Eu sei que deve parecer mentira. Sei que deve parecer papo de quem quer se mostrar toda forte, toda inteira. Sei que num mundo de gente quebrada, quem quer que esteja só ralada e não reclame de ter que passar o mertiolate acaba por não merecer tanta confiança.
Foda-se.
A questão é que, assim, dá sim uma tristezinha quando eu acordo e lembro e aí preciso colocar uma vírgula no pensamento e atualiza-lo com os últimos acontecimentos. Não vou negar.
Mas sei lá... A questão é que felizmente, dessa vez eu tenho uma vida pra continuar tocando. Na verdade a única coisa que mudou foi você. Eu continuo aqui, com meus quatro empregos, meu apartamento, meus sonhos, minhas viagens, meus textos, meus amigos, minha família, minha dança, minhas fotos, minhas lembranças e, principalmente, minha incrível capacidade de me encantar. De sonhar, de me alegrar com coisas novas.
Isso sempre foi o que me manteve caminhando (também foi, é claro, o que me colocou em incontáveis situações complicadas, não sejamos hipócritas): minha incrível capacidade de sonhar, de achar que é possível, que tudo pode ser melhor que ontem, novos sonhos ao amanhecer e toda aquela patacoada de gente otimista - o que eu nunca fui, mas é que tenho esse dom de acreditar em mim. De ver as minhas capacidades e as minhas forças e eu simplesmente sei que o que quer que eu decida fazer será incrível.
Parece presunçoso, né. Eu sei. Mas é que a gente não tá muito acostumado a falar bem de si. E num mundo que lucra com as nossas fraquezas, reconhecer e alimentar nossas fortalezas requer muita coragem.
A questão é que eu (finalmente) aprendi que quando uma coisa não depende (mais) de mim, eu simplesmente posso deixá-la ir. E essa foi a descoberta libertadora da semana. Não tenho que fazer nada. Não preciso mexer um músculo sequer pra consertar nada. Não apertarei os parafusos e nem buscarei mais cola. Não há nada a ser feito. O que não tem remédio, remediado está: simples né. E eu continuo existindo. Um pouco mais magra, com um pouco mais de tempo livre e de volta à vida de satisfações sobre garrafas de cerveja no carro (por pouco tempo, espero).
Nada mudou.
Com a música certa, até o coração fica mais leve... Com a frase motivacional certa, até os sábados a noite terão sua graça... Aos poucos, a poeira baixa, o barulho diminui (e vai ficando mais baixo que o zumbido permanente), a ausência desaperta.
E a senhora projetinho vai achar outra coisa pra colocar o foco, a energia, o tempo. Outra pessoa. Dessa vez, tomara que seja eu mesma.
Que eu me desdobre pra divulgar a minha própria empresa. E compre coisas que vão me fazer feliz. E gaste energia me divertindo com a faxina do meu próprio quarto. E procure os livros que eu mesma quero ler. E cozinhe nas noites de TPM, mesmo que só pra mim.
E que eu mesma me dê flores e textões-declaração - não só por hoje, mas sempre. Pra sempre.
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