As pessoas costumam querer muita coisa. Tudo bem: você pode querer o que quiser, é um direito seu. Mas Deus deve estar de saco cheio de tanta gente pedindo tanta coisa o tempo todo, cobrando, esperando, exigindo, até. Nos esquecemos que se pedimos paciência, devemos nos esforçar verdadeiramente para sermos pacientes. Se pedimos paz, devemos respirar paz o dia todo e nos desdobrar para que pequenas guerras não se criem em casa ou no ambiente de trabalho porque deixamos alguém nos tirar do sério.
Se pedimos justiça, devemos nós sermos justos. A mudança acontece quando nós nos propomos sermos melhores. Assim como tudo vai por água abaixo quando nós desistimos.
É cômodo pedir e esperar que aconteça, mas nada prático. Como ficar procurando trevos de quatro folhas, quando você sabe que só vai encontrar de três, e culpar todas as tragédias por aquela folhinha faltando – ao invés de ir lá e resolver o problema. Não faz sentido e nem ajuda em coisa alguma. Como olhar pra TV e não ir lá aumentar o volume, só reclamar dos ouvidos que não funcionam direito.
Precisamos ser a mudança que queremos ver. Precisamos esquecer o mundo e começar a limpeza por nossas próprias gavetas, começar a buscar bichos papões embaixo de nossas próprias camas. Não adianta se lamentar, é preciso ir à luta. Pode orar o quanto quiser que Deus não vai te fazer emagrecer enquanto você comer biscoitos de madrugada! Então, você deve parar de choramingar na frente do espelho e literalmente correr atrás do prejuízo. Assim, funciona. Sentar e esperar que do céu caia um milagre, não.
Tudo na vida é assim. O Ano Novo, a virada, o anúncio da esperança, da nova chance, nos deixa mais firmes, mais guerreiros. Cresce a vontade de amar, de enriquecer, de conquistar, de viver. No entanto, essa euforia toda se acaba muito rapidamente, então não devemos nos basear somente nela, mas sim em um desejo verdadeiro de inovação.
Quando falo de Deus, e não gosto de falar nele... Quando penso em Deus, e gosto de pensar nele... Bom, acredito na teoria do Deus que constrói o mundo e as pessoas e as estações do ano e os animais e tudo o que há, que dá-lhes o sopro da vida e põe as mãos às costas, pra observá-los, sem interferir em nada. Não acredito em milagres vindos de Deus, só naqueles que nós mesmos fazemos acontecer. Se é por inspiração divina ou não, não me importa. Gosto de pensar Nele assim, me sinto bem e não creio que Ele se importe.
Acho que cada um de nós tem uma missão aqui. Acho que cada um deve dar o seu melhor e viver ao máximo sim, sem prejudicar ninguém e sem reclamar muito das pedras no caminho - alguém, com certeza, tem uma maior que a sua.
Eu peço muito à Deus. Mas me sinto mal. Sempre peço desculpas e tento ser humilde nos meus pedidos, que normalmente são bençãos e luz ou saúde à alguém que eu sei que esteja precisando. A mim, quando peço, peço paciência para aceitar as coisas e coragem para continuar na luta. Só que sou irredutível: assim como a AMVV não pode esperar que a Prefeitura nos dê tudo de mão beijada, acho que não podemos esperar tudo de Deus. Nós devemos ser instrumentos dos seus milagres. Devemos fazer a nossa parte e deixar que Ele faça a Dele, se quiser.
Beijos, meus queridos, Jaqueline.
Alguém está ansioso pelo ano que vem ou sou só eu?
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