sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

venha me beijar de uma vez

Como diria Belchior, enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não – escrevemos! 


Você foi, de longe, uma das pessoas mais... o que? Importantes? Especiais? Malucas? Não sei dizer: nem o que você foi nem o que ainda é, pra mim. Sei assim: que quando te vi algo explodiu em mim. Por dentro, faiscaram fagulhas. Luzes de alerta piscaram na minha mente mas, com o coração em chamas, quem ia prestar atenção nas luzes vermelhas e nas placas de saída? 

Caminhei até você pisando em brasa e sorrindo. Você me bagunçou tal qual Liniker canta... de um jeito tão gostoso que chega a ser dolorido. De certa forma, quando nos despedimos, sabia que não havia sido um encontro qualquer. No fundo, aquele momento estupidamente normal despertou algo. E logo eu, que nunca acreditei em almas gêmeas, senti que te conhecia de outras vidas. E fui embora com o coração na mão...

E cada encontro, mais sentia meus pés fora do chão... E sei que você flutuava comigo. Nenhuma conversa nunca foi tão fluida. Tão leve. Tão suave. 

Sempre cito aquela frase que diz que a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida. E mais ainda aquela que diz que tudo acontece como tem que acontecer... Aconteceu? Preciso acreditar que sim, pra seguir em frente. A vida segue, você disse. Tem que seguir, disse de volta. Mesmo assim, depois de tantas voltas da vida, cá estamos nós de novo, no mesmo barco. Na mesma sintonia. Com o mesmo olhar desejoso dos olhos do outro. Os dois corações similarmente disparados, de cada lado do telefone.

Já que você me bagunçou... Deixa eu bagunçar você também?

Eu só quero um gole de cerveja. 
No seu copo. No seu colo e nesse bar. 


O resto a gente vê depois. 

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