quarta-feira, 7 de novembro de 2012

TENTENTENDER

Parece que ele é meu terapeuta. Um alguém que a gente paga ou pega de jeito pra ouvir minhas asneiras hipocondríacas... Porque só sinto essa necessidade torta de vir aqui quando estou com essa angústia me engasgando.
 
Parece clichê de blog adolescente, mas ando cercada de gente que me julga e não me dá o direito de resposta. Gente que me ignora. Pior: gente que pergunta, mas não quer resposta. Gente que fala e, depois, vai embora sem ouvir. Acho engraçado, mas sei que a culpa é minha por me meter no que não é da minha conta, por tentar ajudar e entender os dramas dos corações de pessoas que eu mal conheço. É minha culpa se tento, o tempo todo, ser gentil e educada e não magoar ninguém. O problema é que, nessa, sou a que sai com os espinhos enfincados nas mãos. Sou aquela que, depois de um tempo, perde os amigos.
 
Com o tempo, confesso, vou cansando de sorrir e acenar. Vou desgastando meu sorriso amarelo, minha vontade de mascarar as minhas dores, minha vontade de simplesmente, mandar todos praquele lugar.
 
Como dizem por aí, o que falta no mundo é "um bar chamado cu, pra muita gente ir tomar lá." Parece que quanto mais eu me esforço pra fazer as coisas da melhor maneira possível, mais elas dão errado. Parece que quanto mais eu tento ser amiga e ajudar, mas as pessoas me acusam de estar atrapalhando.
 
De novo, me vem aquela vontade de resignar. Não deslocar um músculo sequer, pra nada.
 
Eu, que andei colorindo papelão e lendo livros. Eu que, há muito, não fazia nada naquela faculdade com fervor, que tanto havia me animado com a ideia para a monografia... Queria ler Fernando Pessoa, sentada ao Sol, estirada na grama gelada de inverno, com músicas nos ouvidos: mas vou assistir Greys Anatomy.
 
Tanto pra dizer. E é tudo uma confusão de palavras...
 
Jaqueline Rosa.
 
 

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