Segunda-feira, por volta das onze da noite, eu -brincando de mudar de canal- encontro um debate incrivemente (tosco) interessante na RedeTV, mais detalhadamente no Superpop, programa apresentado pela (mulher do vice presidente da RedeTV) Luciana Gimenez.
De um lado As Popozudas, lideradas pela (péssima)vocalista Valeska, seguida de suas duas fiéis dançarinas, as três pertencentes ao grupo Gaiola das Popozudas. Vestidas com seus saltos 15, tops acolchoados que levantavam seus peitos enormes até o queixo e saias ou shorts minúsculos exibindo aquelas pernas torneadíssimas que aguentariam 200 kg no Leg Press e seus abdomens e piercings invejáveis.
Do outro lado As Recatadas! Mulheres independentes, que trabalham fora, com os cabelos chapados e uniformemente tingidos em tons castanhos com maquiagem levíssima, com suas roupas comportadas, com mangas, gola pólo, botões fechados. Sem falar nos sapatos. Normalmente baixos. Comportados (chatos!!!). Unhas claras, pele perfeita, roupa sem graça e sem atitude. Exibindo o ar da superioridade que elas não possuem.
Sim, senhoras e senhores, um verdadeiro bafafá! Praticamente o debate do ano, quando (felizmente!!) eles não falavam de filmes pornôs, gravidez, sexo, capa da Playboy ou da filha da Grethen.
A acusação: a letra do funk do grupo Gaiola das Popozudas , principalmente as letras 'proibidonas', cantadas geralmente 'nas comunidades' e em bailes pra maiores, detona a imagem da mulher brasileira, tornando-a um simples objeto, sem conteúdo algum, sem valor, que faz com que os homens pensem que toda mulher é assim, vazia, e -então- ache que elas não mereçam ser conquistadas (já que são puros objetos de coleção, ou seja, quanto mais melhor).
A defesa: Valeska, a vocalista, escreve suas letras enaltecendo (não, senhoras e senhores, ela não usou essa palavra!) as mulheres e (essa palavra ela usou!)
marretando os homens. Que, geralmente, suas letras contam histórias sobre mulheres que foram esnobadas por alguem e, tempo depois, xavecadas pelos mesmos e, então, esnobam eles também. Resumindo: aquele nível adorável a que descem as mulheres pra se vingar. Geralmente o mesmo nível daqueles que a recebem.
A música mais criticada foi Agora Eu Sou Solteira das tais engaioladas, música que, admito, eu adoro, cuja letra diz 'agora eu sou solteira e ningúem vai me segurar', diferente da versão "proibidona" que diz 'agora eu sou piranha e ningúem vai me segurar' (que há de proibido nisso?!) o que, segundo as Recatadas não´descreve mulheres que se vendem, mas mulheres que se dão. Literalmente. A quem quiser e passar primeiro. Valeska e suas dançarinas popozudas esclareceram que, ao contrário do que acusam as Amélias, a música não quer dizer nada disso e é, na verdade, uma crítica à sociedade machista em que vivemos na qual o homem 'pega' quantas quiser e é o garanhão e as mulheres, se agirem dessa maneira, são piranhas, mas piores pessoas do mundo. Just this. Descrevem mulheres que tem a coragem de agirem segundo a sua vontade. Sem ligar pros outros ou pro que eles pensam.
Sem comentários pros insultos das pseudo-Amélias (com HÍFEM SIM porque eu só vou adotar essa p***a de reforma ortográfica em 2012 se, e somente SE, for mesmo obrigatório) que xingaram as popozudas, diretamente ou não, de más filhas e mães, putas mesmo (sem meias palavras) de mulheres fáceis, sem conteúdo e trabalho digno.
As pseudo-Amélias que me desculpem, mas meu voto vai pras Popozudas que não me afetam nenhum pouco com suas letras.
Beeijoos, Jaqueline.
Nenhum comentário:
Postar um comentário