"O mais importante para um escritor é publicar? Não. É escrever"
(Cora Coralina)
Quando o cursor pisca numa página em branco, eu sempre penso: 'não tenho o que escrever, vou embora'. E muitas vezes eu vou mesmo. Acontece que o mais difícil nessa vida é começar. Um texto, uma dança, uma história, uma conversa, um relacionamento, uma amizade, uma poesia, um hábito, um jantar.
Antes de começar, a coisa tem um quê de impossível que nos faz titubear. Prevemos erros, imaginamos diálogos, achamos que vai chover, que não daremos conta, que nem será tão bom assim. E nos convencemos de que aquilo não era importante, não era uma boa ideia, não era pra ser, 'nem queria mesmo' e tal.
Tudo nessa vida, ao meu ver, depende de coisas como a coragem de tentar e a prática. Ou seja. Tem que começar para, depois, treinar muito e ficar bom naquilo. Seja falar e público, fazer maquiagem pra carnaval, dançar taksin de violino, tocar guitarra, aprender bolero, decorar uma canção, aprender uma língua, fazer macarons, pedir desculpas, falar com estranhos, pintar as unhas, programar uma máquina, pilotar um avião.
Se você nunca se propor a fazer algo, você nunca vai fazer.
Simples assim. Claro que você vai errar. Claro que talvez a primeira vez seja uma droga e você até desanime um pouco. Talvez no fim da receita você descubra que precisava de forminhas porque a massa é mole e tenha que improvisar. E talvez você se surpreenda. Com seu potencial, seu jogo de cintura, seu talento, sua dedicação, com o sabor, com a música, com aquele passo que você nem sabe como inventou e que deu um charme a sua dança. Talvez você se divirta tanto que nem ligue se a performance está boa. Talvez você aprenda coisas que nunca imaginou. Talvez...
Na dúvida, que tal deixar florescer a tentativa.
Se o erro brotar, a gente poda, aduba, rega e espera a próxima primavera pra ser flor de novo.
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