"Publicar um texto é um jeito educado de dizer 'me empresta seu peito porque a dor não tá cabendo só no meu'." (@tati_bernardi)
Ausência de trabalho (ócio feliz) somada a um editor e texto faz com que me sinta obrigada a torcer meu cérebro até virá-lo no avesso e pra ver se saem dele boas (ou más, vai do gosto) ideias. O fato é que podia mui bem voltar pros meus textos de fim/começo de ano. Queria eu encontrar o verso puro e simples que mostrasse meus planos e anseios pras próximas duas semanas.
Quatorze dias, afinal, são suficientes pra criar dois mundos (se você for Deus) e uns 3 mil tweets, se você for bem abaixo do padrão. Fato é que muita coisa ainda pode acontecer. Alguém programou a vida pra ser assistida de maneira acelerada, como se quisesse passar logo todas as cenas mas não conseguisse pular os capitulos inteiros. Tudo corre, passa tão depressa que não temos tempo (eu acho) pra pensar no que estamos vivendo, nem de planejar, nem de aproveitar completamente (vide o filme Click).
Poxa, ontem mesmo era janeiro. Ontem mesmo era carnaval! E cá estamos nós em pleno dezessete de dezembro, contando os dias pro ano que vem... É faz parte.
Isso me faz pensar que devemos fazer mais coisas, aproveitar mais, viver mais. Deixar de lado a preguiça, a má vontade, o mau humor. E sair mais, ver mais, ouvir mais, sentir mais. Amar mais. Abraçar mais, beijar mais. Ir mais vezes ver o por do sol. Dançar mais, correr mais. E por que não gastar mais, beber mais, falar mais besteira, flertar mais, realizar mais desejos? Comprar mais presentes, trabalhar mais, estudar mais?
Por que não brincar mais, ser mais criança, mais adulto, mais divertido, mais simpático, mais esforçado, mais humano, mais sorridente? Por que não ser mais ativo, mais saudável, mais interessante? Ou então descansar mais, dormir mais, cochilar mais depois do almoço, se espreguiçar mais e com mais vontade? Por que não começar mais projetos, terminar mais histórias, comprar mais livros, ir à mais museus?
Por que não insistir mais, perseverar mais, crer mais? Por que não ser mais educado, mais gentil, mais culto, mais misterioso, mais aberto, mais sincero, mais sonhador? Por que não ser mais você mesmo?
Por que não aproveitar mais os detalhes, analisar mais os olhares, sentir com mais intensidade o toque das mãos e inalar mais profundamente os perfumes? Por que não viver mais apaixonadamente, loucamente, absurdamente, felizmente, calmamente... surpreendentemente?
Por que não dar mais atenção, mais carinho, mais liberdade? Por que não curtir mais, ouvir mais músicas, falar mais, comer mais?
Por que não expressar mais vontades, matar mais curiosidades, libertar mais asas, soltar mais feras, cair em mais gandaias, entrar em mais festas? Fazer novos amigos, ver mais aqueles antigos, conversar mais com a sua mãe?
O que te impede?
Por que não? Por que não chorar mais, doer mais, cair mais, ralar mais vezes os joelhos tentando aprender mais? Por que não desistir mais vezes dos mesmos erros, dos mesmos ciumes, das mesmas invejas? Por que não parar mais vezes pra pensar, pra ajudar, pra rezar?
Por quê?
Beiijos, Jaqueline.
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