quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Você tem que falar sobre aquilo que ama



"Você tem que falar do que aconteceu de bom no seu dia.
Você tem que falar sobre aquilo que ama para trazer tudo o que ama para sua vida."
(Rhonda Byrne)


Ontem eu fiz uma coisa que eu amo muito: rasgar papel. Sim, primeiro porque tem aquele barulhinho divertido, depois porque você, de fato, se livra de coisas que estão atolando seu guarda roupas e, se der sorte, acha uma ou outra coisa engraçada - como exame de vista ou ultrassonografia ou papéis da faculdade e aquele certificado do curso de massas.
Ontem, especialmente, eu arranquei todas as folhas usadas da agenda 2014. Sim, porque todo mundo sabe que agenda só serve pra alguma coisa até abril ou maio, depois é peso na mochila. O bacana é que isso me deu uma sensação doida de que o ano está acabando e quando eu fui ver tava mesmo. 

Hoje é dia 30 de outubro, já era o mês mais legal do ano, galera! E eu escrevi tudo isso pra dizer que "eu tenho que falar do que aconteceu de bom no meu dia, falar daquilo que eu amo pra trazer o que eu amo pra minha vida" :D 

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 Tá, ok. Eu sei que eu to aqui, criando concorrência com gente muito mais competente do que eu. Me sinto uma invasora as vezes, como se não tivesse o direito de exercer uma coisa que não estudei, mas, francamente, eu gosto tanto de fotografar, que quem se importa se eu tenho um diploma, certo? 

E eu estou me sentindo tão feliz, tão animada, tão sorridente, tão ansiosa, tão abençoada porque minha agendinha (uma nova, do Beto Carrero, que eu peguei só pra isso) tá se enchendo de eventos e festas de aniversário de crianças lindas pra eu fotografar *---------------* e isso me faz pensar que acima de algumas coisas estão o amor que a gente coloca nas coisas que faz e o compromisso de nos dedicar a fazer bem feito. 

Pensando em tudo isso, penso em outra coisa que eu amo demais, que é dançar. Ontem , na limpeza rasgadora de papelicos, achei coisas que me fizeram lembrar que 2014, no quesito dança, rendeu. Fui na Khan el Khalili, assistir as queridas Aziza, Ju Marconato e Mahaila, além do Tarik. Fui no Mercado Persa, onde os olhos brilharam tanto que chegaram a doer. Dancei Michael Jackson, depois de meses ensaiando, testando cabelos e maquiagens doidas. Fomos no FALA ESME Ao Vivo, conhecer minha bailoca, minha BFF, minha diva. Depois, fomos fazer aula com ela no ninho da bailocada mais linda do mundo: Núcleo Ju Marconato. Depois, teve o Festival Shimmie, o SIX, vi Munira, Kilma, Ju, Aziza Mahaila e Kahina. E conheci a Nur. CARA, eu conheci a Nur! E estamos finalmente aprendendo pandeiro. Vamos dançar no Polytheama!!

Eu sei que falta muito, que sou sedenta e quero sempre mais. Mas esse ano valeu a pena, sim. Pela dança, pelas fotos, pelas viagens (lugares muito frios vieram e lugares muito quentes virão...), pelas companhias, pelas pessoas - que são quem, de fato, fazem a vida valer a pena. Pro trabalho, foi um ano ótimo. Pros estudos não, mas estou quase me convencendo de que não é hora de uma pós, ainda. 

Enfim. Acho que quando chega o fim do ano, somos convidados, sempre, a fazer a lista de metas não atingidas e ficar pensando "poxa, mais um ano acabou e não fiz tal coisa, não fui pra tal lugar". É sempre a negação, a parte não cumprida, não realizada.

Fica aqui, então, um convite. Quando vocês sentirem que o ano está acabando, pensem nas coisas boas. Pensem nas coisas que vocês amaram nesse ano, para atrair coisas ainda mais apaixonantes no próximo ano. Porque não adianta reclamar. Sartre deixou bem claro que somos os únicos responsáveis pela nossa felicidade. Os únicos responsáveis, também, pelo nosso sofrimento.

Vamos amar, então, né?

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

=/

Um pouco sobre ontem, em um texto que eu gostaria de ter escrito.

Aquela

Sou aquela jornalista metida a besta e mal humorada que, minuto sim, minuto também, está com o sangue fervendo, reclamando de algo que a deixa inconformada. Também sou aquela que vez ou outra faz piada de si mesma, faz os outros rirem e exagera no último cada cena. Sou a que devia estar escrevendo óperas melodramáticas, não releases, ou ganhando dinheiro com teatro, porque, olha... Haja drama!

Sou aquela que vira  e mexe tem vontade de largar tudo, dar uma de Natália Piassi, mudar pra Araraquara e estudar dança. Sou a mesma, aquela mesma garota que queria mudar o mundo, aprender a fazer tranças embutidas no próprio cabelo mas também sou a que não tem paciência nem para assistir o comercial inteiro sem mudar de canal.

Sou a criança que assiste desenhos e quase chora – na verdade, eu choro – no final. Sou a pré adolescente que ainda acredita que Harry Potter nos ensina lindas lições de amizade e coragem.

Sou aquela que pende entre a inocência de acreditar que tudo na vida tem um lado bom – e que todos merecem a chance de provar que são dignos de qualquer tipo de afeto – e aquela que, cansada, as vezes desiste de lutar, as vezes chora, as vezes grita, as vezes manda tudo de f***r.

Sou a que não deixa calar um instinto, não esquece nunca do sexto sentido e que gasta até a última moeda e a última gota de energia pra fazer o que acredita e pra mimar quem admira. Sou a que coleciona amigos de longas datas que, mesmo distantes, nunca são esquecidos.

Sou a que, normalmente, se irrita, se dói, se doa. Sou a que conta os dias praquela cerveja gelada com as amigas, acompanhada por porções generosíssimas de risadas. Sou a que valoriza qualquer pessoa que, ao cruzar com alguém no corredor ou no estacionamento, diz bom dia. Sou a que segura a porta pesada do banco pra pessoa atrás de mim entrar também. Sou a menina que quer viver aventuras, mas também a velha que não quer nem saber de programa nenhum que implique em dormir depois das nove.

Sou a que se regozija com o volante e que anda esperando a hora certa de partir. Aquela que esta ficando cada vez mais surda, dado o volume nos fones de ouvido. Sou também a que, as vezes, coloca o fone no ouvido, mas esquece de por a música pra tocar. E fica puta porque a p*%$@ da música não toca.

Sou a que vive de sentimentos extremos. Raivas, medos, alegrias, amores. Tudo tão escorpiano, tão Jaqueline... Mas não aconteceu nada demais, não. Estou só sendo eu mesma.

Mas eu tento ser um pouco das pessoas que admito: aquela mulher forte, aquela destemida, aquela confiante, aquela que se ama e se valoriza; a que tem jogo de cintura, senso de justiça aguçado e uma honestidade irônica. 

Tento ser aquela feminista que, ao invés de gritos exagerados, prefere implantar em seu dia a dia as coisas em que acredita. Tento ser aquela cidadã responsável que  zela pelo que é de todos. Ou aquela que faz o bem sem olhar a quem.

Tento ser aquela que não sofre por antecipação ou por ciúme doentio. A que tenta ir pra academia - não estou tentando tanto assim - e evitar aquela coxinha suculenta. A que gostaria de passar mais tempo lendo, calada, que gostaria de gastar mais tempo consigo.

Sou a que reza baixinho quando as coisas extrapolam. A que chora por mil motivos diferentes. A que gostaria de fazer amizade na fila do pão, mas que está sempre mal humorada demais ou com pressa demais.

Sou a que ainda sonha com a França e a que ainda tem medo de montanhas russas. A que valoriza cada pessoa, cada livro, cada momento. Na hora, sou a que reclama e xinga. Mas depois, sou a que admite que, naquela situação, havia algo a ser aprendido ou ensinado.

Sou a que acha que as coisas acontecem como tem que acontecer. Sou a que tenta aprender com os erros e não sofrer com o que não é possível mudar. Sou aquela que envelhece todo dia 23. E que comemora todos os dias 4 e que conta os anos de amizade.

Sou a que não consegue aceitar elogios, mesmo que acredite que eles sejam verdadeiros (o que a gente faz quando alguém te elogia? Sorrir e dizer obrigada parece tão absurdamente difícil na prática...) A que sofre por não ter o reconhecimento ou apoio dos queridos. A que fica o tempo todo tentando se superar e provar o seu valor.

Sou a que quer dançar. Quer andar de avião. Quer conhecer o mundo. 


Sou tantas coisas ao mesmo tempo... E cada coisa pesa mais ou muda, dependendo de quem vê. Sou aquela que não sabe se explicar. Aquela que não faz ideia... 

Sou aquela que quer correr e não sai do lugar.  E, definitivamente - basta ler isso pra saber - sou aquela que não sabe mais como amnesiar.



Se sou essa ou aquela não sei, mas que fui essa garotinha charmosa aí da foto, ah, isso eu fui! hahaha 



quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Por você faria isso mil vezes

Bom, vamos lá. Gi Gutierrez e Audrey Ludmilla me convidaram a fazer a tal lista dos dez livros que mais me emocionaram/tocaram/mudaram. Acho que, a princípio, me recusei a fazer, com medo de sofrer bullying por, na minha lista, não ter nenhum Machado de Assis, Jorge Amado ou Dostoiévski. Bom. Tentei ser sincera e pensar em livros que definitivamente influenciaram minha vida. Seja com lágrimas, com frases de impacto, com suas histórias marcantes e exemplos infinitos que vou usar pra sempre. Quando comecei a fazer a lista, vi que poderia fazer uma lista de cinquenta livros. São tantos os que me fizeram chorar de alegria por poder estar ali, com aquelas personagens, naquelas histórias... Enfim. Não me julguem pela literatura adolescente ou pelos tais 'best-sellers', aqueles 'que todo mundo lê' (ou vê no cinema, porque é mais fácil né).
O caçador de pipas – Khaled Hosseini 
A menina que roubava livros – Markus Zusak
Entre o amor e a guerra – Zíbia Gaspareto
Líderes e discursos que revolucionaram o mundo – Simon Sebag Montefiore 
A hora da estrela – Clarice Lispector
Platônico – Ana Luiza Savioli
A Cabana – Willian P. Young
Coleção As Brumas de Avalon – Marion Zimmer Bradley
Coleção Harry Potter – JK Rowling
Aprendendo a viver só – Judith Ryan Hendricks

Os livros têm esse poder. Quando nos entregamos a eles, eles se entregam aos nossos corações. Nenhum livro lido com vontade passa despercebido na nossa vida. Alguns, claro, nos afetam mais. Para o bem ou para o mal. Tem livros que terminamos de ler e que não saem das nossas cabeças. Ficamos revivendo, repassando, relembrando. 

E cada história é como se fosse nossa história. É essa a lição dos livros. Ficamos analisando: e se fosse eu? O que eu faria? Será que seria assim? É assim que aprendemos. É assim que vamos traçando as coisas nas quais a gente acredita.

Pelo menos, comigo é assim.

Sei que há muito perdi o hábito de me entregar aos livros. As leituras que tenho feito são, normalmente, apressadas. Estou sempre ansiosa com os meus atrasos e nunca consigo, de fato, parar e ler. Mas ler de mergulhar no livro... De se deliciar com cada linha, de imaginar a cabeça a voz da personagem e sumir desse mundo.

Está aí um bom objetivo de vida. Voltar a ler.

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