Um poema, pra encerrar abril

Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
quero solidão.

Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces? - me perguntarão.
- Por não ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras? Tudo. Que desejas? - Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.

A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?

Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!
Estandarte triste de uma estranha guerra...)
Quero solidão.
 
Cecília Meireles.
 
 
E eis que abril me deixa, vai-se embora, prometendo voltar, a lua, o sol, o cheiro de chuva no ar. Vai se embora, abril, que abriu-se o espaço pra maio chegar.
 
Beeijos, a idiota,
Jaqueline. xD

Uma velha

"Não é que eu fiquei velho.

Eu já nasci assim."

De sábado pra cá andei pensando nas diferenças entre eu e outras pessoas da minha idade (e às vezes mais velhas que eu). Não me gabo por nenhuma das minhas escolhas, apesar de as ter tomado julgando-as melhores do que as outras opções. Muito pelo contrário, continuo duvidando de mim. E me julgando e xingando e exigindo. Mas simplesmente não dá pra ignorar que 99,9% das pessoas que eu conheço pensam absurdamente diferente de mim.

Sim, eu gosto de política. Sim, eu me engajo em atividades sociais, eu me preocupo com o meio ambiente, gosto de acordar cedo. Gosto de ler. Gosto de entender as coisas e não gosto de perguntar. Vou participar do concurso da CNN. Amo minha cidade, não quero morar em São Paulo. Tenho amigos de mais de 30 e menos de 15. Gosto de filosofia. De Ana Carolina, de Caetano Veloso, de poesia. Prefiro a Nobel à Le Postiche. Não passo sombra pra ir pra faculdade. Nem uso salto alto.

Busco, acima de todas as aquisições materiais e o acúmulo de dinhiero ou status, o engrandecimento psicológico e emocional. Quero minh'alma forte e elevada. Quero levar meus amigos pra mais perto da felicidade. Quero reconhecimento pelos meus méritos, mas só aqueles que merecerem, que forem conquistados com meu próprio labor.

Não critico nem difamo quem é oposto. Gosto de opostos. Só quero constatar, com este, o quão velha eu às vezes me sinto. Velha por dentro. Com a alma tão seca quanto as páginas dos livros que eu leio tão desesperadamente, pra citar JKR.

Às vezes me sinto velha, me sinto no lugar errado. Cercada por pessoas que curtem bandas pop-emo-colorido, mas que não tem a sensibilidade de ler um poema piegas de meio século atrás. Pessoas que veêm Avatar, mas que não pensam além do fim do filme. Pessoas que desistiram do teatro. Dos musicas e ballets. Que desistiram dos contos de fadas, dos desenhos animados.

Nessa hora, me sinto uma criança de seis, talvez cinco anos.

A juventude estagnou-se num período insossamente intermediário. Nem a alegria da infância, nem a garra e força da juventude, nem a maturidade da vida adulta, nem a experiencia da velhice. Não são nada. Nem alegres, nem esperançosos, nem guerreiros, nem cientes, nem prontos, preparados ou maduros. 

Não são nada.

E assim, me sinto muita coisa.

Uma overdose de movimento. De sons, de passos, de gritos, de exclamações, pontos, vírgulas e reticências.

Sim, muitas reticências.

Mas não reclamo desta minha condição inominável. Gosto dessa miscelânia de conteúdo. Sim, às vezes cansa. Desgasta. Mas são ossos do ofício e, de qualquer forma, se pode mudar o que se tem, mas não o que se é.

"...não sabe viver gradualmente: ela quer comer a vida de uma vez."

Beeijos, Jaqueline.

Devaneeios

Mal sabem o quão cheia está minha vida. E então, era de se esperar que um bocado de ócio me faria bem, me deixaria feliz e confortável. No entanto, como sempre contrária aos padrões, só de pensar numa tarde de domingo jogada no sofá vendo filmes repetidos, me entupindo de pipoca, ainda de pijamas, me provoca acessos de irritação prévia.

Afinal, já perdemos pelo menos 1/3 das nossas vidas dormindo. Eu, um pouco menos, visto que tenho dormido cerca de seis horas e meia, somente. Um pouco mais de 1/4, certo? Matemática nunca foi meu forte, mesmo.

Depois, há tanto por fazer, tanto inacabado.

Tantas histórias, projetos, ideias. Alguns nunca colocados no papel, outros tantos que nunca sairam de lá.

Assim sendo, na falta de convites prum domingo nublado, vou trabalhar.

Sim, trabalhar. Só que em mim.

No último domingo, libertei minha alma do peso daqueles papéis velhos do colegial. Uma prateleira livre no guarda-roupas. Viva! Organizei meus livros. Cerca de quarenta. Ou trinta? Não lembro. Na quarta-feira, feriado, em casa no mesmo tédio de domingo, desabei o resto do guarda-roupas e todas as peças foram ao chão. Reorganizei. Troquei a ordem das gavetas. Meia manga em cima, regatas em baixo, calças nos  cabides, junto com blusas de moletom, cada sapato na sua caixa. Esvaziei sacolas, enchi outras com coisas que não queria mais. Depois, sofá.

Neste, não muito diferente, só pelo guarda-roupas que, de tão arrumado, não carece de mais nenhuma atenção. Vou ler. Escrever. Ouviu música, se pá abdominais.
E depois, sofá. Um filminho repeteco e pipoca.

Pra não perder o costume, sabe como é.

Aí, outra semana de segunda a sexta. Sábado, outro feriado.
Talvez menos chato. Ate lá pretendo ter enchido tanto o saco do David, que ele tenha me entregado a papelada da AMVV, pra eu ler e estudar... Domingo de manhã tem reunião com os moradores. Vide Meu Vale Verde e a tarde Renato ficou de me ajudar com a papelada.

Muita emoção *-*

*

Fiquei em 4º lugar no concurso de letras de músicas de capoeira, promovido pelo graduado Palmito, lindo. Tremia que nem vara verde, com os olhos marejados de vergonha.
Meio surda, ainda, pra ajudar.

Mas fiquei em 4º. Pra quem achava que ia ficar em último, está ótimo.

*

Ah, cansei.
Sem mais,

Jaqueline.


 

SEJA UM ING

Os Indivíduos Não Governamentais, assim como as ONGs, lutam por um propósito. Eles são pessoas que, individualmente, escolhem um assunto de seu interesse e trabalham em cima disso, sem precisarem se filiar a nenhuma instituição, sem compromisso com ninguém, sem muito esforço. Essa é uma idéia original do artista plástico Guto Lacaz. O trabalho dele, como ING, é recolher todas as pilhas e baterias que eventualmente encontra na rua e levar a um centro de reciclagem especializado, evitando assim uma possível contaminação do solo e da água. Simples assim. Não gasta tempo nem dinheiro. Pode-se observar que uma atitude individual às vezes é mais produtiva que uma ação conjunta – de modo que todos façam um mesmo tipo de trabalho, sem nenhuma ligação entre os indivíduos, simultaneamente.

Os únicos requisitos para se tornar um ING é ter consciência de que alguma coisa precisa melhorar e trabalhar para que isso se realize. Todos podem fazer. Podem fazer qualquer coisa. Existem inúmeros pontos que precisam melhorar em todas as cidades, e simples atitudes são um ótimo começo. Não é preciso dispor de um tempo enorme para realizar a tarefa, nem mudar a rotina ou coisa parecida. Ser ING é simplesmente ver algo errado, ou algo que pode ser concertado ou melhorado, e agir! AGIR!

Quer ser um ING, aceitar esse compromisso? Seguem algumas dicas do que você pode fazer:

# Plante árvores pela cidade, periodicamente (pode até ser frutífera!) – acho que as prefeituras fornecem as mudas. Vá atrás!

# Cuide das árvores, mesmo se não foi você que plantou.

# Se você possui algum talento artístico (pintura, desenho, música, lutas, dança, malabarismo) ou entende de algum assunto (religião, filosofia, política, cinema, história da arte, literatura, astronomia), proponha-se a ensiná-lo. Procure igrejas, escolas, centros culturais e converse com seus representantes sobre dar aulas ou alguma coisa do tipo. Use seus conhecimentos, quaisquer que sejam, para o bem comum.

# Ajude uma instituição filantrópica.

# Divulgue o Voto Consciente (faça parte ou implante em sua cidade), o Cidade Democrática e algum outro trabalho que ache importante para o bem comum! Faça isso no boca-a-boca, com panfletos (que você mesmo pode fazer), em escola, de qualquer jeito! O importante é ter o compromisso de divulgar sempre.

# Ajude uma família que passe por dificuldades – financeira, psicológica...

# Recolha todos os cachorros que encontrar na rua e crie-os em seu quintal! Ok, isso não.

# Faça como o criador dessa incrível idéia: recolha as pilhas e baterias que encontrar na rua. Não é preciso sair por aí rasgando o lixo de todo mundo. Recolha apenas as que você encontrar, durante um passeio, ou na ida ao trabalho.

Propague o conceito de INGs. E se você tiver alguma idéia do que se pode fazer, diga, comente.

Não podemos exigir dos governantes se não fizermos nossa parte.

FONTE:

http://www.cidadedemocratica.org.br/topico/940-criacao-de-ings-individuos-nao-governamentais

SEJA UM ING!!

O Amnésia APROVA essa ideia ;D.

Beeijos, Jaqueline.

O bom dos horóscopos

é que você pode interpretar o que quiser.

de 19 a 25 de abril de 2010



Logo na segunda-feira poderá surgir um conflito que precisará ser resolvido rapidamente. No entanto, sua semana será altamente favorável para as realizações pessoais e esse será um excelente período para realizar algumas de suas metas profissionais. No entanto, a retrogradação de Mercúrio, agora em Touro e em oposição ao seu signo, poderá indicar uma dificuldade maior em se comunicar, aumentando a possibilidade de mal-entendidos. Procure não se levar muito a sério e, sobretudo, não dê murros em ponta de faca, pois sendo maleável você acabará ganhando o que deseja. Aproveite este período para fazer um check-up.

Beeijos, Jaqueline.

Praga

"Sou eu que digo a hora de acabar, sou de decidir, sou de me guiar, sou guerreira, não se espante, faço meu caminho sem desviar! Ou me queria ou se mande, já dispensei o seu jeito de pensar." {Ana Carolina}

É praga - de mãe, corinthiano ou dos invejosos de plantão - mas doença e mal estar só se pega pouco antes da semana acabar. Sábado e domingo, não mais dias de sair, viram dias de ficar - em casa, na cama, no colo, mesmo que, dependendo da casa, da cama e do colo, principalmente, tudo fique absurdamente confortável e prazeiroso.

De qualquer forma, se posso ir em palestras, ficar na loja, ir ra faculdade, ingles e capoeira... porque não sair sábado a noite? ;*

Ontem teve palestra com a Marina Silva, em Itu. Em bree, um texto a respeito no J1.

Ontem fiquei na cama o dia inteiro - sem colo, mas na cama - e hoje, só pela manhã, porque só consegui dormir depois as 3h, então precisava dormir. Mas já estou melhor. Hoje, pesei e constatei que perdi 3kg, talvez não só por não ter comido direito ontem, mas por estar 'de dieta' há uma semana, desinchada e com os músculos relxados. Vai saber.

3kg são 3 kg. Sempre.

Sei que ando abandonando o Amnésia, meu blog pessoal. Mas é pelo bem da nação. kkkk Preciso atualizar o J1 com mais carinho e frequencia, pra que ele se torne um blog interessante. Vou melhorá-lo. E, querendo ou não, cuido de três blogs e uma coluna. Além de faculdade, loja, academia, capoeira, amigos e namorado. Fora meus projetos em off. E minhas horas de sono.

E eu ainda nem tenho um notebook.

Peço compreenção dos que ainda visitam esse endereço.

Beijos, Jaqueline.

Idiotice

"A idiotice é vital para a felicidade. Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. A vida já é um caos. Por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes,separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota!

Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele! Milhares de casamentos acabaram não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.

Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça? Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?

É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não!

Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa.

Brincar é legal! Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida e esse é o único "não" realmente aceitável. Teste a teoria. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...

Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!

Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?"

(Ailin Aleixo)

Sem tempo.

Beeijos, Jaque.

Tempo, tempo, tempo, tempo

"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando de vê, já é sexta-feira! Quando se vê, já é natal... Quando se vê, já terminou o ano... Quando se vê perdemos o amor da nossa vida. Quando se vê passaram 50 anos! Agora é tarde demais para ser reprovado... Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas... Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo... E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará."

(O Tempo, de Mário Quintana)

 

Quarta feira, já!, e eis mais uma semana que passa apressada por nós, como se não quisesse sequer ser vista. Dessa forma, paro outra vez para pensar no quão pouco aproveitamos o que a vida nos oferece. O quanto nos conformamos e acomodamos. Resignamo-nos {gosto dessa palavra, resignar}  perante a nossa condição física, social, econômica, amorosa... Simplesmente paramos de exigir. E ao mesmo tempo, param de exigir de nós. POR FAVOR, NÃO PAREM DE ME EXIGIR! Não se evolui quando não se cobra evolução. É preciso uma constante severidade avaliativa para que, de medo de sermos taxados de incapazes ou preguiçosos que não se esforçam, façamos algo digno.

 

Então, se não for pedir muito, EXIJAM-ME atualizações, textos melhores, maiores, mais densos...!!

 

Agora, com o J1, o eterno Amnésia, e o Jaque(on)line.

PRECISO atualizar o Jaque(on)line! Questão de honra!

O J1 exige atualizações diárias /periódicas/. E o Amnésia não abandono nem sob pena de morte {meu único blog forte e consistente, que sobreviveu a mais de um ano de TPM's e disturbios adolescentes}.

 

Mas preciso da ajuda de vocês para manter-me firme nesses propósitos.

 

Conto com vocês.

O TEMPO, é questão de escolha.

E quem QUER dá um jeito, quem NÃO QUER arruma uma desculpa!

 

Não vou esquecer disso.

 

Beeijos, Jaqueline ;D

Amor e ódio

"Amo como ama o amor.

Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar.

Que queres que te diga, além de que te amo,

se o que quero dizer-te é que te amo?"

{Fernando Pessoa}

Se tem algo que me irrita, e que eu amo mesmo assim, é chuva. Amo chuva. Tempestades me fascinam, me seduzem. Raios, como eles escolhem o lugar onde caem?! E os trovões... bom, deles eu não gosto tanto. Mas no geral, gosto de dias chuvosos. O que eu detesto é o lenga-lenga de chuviscos que molham mais você, por causa da umidade que deixam no ar, do propriamente o terra do chão. E odeio, simplesmente não suporto, a ideia de planos serem atrapalhados por causa de água. Afinal, São Pedro não tem namorado e, portanto, não sabe o que é ter o único dia disponível para ver o seu estragado pela chuva que não deixa nem um nem outro sairem de casa.

"Tenho o direito de exigir obediência,

porque as minhas ordens são sensatas."

{Antoine de Saint-Exupéry}

Beeijos, Jaqueline.

Ahh, aproveite o feriado e conheça o J1!