Estou triste pela morte da pessoa mais sorridente que eu conheci, que iria durar até os cem anos se não fosse o azar de um passo a mais. Não dá pra entender muito bem o destino, mas sei que as coisas são do jeito que tem que ser, mesmo que na hora a gente não entenda muito bem o por quê. Preferia não ter tido essa nótícia essa manhã. Me deram logo que cheguei ao trabalho e ela me esbofeteou com uma força que não resisti até o fim dos recreios e chorei. Chorei pela injustiça de mais uma boa alma ter que partir enquanto ela ainda é tão importante aqui na Terra. Chorei por me imaginar no lugar daquelas crianças inocentes, que nem mesmo entendem o que está acontecendo, mas que de uma forma ou outra sabem que a mãe não vai voltar.
O trabalho manual e automático fez com que as lágrimas secassem um pouco. Trabalho é sempre uma boa distração pra cabeça e pro coração. Quando consegui sossegar, um telefonema me obrigou a recontar toda a história e meus olhos encheram d'água novamente, mas segurei. Ainda tenho vontade de chorar, são tantos sentimentos misturados. Queria minha mãe aqui comigo, porque sei que ela deve estar com a cara toda vermelha de chorar, na loja ou no velório.
Não é um bom dia, mas li palavras doces que me acalmaram e a Eva foi uma boa colega de trabalho ao dar conta sozinha das crianças no pátio enquanto minha visão embaçava, lá fora.
Descanse em paz.
Beeijos, Jaqueline.
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