Quando se entra numa sala lotada, em silêncio ou não, com uma revista tipo Capricho, Ti Ti Ti ou Caras numa mão e na outra, dois terços de um Suflair, Talento, ou pacote de Trakinas ou Passatempo na outra, as pessoas te olham. Olham, algumas pedem pra ver a revista, quando você terminar de ler, e muitas invejam seu doce e, salivando, pedem um pedaçinho. Isso, mesmo se você tiver uma baita barriga com pierging do tamanho de um lustre, tudo pra fora da mini blusa da C&A que você escolheu pra... realçar seu corpo. E você, claro, come o chocolate sozinho e empresta a revista, desde que não façam orelhas nela.
Por outro lado, qual a reação de seus amigos, conhecidos, amebas que roubam seu lugar e que você até hoje não entende porque falam com você, quando a revista é uma JMF da vida, sobre bodybuilders, figures, competições, treinos, suplementação, saúde, bem estar, felicidade física e interior e o que você tem na mão é um shake de Whey Protein, que no caso, é seu jantar? Elas olham, erguem as sombrancelhas, assustadas, e depois comentam umas com as outras o quão estranha, com tendência lésbica, obsecada e cega você é. Afinal, é das loiras que eles gostam mais. E porque ter as coxas duras, com os quadríceps saltados, se só as falsas magras com silicone na bunda que dançam funk ou perderam o BBB saem na Playboy e viram sonho de consumo masculino?
Poxa. Por que será?
Tadinha da Jaque, né?
Ou, claro, tem a opção da menina ser tarada por pernas. Sim, tarada.
Além de lésbica é tarada, a menina? Ai Jesus! Abeçoa!
Querem saber por que raios eu curto isso? Porque eu faço parte da SMAM? Não, é claro que não querem. Então saiam do meu blog, por favor.
A questão não é a circunferência da cintura. Não é a densidade das coxas, nem a porcentagem de massa muscular ou de tecido adiposo. A questão não é ficar grande, mas ser grande.
Nunca, e eu sei disso mais do que ninguém, tive determinação para terminar nada que eu começasse, por mais que quisesse, por mais que desejasse conseguir, eu sempre desistia no meio do caminho. E sempre me frustrava e me irritava comigo mesma, por não ser tão forte, tão persistente, decidida. Por continuar como uma troxa me preocupando se meus amigos aprovariam minhas vitórias, minhas lutas. E, sem apoio, nem muita coragem, sempre desisti dos meus projetos.
Acontece que eu cansei. Alguém me falou ontem que faculdade é época de mudança. Certo. Mudei. Agora, só vou desistir quando conseguir o que eu quero, porque simplesmente deu um trabalho da porra praconseguir começar. E eu sei que meu blog virou um diário fitness de um tempo pra cá, e francamente me desculpem, mas é meu método de auto incentivo, saca? kkkk
Não vou desanimar, não vou desistir. E a cada repetição, principalmente nas últimas, a cada kg a mais nos aparelhos, inclusive supino e desenvolvimento com halteres, a cada agachada, a cada tremida, a cada dia de dor... A cada dose de proteina, a cada gole de água, a cada minuto correndo, a cada maldito abdominal... Eu vou me lembrar de que superei meu maior defeito, de que cresci e me tornei mais forte do que vocês e do que eu mesma.
Ah, e antes de encerrar, um pensamento:
"Se não tem capacidade de respeitar, tenha de calar a boca!"
Um beeijo pra todos vocês, sedentários.
Jaque.
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