Por Jaqueline Rosa
No dia 12 de maio é comemorado o Dia do Enfermeiro e essa é uma
homenagem a todos os profissionais que amam o seu trabalho e abraçam sua missão
Greicy Anne Silva Amaral é uma
nordestina de sorriso aberto, fala solta e brilho nos olhos, apaixonada pelo
que faz: proporcionar às mães o seu primeiro encontro com seus bebês.
Enfermeira obstetra, formada pela
Universidade Adventista de São Paulo, a jovem de apenas 26 anos trabalha na
Santa Casa de Cabreúva há seis meses e já se mostra uma verdadeira especialista
em transformações: com ela o receio vira confiança, o medo vira esperança, a
dúvida vira resposta, a solidão vira risada, amizade, parceria. O frio vira humanização.
Greicy – assim como as demais enfermeiras obstetras da Santa Casa – realiza um
trabalho que requer muita técnica, mas mais carinho. Muito estudo, mas mais
empatia. Muita dedicação, mas mais vocação. Ela acolhe gestantes no caminho até
sua grande alegria: o nascimento de seu filho.
Aos 14 anos, Greicy decidiu que
queria viajar o mundo e ajudar as pessoas. Escolheu enfermagem, pois saberia
que com isso, seria capaz de ajudar muita gente em qualquer lugar. Segundo ela,
foi através de amigos que já realizavam esse trabalho em Guiné Bissau (um dos
10 países mais pobres do mundo), que ela teve a oportunidade de vivenciar sua
primeira experiência no continente africano, para onde já foi duas vezes como
voluntária.
Leia o relato da enfermeira:
“A experiência que tive em Guiné Bissau foi uma das melhores da minha
vida. Eu prezo muito a humanização e simplesmente não tem como ir até lá e não
se sensibilizar com a situação daquelas pessoas. Eu fiquei em Bissau, capital
do país, e pude entrar em contato com uma realidade surreal onde eles não têm
sequer o mínimo. Não tem nem saneamento básico, é uma realidade miserável, mas
lá recebi uma lição de vida incrível. Nós temos tudo e não damos valor, eles
não têm algo simples e essencial como água potável, mas agradecem pelo Sol e
pela Lua que iluminam o céu, a alegria e gratidão deles são imensas e esse
ensinamento não tem preço.
A minha maior motivação é poder ajudá-los a cada missão, é tão bom
saber que eles nos esperam e que apesar do simples o objetivo é alcançado! Para
ser missionária, além de disposição, é preciso amor, afinal é o amor que muda
tudo! Quando cheguei naquele país, apesar de ver tanta miséria, tive certeza
que Deus existe e não se esquece dos filhos Dele. A maior prova era que eu
estava lá junto com um grupo cheio de amor e disposição para ajudá-los.
Na Santa Casa minha maior realização profissional é literalmente
partejar e fazer parte do momento mais importante de cada gestante. Abraçar
cada uma, segurar firme na mão, olhar no olho e dizer ‘não desiste’ e no final
poder entregar o que ela mais espera: o amado filho. Quando acaba e elas choram
de alegria e me agradecem por ter sido um anjo na vida delas, sei que cumpri
minha missão. Eu amo esse trabalho e, se eu pudesse voltar no tempo e escolher
de novo, a decisão seria a mesma.”
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