sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ponto e vírgula

Tensão pré CFC. Descobrir horários de ônibus, me matar com o inglês, correr pra auto-escola, ter aulas muito chatas, esperar ônibus sozinha, morrer de medo e frio, chegar tarde na casa da ria e acordar bem mais cedo, pra ir à pé trabalhar. So good.

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Quando encostei no fortinho do seu peito, como diria Tati Bernardi, e senti  aquele seu perfume amadeirado; quando sua respiração fez minhas ideias subirem e descerem, acompanhando o movimento; quando sua mão quente tocou a minha, protetoramente e eu, de súbito, olhei nos seus olhos sorridentes, um branco impossível de camiseta de propaganda de sabão em pó me tomou a mente e não consegui pensar nem dizer nada. Prendi a respiração, pra que não corresse o risco de atrapalhar aquele momento ou, vai saber, acordar do que parecia ser um sonho.

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Beeijos, Jaqueline.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Lista de reprodução automática

Música me inspira como um sorriso. Cá estou eu com Leoni, dessa vez. Acho a música dele tão triste. Sério. E não estou triste. Começou a cantar sozinho, na minha lista de reprodução com um zilhão de sons. Mas acho também que a tristeza dele é a mais romântica de todas as coisas que doem. É a solidão de quem está rodeado de gente, o silêncio, o vazio, num lugar onde tudo é vida. Acho que em cada um dos seus versos, o que ele canta é aquele amor verdadeiramente dolorido. Aquele que a gente nunca quer sentir, mas sente. Aquele que pode acabar nos matando, mas que não abandonamos nem sob essa ameaça.

Agora está tocando Lifehouse. The Joke. Gosto da batida da música. Se não estivesse com tanto sono, tentaria cantar. É uma música que me faz bater o pé no chão, marcando compasso. Não lembrava que tinha ela aqui, que coisa. Tanta porcaria no meu computador. Metade das músicas que tem aqui eu nunca vou escutar pela segunda vez (e no caso de algumas que a Luana passou pra cá, não vou ouvir sequer uma vez). Acho que Lifehouse tem cara de trilha sonora daqueles filmes água com açúcar que eu adoro! Easier To Be, por exemplo, seria uma boa trilha praqueles momentos em que a mocinha está indo embora da cidade, daí filmam ela encostada na janela do táxi, com olhar triste, e depois o mocinho-príncipe-encantado sentado na escada da casa onde ela morava, com aquela cara de cachorro que caiu do caminhão. Adoro essa música.

Até hoje não sei se gosto da Lily Allen. Depois de uns três minutos, a voz dela me enjoa. Muito doce, muito suave, muito menininha de cor de rosa. Boa mesmo é a voz da Ana Carolina, da Cássia Eller, da Maria Gadú...! Lily Allen, Regina Spektor, Vanessa da Mata,... Duas ou três músicas só. No máximo. E eu, acho, gosto das três.

Não gosto do Lobão. Já ouvi Me Chama em versões melhores. Próxima. It’s Gonna Be Love, na voz da Mandy Moore. Linda. Mas altamente depressiva. Vide Um Amor Pra Recordar.

Sertanejo. Pula. Funk (foi a Luana!). Pula. Man in the mirror, MJ. Não gosto dessa música. Acho um desperdício de Michael. Bom mesmo é They Don’t Realy Care About Us, Black or White e Dangerous.


Falta do que fazer dá nisso: análise de lista de reprodução automática, rs.
Beeijos, Jaqueline.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

All my heart ir yours

"Porque eu respiro só para poder sentir o seu perfume, enxergo só para poder ver seus olhos, seu sorriso... Tenho ouvidos só para saborear o som da sua voz. Meu paladar é só para sentir seu gosto e toda a superfície da minha pele só faz sentido de existir se for pra tatear você..."
(Jaqueline Rosa)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

E lá se foi 2011...

escrito em 30 (ou 31?) de dezembro de 2011

Cá estamos: eu, Jack - Johnson - e a minha televisão barulhenta (que agora está no mute, pra não atrapalhar o doce som da voz desse surfista lindo, digo, talentoso). Como ia dizendo, cá estou, com Jack, fazendo um balanço final de 2011. Parece-me que foi bom, apesar de ser capaz de lembrar de um punhado de coisas que me fizeram chorar.

Não seria nunca capaz de lembrar de tudo. Parece que ontem mesmo foi a Páscoa e estávamos nós dois no estacionamento do Serra Azul. Hum. Lembro pouca coisa de janeiro. Lembro de um bêbado e divertido carnaval - misturado com um punhado de terapia e discussão de mapas as trológicos. Lembro de feriados longos, de quartas-feiras sem aula na faculdade. Lembro da tristeza de trabalhar num horário ruim.

Lembro da Páscoa, do teatro, dos ovos de chocolate. Lembro do seu aniversário, do aniversário do meu pai, do nosso aniversário de namoro. Lembro que consegui mudar de horário no trabalho e voltar pro ballet. Lembro que cada terça e casa quinta me pareciam como um pedaço de sonho, de algodão doce, de céu.

Lembro dos meus salários caindo na conta e me fazendo sentir a pessoa mais rica da humanidade - até que vinham as contas e puft! o dinheiro sumia! Lembro das férias de julho, dos churrascos, dos amigos, dos filmes, dos livros.

Lembro do pior semestre de toda a minha vida estudantil. Lembro da preguiça, do marasmo, da falta de ânimo, de coragem, de ideias. Lembro da falta de criatividade. Da falta de tesão, da falta de vontade de enfrentar um novo desafio.

Lembro das mil páginas da apostila de psicologia, que não acabavam nunca. Lembro de aulas perfeitas com o professor Agnelo, que me fizeram literalmente rir e chorar.

Lembro de madrugadas inteiras chorando. Lembro de tardes gostosas deitada na rede, vendo o sol se por. Lembro das músicas que ouvimos baixinho na Nova Brasil antes de dormir. Lembro dos livros que comprei por impulso e não por vontade de ler. Dos dias que passei pensando bobagens, das noites insones sonhando acordada. Lembro do meu aniversário, das coisas bonitas que li em cartões, das brigas bobas com a minha irmã, das vezes em que eu, simplesmente, dormi.

Lembro de ter me importado muito com algumas coisas e pouco com outras. Lembro de querer dar mais cor a minha vida. Lembro de viver em função de te fazer feliz. Lembro de finalmente, admitir que gosto do cachorro que minha mãe adotou. Lembro de fazer um esforço pra ser legal com o pirralho do meu irmão. Lembro o quanto temi, o quanto rezei, por pessoas que nem gostam tanto assim de mim.

Lembranças são só isso. Mas é de lembranças que se faz história. E é de história que fazemos um futuro. Posso lembrar de tudo o que me aconteceu este ano. O que importa, afinal, não são os fatos, mas o modo com que lidamos com eles. Chorei muito, ri bastante, fui preguiçosa, medrosa, infantil,... mas não deixem em nenhum momento que minhas emoções verdadeiras se escondessem atrás de uma máscara. O tempo todo fui sincera e fiel àquilo que eu acredito e vivi cada segundo visando o meu único objetivo: terminar o ano sabendo que fiz o que devia, o que podia e o que queria. Não necessariamente nessa ordem...

Beeijos, Jaqueline.