quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Passado
"Peguei a caixa e sentei no chão. Afastei a cama e o tapete pra dar espaço. A caixa. Grande, pesada. Encapada com letras miúdas dum jornal qualquer. Levantei a tampa e a pus de lado. Me arrepiei só de pensar que estava mexendo naquilo de novo. Sempre prometo que vou largá-la, esquecê-la. Quem sabe até jogá-la fora, um dia. Dentro da caixa, outra caixa, menor. Era vermelha, de papelão, dum presente que minha mãe ganhou. Ao redor da caixa velhos desenhos, aquele meu colar de bruxinha de biscuit, aquela correntinha arrebentada, a concha que sobrou do par, o ursinho que, num aperto, dizia que me amava. Peguei a caixa vermelha. Um material resistente aquele. Havia colado na tampa vários corações adesivos e escrito meu nome. Peguei-a e assustei com o peso das palavras. Eram tantas cartas que ela mal fechava. Cartas escritas por mim mas que nunca encontraram seu destino. Cartas de amigas, de amigos, de amores. Cartas que guardo pra lembrar de tudo o que vivi e lembrar que ainda há muito a ser vivido. Aquela saudade de certas coisas. Arrependimento jamais. Uma coisa que aprendi nos últimos anos é que devemos ter orgulho de tudo o que fazemos e levantar a cabeça diante dum erro de percurso. Nunca me arrependo do que faço, mas sim do que deixei de fazer. Pois os erros que cometi me serviram de lição. Então serviram." ~~> ~~> Faça as pazes com o seu passado, mas não esqueça dele. Use-o como exemplo do que deve ou não ser feito de agora em diante. Faz um bem danado. Pra você e tooodo mundo que te conhece ;D ~~> Beeijoos, Jaqueline.
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Um comentário:
Migaaa do céu!
Esse texto tá divino!!!
Olha, tá muuuuuito inspirada esses tempos hein. Você tá cada dia melhor... mais poetica... mais mais!
Adorei mesmo!
Bjaum!
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