A tal vida real. O prato de comida já esfriou, você nem sabe que horas são. O chorinho só passa no colo. Quer dormir, mas não consegue. Ele, na posição preferida. Você, morrendo de dor nas costas: dez quilos a mais, ainda de pijama. Anda pra lá e pra cá. Nada. Choro. Toma o peito. Não quer. Choro. Anda pra lá e pra cá. O choro passa, mas os olhos estralados denunciam que não está dando certo. Você recorre ao secador de cabelo e seu ruído branco de que tanto falam por aí. E reza. Reza pra cria dormir, porque se ela não dorme agora, a coisa só vai piorando. Os hormônios não sintetizam, a pega só peito não acontece, o stress aumenta - dele e seu. O secador assusta no primeiro momento, mas segundos depois você já sente o bebê relaxar. Menos a mão, que aperta firmemente seu sutiã, como quem diz "é aqui que quero ficar, mamãe, não me põe no bercinho quando eu dormir". Até que, enfim, o bebê dorme. Até que, enfim, sua expressão suaviza. Sutilmente, como se o mundo dependesse da sua delicadeza, você o coloca no berço. Em cinco minutos, ele acorda.
E vida que segue.
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