"Ela me encontrou, eu tava por aí num estado emocional tão ruim, me sentindo muito mal, perdido, sozinho, errando de bar em bar; procurando não achar.
Ela demonstrou tanto prazer em estar em minha companhia. Eu experimentei uma sensação que até então não conhecia de se querer bem, de se querer quem se tem.
Ela me faz tão bem ela me faz tão bem, que eu também quero fazer isso por ela. Ela me faz tão bem ela me faz tão bem, que eu também quero fazer isso por ela."
(Ela me faz tão bem - Lulu Santos - adorei a música, muito fofa *--------*
Posso confiar na minha capacidade de interpretação de texto?)
"Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.
Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.
Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.
Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.
Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!''
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher."
(Lya Luft - Canção das Mulheres)
Nunca tinha lido Lya Luft, mas obviamente já tinha ouvido falar dela. Imaginava-a velha, chata talvez. Sim, sou preconceituosa com escritores, eu sei, mas estou mudando. E quebrando todas as regras, sem querer, comecei a lê-la sem antes ver sinopse ou o resumo sobre a autora, que fica no fim do livro. E me peguei na dúvida sobre sua idade. Não, devia ter no muito quarenta. No máximo! Aí chego numa crônica em que ela cita uma situação de 'uns trinta anos atrás'. Pasma. Ela não tem quarenta. Fui ver na pseudo-biografia: em 1980 tinha 41 anos, quando lançou o primeiro livro. Oras, ela não tem quarenta, definitivamente. Então eu ri. Como é fácil taxar as pessoas simplesmente lendo algumas páginas por elas escritas. É como ver uma foto e tentar imaginar a voz da pessoa. Muitas vezes a gente erra, sério.
O que me faz pensar, assim, de repente, qual a idade que me dão lendo meus textos. Por foto e ao vivo, sei que tenho qualquer coisa entre dezenove e vinte e cinco. Mas só lendo as bobagens que eu escrevo, que será que de mim pensam? Como será que me imaginam? Será que todo mundo que escreve fica pensando essas asneiras, ou só as pessoas que batem a cabeça (eu bati) na parede num feriado qualquer?
Aliás, ontem, num ócio recheado de um bocado de mágoa e raiva, represados e depois, com a desculpa do golpe na cabeça, transformados em lágrimas quentes e salgadas, eu li quase um livro todo de Lya Luft (Pensar é Transgredir) e a fiz entrar na minha lista de autoras preferidas, ao lado de Lispector, Florbela, JK... E dessa mistura me surgiu certa inspiração e umas ou outras ideias bobas, um pouco de determinação e vontade, e uma calma absurdamente bem vinda. Sim, depois veio a tranquilidade. Depois do sono reposto, depois de semanas atrasado, revitalizei-me. Precisava desse momento, imagino. Hoje, revigorada, sinto-me bem. Passou o drama, a mágoa, a dúvida. Hoje, na porta da academia, respirei o ar gelado de déjà vu, que me remeteu a um post antigo, duma manhã de verão, lá pelas 6h. Foi gostoso ver o sol, o céu azul e respirar o ar gelado. Foi quase como tomar um banho de chuva, só que sem a roupa grudada e transparente depois.
Vou contar duas semanas pro fim do semestre: provas e lição do erro. E então, Inconfidências.
Com ajuda do meu super melhor amigo Luiz, morador d' Alfenas, tão velho e filosófico quanto eu, fizemos uma boa apresentação pro livro, que aliás vou enviar a ele, agora mesmo, findada. Ficou muito boa, melhor do que eu conseguiria fazer sozinha nos meus mais remotos devaneios.
Depois, quero, se não for muita pretenção dessa pobre amnesiada aqui, publicar uma coisinha minha, com uns trechos dumas coisas que rabisquei... Enfim, não sei se valeria a pena, mas é um dos meus sonhos, entendem. E nossos sonhos nem sempre fazem sentido ou são compreendidos e aceitos por outros. São só sonhos. E cada um pode sonhar o que quiser, né?
E eu sonho.
Every day.
E é assim que tem que ser.
"Se não conheço os mapas, escolho o imprevisto: qualquer sinal é um bom presságio."
(Lya Luft)
Beeijos, Jaqueline.
2 comentários:
Sonhos, minha querida, são só nossos. Aquele lugar que ninguém penetra, impermeável, intransponível. São nossos lugares secretos, bem guardados. Por isso, podemos sonhar o que quisermos, sermos nos mesmos, ou um outro qualquer, muito especial, sem dar nenhuma satisfação. Sonhar é a melhor coisa que existe. Sonhe sempre! Ninguém pode tirar nossos sonhos!
uhmmm, qur bom =)
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