segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Não precisa

"Mas tem que ser assim / é seu meu coração / não diga "não precisa" ah ah ah ah" 

Sempre tem um cantinho (de coração ou de guarda roupa) onde a gente guarda as nossas coisas especiais. Fotos, livros e lembranças. A caneca do Oktober, esperando ansiosa por outubro, aqueles livros que eu amo tanto, meus sapos de pelúcia (uns até dizem que me amam,...), minha caixinha verde com rosas vermelhas na tampa, na qual ganhei um livro da Lispector quatro anos atrás, minha caixinha de guardar club social (que na verdade guarda um monte de clipões), alguns cds (da época em que as pessoas ainda gravavam cds, porque os celularem serviam apenas para fazer ligações)... E meu sorriso preferido, eternizado na foto que eu tirei e da qual, felizmente, me cortei. São umas bobagens que muitos por aí já teriam jogado fora. Já teriam perdido. Já teriam esquecido. Eu sou daquelas que guardam. No coração, na cabeça, no guarda roupa, naquela caixa embaixo da cama, no blog...

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Foca no trabalho




Eu reativei minha coluna no Itu.com.br com uma matéria que me deixou muito feliz: o projeto de leitura da Shirlene, que eu admiro muito. Num dia de muito stress e chateação, quando achava que muitas coisas por aí não poderiam melhorar, fui cumprir minha pauta, meu combinado e entrevistar a Shirlene. Eu sempre digo que eu posso até ter saído da escola, mas a escola nunca vai sair de mim. A alegria de ver os pequenos sorrindo pra você, querendo conversar, aprender, descobrir... Puts. Quase chorei de tanto rir com aqueles pequechurros que mal sabem falar repetindo a história que contavam pra eles. É, de fato, uma coisa emocionante. Ver a alegria nos olhos deles, a curiosidade, a atenção. E é lindo, inspirador, ver profissionais tão dedicadas, fazendo seu trabalho com amor. Era amor na voz daquela ADI que lia a história. Era fé nas palavras da Shirlene. Uma mistura de mil coisas boas, que a gente deseja todos os dias e que, as vezes, pensa que é difícil de conquistar. A excelência se faz com isso: amor pelo que se faz e dedicação. Sempre, todos os dias. Sem desistir, sem pestanejar, nem duvidar da nossa capacidade. Temos que acreditar mais. Lutar mais pelo que a gente acredita. Foi isso que eu aprendi naquela manhã. E simplesmente, aquilo salvou meu dia. Minha semana, até. Ver a esperança brilhando no coração das pessoas me faz acreditar num mundo melhor. Numa cidade melhor... E depois de tudo isso, só pude me encantar, de novo, com a escolha de ser jornalista. Apesar de tudo, de todas as dificuldades, eu ainda tenho esperança. Eu ainda acredito. Só tenho a agradecer pelas coisas que me vem acontecendo. Boas ou ruins, fáceis ou difíceis, estou aprendendo MUITO.   — se sentindo apaixonada pelo jornalismo.

Beijos, Jaqueline.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Na coxia

Tire sua fala da garganta / E deixa ela passar por sua goela / E transbordar da boca / Deixa solto no ar / Toda essa voz que tá ai dentro deixa ela falar / Você pode dar um berro quem sabe não pinta um eco pra te acompanhar / Cada voz tem um tom / Cada vez tem um som / A orquestra já tocou / E o maestro até se despediu / Todos querem ver você cantar.
Tulipa.

"Ninguém fica pra sempre na coxia." Ninguém é figurante em toda peça, nem sempre o papel de árvore será seu. Alguém que nem sabe o quanto foi especial pra mim, um super amigo, me disse que uns nascem pra ser escada, outros, para ser estrela. A escada serve de base, de apoio, de ajuda pra que a estrele enfrente sua jornada e alcance o céu. Nem por isso, segundo ele, a escada é menos importante que a estrela. Aliás, é até mais. Porque sem a escada, a estrela não alcança seu objetivo de grandeza.
Acho que sou uma escada e tanto.

Beijos.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Se der, ame-me



Você é touro. Eu, escorpião. Você tem a frieza que eu tinha cinco anos atrás. Eu, o calor que recebi. Você teme o futuro e eu desespero. Eu anseio cada momento e você os vive um de cada vez. Você acha que as coisas vão acabar mal, mas eu sei que tudo está bem quando acaba bem e se não está bem é porque não acabou. Eu acredito. Você desconfia. Eu choro as pitangas, os morangos, as melancias. Você não gosta das minhas lágrimas, mas aprendeu a não ter dó delas. Você diz as coisas sem pensar e eu, de tanto refletir, acabo por não dizer. Eu remoo suas palavras como se fossem mantras, negativos, frios, dolorosos que me arrastam para baixo. Você esquece o que disse no minuto seguinte e não entende porque eu fico tão alterada.

Coisas que eu sei
Eu adivinho sem ninguém ter me contado

Eu escrevo, eu choro, eu gaguejo. Eu quero ir embora e quero ficar, ao mesmo tempo. Quando você me diz aquelas coisas que me magoam eu sinto vontade de ser a rude que você teme que eu seja, mas te amo tanto que não consigo. Você me confunde e me assusta. Onde queres revólver, sou coqueiro, onde queres dinheiro, sou paixão, onde queres descanso sou desejo e onde sou só desejo queres não.

Eu tinha medo de me machucar. Você ainda tem. Eu morro de medo de machucar você. Você não me quer longe, mas se mantem distante. Aos poucos, venho engatinhando pra mais perto. Eu ainda penso em mim como alguém que colou os pedacinhos do seu coração. Ainda penso em você como quem me ensinou o que é a entrega de um amor. 

Você troca nossos travesseiros quando estou brava com você porque sabe que eu gosto mais do seu. Você dorme no cantinho da cama porque sabe que eu sou espaçosa e coloca os cobertores do jeito que sabe que não vou passar frio. Você sorri quando acorda (mesmo quando sou eu quem te acorda) e me vê. Você diz que me ama muito. E meu coração vira piruetas...

São coisas que antes eu somente não sabia
Agora eu sei

Não leve a mal se eu fico meio tonta... meio boba, meio eu. Meio insegura, meio nervosa. Não sei não ser eu, não ser assim, mas não é por mal. Eu lembro de você quando escuto músicas felizes, tristes, apaixonadas, animadas. Eu lembro de você quando compro revistas, quando leio coisas na internet. Eu faço cafuné quando você deita no meu colo e fico te olhando dormir. Eu te mando mensagens e te ligo e te escrevo e te marco no Facebook e te dou cartas de amor e te compro presentes porque quero que o mundo inteiro saiba que eu te amo e que sou sua e que você é meu. Eu falo descontroladamente e sem vírgulas pra ver se você entende o quão desesperado é o que eu sinto por você. O quão urgente é essa saudade, esse querer. Eu choro quando acho que você vai embora. Odeio ver você indo.

E de novo estou aqui. Pensando em você, em nós dois. Escrevendo asneiras apaixonadas que livros como "Por que os homens amam as mulheres poderosas" reprovariam. Porque nos meus textos eu me entrego, me derramo. E deixo claro pra quem quiser saber o quão sua eu sou. O poder que você tem sobre mim, minha felicidade e meu humor. O quanto dependo de você. E venho aqui, numa prece urgente e silenciosa, implorar o mesmo. Apaixone-se por mim. Deixe-me amá-lo com tudo que eu posso. Entregue seu coração pra mim... Deixe que, de tanto amor, ele transborde e derrame. 

Derrame. Se der, ame. (Me) Ame!

Porque eu te amo!
Eu te espero, vem...
Diga que você me quer
Porque eu te quero também!

Beijos, Jaqueline.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

don't speak: dance!

Cada dia mais apaixonada pela dança, que me inspira, me liberta e me faz esquecer: a rotina, o real, o problema, o vizinho, a dr, os carros passando na rua, o frio, o não, a dor, o medo, quem eu era e quem eu sou. A dança tem esse poder; nos faz sentir que tudo vai ficar bem. 

"- Sabe do que a gente precisa?
- O que?
- 32 segundos de dança."

Grey's Anatomy


A gente chega na aula tensa, chateada, as vezes até de coração partido ou depois de ter levado um tapa na cara da vida. Aí o som faz o seu trabalho. Eu poderia morrer dançando. O gran finale... 

Sempre achei que o Espaço Shiva fosse meu lugar. Um lugar de calmaria, um lugar de paz. Mas na verdade, quem me faz sentir assim é a dança. Seja o ballet, a dança de salão, o jazz ou a dança do ventre. Não importa, afinal. Pra quem nunca foi boa em dizer coisas, pra quem não consegue dizer um 'eu te amo' pra família, pra quem expressa o que sente escrevendo porque não consegue vocalizar (o que me lembra o exercício do Yoga, o RÁ, em que a gente inspira e expira num grito alto de RÁ, expelindo todas as coisas ruins do nosso corpo e alma - que eu nunca consegui fazer).

(( tem como não sorrir ouvindo um tabla solo??))

É estranho. Uma jornalista, metida a política que não sabe se expressar. Aliás, sei: sobre coisas alheias. Falar de mim é que é difícil. Explicar meus temores, meus sonhos, meus quereres. Aí sim: ferrou. E quando a gente dança, não pode falar nada. Boca fechada ou num sorriso estreito, e os sentimentos são obrigados a sair pelos pés, mãos, braços, pescoço, ombros, dedos, olhos, cabelos, barriga, ventre, joelhos, costas. 

Someone call the doctor Algúem chame o médico
Got a case of a love bi-polar Temos um caso de amor bipolar
Stuck on a roller coaster Estou presa em uma montanha russa
Can't get off this ride E não consigo descer

Só de ouvir música, eu já fico mais feliz e por mais idiota ou preocupante que seja a situação, eu só quero dançar. Acho que o que eu preciso mesmo é ir pra boate, casa noturna, esquina ou palco: e dançar. Como se minha vida dependesse disso.

Porque, no fim das contas, depende mesmo.