quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Certezas

"Não quero alguém que morra de amor por mim. Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando. Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade. Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim… Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível… E que esse momento será inesquecível.

Só quero que meu sentimento seja valorizado. Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre, e que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor. Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho, que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento e não brinque com ele.

E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo. Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe, que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.

Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz. Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas, que a esperança nunca me pareça um “não” que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como “sim”.

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros, sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim… e que valeu a pena!"

(Mário Quintana)



Gosto desse texto. Gosto do modo simples com que Mário Quintana trata nossa necessidade de amar, simplesmente amar, como a única certeza requerida. Como se bastasse isso pra que todo o resto de dissolvesse. Basicamente, concordo com ele. E talvez seja a grande explicação deu gostar... Escorpianos não amam, só se apaixonam, eu sei... Então, pulemos o amor, e partamos para as certezas.


Minha vida continua aquela incógnita maldita. Meu 2010 começou, passou-se um mês inteiro e mais alguns dias de brinde, e eu ainda não sei o que esperar. Isso continua me angustiando muito, o suficiente pro meu estômago arder em gastrite. Me irrita muito, ainda e apesar de todos os pranayamas de que consigo lembrar, saber - não achar - que não me contratarem por ter dezessete anos é uma tremenda injustiça. Injustiça das brabas. Não quero - e não vou - partir pra ignorância, armar escândalo, nem brigar com ninguém. Mas sei que, no maior pico de emoção negativa do meu bimestre, vou me acabar em lágrimas rancorosas.

Eu simplesmente quero esse emprego.

Não é que eu realmente precise - considerando a hipótese deu conseguir a bolsa na faculdade, claro - porque na pior das hipóteses vou continuar trabalhando na loja e, como seria em tempo integral (o pior dos meus pesadelos, acredite) talvez ganhasse um suave aumento.

Nem é só por pirraça (claro: liberdade e independencia financeira, além de horários livres e não trabalhar com pai, mãe e tia, é ótimo; e digamos que essa frescura com a minha idade tenha aumentado consideravelmente minha vontade desse emprego), mas porque eu adoro a área da educação infantil.

Não, não pretendo, nem tenho vocação, pra ser professora. O mundo da notícia é meu mundo, vai ser minha vida, foi a minha escolha. Então nem perca tempo me aconselhando a faculdade de Letras ou Pedagogia, no lugar de Jornalismo (que, afinal, nem precisa de diploma mesmo, né?). Também não comece com aquele papo cafona de maternidade. 

Eu simplesmente me interesso pela educação infantil, porque é a partir dela que formamos o mundo. Se não temos uma infância - acima da escola, uma vida infantil - decente, não adianta muita coisa o ensino fundamental, nem o médio... Não em matéria de conhecimento, claro. Mas de cidadania, educação, princípios, ideais e atitudes como respeito, gentileza, atenção, dedicação, elegancia, decência ética e moral,... tudo isso deve ser trabalhado na infância, na pré escola. É uma fase, digamos, esponja: a criança absorve tudo o que você oferecer a ela, tamanha é a sede, a curiosidade. 

Pra criança de três, quatro anos, tudo é novo, tudo é diferente - mesmo nos dias de hoje onde tudo perdeu o brilho e a única coisa capaz de distraí-las pareçe ser o Ben 10 -  e elas só precisam de um pouco de incentivo adulto - ou adolescente, já que uma garota de dezessete anos é perfeitamente capaz de incentivar crianças - pra crescerem, evoluirem, aprenderem da melhor forma possível e ainda se tornarem crianças amáveis e educadas, com vontade de ir pra escola; não capetinhas que sorriem na frente dos pais e batem nos professores pelas costas deles.

Francamente: uma boa brincadeira, uns sulfites e lápis de cor, talvez uma música... Que mais uma criança de creche precisa pra se distrair? Mané video game o que, ow! Ela precisa de cultura, de criatividade, de música, artes, filmes, desenho livre, tesoura sem ponta, cola e purpurina (é que a vida já é sem graça, então, não economize purpurina) e uma auxiliar de sala que goste do que está fazendo (não que vá lá obrigada, pelo décimo terceiro e cestas básicas, e que olhe pros pequenos e veja só um bando de bichos insuportáveis), que veja nelas grandes oportunidades de sucesso, de crescimento, inteligência, capacidade... que veja nas crianças um pouco da magia que esse mundo perdeu faz tempo.

É preciso, pelo amor de Deus!, trabalhar a imaginação das crianças outra vez, como nos tempos em que fazíamos teatros, apresentações, cantávamos, inventávamos coisas 3D (numa época onde nada era 3D, acreditem). Sim, corríamos, subiamos em árvores, jogavamos bola, brincavamos de boneca. Computador era coisa chata de gente grande.

No pré, eu e uns amigos gastávamos nossos intervalos usando os restos de papel colorido que a profesora ia jogar fora, nossos amados lápis de cor Faber Castell 12 cores, tesoura e cola bastão (detesto a líquida, mas se sujar faz bem!), pra confeccionar cartões (3D, claro) pra professora (a melhor do mundo!) e ela foi enchendo uma bancada. Quando vimos, não tinha mais espaço pra tanto cartão, tanto desenho e recorte. E, acreditem ou não, não haviam pares. Sequer um igual ao outro.

O que é isso, senhoras e senhores? Falta do que fazer? Não! Excesso de imaginação! Muito incentivada, trabalhada, moldada, lapidada e, claro, aplicada.


Vou deixar as incertezas da minha faculdade (ballet, capoeira, vida amorosa...) pra amanhã.
Isso me cansa muito.

“brincando entre os campos das nossas idéias,
somos vagalumes a voar perdidos”


Beeijos, Jaqueline.

Um comentário:

Luiz Loureiro disse...

Ô JAQUE! Q PAPO É ESSE D NAO TE DEIXAREM TRABALHAR COM OS MIUDOS!?

oO

SE É ASSIM PQ TE DEIXARAM SE INSCREVER NO CONCURSO?! Q BOBAGEM!!

ESSE POVO TEM MESMO UMA MANIA DE COMPLICAR AS COISAS SIMPLES NÉ? MAS AS COISAS SEMPRE SE ARRUMAM... É TER PACIENCIA, DEIXAR A VIDA DAR FORMA A SI MSM... E TORCER, EU ESTOU TORCENDO! HEHE (MAS EM TODO CASO, SEMPRE HÁ UMA ADVOGADA DORMINDO NO QUARTO AO LADO DO MEU... HEHEHE)

E QNT AO TD MAIS... ISSO NAO É NADA! EU NUNCA AMEI NINGUEM, E NUNCA TIVE PROBLEMAS, NUNCA SOFRI... AMOR É PRA OS FRACOS MINHA QUERIDA! HEHE ESTAMOS DEFINITIVAMENTE ACIMA DESSES SENTIMENTOS RELES!!! HEHEHE

BJOS!!! AMO-TE MUITAO HEHE