingo: pacote completo. E tirando o fato de que meu vestido me impedia de respirar, tudo foi perfeito. Amigos, risadas, namorado, minha irmã, bebidas, músicas,... Sol, calor, estrelas. Aquela coisa toda que sempre me deixa feliz.

Mas dormi muito pouco, aí já viu. No total, faltaram-me algumas horas, que serão repostas hoje, pra dar conta do treino de amanhã, que ta sangue no olho.

Beijos, cegueta, Jaqueline

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Vamos fugir?

Não sei direito sobre o que escrever. Sobre saudade, sobre música, sobre sonhos? Não sei. Ouvindo Cássia Eller como se fosse minha consciência, não penso lá em muita coisa. Tenho vivido dias monótonos e noites agitadas, mergulhada em sonhos estranhos com pessoas que nem vejo mais e cercada de pernilongos barulhentos e, às vezes, chuva. Agora, inda um bocado sentimental e chorosa, ando mais calma, com menos medo, menos ansiosa. Dentro do abraço quente de um amor tranquilo, consigo esquecer meus planos pra semana ou mês que vem. Estou feliz. Com as possibilidades e com o que já tenho de concreto. Não posso reclamar de nenhum setor da minha vida. O que me assusta é a mudança.

Mudança esta que virá, espero que cedo, pra me adaptar logo e mudar de vez essa angustiazinha pro quarto dos fundos. Os rascunhos que me mostraram pareciam indicar uma bela história, com direito à convênio médico e tudo. Acertando o emprego de recepcionista com o Hotel El Shadai e, logo em seguida, os horários das minhas aulas de inglês com a Wizard, tudo ficara lindo como flor de pessegueiro em desenho da Disney. 

Falta fazer a rematrícula, que não fiz porque a faculdade estava sem internet no dia que fui lá. Já assinei o contrato e paguei a van (nova!). Ainda há o que trabalhar para o meu pai e contas a pagar inda esse mês. Renovei até o treino de musculação, ao qual estou me dedicando ao máximo, de novo, dessa vez com o acompanhamento e planejamento de um profissional. 

Alguns projetos, como a AMVV, ficarão um pouco de lado com meus novos horários de trabalho, que incluirão sábados e domingos. A capoeira, no entanto, meu amor, talvez consiga manter. E já é o suficiente pra saber que o que é nosso ninguém tira. O que é nosso, tá guardado. Você pode correr do destino, mas não pode fugir dele. Pode fugir do destino, mas não pode fugir de você.

E eu sei que tudo vai dar certo e ficar cada vez melhor.
 
Beeijos, Jaqueline.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O gosto do cheiro

O cheiro da canela também desperta o apetite, revigora e aquece os sentidos e pode até produzir um sentimento de alegria.

Eu ganhei um difusor de hastes como esses da foto e esqueci de contar - amnésia, né! Tem essência de canela e fica em cima da minha cômoda. Ganhei do Renato, de presente de Natal, e é uma graça.

Confesso que achava que não funcionava. Afinal, é um potezinho com líquido e uma tulipa de madeira. Mas aos poucos, a florzinha, de madeira clara, quase branca, vai absorvendo a essencia, e ficando com o aspecto úmido, com a cor mais escura, como se estivesse molhada. É mágico.

É uma delicinha entrar no quarto e sentir o cheirinho de canela. Já me adaptei à ele e, quando o sinto, me sinto em casa. Aquela sensação do cheiro das nossas roupas ou de alguém que abraçamos. Aí, quando sentimos aquele cheiro em algum outro lugar, sorrimos calados pela saudade e lembrança.

Não sei o quanto acredito em aromaterapia, porque lavanda sempre me deixou agitada e, no entanto, a combinação de alguns perfumes masculinos com shampoo e cigarros normalmente me deixam tão confortável que entorpecem meus sentidos e me deixam apta a um sono com longos e lindos sonhos. (Da mesma forma, maracujá não me dá sono e café não me deixa ligada.)

Mas é um cheiro gostoso e confortável - e eu costumo prestar muita atenção aos cheiros. Gosto de perfumes, do cheiro da comida, do gosto do cheiro. É uma das delícias de cozinhar. Já não enxergo direito e estou ficando surda. Mas sentir, ainda sinto. Com as mãos, o nariz, os olhos, o coração...

Beeijos, Jaqueline.


No, it's a book



Ando lendo cada vez menos livros. Minha média anual nunca atinge os cinquenta - quem dirá a centena dos meus sonhos - e está baixando cada vez mais. Desculpas várias: falta de tempo, as obrigações que crescem, o maior tempo no computador, lendo até, a preguiça,...

Confesso que estou perdendo o jeito. Não consigo ficar muito tempo com um livro à mão, como costumava fazer até o ensino médio, em que devorava livros dentro do carro, durante as aulas de matemática, no intervalo, quando esperava a van; sentada na mesa, na escada, na fila do banco, no céu, nas nuvens, em cima das árvores. Difícil mesmo era me ver sem um livro.

Agora, contento-me com umas crônicas, uns contos ou filmes... Estou lendo meus dois primeiros livros do ano: Rota 66, do jornalista pelo qual sou apaixonada Caco Barcellos, e A Última Música, do Nickolas Sparks. 

Rota, leio devagar. São muitos nomes, muitas descrições, poucas falas. Pra piorar: estou lendo no computador. Ai que horrível!  Dói os olhos, cansa os ombros, não dá pra ler deitada e qualquer tapinha faz a página rolar rápido demais. Não dá pra marcar a página (eu adoro marcadores de páginas)!

A Última Música, ao contrário, comecei a ler ontem. Li, pera, deixa eu conferir, 220 páginas. Em um dia. A mairoia, à noite, já que tive que ir pra casa e estava sem paciência pra fazer qualquer outra coisa. É um bom livro. Não tão empolgante quanto Harry Potter, mas é bom. Estou feliz com ele, ou não teria lido tanto assim.

Adorei a proposta do "É um livro" e estou ansiosa pra lê-lo. Depois desses dois, claro. Tem vários livros que quero ler. Vários que eu preciso. É, complexo. E minhas férias / trabalho com o pai estão prestes a acabar. Quando fizer parte da camada assalariada da população, terei pouquíssimo tempo pra ler. Menos ainda, aliás.

Melhor aproveitar.

Beeijos, Jaqueline.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Aqui, onde as horas não passam

Minha cabeça ferve de tantas ideias, projetos e, ao mesmo tempo, dúvidas, indefinições. Estou ansiosa e potencialmente amedrontada, com tantas incertezas e possibilidades.

Sei que, independende de qualquer sacridício que tenha que ser feito, eu vou trabalhar esse ano. Questão de honra.

"Cada escolha, uma renuncia: isso é a vida."

Beeijos, Jaque.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O que eu penso?

E no meio de tanta gente eu encontrei você
Entre tanta gente chata sem nenhuma graça, você veio
E eu que pensava que não ia me apaixonar
Nunca mais na vida
Eu podia ficar feio só perdido
Mas com você eu fico muito mais bonito, mais esperto
E podia estar tudo agora dando errado pra mim
Mas com você dá certo.
(Marisa Monte - Não vá embora)

Sabe o que eu penso sobre o Ronaudinho Gaúcho? Nada. To cagando e andando pra que time ele vai. Sabe o que eu penso sobre o salário mínimo? Ele faz jus ao nome. Sabe o que eu penso sobre o aumento do salário dos Parlamentares? Acho que lhes falta um chefe chato que chega na sexta feira às 16h e obriga todo mundo a trabalhar até o fim do expediente. Sabe o que eu penso sobre a mulher do Temer? Esperta. Sobre o Temer? Corno.

Sabe o que eu penso sobre religião? Não tem nada a ver com Deus. Sabe o que eu penso sobre Igrejas? Não têm nada a ver com religião. Sabe o que eu penso sobre o Twitter? Espairece, distrai. Sabe o que eu penso sobre o diploma? Eu quero, vou ter e é melhor ter diploma que não ter nada. Sabe o que eu penso sobre os jovens? Quase todos estão morrendo de tão velhos.

Sabe o que eu penso sobre o investimento a longo prazo? Ninguém dá valor. Sabe o que eu penso sobre o preconceito? Perda de tempo. Inconstrutível. Idiota. Vazio. Sabe o que eu penso sobre fazer dieta? Todo mundo te zoa e te tortura oferecendo comida, mas reclama se estiver gordinha e paga pau se estiver gostosa. Hipocrisia. Sabe o que eu penso sobre trabalhar? Não importa o quanto dê trabalho, você vai gostar de começar e vai achar um saco dali alguns problemas.

Sabe o que eu penso sobre horóscopos? Funcionam. Sabe o que eu penso sobre blogar? Prova que você conseguiu manter alguma coisa viva por bastante tempo. Sabe o que eu penso sobre o primeiro emprego? Todos exigem experiência, mas ninguém dá a oportunidade de você conquistá-la. Sabe o que eu penso sobre pensar? As pessoas deviam praticar com mais frequência. Sabe o que eu penso sobre mau humor? É falta de sexo. Sabe o que eu penso sobre medo? Faz parte.

Sabe o que eu penso sobre fazer a sua parte? Ninguém precisa ficar sabendo. Sabe o que eu penso sobre marketing? Essencial. Sabe o que eu penso sobre relacionamentos? Devem acrescentar; se for pra subtraír: pé na bunda. Sabe o que eu penso sobre esse texto? Não vai acabar nunca. Infinito.

Beeijos, Jaqueline.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Hey, man, I'm alive

"O resfriado escorre quando o corpo não chora.
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as dúvidas aumentam.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
O coração enfarta quando chega a ingratidão.
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a"criança interna" tiraniza.
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade."

Vivendo, a gente aprende que a vida é boa. Aprende que reclamar não basta. Aprende que fazer comparações não te deixa igual ou melhor que ninguém. Vivendo, a gente aprende que tem sempre, no mínimo, duas opções. Que podemos reclamar na chuva ou dançar sob ela. Reclamar do calor ou nos refrescar com uma limonada gelada. Resmungar sobre o inverno ou encontrar braços que nos aqueça.

A vida é boa e simples, não vale a pena complicar. Não vale a pena brigar por bobagens e perder um minuto sequer da paixão e da delícia. Não vale a pena discutir problemas ou angústias sob o efeito da raiva ou ciúme. Não vale a pena perder a cor do dia dormindo, nem o delírio da noite vendo televisão. Não vale a pena perder tempo em frente ao espelho se não olharmos pra dentro dos olhos das pessoas. Não vale a pena rezar se não botarmos em prática a bondade divina. Não vale nada a tentativa vã, as palavras da boca pra fora. 

Viver requer despretensão. Normalmente quanto mais se corre atrás da paz e da felicidade, mais elas parecem objetivos distantes. E quando se sossega, se esquece e só se vive, numa boa, elas se aproximam. Velha história sobre não correr atrás das borboletas - elas se assustam.

Beeijos, Jaqueline - mui feliz.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Think about that

Pensar bem. Não se deixar influenciar. Respirar fundo. Pedir um tempo pra pensar. Pensar. Não se preocupar. Pensar bem. Planejar. Ver bem o que você quer. Ver bem os prós. Ver melhor ainda os contras – se for preciso, usar óculos.

As perspectivas são, pra dizer o mínimo, promissoras. E tentadoras. Estou ansiosíssima e talvez não consiga dormir sem sonhar – como há séculos não consigo. É aquela euforia do bem, que me deixa olhando pro relógio a cada cinco minutos.

Meu projeto de vida profissional começou a ser traçado cedo, lá aos onze, quando entrei para o jornal da escola – claro que vocês já sabem disso. Sempre fui, como meu pai ama dizer, precoce. Entrei pra primeira série um ano antes, enquanto todos os meus amigos faziam mais um ano de pré. Nas pastorais e catequeses, sempre a caçula. Com onze ou doze assumi uma turma de pré-catequese, com cinco crianças, se não me engano. Todas as outras catequistas eram mais velhas. O curso de Turismo era a partir dos quatorze anos, mas com treze consegui entrar. Faculdade, eu comecei menor de idade. E, com dezoito anos (e só dois semestres da faculdade completos), ter a oportunidade de participar efetiva e intensamente de um jornal é absolutamente invejável e única. Não deve ser desperdiçada. Várias pessoas gostariam de ter essa chance, eu sei.

Fui convidada. Terei uma reunião amanhã, às nove horas, pra negociar os detalhes. Se der certo, embarco nessa de cabeça. De corpo e alma. De cabeça e coração. Se não der, ainda sim houve um ponto positivo: consegui ouvir com todas as letras e fonemas da dura boca do meu pai que ele ‘acredita, acredita muito, no meu trabalho, na minha capacidade’ e que, desde que seja isso que eu realmente queira, ele ‘está comigo, do meu lado, completamente’.

Beeijos, Jaqueline.

Cara Expectativa

Meu principal problema com a tal da expectativa é que sempre, mesmo que não acredite piamente que vá dar certo, viajo horas nos pensamentos, visualizando realizações, entrevistados, reuniões, tardes andando, fotografando e, claro, escrevendo.

Penso, principalmente, que – poxa – finalmente ter algum poder, alguma força pra fazer a diferença tão sonhada. Um mailing list repleto de nomes de gente importante que possa ajudar a Associação, construir um teatro ou um centro de zoonoses. Suspiro, sem querer me agarrar à essa ideia, ainda vaga e disforme, e balanço a cabeça pra afastar os pensamentos. Seria tão bom...

Há muito o que ser discutido, muito a ser negociado, entendido. Sei que tenho comigo uma pessoa – e é essa pessoa que me dá aquela coragem de arriscar – que vai me botar no prumo certo, me ensinar o que deve ser feito e não me deixar desistir.

Meu pai disse que eu sou petulante. Que, se deixar de ser, posso ir muito além, me dar muito bem e conquistar coisas que muitas pessoas só sonham em ter – na minha versão dos fatos, sou apenas um alguém de opinião. Sei que podemos fazer parte da história de Cabreúva. Ser o início de uma era política na qual as pessoas tem fé e trabalham duro. Ver corruptos sendo castigados por seus crimes e a cidade melhorar efetivamente.

Desde 2006, quando fiz cursos de Turismo, aprendi a valorizar cada trecho da cidade, cada trilha, cada queda d’água, cada doceira, cada capela. Nós temos um potencial não reconhecido pelos moradores – quem dirá pela prefeitura. Com o investimento certo, podemos tornar Cabreúva efetivamente turística. Podemos torna-la efetivamente cultural. Podemos montar cooperativas e torna-la verde. Preservar nossa APA, aumentar nossa biblioteca, informatizar nossas escolas. Por mais ginecologistas e obstetras nos postos de saúde.

(...)

Bla bla bla não terminei de escrever. Quero começar outro.

Beijos, Jaqueline.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Pantufas

Sentada numa cadeira velha, de calças largas de pijama – cor de laranja – chinelos de dedo verdes, cabelos despenteados presos num nó. Nas mãos um pote com sorvete tricolor e nos ouvidos fones, que mandavam direto para o cérebro a voz de alguma cantora pop norte americana. É... Não é uma cena que eu gostaria que meu namorado visse, rs.

Bizarro. Por essas e outras que não assisto muito ao Dr. Hollywood. Tenho medo de não gostar de mim, de querer ser outro alguém. Sério, é isso que esse programa faz. Faz as mulheres se sentirem gordas, com os peitos caídos, o nariz grande ou as orelhas tortas. Comigo, tudo isso ao mesmo tempo – e olha que tenho o nariz que a Áurea queria de molde na cirurgia dela.

As vezes, gosto de botar um corpete de renda e seda, brincos de argola e batom, seduzir e encantar. Noutras, não desejo nada mais que meu travesseiro fofo e meu pijama brega. Se possuísse um par, com certeza estaria de pantufas. Não acho que preguiça ou silencio sejam crimes. Não botaria um salto alto hoje nem pra salvar a África – ok, talvez pela África. (Pra terem noção, estou deitada na cama dos meus pais, de lado, apoiando a cabeça numa mão e digitando com a outra – ai, como por acentos dá trabalho!)

Mandei SMS pra cinco pessoas e nenhuma se deu ao trabalho de responder. Silêncio. Só dá Lulu, cantando todo gayzinho pra mim. ‘Me dê a mão, vem ser a minha estrela’. Sim, querido, tó a minha mão. Posso ser estrela de pijamas? Posso ter umas pantufas?

Beeijos, Jaqueline.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Não, me conta!

Odeio estar mal informada. Odeio ser a última a saber das coisas. Odeio chegar a um lugar sem ter pelo menos uma ideia do que vai acontecer, quem eu vou encontrar ou o que vou dizer. Isso porque sou insegura e ansiosa. Talvez por isso tenha escolhido ser jornalista, pra saber das coisas antes de todo mundo e ser aquela quem vai dar a noticia, não quem a vai receber.

Odeio esperar datas, horários, pessoas. Odeio esperar respostas, e-mails, telefonemas, entregas. Odeio não ter minha caneta preferida justo no momento em que quero ou preciso tanto dela. Odeio de uma forma intensa a minha mania de querer ouvir todas as conversas ao mesmo tempo, olhar para todos os lugares, saber de tudo.

Odeio relógios porque, quando os tenho, olho para eles a cada dois minutos exatos - e sem eles enlouqueço! Odeio esperar, então odeio me atrasar. Odeio filas, odeio que me esperem, que percam mais tempo comigo do que deveriam. Odeio médicos, dentistas, reuniões de pais, formaturas, motoristas lentos.

Não é por mal, nasci agitada. Nasci ansiosa, com pressa. Por isso sempre queimo a língua. E tenho que engolir quieta o pão de queijo cru, por não ter ouvido minha mãe quando ela disse que ainda não estava pronto e que eu devia esperar. Não sei esperar. Por isso me dói como cólica renal deixar oportunidades passarem: se aquela for embora, terei que esperar pela próxima.

Essa é minha explicação pra fazer duas mil coisas ao mesmo tempo. Não dá pra esperar. E olha que agora estou controlada – tarja preta, meu bem.

Pausa dramática: vou parar de escrever este porque estou com vontade de tomar sorvete e, simplesmente, não dá pra esperar.

Beeijos, Jaqueline.

Movimento

Minha vida sempre foi atolada de planos. Não houve uma só vez em que eu não perdesse mais tempo com as estratégias do que com a própria batalha. Mesmo assim, em todas as vezes o destino se mostrou mais certo em seus caminhos do que meus planos tão repensados. De fato, poucas são as vezes em que sabemos o que estamos fazendo de verdade. Se seguimos um instinto, uma divindade, faro, feeling ou se é tudo sorte, eu não sei. Sei que há muitas coisas acontecendo e há muito mais por vir – e isso me assusta um pouco.

Há quem fale de missões. Dadas por Deus ou pelo destino, pelas cartas ou astros. Acredito que cada um de nós tem sim uma missão, não necessariamente divina, para realizar enquanto viver. E penso que essa missão é sempre nossa maneira particular de tornar o mundo melhor.

Há quem diga, ainda, que Deus não escolhe os preparados, mas sim que prepara os escolhidos. Gosto disso. Porque muitas, mas muitas vezes me sinto despreparada para assumir as missões que me são incumbidas. Sempre me vejo, ao mesmo tempo, uma grande potência e um grande engano. As vezes acredito que posso – e muitas vezes acredito estar errada e sendo novamente pretenciosa.

Que seja. O importante é respeitar a marcha e ir tocando em frente.

Tenho certeza que 2011 reserva grandes surpresas para mim. E tenho essa certeza porque conheço minha natureza, meu jeito criança de sonhar com as coisas e meu jeito velhota de teimar por elas enquanto puder.

Três dias. Nenhuma certeza. Uma reunião marcada e algumas ideias malucas e prepotentes. Já especulei bastante sem nada descobrir. Minha curiosidade me mata. Quero que as coisas comecem a acontecer. Detesto esse marasmo de ficar vendo televisão o dia inteiro – e nem é domingo! Vejam vocês: todos trabalhando, dirigindo, comprando, vendendo e eu aqui dentro de casa ouvindo a chuva cair e vendo musicais da Disney. Literalmente estranho. O corpo agradece o descanso, mas a mente não se aquieta! Quer dançar salsa, toda agitada. Quer ver ideias no papel e planos virarem realidade.

Quero movimento.

Beeijos, Jaqueline.