escrito em 30 (ou 31?) de dezembro de 2011
Cá estamos: eu, Jack - Johnson - e a minha televisão barulhenta (que agora está no mute, pra não atrapalhar o doce som da voz desse surfista lindo, digo, talentoso). Como ia dizendo, cá estou, com Jack, fazendo um balanço final de 2011. Parece-me que foi bom, apesar de ser capaz de lembrar de um punhado de coisas que me fizeram chorar.
Não seria nunca capaz de lembrar de tudo. Parece que ontem mesmo foi a Páscoa e estávamos nós dois no estacionamento do Serra Azul. Hum. Lembro pouca coisa de janeiro. Lembro de um bêbado e divertido carnaval - misturado com um punhado de terapia e discussão de mapas as trológicos. Lembro de feriados longos, de quartas-feiras sem aula na faculdade. Lembro da tristeza de trabalhar num horário ruim.
Lembro da Páscoa, do teatro, dos ovos de chocolate. Lembro do seu aniversário, do aniversário do meu pai, do nosso aniversário de namoro. Lembro que consegui mudar de horário no trabalho e voltar pro ballet. Lembro que cada terça e casa quinta me pareciam como um pedaço de sonho, de algodão doce, de céu.
Lembro dos meus salários caindo na conta e me fazendo sentir a pessoa mais rica da humanidade - até que vinham as contas e puft! o dinheiro sumia! Lembro das férias de julho, dos churrascos, dos amigos, dos filmes, dos livros.
Lembro do pior semestre de toda a minha vida estudantil. Lembro da preguiça, do marasmo, da falta de ânimo, de coragem, de ideias. Lembro da falta de criatividade. Da falta de tesão, da falta de vontade de enfrentar um novo desafio.
Lembro das mil páginas da apostila de psicologia, que não acabavam nunca. Lembro de aulas perfeitas com o professor Agnelo, que me fizeram literalmente rir e chorar.
Lembro de madrugadas inteiras chorando. Lembro de tardes gostosas deitada na rede, vendo o sol se por. Lembro das músicas que ouvimos baixinho na Nova Brasil antes de dormir. Lembro dos livros que comprei por impulso e não por vontade de ler. Dos dias que passei pensando bobagens, das noites insones sonhando acordada. Lembro do meu aniversário, das coisas bonitas que li em cartões, das brigas bobas com a minha irmã, das vezes em que eu, simplesmente, dormi.
Lembro de ter me importado muito com algumas coisas e pouco com outras. Lembro de querer dar mais cor a minha vida. Lembro de viver em função de te fazer feliz. Lembro de finalmente, admitir que gosto do cachorro que minha mãe adotou. Lembro de fazer um esforço pra ser legal com o pirralho do meu irmão. Lembro o quanto temi, o quanto rezei, por pessoas que nem gostam tanto assim de mim.
Lembranças são só isso. Mas é de lembranças que se faz história. E é de história que fazemos um futuro. Posso lembrar de tudo o que me aconteceu este ano. O que importa, afinal, não são os fatos, mas o modo com que lidamos com eles. Chorei muito, ri bastante, fui preguiçosa, medrosa, infantil,... mas não deixem em nenhum momento que minhas emoções verdadeiras se escondessem atrás de uma máscara. O tempo todo fui sincera e fiel àquilo que eu acredito e vivi cada segundo visando o meu único objetivo: terminar o ano sabendo que fiz o que devia, o que podia e o que queria. Não necessariamente nessa ordem...
Beeijos, Jaqueline.
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